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Quem foi Maria Padilha: A Verdadeira História de Maria Padilha
A verdadeira história de Maria Padilha conta que ela encarnou como Maria de Padilla, uma mulher sedutora e feiticeira, que conquistou o coração do rei D. Pedro I para sempre, morrendo eternizada como Rainha.
Segundo pesquisas históricas, Maria Padilha teria nascido no ano de 1334, em Palencia, na Espanha, e foi uma mulher bonita que passou de amante a rainha e influenciou o rei Dom Pedro I de Castela (1334-1369) nas mais importantes decisões, além de determinar o modo como governaria e auxiliar na negociação de seu casamento com Branca de Bourbon, visando uma aliança com a França.
Foi graças à Maria de Padilla, em 1353, que Dom Pedro I de Castela, o jovem rei de 19 anos, escolheu governar como um autocrata apoiado no povo, casando-se com Branca de Bourbon como forma de fortalecer os laços políticos, criando uma aliança entre Castela e França.
Ela foi apresentada ao Rei por João Afonso de Alburquerque e se tornou dama de companhia da mãe de D. Pedro, Dona Maria I.
Desde que Pedro e Maria se conheceram, eles se tornaram inseparáveis. Com o tempo, Maria de Padilla tornou-se amante do rei e passou a influenciá-lo nas mais importantes decisões do castelo.
Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.
Sedutora, cheia de encantos e feiticeira, Maria de Padilla não perdeu a grande oportunidade de viver esse amor e tornar-se uma importante Rainha.
Também conhecida como Maria de Padilla, a amante do rei de Castela teve com ele quatro filhos. Ela morava no Alcázar de Sevilha com seus filhos e, embora Pedro tivesse se casado duas vezes por conveniência e tivesse filhos com várias outras mulheres, Maria era seu verdadeiro amor.
Dona Maria Padilla e Dom Pedro I de Castela se casaram secretamente e o casamento foi o fato que mais marcou a história da Maria Padilha.
O que mostra que o caso da pomba gira Maria Padilha foi realmente um caso de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.
Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.
Em 1361, a peste bubônica assolou o reino e, para desespero de Dom Pedro I de Castela, fez de Maria de Padilla uma de suas vítimas, morrendo com apenas 24 anos.
Pertencente a uma família castelhana, os Padilla, o nome de Maria Padilha foi eternizado em brasão posteriormente a sua morte.
Dizem que o rei nunca se conformou com essa morte prematura tendo, um ano depois, declarado diante de todos os nobres da corte de Sevilha que sua única e verdadeira esposa era Maria de Padilla.
Foi assim que Maria Padilha sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.
Maria Padilha está enterrada na Capela dos Reis, cuja visitação é proibida. Hoje, através da história de Maria Padilha, é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer.
Os pontos cantados de Maria Padilha lembram sua história e, atualmente, Maria Padilha, talvez a mais popular pombagira, é considerada o espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.
Muitas obras foram lançadas contando a sua história, pois Maria Padilha acabou se tornando a musa de autores, desde a protagonista de óperas a ser uma semideusa a invocar nos feitiços do amor, sendo um símbolo de beleza e até luxúria, alcançando a sua fama e adoração tão longe de Sevilha quanto Brasil.
Um exemplo é a obra de Marlyse Meyer, que publicou em 1993 o livro Maria Padilha e Toda sua Quadrilha, contando a história da amante do rei de Castela.
Seguindo uma pista da historiadora Laura Mello e Souza (1986), Meyer vasculha o Romancero General de romances castellanos anteriores ao siglo XVIII, depois documentos da Inquisição, construindo a trajetória de aventuras e feitiçaria de uma tal Dona Maria Padilha e toda a sua quadrilha, de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.
É notável que uma figura histórica como Maria Padilha se torne uma figura tão popular entre o público em geral, mas, de fato, não se sabe se Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé.
A única certeza que se tem na história da Maria Padilha é que ela é considerada a feiticeira das pomba-giras.
No começo, Maria Padilha era apenas um nome nas fórmulas mágicas das feiticeiras da Europa. Maria Padilha já foi conjurada, por mulheres de toda a Península Ibérica, para interceder em demandas de amor e sedução.
Foi no imaginário e nos conjuros destas mulheres degredadas que Maria Padilha aportou no Brasil. Maria Padilha veio com as bruxas e os adivinhos condenados ao degredo pela Inquisição.
Assim como já era em Portugal, a poderosa Maria Padilha logo se tornou um dos nomes mais chamados nas rezas e feitiçarias brasileiras.
E, se a memória de Maria Padilha está apagada ou reduzida a amante assassina na própria cidade onde viveu, no Brasil sua memória está bem viva.
Agora, Maria Padilha é a pomba-gira mais procurada nos terreiros. E a força da falange de Maria Padilha é inegável.
Maria Padilha se estabeleceu como entidade da Linha de Esquerda. Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.
Então, dependendo da linhagem e de outras características, Maria Padilha escolhe seu parceiro para realizar determinados trabalhos juntos.
Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros, Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor, age nas causas relacionadas ao amor, relacionamento e sexo.
Maria Padilha também é conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada e senhora da magia, pertencente ao sincretismo das religiões afro-brasileiros umbanda e quimbanda.
A fama de Maria Padilha sobre o resto das pombas giras cresceu tanto que se tornou uma denominação coletiva, dando origem a “várias Marias Padilha”: da figueira, da estrada, do porto, da praia, e um longo etc.
Entre as diversas sub-falanges estão:
- Maria Padilha do Cruzeiro das Almas – Linha de Omolu-Obaluaê/Iansã
- Maria Padilha da Encruzilhada – Linha de Ogum
- Maria Padilha do Cemitério – Linha de Omolu-Obaluaê
- Maria Padilha da Calunga – Linha de Oxum/Iemanjá
- Maria Padilha das Sete Catacumbas / Sete Tumbas – Linha de Omolu-Obaluaê
- Maria Padilha da Navalha – Linha de Oxum
- Maria Padilha das Sete Saias – Linha de Oxum
Maria Padilha passou assim de esposa-amante do rei à “padroeira” das feiticeiras, um espírito poderoso, mau e infernal, suscitando paixão e devoção.
A maior representante das pombas giras, Maria Padilha, é vista como uma senhora de uma feminilidade demoníaca, vulgar e sexualmente indomável.
Maria Padilha está presente nos autos inquisitoriais como amante carnal do diabo. Assim, a chegada de Maria Padilha também inaugura em terras brasileiras a noção que demoniza a mulher ousada, livre e transgressora.
Maria Padilha é chefe de terreiro e sua figura articula uma dualidade que forja em nós tanto a celebração da liberdade erótica como também o seu estereótipo.
O que anuncia a manifestação, o que abre a porta para a chegada de Maria Padilha, é a boca: uma sonora gargalhada.
Maria Padilha vem fazer justiça. Maria Padilha abriu a porteira para uma falange de Moças (outro nome que Elas gostam): Rosa Vermelha, Rosa Caveira, Maria Navalha, Sete Saias, Maria Molambo, Maria Quitéria… e muitas mais.
Ela é Maria Padilha, rainha da magia. Maria Padilha, rainha de todas as giras. Maria Padilha, rainha castelhana que com o tempo se transformou na mais venerada “deusa” do amor no Brasil.
A História de Maria Padilha Contada por Kélida Marques
Kélida Marques é psicanalista e espiritualista. Ela é dona de um dos principais canais de espiritualidade do YouTube, com mais de 1 milhão de inscritos.
Kélida Marques participou do podcast Inteligência LTDA e lá contou a história da pomba gira Maria Padilha.
Confira no vídeo abaixo.