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  • O Legado Espiritual de Nossa Senhora Aparecida: A História e os Milagres que Transformam Vidas

    O Legado Espiritual de Nossa Senhora Aparecida: A História e os Milagres que Transformam Vidas

    Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, é venerada por milhões de fiéis em todo o país e além de suas fronteiras.

    Sua história é permeada por uma aparição miraculosa, que deu origem a uma devoção popular fervorosa e a um dos maiores santuários marianos do mundo.

    Este artigo explora o legado espiritual de Nossa Senhora Aparecida, mergulhando na narrativa da aparição, nos milagres que transformaram vidas, no impacto espiritual na sociedade brasileira e nas diversas celebrações que honram essa figura sagrada.

    Através desses aspectos, é possível compreender a profundidade da devoção e a influência espiritual que Nossa Senhora Aparecida exerce sobre os crentes e a cultura brasileira.

    A Aparição de Nossa Senhora Aparecida

    A Aparição de Nossa Senhora Aparecida (Imagem gerada por Élida Alexandre com a ajuda do Ideogram.ai)
    A Aparição de Nossa Senhora Aparecida (Imagem gerada por Élida Alexandre com a ajuda do Ideogram.ai)

    Origens e Contexto Histórico

    Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil e sua origem remonta ao ano de 1717, quando três pescadores, em uma expedição no Rio Paraíba do Sul, encontraram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.

    Primeiro, eles acharam o corpo da imagem e, depois, a cabeça. Acredita-se que a imagem foi esculpida em terracota e que foi trazida por alguém que a deixou na água.

    Após o achado, os pescadores começaram a ter uma boa pesca, o que fez com que a fama da imagem se espalhasse rapidamente.

    Com o tempo, muitos milagres foram atribuídos à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, e ela se tornou um símbolo de fé e devoção para os católicos brasileiros.

    Em 1930, foi oficialmente proclamada como a padroeira do Brasil. A história de Nossa Senhora Aparecida representa não apenas a fé religiosa, mas também um forte laço cultural e identitário para o povo brasileiro.

    É uma figura que une pessoas de diferentes origens e tradições em torno da devoção e da esperança. A história de Nossa Senhora Aparecida está profundamente entrelaçada com o desenvolvimento da identidade brasileira e a formação da sociedade ao longo dos séculos.

    Aqui estão alguns pontos importantes que mostram como ela se insere no contexto histórico do Brasil:

    1. Colonização e Evangelização: No início da colonização portuguesa, a Igreja Católica desempenhou um papel fundamental na evangelização dos indígenas e na formação da sociedade. A devoção à Nossa Senhora Aparecida surgiu em um período em que a fé católica era um elemento central na vida cotidiana dos brasileiros.
    2. Crescimento da Devoção: Após a descoberta da imagem em 1717, a devoção à Nossa Senhora Aparecida começou a crescer rapidamente, especialmente entre as comunidades locais. Esse crescimento refletiu não só a religiosidade popular, mas também a busca de proteção e intercessão em tempos difíceis.
    3. Milagres e Esperança: A imagem de Nossa Senhora Aparecida passou a ser associada à milagres e graças, especialmente durante períodos de dificuldades, como as crises econômicas e as guerras. A devoção proporcionava um sentido de esperança e união entre o povo.
    4. Independência e Nacionalismo: Durante o processo de independência do Brasil, no início do século XIX, muitos começaram a ver Nossa Senhora Aparecida como um símbolo de unidade nacional. Sua canonização como padroeira do Brasil em 1930 consolidou essa ideia, ligando-a à identidade nacional.
    5. Movimentos Sociais e Religiosos: Ao longo do século XX, a figura de Nossa Senhora Aparecida também se tornou importante para movimentos sociais, incluindo aqueles que buscavam justiça social e igualdade. Ela foi vista como uma intercessora das causas populares.
    6. Cultura Popular: A devoção à Nossa Senhora Aparecida permeia diversas manifestações culturais brasileiras, incluindo festas, músicas e tradições folclóricas, refletindo a diversidade cultural do país.

    Assim, Nossa Senhora Aparecida não é apenas uma figura religiosa; ela é um símbolo poderoso que representa a luta, a esperança e a identidade do povo brasileiro ao longo da história.

    O Relato da Aparição

    Os três pescadores que encontraram a imagem de Nossa Senhora da Conceição em 1717 foram os irmãos André e João Alves e um amigo chamado Felipe Pedroso.

    A história do achado é bastante conhecida e cheia de detalhes que refletem a fé e a devoção dos pescadores.

    Aqui está como eles relataram o evento:

    1. A Busca por Peixes: Os pescadores estavam em uma expedição no Rio Paraíba do Sul, na cidade de Aparecida, em busca de uma boa pesca. Naquela época, a pesca era uma atividade vital para a subsistência das famílias locais.
    2. A Descoberta da Imagem: Enquanto lançavam suas redes, os pescadores começaram a sentir que não estavam tendo sucesso. Após várias tentativas, um deles decidiu mergulhar e foi nesse momento que encontrou o corpo da imagem, que estava submersa na água. Depois, conseguiram encontrar também a cabeça da imagem.
    3. O Primeiro Milagre: Após retirarem a imagem da água, os pescadores perceberam que suas capturas de peixes aumentaram significativamente. Eles atribuíram essa mudança à intercessão da imagem encontrada, acreditando que Nossa Senhora havia lhes concedido essa graça.
    4. Divulgação do Achado: Os pescadores contaram sua história aos moradores da região, e logo a fama da imagem começou a se espalhar. Muitas pessoas começaram a visitar o local em busca de milagres e graças.
    5. Construção da Capela: Com o aumento da devoção, foi construída uma capela para abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida, tornando-se um local de peregrinação. A história dos pescadores e seu encontro com a imagem se tornou um elemento central na narrativa da devoção à padroeira do Brasil.

    Esses relatos refletem não apenas o momento do achado, mas também a profunda fé popular que se desenvolveu ao redor de Nossa Senhora Aparecida, transformando-a em um símbolo de esperança e proteção para muitos brasileiros ao longo dos anos.

    O Santuário Nacional e a Devoção Popular

    Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida em Aparecida do Norte/São Paulo por Cláudia Beatriz Ribeiro Carvalho
    Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida em Aparecida do Norte/São Paulo por Cláudia Beatriz Ribeiro Carvalho

    Construção e Significado do Santuário

    A construção do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é uma história rica que reflete a devoção do povo brasileiro e a importância da figura de Nossa Senhora Aparecida.

    Aqui estão os principais aspectos da construção e o significado dos santuário:

    Construção do Santuário:

    1. Primeira Capela: Após a descoberta da imagem em 1717, uma pequena capela foi construída em 1745 para abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ao longo dos anos, essa capela passou por várias reformas para acomodar o crescente número de peregrinos.
    2. Ampliação e Novo Santuário: Com o aumento da devoção e o número de visitantes, tornou-se evidente a necessidade de um espaço maior. Na década de 1930, começou a construção do novo santuário, projetado pelo arquiteto Benedito Calixto de Jesus.
    3. Inauguração: O Santuário Nacional foi inaugurado em 4 de julho de 1980, embora sua construção tenha se estendido por vários anos. O projeto final resultou em uma imponente estrutura em estilo neoclássico com capacidade para receber grandes multidões.
    4. Características Arquitetônicas: O santuário é conhecido por sua cúpula central, que é uma das maiores do mundo, e por seu altar principal que abriga a imagem de Nossa Senhora Aparecida. A arquitetura é marcada pela grandiosidade e pela beleza, refletindo a importância do local.

    Significado do Santuário:

    1. Centro de Devoção: O Santuário Nacional é considerado o maior centro de devoção mariana do Brasil e um dos mais importantes do mundo. Ele atrai milhões de peregrinos todos os anos, especialmente durante as festividades relacionadas à padroeira.
    2. Símbolo Nacional: O santuário se tornou um símbolo de identidade brasileira, unindo pessoas de diferentes origens em torno da fé e da devoção à Nossa Senhora Aparecida. Ele representa não só a religiosidade, mas também a cultura e a história do Brasil.
    3. Espaço de Reflexão e Oração: Além de ser um local de peregrinação, o santuário serve como um espaço para reflexão espiritual e oração. Muitos visitantes buscam consolo e esperança em suas dificuldades ao visitá-lo.
    4. Promoção da Solidariedade: O santuário também está envolvido em diversas iniciativas sociais e caritativas, promovendo ações que buscam ajudar os mais necessitados e fortalecer a solidariedade entre as pessoas.

    Em resumo, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é mais do que uma estrutura física; ele representa a fé, a cultura e a união do povo brasileiro ao longo dos séculos.

    É um local onde muitos encontram conforto, esperança e um sentido mais profundo na vida espiritual.

    A Devoção e Peregrinação dos Fiéis

    A devoção à Nossa Senhora Aparecida é uma das mais importantes do Brasil e envolve práticas e tradições que refletem a profunda fé do povo.

    Aqui está como funciona essa devoção e como acontece a peregrinação dos fiéis ao Santuário Nacional:

    Devoção à Nossa Senhora Aparecida:

    1. Culto e Oração: Os fiéis costumam rezar a novena em honra à Nossa Senhora Aparecida, especialmente nos dias que antecedem as festividades em sua homenagem, em 12 de outubro. As orações incluem terços, missas e outras celebrações litúrgicas.
    2. Imagens e Altar: Muitas pessoas têm imagens de Nossa Senhora Aparecida em suas casas, onde realizam orações diárias. O altar doméstico é um local de devoção, onde os fiéis fazem pedidos, agradecimentos e reflexões.
    3. Promessas e Gratidão: Os devotos frequentemente fazem promessas à Nossa Senhora Aparecida, que podem incluir atos de fé ou caridade. Após receberem graças ou bênçãos, muitos retornam ao santuário para agradecer pessoalmente.
    4. Festividades: O dia 12 de outubro é um dos momentos mais importantes da devoção, quando se celebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Nesse dia, são realizadas missas especiais, procissões e eventos festivos em todo o país.

    Peregrinação ao Santuário Nacional:

    1. Caminhadas e Romarias: Milhares de fiéis realizam peregrinações ao Santuário Nacional, muitas vezes caminhando longas distâncias como forma de penitência e devoção. Algumas romarias são organizadas por paróquias ou grupos religiosos.
    2. Recepção no Santuário: Ao chegar ao santuário, os peregrinos são recebidos com acolhimento. O santuário oferece infraestrutura para atender os visitantes, incluindo áreas para descanso, alimentação e oração.
    3. Celebrações Litúrgicas: Durante a peregrinação, os fiéis participam de missas e celebrações especiais que reforçam o sentido comunitário de devoção. É um momento de união entre os devotos.
    4. Experiência Espiritual: A peregrinação é vista não apenas como uma viagem física, mas também como uma jornada espiritual. Os fiéis buscam experiências transformadoras por meio da oração, reflexão e comunhão com outros devotos.
    5. Atrações e Atividades: Além das celebrações religiosas, o Santuário Nacional também oferece atividades culturais e educativas relacionadas à história da devoção à Nossa Senhora Aparecida, promovendo um ambiente de aprendizado e partilha.

    A devoção à Nossa Senhora Aparecida é uma expressão significativa da religiosidade brasileira, unindo pessoas em torno da fé e da esperança.

    A peregrinação ao Santuário Nacional se torna uma experiência coletiva que fortalece os laços entre os devotos e reafirma a sua fé na proteção e intercessão da padroeira do Brasil.

    Milagres e Testemunhos de Fé

    Imagem de Nossa Senhora Aparecida de Gesso com Acabamento em Resina e Manto Decorado com Pérolas - 20cm
    Imagem de Nossa Senhora Aparecida de Gesso com Acabamento em Resina e Manto Decorado com Pérolas – 20cm por Piva Presentes

    Relatos de Milagres Atribuídos a Nossa Senhora Aparecida

    Os milagres atribuídos à Nossa Senhora Aparecida são muitos e variam desde de curas físicas até intervenções em situações de dificuldade e desespero.

    Aqui estão alguns relatos notáveis:

    1. Curas de Doenças: Muitos devotos relatam curas de doenças graves, como câncer problemas cardíacos e outras enfermidades. Essas curas são, frequentemente, acompanhadas de testemunhos emocionantes sobre a fé que sustentou o devoto durante o tratamento.
    2. Proteção em Acidentes: Há relatos de pessoas que passaram por acidentes graves, mais saíram ilesas ou com ferimentos leves, acreditando que a proteção de Nossa Senhora Aparecida foi fundamental para sua sobrevivência.
    3. Resolução de Problemas Financeiros: Fiéis compartilham histórias sobre situações financeiras difíceis que foram resolvidas após rezarem à Nossa Senhora Aparecida. Muitos relatam que conseguiram emprego, pagaram dívidas ou encontraram soluções inesperadas.
    4. Restauração de Relacionamentos: Casais em crise ou famílias desunidas frequentemente recorrem à intercessão da santa, e muitos relatam reconciliações e restaurações de laços familiares após suas orações.
    5. Ajuda em Momentos de Desespero: Há muitas histórias de pessoas que enfrentaram situações extremas, como desastres naturais ou crises emocionais, e que sentiram uma força inexplicável ou um sinal da presença de Nossa Senhora Aparecida que as ajudou a superar esses momentos.
    6. Visões e Sinais: Alguns devotos relatam ter tido visões ou sinais que interpretaram como manifestações da presença divina de Nossa Senhora Aparecida em suas vidas, fortalecendo ainda mais a sua fé.
    7. Relatos Históricos: Desde a descoberta da imagem da santa em 1717, muitos milagres foram atribuídos a ela, sendo documentados ao longo dos anos. O próprio reconhecimento canônico da imagem pelo Papa Pio XI em 1930 reforçou a importância desses relatos.

    Esses milagres e testemunhos são frequentemente compartilhados nas celebrações religiosas, durante às romarias ao Santuário Nacional e em comunidades católicas ao redor do Brasil.

    Eles não só fortalecem a fé pessoal dos devotos, mas também criam um senso de comunidade entre aqueles que compartilham experiências semelhantes.

    A devoção à Nossa Senhora Aparecida é, portanto, uma fonte de esperança e inspiração para muitos brasileiros.

    Testemunhos de Fé e Transformações Pessoais

    Os testemunhos de fé e transformações pessoais associados à Nossa Senhora Aparecida são emocionantes e inspiradores, refletindo a profunda conexão que os devotos têm com a santa.

    Aqui estão alguns dos principais tipos de testemunhos que são frequentemente compartilhados:

    1. Curas e Recuperações: Muitos devotos relatam curas milagrosas de doenças graves, como câncer e problemas crônicos. Esses histórias frequentemente envolvem um período de oração intensa e a sensação de que Nossa Senhora Aparecida estava presente durante o processo de cura.
    2. Superação de Dependências: Há relatos de pessoas que lutaram contra vícios, como álcool ou drogas, e que encontraram força na devoção à Nossa Senhora Aparecida. A fé ajudou esses indivíduos a se reerguerem e reconstruírem suas vidas.
    3. Transformações Espirituais: Alguns testemunhos falam sobre como a devoção à santa levou a uma transformações espiritual significativa. Muitas pessoas relatam ter encontrado um novo propósito na vida, maior paz interior e um relacionamento mais profundo com Deus.
    4. Reconciliações Familiares: Há muitas histórias de famílias desunidas que conseguiram se reconciliar através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Os devotos frequentemente mencionam como as orações à santa ajudaram a restaurar o amor e a compreensão entre os membros da família.
    5. Ajuda em Crises Emocionais: Pessoas que enfrentaram momentos difíceis, como perdas ou crises emocionais, compartilham como a devoção à Nossa Senhora Aparecida as ajudou a encontrar consolo e esperança. A fé se tornou um suporte crucial durante esses períodos desafiadores.
    6. Mudanças Profundas na Vida Pessoal: Muitos devotos relatam mudanças significativas em suas vidas profissionais ou acadêmicas após dedicarem suas conquistas à Nossa Senhora Aparecida. Eles sentem que foram guiados por ela em suas decisões e caminhos.
    7. Experiências de Solidariedade: Alguns testemunhos falam sobre como a devoção à santa levou os fiéis à se tornarem mais solidários e engajados em ações sociais, ajudando aqueles que estão em necessidade, o que também trouxe mudanças positivas em suas próprias vidas.
    8. Momentos de Graça Durante Peregrinações: Durante as romarias ao Santuário Nacional, muitos fiéis relatam experiências espirituais profundas, desde momentos de oração intensa até sentimentos de paz inexplicáveis. Essas experiências reforçam sua fé e dedicação à Nossa Senhora Aparecida.

    Esses testemunhos são frequentemente compartilhados em comunidades católicas, durante celebrações religiosas e em encontros de devoção, criando um forte sentimento de comunidade entre os devotos.

    Eles ilustram não apenas o impacto pessoal da fé em Nossa Senhora Aparecida, mas também a importância dessa devoção na vida cotidiana dos brasileiros.

    O Impacto Espiritual na Sociedade Brasileira

    Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil por Élida Alexandre
    Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil por Élida Alexandre

    Influência na Cultura e Identidade Religiosa do Brasil

    A influência de Nossa Senhora Aparecida na cultura e identidade religiosa do Brasil é profunda e multifacetada.

    Aqui estão alguns aspectos que destacam essa influência:

    1. Símbolo Nacional: Nossa Senhora Aparecida é considerada a padroeira do Brasil, um título que a torna um símbolo de unidade e identidade nacional. Sua imagem é reconhecida em todo o país, e muitas pessoas a associam à história e à cultura brasileira.
    2. Fé e Devoção Popular: A devoção à Nossa Senhora Aparecida transcende classes sociais e regiões. Milhões de brasileiros participam de romarias, novenas e festas em sua homenagem, mostrando como a fé é uma parte integral da vida diária. Essa devoção popular se manifesta em diversas práticas, como promessas, oferendas e ex-votos.
    3. Cultura Religiosa: Nossa Senhora Aparecida influencia diversas manifestações culturais, incluindo música, arte e literatura. Canções religiosas, como as que falam sobre a santa, são parte do repertório popular, enquanto artistas plásticos frequentemente retratam sua imagem em obras que refletem a espiritualidade brasileira.
    4. Festas e Celebrações: O Dia de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em 12 de outubro, é feriado nacional e atrai milhões de fiéis ao Santuário Nacional em Aparecida, São Paulo. Essa celebração não é apenas um evento religioso; ela também promove um sentimento de comunidade e pertencimento entre os devotos.
    5. Identidade Regional: Em muitas regiões do Brasil, a devoção à Nossa Senhora Aparecida se entrelaça com festividades locais e tradições culturais. Por exemplo, em algumas localidades, há festas juninas ou outras celebrações que incluem homenagens à santa, reforçando laços comunitários.
    6. Interseção com Outras Fés: A figura de Nossa Senhora Aparecida também dialoga com outras expressões religiosas no Brasil, como o sincretismo entre o catolicismo e as tradições afro-brasileiras. Isso mostra como sua imagem pode ser interpretada de maneiras diversas dentro do contexto religioso brasileiro.
    7. Educação e Ação Social: Muitas instituições educacionais e sociais no Brasil são inspiradas pela devoção à Nossa Senhora Aparecida. Escolas católicas frequentemente promovem valores de solidariedade e ética baseados nos ensinamentos da fé cristã, refletindo o impacto da santa na formação moral das novas gerações.
    8. Testemunhos de Esperança: Os relatos de milagres e transformações pessoais atribuídos à Nossa Senhora Aparecida contribuem para uma cultura de esperança entre os brasileiros. Esses testemunhos reforçam a ideia de que a fé pode trazer mudanças significativas na vida das pessoas.

    Em resumo, Nossa Senhora Aparecida não é apenas uma figura religiosa; ela está profundamente enraizada na cultura brasileira, moldando identidades regionais e nacionais, promovendo práticas de fé coletiva e influenciando diversos aspectos da vida cotidiana dos brasileiros.

    A devoção à santa continua sendo uma fonte de força espiritual e cultural para muitos no país.

    Aspectos Sociais e Humanitários Ligados à Devoção

    A devoção à Nossa Senhora Aparecida está intimamente ligada a diversos aspectos sociais e humanitários no Brasil.

    Aqui estão alguns dos principais pontos que destacam essa conexão:

    1. Ação Social e Caridade: Muitas paróquias e comunidades católicas promovem ações sociais em nome de Nossa Senhora Aparecida. Isso inclui campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e produtos de higiene para ajudar os mais necessitados. A figura da santa inspira esses atos de solidariedade e compaixão.
    2. Educação e Formação: Várias instituições educacionais católicas têm como base a devoção a Nossa Senhora Aparecida, promovendo valores de justiça social, respeito e ética. Essas escolas frequentemente incentivam projetos que visam melhorar as condições de vida das comunidades ao seu redor, criando um ambiente de aprendizado que também é comprometido com o bem-estar social.
    3. Saúde e Bem-Estar: A devoção à santa também se reflete em iniciativas voltadas para a saúde, como campanhas de prevenção de doenças e promoção do bem-estar. Algumas comunidades organizam eventos que incluem atendimentos médicos gratuitos, orientações sobre saúde e palestras educativas.
    4. Promoção da Paz e Conciliação: A imagem de Nossa Senhora Aparecida é frequentemente associada à paz e a reconciliação. Em momentos de conflito ou crise social, muitos grupos recorrem à figura da santa como um símbolo de esperança e unidade, promovendo diálogos entre diferentes partes da sociedade.
    5. Empoderamento Feminino: Como uma figura materna e protetora, Nossa Senhora Aparecida tem um papel importante na promoção do empoderamento feminino. Muitas mulheres se sentem inspiradas por sua história e força, levando-as a participar ativamente em ações sociais, movimentos comunitários e iniciativas de liderança.
    6. Cultura da Esperança: Os relatos sobre milagres atribuídos a Nossa Senhora Aparecida alimentam uma cultura de esperança entre as pessoas em situações difíceis. Essa esperança pode motivar ações proativas para enfrentar desafios sociais, econômicos ou pessoais.
    7. Integração Social: As celebrações religiosas em honra à Nossa Senhora Aparecida são momentos que promovem a integração social entre diferentes segmentos da população. As festas atraem pessoas de diversas origens, criando um espaço onde as barreiras sociais podem ser diminuídas.
    8. Diálogo Inter-religioso: Em algumas comunidades, a devoção à Nossa Senhora Aparecida também serve como um ponto de partida para o diálogo inter-religioso. A busca por valores comuns entre diferentes tradições religiosas pode contribuir para a construção de uma sociedade mais tolerante e inclusiva.

    Em suma, a devoção à Nossa Senhora Aparecida não se limita apenas ao aspecto espiritual; ela se estende à várias dimensões sociais e humanitárias, promovendo ações concretas que buscam melhorar as condições de vida das pessoas e fortalecer laços comunitários no Brasil.

    Celebrações e Festividades em Honra a Nossa Senhora Aparecida

    Festa de Aparecida de São Manuel, realizada no Santuário Nossa Senhora Aparecida, localizado no Distrito de Aparecida de São Manuel/SP
    Festa de Aparecida de São Manuel, realizada no Santuário Nossa Senhora Aparecida, localizado no Distrito de Aparecida de São Manuel/SP (Imagem de Acontece Botucatu)

    Nossa Senhora Aparecida é uma figura venerada e celebrada com grande devoção no Brasil, onde milhões de fiéis reconhecem e honram sua importância espiritual.

    As celebrações e festividades em seu nome são marcadas por uma mistura de devoção, alegria e fé que unem pessoas de diferentes origens e crenças.

    Principais Festas e Eventos Religiosos

    Dentre as principais festas e eventos religiosos em honra a Nossa Senhora Aparecida, destaca-se a Festa da Padroeira do Brasil, celebrada em 12 de outubro.

    Neste dia, milhares de fiéis se reúnem no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizado em Aparecida, São Paulo, para prestar homenagens, agradecer graças alcançadas e renovar sua devoção à santa.

    Além da Festa da Padroeira, existem diversas outras celebrações ao longo do ano, como novenas, procissões, missas solenes e festivais que reúnem devotos de todos os cantos do país.

    Cada evento é uma oportunidade única para os fiéis demonstrarem sua devoção e amor por Nossa Senhora Aparecida.

    Rituais e Tradições de Adoração à Padroeira do Brasil

    Os rituais e tradições de adoração à Nossa Senhora Aparecida refletem a rica história e devoção do povo brasileiro pela santa padroeira.

    Muitos devotos realizam promessas, como caminhar de joelhos até o Santuário de Aparecida, acender velas, fazer doações ou participar de rituais de purificação e agradecimento.

    Outra tradição comum é a confecção de ex-votos, que são objetos ou representações simbólicas de graças alcançadas, como maquetes de partes do corpo ou objetos relacionados a milagres pessoais.

    Esses rituais e tradições não apenas demonstram a devoção dos fiéis, mas também fortalecem a conexão espiritual com Nossa Senhora Aparecida e sua capacidade de interceder em suas vidas.

    Em síntese, o legado espiritual de Nossa Senhora Aparecida transcende fronteiras geográficas e temporais, inspirando a fé e a devoção de gerações de fiéis.

    Seja através dos milagres atribuídos a ela, da construção do majestoso Santuário Nacional, ou das festividades que celebram sua presença, a Padroeira do Brasil continua a tocar corações e transformar vidas.

    Que sua luz divina siga guiando aqueles que buscam conforto, esperança e proteção nos momentos de necessidade.

    (Texto produzido por Élida Alexandre, com a ajuda de GaliAi, TinyWow e Luzia)

    Livros em PDF de Orações, Novenas, Simpatias e de Nossa Senhora Aparecida

  • Maria Padilha das 7 Catacumbas: História, Ponto Cantado e Características

    Maria Padilha das 7 Catacumbas: História, Ponto Cantado e Características

    Maria Padilha das 7 Catacumbas é um exu-fêmea, um espírito em evolução, que já viveu entre os humanos e que aprendeu sobre a vida através de nossa própria vida, enquanto aguarda a sua vez de reencarnar.

    História de Maria Padilha das 7 Catacumbas

    Vativa ficou totalmente arrepiada quando ouviu o que a bruxa lhe disse:

    — Precisamos do sangue de um inocente!

    Sua mente imediatamente focalizou a imagem de Yorg, seu pequeno filho de apenas três anos. Seus pensamentos vagaram por alguns instantes enquanto a mulher remexia em um pequeno caldeirão de ferro.

    Estava ali por indicação de uma vizinha que conhecia o problema pelo qual estava passando. Era casada, não tinha queixas do marido, mas de repente parece que uma loucura apoderou-se dela.

    Apaixonara-se por um rapazote de dezessete anos, ela uma mulher de trinta, bela e fogosa não resistira aos encantos do adolescente e sua vida transformou-se em um inferno.

    Já traíra seu marido algumas vezes, mas desta vez era algo fora do comum, não conseguia conceber a vida longe do rapaz.

    Conversando com a vizinha, a quem contava tudo, esta aconselhou:

    — Vá falar com a bruxa Chiara, ela resolve o assunto para você.

    Pensou durante alguns dias e não resistiu, foi procurar pela feiticeira. O ambiente era horrível e a aparência da mulher assustadora, alta, muito magra, com apenas dois dentes na boca, vestia-se inteiramente de preto e fora logo dando a solução:

    — Vamos matar seu marido, aí você fica livre e se muda para outro povoado, bem distante, levando seu amante!

    Vativa ficou assustada, não era essa a ideia. Não tinha porque matar seu marido. Não havia um jeito mais fácil?

    — De forma alguma, se o deixarmos vivo, quem morre é você! Mas não se preocupe, eu cuido de tudo. — Foi aí que ela falou do sangue inocente.

    — A senhora está tentando dizer que tenho que sacrificar meu filho?

    — Para fazer omelete, quebram-se os ovos…

    Vativa não estava acreditando, a mulher dizia barbaridades e sorria cinicamente. Levantou-se e saiu correndo apavorada.

    A risada histérica dada por Chiara ainda ecoava em seus ouvidos quando chegou a casa. Desse dia em diante, suas noites tornaram-se um tormento, bastava fechar os olhos para ver aquele homem (Sete Catacumbas) todo de preto que a apontava com uma bengala:

    — Agora, você tem que fazer!

    Em outras ocasiões, ele dizia:

    — Você não presta mesmo, nunca prestou!

    Vativa abria os olhos horrorizados e não conseguia mais dormir. Uma noite, já totalmente transtornada com a aparição frequente, saiu gritando pela casa.

    Ouvindo os gritos da mãe, o pequeno Yorg acordou e desatou a chorar. Sem saber como, a faca apareceu em sua mão.

    — Cale a boca, garoto dos infernos! — A lâmina penetrou por três vezes no pequeno corpo. Retomando a consciência, não suportou a visão do crime cometido e caiu desmaiada.

    Na queda, a vela que iluminava o pequeno ambiente caiu-lhe sobre as vestes e em pouco tempo o fogo consumia tudo.

    Por muitos anos, o espírito de Vativa vagou até conseguir a chance de evoluir junto a um grupo de trabalhadores de esquerda, mas se há uma coisa que ela odeia é relembrar o fato, por isso poucas vezes o comenta.

    Com posto garantido na falange do cemitério, detesta ser lembrada para amarrações e perde a compostura quando há um pedido do gênero.

    Hoje, todos a conhecem pela grandeza dos trabalhos que pratica na linha da guardiã Maria Padilha das Sete Catacumbas ao lado do Senhor Exú das Sete Catacumbas, pois todo médium que recebe Seu Sete recebe também Maria Padilha das Sete Catacumbas em algumas ocasiões, caso contrário após muito tempo recebendo somente Seu Sete, passa a sentir-se pesado.

    Ponto Cantado de Maria Padilha das Sete Catacumbas – Senhora dos Amores

    Letra do Ponto Cantado:

    Entre sedas e cortinas
    Entre perfume de flores
    A rosa vermelha abria
    Para se tornar um dia
    A senhora dos amores (bis)
    Ela mandava a sombra de um rei
    Tal qual para o palácio
    Seu sussuro era lei
    E quando dessa terra foi ceifada
    Iansã colheu uma rosa
    E prantou em sua morada (bis)
    E é por isso que ela mora na calunda
    Ela é a rainha da noite
    Até a lua se deslumbra
    Por isso que eu digo
    Nao mexa com a rainha
    Ela é Padilha, é das Sete Catacumbas
    Linda, eterna rosa
    Rosa linda mulher
    Maria Padilha, Mãe Oyá lhe deu axé (bis)

    Chegada de Maria Padilha das 7 Catacumbas para sua Festa

    Características de Maria Padilha das 7 Catacumbas

    Maria Padilha das 7 Catacumbas gosta de cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis, velas.

    Sete Catacumbas é uma espécie de policial executante das ordens de todos os Orixás no plano mais denso.

    É um mensageiro ou mensageira que entra e sai das zonas umbralinas, sem temor, assumindo uma forma ameaçadora para fazer-se respeitar.

    Maria Padilha das 7 Catacumbas é muito grande, por isso é importante que conheça a capacidade de ação da entidade, que é uma poderosa força da natureza e mesmo assim ainda é pouco conhecida.

    Maria Padilha das 7 Catacumbas é muito poderosa e realmente muito séria, então é preciso que dê a sua oferta de coração, caso o for fazer.

    Como ela adora cemitérios e esses locais são seus principais pontos de força e trabalho, em muitos casos, as oferendas são colocadas na porta de um cemitério ou mesmo ao lado de uma sepultura.

    Maria Padilha das 7 Catacumbas é forte, basta que se entregue a essa entidade. Ela é muito focada e concentrada, é uma entidade que consegue tudo o que deseja, então certamente lhe ajudará muito, lhe mandando muitas boas energias, basta crer em seu poder.

    Maria Padilha das 7 Catacumbas é ligada à morte e à transição entre o mundo físico e o espiritual e seus filhos são parecidos com ela, são muito propensos ao desenvolvimento e atingir as suas metas e podem ser muito eficientes e justos, tanto quanto a mãe.

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha do Inferno: Características, História, Filhos e Imagem

    Maria Padilha do Inferno: Características, História, Filhos e Imagem

    Maria Padilha do Inferno tem o visual mais diferente entre todas as Marias Padilhas ou pombas giras, pele vermelha e uma postura exageradamente erotizada.

    Ela é muito popular por suas imagens de gesso e resina que são facilmente encontradas nas casas de artigos religiosos (geralmente na entrada, onde as pessoas depositam moedas).

    A personalidade dela não é das mais simpáticas, muito soberba e cheia de si, seu senso de ética é muito questionável.

    Muita gente sabe que ela faz coisas que naturalmente não devia ou pelo menos não são comuns de serem executadas por entidades.

    Esta é a pomba gira e Maria Padilha mais velha entre todas, e qualquer coisa que se conhece sobre as outras pombas giras não se aplica a ela.

    Mesmo sendo líder da falange das Rainhas, ela consegue ser única.

    História de Maria Padilha do Inferno

    A história de Maria Padilha do Inferno é conturbada, envolve traição entre irmãs e uma prisão eterna no inferno.

    Confira à seguir:

    Há muito tempo atrás, na época que os homens ainda viviam em pequenas cidadelas, existiu um Rei árabe que era pai de duas princesas gêmeas: a doce Nádia e a perversa Layla.

    Nádia era a mais velha, foi a primeira a sair da barriga da mãe na hora do parto e, por isso era a herdeira do trono.

    Seria a rainha suplente na falta do pai, porém Layla era muito invejosa e queria ser Rainha no lugar de irmã.

    As duas eram belíssimas mulheres idênticas. Nádia era bondosa, virgem, caridosa e honesta, cultuava o dia.

    Layla era malvada, promíscua, mesquinha e torpe, cultuava a noite. Quando o Rei morreu, Nádia subiu ao trono.

    Layla queria muito e passou a desejar a morte de Nádia para que pudesse usurpar o trono, porém não tinha coragem de matar a irmã com as próprias mãos.

    Layla recorreu as forças ocultas e contratou os serviços de uma bruxa chamada Débora Lagarrona. Lagarrona disse à Princesa Layla que se Nádia ainda fosse solteira, ela poderia ser oferecida para ser noiva de um demônio: o Grã Duque Nergal.

    E ele a levaria para as profundezas de Kurnugia, que é um dos andares do Inferno. E de lá ela jamais retornaria.

    Assim, Layla assumiria o trono sendo finalmente Rainha. A bruxa Lagarrona pediu uma série de especiarias para poder invocar a presença do Grã Duque Nergal e Layla forneceu tudo que ela pediu, inclusive fios de cabelo da ingênua Nádia.

    Nergal apareceu para a bruxa e aceitou Nádia para ser sua esposa. Nádia, que naquela hora estava penteando os cabelos diante do espelho, foi puxada para dentro de seu próprio reflexo caindo no quinto dos Infernos, na cama de Nergal.

    O casamento de Nádia e Nergal só poderia ser consumado caso ela fizesse sexo com ele de livre e espontânea vontade, mas ela, que era casta, se negou a deitar com ele.

    Nergal ficou enraivecido, pois se sentia enganado, já que a Bruxa Lagarrona disse a ele que Nádia o desejava como marido.

    Ele sabia que não encontraria facilmente uma mulher linda como Nádia era e, por isto não desistindo dela, a trancafiou no calabouço do castelo e a manteve lá na esperança de que ela temeria o horror daquela cadeia e aceitaria consumar o casamento.

    Com o desaparecimento da irmã, Layla foi coroada Rainha, mas isso não trouxe paz para ela. As irmãs gêmeas tem uma ligação espíritual muito grande e, por isto Layla todas as noites sonhava com Nádia presa na cela no castelo de Nergal e via os horrores que ela passava acorrentada a grilhões.

    Nergal não podia obrigar Nádia a se deitar com ele, pois isso seria um estupro, e um estupro não é sexo, estupro é uma violência.

    Somente sexo pode consumar um casamento, violência não. Nádia se negava a Nergal, repudiava a idéia de se entregar a ele.

    Todas as noites, Layla sonhava com os gritos de sua irmã sozinha numa cela escura. O remorso encheu o espírito de Layla e os sonhos a aterrorizaram todas as noites, de modo que ela quase enlouqueceu.

    Layla se arrependeu do que havia feito com a irmã. Ela chamou novamente a bruxa Lagarrona e pediu que ela invocasse Nergal novamente, mas que dessa vez queria falar com ele pessoalmente.

    A bruxa assim fez e Nergal apareceu para elas duas. O grande demônio olhou para Layla e perguntou: “Nádia? Como fugiu da cela?”

    Layla tinha como plano assumir a identidade de sua irmã para salva-la. Ela disse: “Eu sou sim Nádia, mas a mulher que tu está a manter cativa é minha irmã gêmea. Liberte-a e eu vou contigo.”

    Nergal, em um estalar de dedos, fez Nádia aparecer na sala desfalecida, suja da fuligem do fogo do inferno.

    Layla tomou a mão do demônio e foi com ele para as profundezas, onde consumou o casamento e se tornou sua esposa.

    Nádia retomou seu reinado na Terra e Layla assinou um reinado no inferno. As duas agora eram Rainhas, porém Layla não aceitou ser cônjuge de Nergal apenas, se aliou aos demônios do Inferno e assim ela derrubou o marido e usurpou todo o poder que ele tinha, sendo chamada de Rainha do Inferno.

    Nergal entregou a ela o livro dos mortos e ela até hoje existe como poderosa mulher humana que reina sobre os diabos.

    Layla se tornou a própria Luxúria, o espírito de lascívia, a dona da vaidade que reina sobre as almas condenadas.

    Ela envia para a Terra muitas almas de mulheres que tem o seu caráter, e elas se apresentam como Rainhas do Inferno.

    Deus criou a Luz, mas também criou as trevas. A mulher que tem a pele vermelha que é chamada de Diaba, um dia já foi uma princesa.

    Saravá!

    Maria Padilha do Inferno na Umbanda

    Maria Padilha do Inferno tem bastante força na Umbanda e pode ajudar qualquer pessoa que clamar por ela.

    Possui uma personalidade forte e não aguenta desaforo ou ser passada para trás, sendo uma pomba gira que pune caso seja usada da forma errada.

    Maria Padilha do Inferno deve ser usada para crescer e tornar desejos em realidade, afinal para ela é fundamental que os desejos de seus filhos virem realidade, neste caso, com certeza ela irá apoiar.

    Maria Padilha do Inferno preza pelo que é certo e pune os filhos que agem com injustiça. Ela age apenas de modo correto e ela entende bastante de seus filhos, que tendem a ser bastante pacientes no dia-a-dia.

    A coragem de Maria Padilha do Inferno é enorme, mas ela não é onipotente, ela apenas tem um lado corajoso muito famoso.

    Os filhos de Maria Padilha do Inferno possui um jeito de ser peculiar e recebem como herança muitas características da pomba gira.

    Quem é filho de Maria Padilha do Inferno ajuda a todos e recebem muita energia boa dela, são muito responsáveis, possuem uma noção da vida que faz com que eles prosperem mais facilmente e costumam ter uma posição muito leve diante dos desafios da vida, tendo muita coragem, assim como ela, que encara até os mais grandiosos desafios e problemas.

    Buscar desenvolvimento pessoal é algo natural para os filhos de Maria Padilha do Inferno, que passa muitas boas características à eles.

    Os filhos de Maria Padilha do Inferno ainda prezam muito pela justiça e essa característica também é uma marca da pomba gira.

    Se você suspeita que alguém pode ser filho ou filha de Maria Padilha do Inferno, analise a forma como essa pessoa lida com a justiça.

    O natural também é que os filhos de Maria Padilha do Inferno sejam prósperos, pois a pomba gira consegue abrir os caminhos de tais pessoas.

    Assim, Maria Padilha do Inferno deve ser vista como um símbolo de prosperidade. Ela tem a sua própria falange e sua força é realmente grande.

    Uma boa oferenda para Maria Padilha do Inferno pode ajudar a chegar mais rapidamente a essa entidade.

    Uma oferenda digna da força de Maria Padilha do Inferno deve ter champanhe, vinho, batons, espelhos e bijuterias.

    Para agradar Maria Padilha do Inferno, você precisa investir em coisas boas, afinal ela é muito positiva e a ira de Maria Padilha do Inferno apenas será atiçada se promessas feitas a ela não se cumprirem.

    A força que vem de Maria Padilha do Inferno é muito grande e todos os seus seguidores costumam ser pessoas boas e prósperas, além de muito justas.

    Ela é parceira do Exu Rei das 7 Encruzilhadas e juntos comandam os caminhos na Terra e no Inferno.

    A Imagem de Maria Padilha do Inferno

    Maria Padilha do Inferno é representada por uma mulher sorridente sentada em um trono de rainha, com coroa, capa vermelha e poucas vestes.

    Também é representada com chifres, pele vermelha e praticamente nua. Algumas imagens mais comportadas a representam com semblante mais sério, de forma mais elegante e bem vestida, podendo usar também roupas pretas.

    Maria Padilha do Inferno é associada à caveiras, felinos, serpentes, à sexualidade e ao bom gosto.

    Livro Recomendado:

  • Exu Tiriri e Maria Padilha: Festa, História e Pontos Cantados

    Exu Tiriri e Maria Padilha: Festa, História e Pontos Cantados

    Exu Tiriri e Maria Padilha são entidades festejadas juntas e, muitas vezes, evocadas juntas. Abaixo, você irá conferir o trecho de uma festa de Exu Tiriri e Maria Padilha do Cabaré e vai saber mais sobre o Exu Tiriri, suas falanges, histórias e pontos cantados.

    Festa de Exu Tiriri e Maria Padilha do Cabaré

    Um grandioso mistério de Deus é o Mistério Exu Tiriri, originado no Trono da esquerda da Lei, trabalhando na vibração de Ogum, portanto sua vibração original é a da vitalização da irradiação da Lei e da Ordem.

    Exu Tiriri existem muitos, todos com suas divisões de acordo com a sua atuação. No entanto, isso não quer dizer que ele não atue em outros campos, pois assim como existem exus que recebem suas oferendas em encruzilhadas, principalmente as de terras, o mesmo pode também receber em estradas de ferro, podem solicitar suas oferendas em outros lugares, tais como pedreiras, cachoeiras, campo aberto, dependendo da sua necessidade de trabalho, pois alguns exus carregam consigo o mistério sétuplo.

    Exu trabalha com a natureza e a natureza está em todo o lugar. O Mistério do Exu Tiriri atua nas sete irradiações divinas, da mesma forma que os Sete Mistérios (Sete Catacumbas, Sete Caveiras, Sete Encruzilhadas, Sete Aços, Sete Trevas, Sete Fogareiro etc.) e, portanto, atua vitalizando a ordem e a retidão nos sete sentidos da vida, abrindo os caminhos daqueles que são merecedores dessa dádiva, podendo realizam curas de todos os males, vindo a combater todas as formas de vingança.

    Seu poder é sobre a solidão, esperança, planejamento, meditação e saúde. Os Guardiões Tiriri atuam nas vibrações dos verbos-função “quebrador”, “devolvedor” e “retornador”, assim como são grandes especialistas em demandas e quebra de magias negras.

    Tiriri é considerado o “Senhor da vidência” ou aquele que vê mais além.

    Exu Tiriri da Calunga

    O Guardião Tiriri da Calunga é de grande força, atua em despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rios, cemitérios etc.

    Sobre suas características físicas, apresenta-se com grandes traços orientais, anda de preto, com um gato preto ou um gato sianês, possui cabelos lisos como de japonês preso como rabo de cavalo, possui uma capa preta e vermelha, usa bengala ou um bastão na sua mão.

    Ele vem na Linha de Oxalá (Conforme alguns estudiosos).

    Exu Tiriri das 7 Encruzilhadas

    Alguns estudioso afirmam que Exu Tiriri das 7 Encruzilhadas, em uma de suas “lendas”, viveu na Irlanda, no século XVI, como mero camponês.

    Era moço formoso e humilde, mas cometeu o grave pecado de se apaixonar por uma bela jovem, filha do senhor feudal do condado.

    Seu amor impossível foi causa de sua desgraça, levando-o a masmorra por vários anos, onde convivia com a fome, tortura e todo o tipo de degradação humana.

    Sua convivência com a dor, a peste, a cólera, a lepra, a tuberculose e outros males o fez, ao mesmo tempo, caridoso e revoltado, por tanta dor e sofrimento.

    Hoje, é um exu que vem na Linha da Magia Branca trabalhar para as curas de todos os males e combater todas as formas de vingança.

    A História de Exu Tiriri

    Aconteceu em Portugal, final do século dezenove. Passam das 23 horas quando Bartolomeu Custódio bate à porta de seu primo e é atendido pelo rapaz que, visivelmente, foi acordado pelas insistentes batidas.

    – Primo, preciso urgente de ti!

    Fernando manda-o entrar deixando claro estar contrariado com a visita repentina em tão tardio horário.

    – Nem me fale Bartolomeu! São réis o que deseja. Não é?

    O homem baixa a cabeça e responde num fio de voz:

    – Perdi mais de mil no carteado do Barão, senão pagar, ele ameaçou acabar com minha família.

    – Mil? Estás louco? Não faz um mês que paguei sua divida de quinhentos e já vens aqui pedir-me mais de mil? Onde vais parar, ou melhor, aonde vou eu parar com tantos réis que se vão ladeira abaixo? Achas que por ter tido sorte na vida tenho que carregá-lo nas costas? A ti, tua família, teu maldito vicio?

    Bartolomeu ouve tudo sem levantar os olhos.

    – Primo, só tenho a ti para recorrer. O que será de minha mulher e meus filhos? Juro-te que nunca mais jogarei um só conto em nada!

    O rapaz está descontrolado e replica aos gritos:

    – Já ouvi essa ladainha muitas vezes e não vou mais cair nessa conversa. Vá ao Barão e diga que não tem, não conseguiu, e ele que espere. Ainda ontem a pobre de tua mulher veio até aqui pedir-me comida. Crês nisso? Tive que dar comida a tua família. Enquanto tu espezinha-me com dívidas de jogatina. Olhe para ti! Estás em estado lamentável, além de cheirar a vinho à distância. Saia já de minha casa.

    Dirige-se para a porta e a abre com violência. Bartolomeu levanta-se lentamente, de seus olhos caem lágrimas, é duro ter que ouvir tudo que está ouvindo, apesar de ser a mais pura verdade.

    Faz ainda uma última tentativa.

    – Primo, pelos teus filhos, ajuda-me!

    Fernando continua parado à porta apontando a rua.

    – Fora daqui, vagabundo! Nunca mais me apareça, porco imundo!

    Sem mais nada a dizer, o homem retira-se lentamente ouvindo o baque violento da porta atrás de si. Caminha tropegamente enquanto as lágrimas embaçam sua visão.

    Sabe que fez tudo errado. Sempre! Foi mulherengo, bêbado, viciado em jogos. Tem a exata noção do péssimo pai e marido que é.

    Seu primo tem toda a razão em humilhá-lo. Sem perceber, depois de muito caminhar, está sobre uma ponte.

    Talvez seja essa a única saída. Faz uma pequena prece e atira-se nas águas profundas do rio. O espírito de Bartolomeu Custódio durante anos perambulou por sendas escuras e tortuosas.

    Passado um longo tempo e depois de rever erros e acertos de vidas anteriores, foi amparado por mentores que o encaminharam para a labuta do resgate cármico.

    Hoje, trabalhador de nossos terreiros, é conhecido como o grande Exu Tiriri, elegante, educado e sempre com um profundo respeito para com seus consulentes.

    É representado pela imagem de um homem sério, que veste preto e vermelho, usa capa preta, bengala e chapéu.

    Já Maria Padilha é representada pela imagem de uma mulher bonita, também elegante, que usa vestido preto e carrega consigo a imagem do cruzeiro.

    O que é Exu?

    Exú é o 1º nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos orixás, elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Òrúnmìlà, é um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais.

    Coerente com seu lugar mítico privilegiado, é ele que abre esse “corpus mitopoético”. Princípio dinâmico e princípio da existência individualizada, Exu não pode ser isolado ou classificado em nenhuma das categorias.

    Ele é como o axé (que ele representa e transporta), participa forçosamente de tudo. Segundo Ifá, cada um tem seu próprio exu e seu próprio Olorún em seu corpo.

    O nome de exu é conhecido, invocado e cultuado junto ao orixá. E é Ifá quem revela e permite-nos sabê-lo.

    Ponto Cantado de Exu Tiriri e Maria Padilha

    Ponto Cantado Festa do Exu Tiriri

    Letra do Ponto Cantado:

    É meia noite em ponto e o galo cantou
    É meia noite em ponto e o galo cantou
    Cantou pra anunciar que Tiriri chegou
    Cantou pra anunciar que Tiriri chegou

    Ele vem da calunga
    De capa e cartola
    E tridente na mão

    Esse Exú de fé
    É quem nos trás o axé
    E nos dá proteção

    Ele é Exú Odara
    E vem nos ajudar
    Com seu punhal ele fura
    Ele corta demanda, ele salva, ele cura, exú é mojubá

    Laroyê Exú
    Exú a mojuba
    Eu perguntei a ele o que é Exú
    Ele veio me falar
    Laroyê Exú
    Exú a mojuba
    Traz sua falange
    Exú Tiriri para trabalhar

    Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação
    É cumpridor da lei, Exú é esperto, Exú é guardião
    Exú é trabalho, é alegria veloz, Exú é viver
    É a magia, é o encanto
    É o fogo no sangue, na veia vibrando, Exú é lazer

    Laroyê Exú
    Exú a mojuba
    Traz sua falange
    Exú Tiriri para trabalhar
    Laroyê Exú
    Exú a mojuba
    Traz sua falange
    Exú Tiriri para trabalhar

    Vem seu tranca-ruas, Maria Padilha e Exú Marabô
    Sete encruzilhadas, seu Zé Pilintra aqui chegou
    Maria Mulambo, Maria Farrapo e Dona Figueira
    Dona Sete Saias, Pombo-gira Menina e Rosa Vermelha
    Sete catacumbas, Exú caveira firma o ponto aqui
    E o Exú Capa Preta anunciou a festa do Exú Tiriri

    É meia noite em ponto e o galo cantou
    É meia noite em ponto e o galo cantou
    Cantou pra anunciar que Tiriri chegou
    Cantou pra anunciar que Tiriri chegou

    Ponto Cantado A Festa do Exu Tiriri

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha da Figueira: Quem é, História, Características, Pontos Cantados e Oferendas

    Maria Padilha da Figueira: Quem é, História, Características, Pontos Cantados e Oferendas

    Maria Padilha da Figueira é uma Pomba Gira da Figueira e é uma das mais famosas e antigas entidades da linha do Povo de Rua, Linha de Santo Antônio ou Linha de Exu.

    Ela é uma das principais pombas giras que são sacerdotisas, feiticeiras e curandeiras. Não são consideradas guardiães de falanges, mas são presença constante em terreiros, mesmo sem incorporação.

    São o triunfo da luz sobre as trevas. São guardiães queridas e compreensivas, recebem oferendas em baixo de árvores, se possível figueiras, de preferência nas sextas-feiras, dia tradicionalmente consagrado às Deusas e aos feitiços amorosos.

    Essas oferendas incluem o figo, vinhos, maçãs, pêras, pêssegos, tamarindos, romãs, incenso, velas de diversas cores, dependendo do pedido ou trabalho realizado, rosas vermelhas, orquídeas, lírios, jasmim, ervas e especiarias, mel e perfumes.

    Suas oferendas não incluem o padê de pomba gira. Não recebem oferendas em encruzilhadas. Podem usar as cores verde, dourada, vermelha, negra, branca e roxa.

    Nas giras, trabalha de forma leve e receptiva, porém didática e exigente com médiuns e aqueles que buscam sua ajuda.

    Costumam trabalhar com pó de magia, óleos, filtros e poções. Ervas, sal terra, água e outros elementos. Seus pedidos atendem amor, saúde e prosperidade.

    Por que Figueira?

    A nomenclatura FIGUEIRA veio pela convicção das mulheres em seus conceitos religiosos envolvendo curandeirismo e magística, que culminava em ser queimadas vivas, e a base desta fogueira eram galhos de figueira.

    Isso devido à parábola bíblica em que Jesus condena a figueira que não deu frutos, tornando esta árvore literalmente amaldiçoada, e destinada ao enforcamento e queima dos hereges.

    Há também a antiga lenda de que Figueira não dá frutos, ou que Figueira, palavra usada como ofensa para mulheres que não têm filhos, seria um título para estas mulheres que na última encarnação não puderam ter filhos.

    História e Características de Maria Padilha da Figueira

    A pomba gira Maria Padilha da Figueira é uma guardiã na umbanda e outras religiões afro brasileiras. Maria Padilha da Figueira é bonita e tem uma história única.

    Ela é associada à parábola bíblica em que Jesus condena a figueira que não deu frutos, porém é muito saudada como uma pomba gira rainha.

    Dizem ser mulher de Tiriri. Muito séria, não gosta de muitas falas. Gosta mesmo é de chegar, sentir o ambiente, dar o recado e ir embora.

    Com o humor alternado, tanto pode estar bem, como pode se irritar, e é certeira nas coisas que fala e promete.

    É muito franca no que fala e faz. Gosta de champagne, anis e melado, preferindo as bebidas mais fortes e doces (não podemos esquecer que exu bebe qualquer coisa).

    Não dá muita importância às jóias, mas gosta de usar brincos e, principalmente, anéis, se assim ela pedir. Fuma cigarros e gosta de rosas e incensos de rosas vermelhas.

    Suas cores são o preto, o vermelho e roxo, sendo que o preto predomina. Não liga muito para as vestes, mas não dispensa uma saia, pois ela gosta de segurar sua saia e movimenta-la.

    Em uma de suas passagens, foi uma bruxa muito forte nos tempos da Inquisição. Não é de muitos amigos, porém é muito fiel e, se você pedir com fé, ela atende.

    Não é de se mostrar muito em jogos de búzios. Aparentemente, é uma mulher de meia-idade, tem cabelos negros e compridos, e adora dançar o tempo todo.

    Conversa pouco, porém ajuda a muitos e sempre tem uma palavra amiga para todos os que a procuram. Não é muito de amarrações ou união, gosta mesmo é de resolver o problema, chegando até ser mais hostil em determinadas atitudes.

    Se trata de uma mulher educada, fala baixo e gosta de explicar as coisas como são. É muito carinhosa com as pessoas mais próximas a ela.

    Abaixo, você pode conferir uma de suas histórias:

    As lágrimas desceram lentamente pelo rosto de Giulia no momento em que fechou a porta e olhou para a cama velha com lençóis amarelados.

    Ali, naquela pocilga, passaria a viver de agora em diante. Antigas lembranças passaram diante de seus olhos.

    Resquícios de um tempo em que imaginara ser feliz. O casamento com Aprígio parecia ter sido há tanto tempo, e na realidade apenas cinco anos se passaram.

    O amor enorme que crescia a cada dia nos tempos de noivado foi aos poucos se transformando em um apagado sentimento sem definição.

    Amizade? Não, nem isso, apenas desamor, acompanhado de uma cruel sensação de mágoa. Dias e noites passados em solidão conseguiram destruir o castelo de sonhos.

    Quando conheceu Hugo, amigo de seu marido, o mundo pareceu criar novas cores. Ele sim lhe dava atenção e carinho.

    Um mês inteiro de amor sem medida, paixão tórrida que arrebatava seu corpo e mente em total loucura descuidada.

    Aprígio um dia voltara, sem aviso, e os pegara em sua cama. Alucinado pelo ódio, desferiu três tiros sobre o amigo, matando-o instantaneamente.

    Ela, nua, correu. A lembrança das janelas se abrindo com pessoas apontando sua nudez entre comentários maldosos ainda envergonha.

    Alguém (quem seria?), jogou um velho vestido sobre ela que pode enfim cobrir-se, mesmo enquanto corria.

    Conseguira alguns trocados com uma prima que, no entanto, não a queria por perto e foi com esse dinheiro que alugou esse quarto miserável em que agora se encontra.

    Não há um amigo, um parente ou mesmo conhecido que a aceite e lhe estenda a mão. Sua vida acabou por completo.

    Na pequena cidade não há quem não a aponte com maldade (um pouco de nojo também). Ninguém entende o que se passou e ninguém quer escutá-la.

    Mas se nem ela mesma consegue entender e se perdoar, como esperar isso dos outros? Perdida em meio a esses pensamentos, relanceia o olhar pelo aposento e nota, a um canto, um lençol rasgado.

    É isso! Pega o pano e percebe que o rasgo, se aumentado, será uma grande tira. Lentamente passa a rasgar e amarrar as tiras.

    A janela é alta e nela prende a ponta do tecido, a outra ponta é enrolada no pescoço. Arrasta o pequeno criado-mudo e sobe.

    Com um pequeno pontapé no móvel, lança-se à morte. Seu espírito totalmente atordoado perambulou por negros caminhos de escuridão profunda.

    Anos se passaram até que Giulia conseguisse perceber os erros que cometera. Hoje, passadas algumas décadas, ela atende em nossos terreiros com o nome de Pomba-Gira Figueira.

    Tornou-se mais uma trabalhadora dessa grande falange que, apesar de ser pouco conhecida, sempre é lembrada em nossas trunqueiras.

    Quem são as Pombas Giras da Figueira?

    As Pombas Giras que atuam como Pombas Giras da Figueira, como Maria Padilha da Figueira, são espíritos femininos que viveram encarnações como sacerdotisas ou seguidoras dos antigos cultos pagãos em que se cultuava a Deusa ou a Grande Mãe.

    Naturalmente, muitos desses espíritos se converteram à nova fé professada e institucionalizada como única e verdadeira em que a figura Divina fora substituída pela figura masculina.

    Entretanto, muitas vezes, isso aconteceu por causa do derrame de sangue nas mais terríveis torturas. E as mulheres, convictas em suas crenças, eram fortes o suficiente para bancarem o custo da sua fé, pois eram mandadas à fogueira, estas com madeira da árvore Mãe dos figos, a Figueira, devido à parábola bíblica em que Jesus condena a figueira que não deu frutos.

    Numa interpretação simplista, o povo ligou a algo amaldiçoado por si só. Os espíritos que trabalham como pomba gira atuando na vibração da figueira, como Maria Padilha da Figueira, têm em comum as experiências como as sacerdotisas, feiticeiras e curandeiras.

    Sempre os conflitos religiosos estavam presentes e os usavam para ajudar aqueles que as procuravam. Elas são mestres nas artes magísticas e têm ocupado papel crescente através de ritos, práticas e ensinamentos.

    Seus pedidos atendem amor, saúde e prosperidade em todos os sentidos da vida.

    Pontos Cantados de Maria Padilha da Figueira

    “Foi numa estrada velha, na subida de um serra, numa noite de luar, de luar, Pomba Gira da Figueira, moça bela e faceira dá o seu gargalhar, porque ela é mojubá, ela é mojubá, ela é mojubá…”

    Não só Maria Padilha da Figueira como todas as pombas giras da figueira possuem muitos pontos cantados.

    Á seguir, você poderá escutar os mais bonitos.

    Ponto Cantado 01:

    Este ponto cantado de Maria Padilha da Figueira, chamado A Figueira Apareceu, é cantado pelo Ogan Tião Casemiro e foi postado pelo Ogan Leandro.

    Letra do Ponto Cantado:

    Tremeu, tremeu, a catacumba tremeu
    Tremeu, tremeu, quando a figueira apareceu (2x)

    Ela é encanto, ela tem magia
    Ela é figueira, também é Padilha
    Uma rosa á dada
    Ela é Maria
    Também veste roxo

    Ponto Cantado 02:

    Este ponto cantado é Maria Padilha das 7 Figueiras e se chama No Alto da Figueira. No vídeo abaixo, é interpretado por Felipe de Oxalá.

    Letra do Ponto Cantado:

    Um vento frio soprou nas matas
    E a gargalhada ecoou na escuridão
    No alto da figueira estava ela
    Com uma serpente na mão (bis)
    As almas vinham de todo lugar
    E giravam pela mata inteira
    Invocadas por aquela moça
    A senhora dona da figueira (bis)
    Gira no mato, gira na calunga
    Que bela moça, que olhar sombrio (bis)
    Sete figueiras, seu sorriso me encanta
    Sua gargalhada me dá arrepios (bis)

    Ponto Cantado 03:

    Esse ponto cantado foi postado por Ogã William De Xangô. É ponto cantado de festa e pra chegada de Maria Figueira.

    Letra do Ponto Cantado:

    Olha que noite, olha que beleza

    Essa noite tão bonita que é de Maria Figueira

    A calunga está em festa

    Ela chega pra girar

    Com seu manto volumoso e pra todos ajudar

    Vem chegando Marabô

    Ele não é brincadeira

    Vem saudar a noite linda que é de Maria Figueira

    Me aparece Zé Pilintra com vontade de beber

    Praticando a caridade, com humildade e com amor

    Nessa noite tão formosa que Pai Zambi abençoou

    Ponto Cantado 04:

    Esse ponto cantado, chamado Vem Feiticeira, é de autoria de Regentes do Tambor. O ponto faz alusão às oferendas entregues na mata à Maria Padilha da Figueira.

    Letra do Ponto Cantado:

    A galinha preta que eu larguei na mata
    A oferenda que pra lá deixei
    Sete champanhas e uma rosa negra
    Eu sei que minha demanda ela vai vencer
    Mas de repente tudo iluminou
    Mas de repente tudo se apagou
    A gargalhada foi tremer as folhas
    A feiticeira das matas chegou
    Vem feiticeira!
    Vem feiticeira a pomba gira
    Que é mulher de Lúcifer (bis)
    Todo mundo corre
    Todo mundo quer saber
    Ela é Dona Figueira
    Não conhece quem não quer (bis)
    Pomba Gira que é rainha
    Nas matas de Satanás
    Não mexa com ela
    Porque se pode queimar
    Feiticeira! (bis)

    Ponto Cantado 05:

    Esse ponto cantado é de três Marias Padilhas: da Figueira, do Cemitério e a Rainha.

    Letra do Ponto Cantado:

    Foi Iansã quem lhe deu forças
    Para ser rainha de Exu mulher
    Saravá Figueira Rainha do Cabaré
    Não importe que falem de ti, ela é Pomba Gira e trabalha assim (2x)
    Saravá Figueira Rainha do Cabaré (2x)

    Se a sua catacumba tem mistério… Mas ela é Pomba Gira do Cemitério (2x)
    Mas ela é loira do olho azul, mas ela é a filha de seu Omolú (2x)

    Padilha, foi você quem falou, você falou que gostava de mim (2x)
    Padilha, quando você for embora, quando você for embora, deixe uma rosa pra mim (2x)

    Ponto Cantado 06:

    Esse ponto cantado de Maria Padilha da Figueira se chama Ela é Um Furacão e os créditos devem ser dados à Genivan D’Oxum Pandá.

    Letra do Ponto Cantado:

    Vem descendo a serra, levantando a poeira
    Ela é um furacão
    Não mexa com a Figueira

    Ponto Cantado 07:

    Esse ponto cantado se chama Louvação a Dona Figueira e é de José Carlos de Oxóssi.

    Letra do Ponto Cantado:

    Sua gargalhada ecoa na madrugada

    A Dona Figueira não é cinza, ela é brasa

    Com sol ou lua

    Louvamos com fé

    A Dona Figueira

    Tá pro que der e vier

    Tá pro que der e vier

    Tá pro que der e vier

    Não mexa com a Figueira

    Brincadeira ela não é

    Transforma espinho em rosa

    Se fores merecedor

    Na barra da sua saia

    Ninguém nunca encostou

    Labareda de fogo queima

    É o aviso que ela dá

    Quem quer caminhos floridos

    Com ela não vai brincar

    Tá pro que der e vier

    Tá pro que der e vier

    Não mexa com a Figueira

    Brincadeira ela não é

    Ponto Cantado 08:

    Esse ponto cantado de Maria Figueira se chama Hoje a Festa é Sua! e realmente é um ponto de festa pra chegada de Maria Figueira.

    Letra do Ponto Cantado:

    Hoje é dia de festa
    Festa de Exu
    Pomba Gira Laroyê
    Vamos chamar a guardiã desse terreiro
    Vem Maria Figueira
    Vem nos vales
    É minha protetora
    É mulher e é guerreira
    De belezas sem igual
    Ela é Maria Figueira
    Bruxa poderosa
    Ela é dona desse chão
    Vem girar minha rainha
    Nos dê sua proteção
    Hoje a festa é sua
    Tome essa linda canção
    Abençoe esta casa
    A corrente e os irmãos

    Oferenda Para Maria Padilha da Figueira #1

    Oferenda Para Maria Padilha da Figueira #2

    Materiais Necessários:

    • Bife
    • 3 rosas vermelhas
    • Alguidar nº2
    • ½ metro de murim vermelho
    • Vela bicolor vermelha e preta
    • Champanhe
    • Cigarro
    • Azeite de dendê
    • Farinha de mandioca
    • 1 cebola fatiada

    Como Fazer:

    No alguidar, misture um pouco de farinha de mandioca com azeite de dendê (caso a mesma esteja enquizilada, poderá substituir por padê de melado e, neste caso, não levará o bife e poderá colocar frutas que “não” sejam ácidas).

    Em uma frigideira, coloque um pouco de dendê e coloque o bife quando estiver quente, mas não deixe fritar, vire de um lado para outro, só para pegar uma cor.

    Pegue a metade da cebola fatiada e coloque na frigideira, porém não deixe dourar. Coloque o bife no alguidar e as fatias da cebola em cima.

    Leve para os pés de uma árvore, arrume o murim no chão e coloque o alguidar em cima. Coloque duas rosas na oferenda e uma no champanhe.

    Acenda a vela e os cigarros e peça com fé tudo o que deseja, pois ela irá lhe ajudar.

    Quem é Maria Padilha da Figueira na Umbanda?

    Maria Padilha da Figueira é rara nos terreiros de umbanda, mas muito poderosa e conhecedora de feitiços e magias, como poucos são.

    Se apresenta como uma bela mulher mais velha e sábia, que adora a natureza e o poder das energias dos elementos da natureza, e é também grande conhecedora das ervas e suas propriedades, para o bem e para mal.

    Esses conhecimentos possibilitam, assim, que ela consiga atuar e ajudar junto a quase todo tipo de problema que os consulentes trazem a ela, desde saúde ou vícios, até problemas amorosos ou financeiros.

    Maria Padilha Figueira do Inferno

    Maria Padilha Figueira do Inferno é uma pomba gira rara nos terreiros, mas muitos procuram saber quem ela é e como ela atua.

    Ela é cultuada através de imagens e esculturas e é uma pomba gira séria, não gosta de brincadeiras. Muitas vezes, dá o seu recado e vai embora.

    Maria Padilha Figueira do Inferno é muito consultada por pessoas que procuram uma solução para os seus problemas.

    Ela é muito amável, só não pode pisar em seu calo. É muito sincera, gosta de fidelidade, é carinhosa com seus consulentes e trabalha com outros exus da figueira.

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha na Umbanda: Músicas e Pontos Cantados, História e Características

    Maria Padilha na Umbanda: Músicas e Pontos Cantados, História e Características

    Maria Padilha é bonita, é mulher e sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.

    Maria Padilha, talvez a mais popular pomba gira, é considerada o espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Maria Padilha, segundo sua história, é a amante do rei de Castela que possui uma trajetória de aventuras e feitiçaria de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.

    Mas, de fato, não se sabe se Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de Umbanda e Candomblé.

    Maria Padilha chegou primeiro aos terreiros de Umbanda e, posteriormente, por força de adeptos convertidos da Umbanda, seu culto também foi incluído no Candomblé.

    Até na Bahia, onde a Umbanda não tem muita expressão, não só Maria Padilha como todas as “Padilhas” também estão presentes.

    Maria Padilha, também conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada, senhora da magia, não é um espírito apenas, é uma falange (agrupamento) de pombas giras (também chamadas de inzilas) pertencente ao sincretismo das religiões afro-brasileiras umbanda, quimbanda e candomblé.

    Entre as diversas sub-falanges estão:

    • Maria Padilha do Cruzeiro das Almas – Linha de Omolu-Obaluaê/Iansã
    • Maria Padilha da Encruzilhada – Linha de Ogum
    • Maria Padilha do Cemitério – Linha de Omolu-Obaluaê
    • Maria Padilha da Calunga – Linha de Oxum/Iemanjá
    • Maria Padilha das Sete Catacumbas / Sete Tumbas – Linha de Omolu-Obaluaê
    • Maria Padilha da Navalha – Linha de Oxum
    • Maria Padilha das Sete Saias – Linha de Oxum

    Maria Padilha é a feiticeira das pombas giras e a pomba gira mais procurada nos terreiros. A história de Maria Padilha conta que ela teria nascido no ano de 1334, em Palencia, na Espanha, e pertenceu a uma família castelhana, os Padilla, cujo nome seria eternizado em brasão posteriormente a sua morte.

    Maria Padilha está enterrada na Capela dos Reis, cuja visitação é proibida, e através da história da Maria Padilha, é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer.

    Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.

    A história da Maria Padilha foi realmente um caso de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.

    Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.

    A força da falange de Maria Padilha está ligada ao seu apego à matéria e ao seu grande amor. Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens, e é chefe de terreiro, e sua figura articula uma dualidade que forja em nós tanto a celebração da liberdade erótica como também o seu estereótipo.

    Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros Maria Padilha comanda os feitiços, dá orientações e conselhos, principalmente sobre amor

    Maria Padilha é uma importante figura das religiões de origem africana e é representada pela imagem de uma feiticeira, uma mulher sensual, independente e dominadora, incorporada por um(a) médium.

    Dependendo da linhagem e de outras características, Maria Padilha escolhe seu parceiro (normalmente, um exu ou um malandro) para realizar determinados trabalhos juntos.

    Em relação ao culto à Maria Padilha, ela é conhecida por adorar presentes bonitos e sedutores, como cidra e rosas vermelhas, afinal ela é o símbolo da sedução, do feitiço e do amor.

    Maria Padilha age nas causas relacionadas ao amor, relacionamento e sexo. Maria Padilha ajuda apenas aqueles que a procuram por amor e com a melhor das intenções.

    Quando incorporada, o que anuncia sua manifestação, o que abre a porta para a chegada de Maria Padilha, é a boca: uma sonora gargalhada; e ela se apresenta como Rainha Maria Padilha ou Maria Padilha de Castela.

    Foi no imaginário e nos conjuros das mulheres que Maria Padilha aportou no Brasil e se estabeleceu como entidade da Linha de Esquerda, onde seus companheiros principais são os Exús e Seu Zé Pelintra, que vão trabalhar com ela tanto na Umbanda quanto no Candomblé e na Quimbanda, tida frequentemente como magia negativa.

    Maria Padilha é vista como uma senhora de uma feminilidade demoníaca, vulgar e sexualmente indomável, mas Maria Padilha vem fazer justiça e abriu a porteira para uma falange de Moças (outro nome que Elas gostam): Rosa Vermelha, Rosa Caveira, Maria Navalha, Sete Saias, Maria Molambo, Maria Quitéria… e muitas mais.

    Maria Padilha está apagada ou reduzida a amante assassina na própria cidade onde viveu, mas não aqui, no Brasil.

    No Brasil, Maria Padilha está bem viva e é versada em magia, e estabelecemos conexão com esta entidade através das Macumbas, Umbandas, Candomblés e Quimbandas da vida.

    Maria Padilha é a rainha de todas as giras (rituais da umbanda para realização de trabalhos espirituais por meio de médiuns incorporando entidades).

    No começo, Maria Padilha era apenas um nome nas fórmulas mágicas das feiticeiras da Europa, no entanto ela veio com as bruxas e os adivinhos condenados ao degredo pela Inquisição e logo se tornou um dos nomes mais chamados nas rezas e feitiçarias brasileiras, cuja imagem é representa por uma mulher branca, de cabelos longos e pretos; com colares, pulseiras e rosas; e trajando vestido vermelho, preto ou vermelho e preto.

    Muitas vezes, aparece com uma coroa e um tridente e quase sempre com uma das mãos na cintura e a outra segurando a barra do vestido.

    Também não é raro encontrá-la representada seminua em esculturas ou com vestido branco. Outros dois objetos comumente associados à imagem de Maria Padilha são o cetro e o punhal.

    Muitas pessoas tem Maria Padilha de frente, como protetora, precisando buscar pelo auxilio de uma casa de Umbanda e uma Mãe ou Pai de Santo para ajudar a entender melhor essa guarda de Maria Padilha.

    Uma coisa que é peculiar da Umbanda, mas não só da Umbanda, é a guia de Maria Padilha, que é usada pelos médiuns, e as imagens em gesso, para o culto à esta pomba gira.

    A umbanda se divide numa linha da direita, voltada para a prática do bem e que trata com entidades “desenvolvidas”, e numa linha da “esquerda”, a parte que pode trabalhar para o “mal” e onde Maria Padilha está incluída, também chamada quimbanda, e cujas divindades, “atrasadas” ou demoníacas, sincretizam-se com aquelas do inferno católico ou delas são tributárias.

    Músicas e Pontos Cantados de Maria Padilha na Umbanda

    Ponto Cantado de Maria Padilha – Tapete de Rosas

    Tapete de Rosas é um dos mais lindos pontos cantados da pomba gira Maria Padilha. É um ponto cantado de Umbanda.

    Dê o play abaixo e escute-o.

    Letra do Ponto Cantado:

    Maria Padilha, você é a flor perfeita,
    que vem dentro dessa seita para aqueles que tem fé.
    Tu és a Rosa que perfuma a Umbanda, vencedora de demandas,
    com Amor e muito Axé.
    Maria Padilha, não me deixe andar sozinho,
    ponha rosas sem espinhos nos caminhos onde eu passar.
    Maria Padilha, não me deixe andar sozinho, ponha rosas sem espinhos nos caminhos onde eu passar.

    Oh, Pombo – Girê, Oh, Pombo – Gira, faça um tapete de rosas pra que eu possa caminhar.

    Ponto Cantado de Maria Padilha – Salve Maria Padilha

    Salve Maria Padilha é uma música de Manoel do Exu e incluído em seu álbum Pontos de Maria Padilha. Essa é uma das maiores saudações à Maria Padilha em forma de música.

    Letra do Ponto Cantado:

    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha, que ilumina o meu caminhar

    Perambulava pelas ruas já sem saber o que fazer
    Procurava na noite uma solução para tanta dor
    Sofrimento e solidão

    Então eu clamei ao povo da rua
    Que me enviasse, no momento, alguma ajuda, pois eu já não tinha
    Força para continuar

    Então eu clamei ao povo da rua
    Que me enviasse, no momento, alguma ajuda, pois eu já não tinha
    Força para continuar

    Quando me virei vi uma mulher na beira da estrada
    Trazia uma rosa em suas mão, um feitiço no olhar
    Naquela bela noite de luar, deslumbrei sua dança
    Com sua saia a rodar, eu me aproximei
    E lhe perguntei o que ela fazia na estrada

    Ela respondeu: Moço eu sou Rainha, vim lhe ajudar
    Sou Maria Padilha
    Ela respondeu: Moço eu sou Rainha, vim lhe ajudar
    Sou Maria Padilha

    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha

    Quando eu precisei, oh pomba gira, você veio me ajudar
    Deste outro rumo a minha vida
    Hoje eu venho lhe louvar

    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha

    Quando eu precisei, oh pomba gira, você veio me ajudar
    Deste outro rumo a minha vida
    Hoje eu venho lhe louvar

    Perambulava pelas ruas já sem saber o que fazer
    Procurava na noite uma solução para tanta dor
    Sofrimento e solidão

    Então eu clamei ao povo da rua
    Que me enviasse, no momento, alguma ajuda, pois eu já não tinha
    Força para continuar

    Então eu clamei ao povo da rua
    Que me enviasse, no momento, alguma ajuda, pois eu já não tinha
    Força para continuar

    Quando me virei vi uma mulher na beira da estrada
    Trazia uma rosa em suas mão, um feitiço no olhar
    Naquela bela noite de luar, deslumbrei sua dança
    Com sua saia a rodar, eu me aproximei
    E lhe perguntei o que ela fazia na estrada

    Ela respondeu: Moço eu sou Rainha, vim lhe ajudar
    Sou Maria Padilha
    Ela respondeu: Moço eu sou Rainha, vim lhe ajudar
    Sou Maria Padilha

    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha

    Quando eu precisei, oh pomba gira, você veio me ajudar
    Deste outro rumo a minha vida
    Hoje eu venho lhe louvar

    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha
    Salve Maria Padilha

    Quando eu precisei, oh pomba gira, você veio me ajudar
    Deste outro rumo a minha vida
    Hoje eu venho lhe louvar

    Melhores Pontos Cantados de Maria Padilha

    Escute, nos vídeos abaixo, alguns dos melhores pontos cantados de Maria Padilha.

    Vídeo 1:

    Vídeo 2:

    Vídeo 3:

    Ponto Cantado de Maria Padilha – Deu Meia Noite

    Esse ponto cantando faz referência à dama da madrugada, ou seja, Maria Padilha e à saúda bastante, enfatizando o fato dela atender qualquer pedido.

    Letra do Ponto:

    “Deu meia-noite
    A Lua se escondeu
    Lá na encruzilhada
    Dando sua gargalhada
    Maria Padilha apareceu

    Deu meia-noite
    A Lua se escondeu
    Lá na encruzilhada
    Dando sua gargalhada
    Maria Padilha apareceu

    A laroiê, a laroiê, a laroiê
    É mojubá, é mojubá, é mojubá
    Ela é odara
    Quem tem fé na Maria Padilha
    É só pedir que ela vai dar

    A laroiê, a laroiê, a laroiê
    É mojubá, é mojubá, é mojubá
    Ela é odara
    Quem tem fé na Maria Padilha
    É só pedir que ela vai dar

    Laroiê, Exu Mulher!”

    Ponto Cantado de Maria Padilha – Dói, Dói, Dói

    Letra do Ponto:

    Dói, dói, dói, dói, dói
    Um amor faz sofrer
    Dois amor faz chorar

    Dói, dói, dói, dói, dói
    Um amor faz sofrer
    Dois amor faz chorar

    Quem é você pra deitar na minha cama

    Papagaio come milho

    E periquito leva fama

    Ponto Cantado de Maria Padilha do Cabaré – Quem é Essa Mulher na Porta do Cabaré

    Letra do Ponto:

    Quem é essa mulher
    Na porta do cabaré
    Quem é essa mulher
    Na porta do cabaré

    Cabaré, cabaré
    Quem é essa mulher
    Cabaré, cabaré
    Quem é essa mulher

    Joguei no rei
    Parei no ás
    Joguei no rei
    Parei no ás

    Eu quero ver você fazer
    O que a Padilha faz
    Eu quero ver você fazer
    O que a Padilha faz

    Letras dos Melhores Pontos Cantados de Maria Padilha:

    Ponto Cantado 01:

    De onde é que Maria Padilha vem
    Aonde é que Maria Padilha mora
    Ela mora na mina do ouro
    Aonde criança não chora.

    Ponto Cantado 02:

    Maria Padilha,
    Rainha do Candomblé
    Firma curimba
    Que tá chegando mulher

    Ponto Cantado 03:

    Maria Padilha,
    Traz linda figa de ouro
    Oi saravá Rainha linda da quimbanda,
    Sua proteção é um tesouro.

    Ponto Cantado 04:

    Ela é Maria Padilha,
    De sandalinha de pau
    Ela trabalha pro bem
    Mais também trabalha pro mal

    Ponto Cantado 05:

    Quem não gosta de Maria Padilha
    Tem, tem que se arrebentá
    Ela é bonita
    Ela é formosa
    O bela vem trabalhar.

    Ponto Cantado 06:

    De garfo na mão,
    Lá vem mulher bonita,
    Bonita e muito formosa,
    Muito formosa e muito cheia de rosas,
    Lá vem Maria Padilha,
    Dos 7 cruzeiros da calunga.

    Ponto Cantado 07:

    Oi quem mora nessa ilha
    Oôâi quem mora nessa ilha
    Fogo por todos os lados
    Garfo seguro na mão
    Rosas no chão se espalhando
    Formosa ela vinha então
    Era Padilha, Era Padilha
    Maria Padilha
    Quem não me respeita
    Logo se afunda
    Eu e Maria Padilha
    Dos 7 cruzeiros da calunga.

    Ponto Cantado 08:

    Na minha encruzilhada,
    Muito consagrada,
    Tenho muitas rosas
    Tão apreciadas
    Com um perfume
    Quero alegrar,
    Os filhos que têm fé
    É quem me chamar
    Também tenho garfo,
    Para espetar,
    Espetar a Alma
    De quem me maltratar
    Sou Maria Padilha
    Dos 7 cruzeiros.
    Tenho Força das almas
    Dos velhos do cativeiro.
    Trabalhamos unidos
    Numa só braçada,
    Sou Maria Padilha
    Formosa e muito amada.
    Meu melhor vestido,
    Quero ofertar,
    Para o inimigo
    Cor da menga pra sangrar.
    O preto da minha roupa,
    Vou presentear,
    Ao inimigo, na escuridão vai ficar.
    Ai vai minha luz
    No branco da minha roupa,
    A você que é bom,
    E não tem língua solta.
    sou Maria Padilha
    Dos 7 cruzeiros.
    Saravo vocês que me vêem,
    É vocês que me chamam e não creem.
    Quem caminha com minha ajuda,
    Muita força há de ganhar,
    Mas coitado, muito coitado,
    De quem me desafiar.
    Minha falange é muito boa,
    pelo menos eu considero,
    Tenho até muitas crianças,
    Como Exu, e que venero.
    Trabalho de muitas formas,
    O mistério é profundo,
    Jogo muitos Eguns,
    Em cima de vagabundos.

    Ponto Cantado 09:

    Meu Santo Antônio
    Veio me ajudar
    Enfeitar a terra
    Enfeitou o Gongá
    Trouxe a Padilha na gira
    Para me limpar,
    Saravá Santo Antônio
    Saravá seu Gongá
    Saravá Santo Antônio
    E Padilha pra me ajudar.

    Ponto Cantado 10:

    Nas 7 calungas ela faz sua ronda
    É lá que é sua morada
    Ela é morena e muito formosa
    É lá que é sua morada
    Maria Padilha da Quimbanda
    Também trabalha na encruzilhada
    Mas no cruzeiro faz sua ronda
    E demanda na encruzilhada.

    Ponto Cantado 11:

    Meu garfo já chegou na terra
    Estou querendo guerra
    Meu garfo já finquei na terra
    Estou guerreando, estou guerreando
    Eu estou trabalhando
    Eu estou lhe limpando
    Estou lhe limpando.

    Ponto Cantado 12:

    Padilha minha Pomba Gira
    Padilha minha grande amiga
    Aonde você está estou a gritar
    Se está sempre me enganando
    É para me ajudar.

    Ponto Cantado 13:

    Quando eu nasci, eu era formosa
    E fui muito sacrificada
    Hoje moro no cruzeiro
    Ao lado de Pai Omulu
    Ele é pai feiticeiro
    Feiticeiro de muita força e luz
    Ele é dono do cruzeiro
    Ordenança de Ogum
    No seu reino eu vou vivendo
    As almas que me conduzem
    Me chamo Maria
    Dos 7 cruzeiros de luz.

    Ponto Cantado 14:

    Ela é Maria Padilha
    Ela agora vai girar
    É nas suas 7 calungas
    É lá que ela vai ficar
    É logo que ela vai girar
    Todo o mal ela vai levar
    E quem tiver inimigo
    Pensa em mim quando eu girar
    Pensa em mim
    Com muita firmeza
    Que todo o mal eu vou levar
    Quando eu chegar na minha morada
    O inimigo vai pagar
    É lá que a prestação de contas
    E as contas não vão falhar.

    Ponto Cantado 15:

    Deu meia noite
    A lua se escondeu
    Foi lá na encruzilhada
    Ouvi uma gargalhada
    E a Padilha apareceu
    Alaruê, alaruê, alaruê
    É mojubá, é mojubá, é mojubá
    Ela é Odara
    quem tem fé em pomba gira
    É só pedir que ela dá.

    Ponto Cantado 16:

    Dizem que Pombagira é uma rosa
    É uma rosa que nasceu no meio do espinho
    Maria Padilha, rosa sem espinho
    segue os meus passos ilumina os meus caminhos.

    Ponto Cantado 17:

    Abre a roda (bis)
    Deixa a Maria Padilha trabalhar
    Quando ela vem,
    Ela tem peito de aço, (bis)
    E o coração de um sabiá.

    Ponto Cantado 18:

    Foi Iansã quem te deu força
    Rainha de quem tem fé
    Vamos saravá (bis)
    Maria Padilha que mulher (bis).

    Ponto Cantado 19:

    A sua catacumba tem mistério,
    Mas, ela é a Rainha do Cemitério!
    Mas, ela é loira, dos olhos azuis,
    Maria Padilha, Filha de seu Omolu!

    Ponto Cantado 20:

    Padilha ó Padilha ó
    A pedra do seu anel
    Brilha mais do que o sol (bis)
    Com sua saia, sua rosa no cabelo,
    Como é bonito ver a Padilha no terreiro (bis).

    Ponto Cantado 21:

    Choveu, choveu,
    Só lá na calunga é que não choveu,
    É que a Padilha Cruzeiro das Almas
    Presta conta pra Deus.

    Ponto Cantado 22:

    Moça, me dá um cigarro do seu pra fumar,
    Porque dinheiro
    Eu não tenho pra comprar
    Vivo sozinho, vivo na solidão
    Maria Padilha me dê sua proteção
    Ô moça, ô moça, ô moça
    Me ajude com a sua força.

    Ponto Cantado 23:

    Cemitério é praça linda
    Que eu não quero passear (bis)
    Lá tem sete catacumbas,
    A Padilha mora lá
    Mora lá, mora lá
    A Padilha mora lá.

    Ponto Cantado 24:

    Sua gargalhada ecoa na madrugada
    Maria Padilha não é cinzas, ela é brasa
    Com sol ou lua, louvamos com fé
    Maria Padilha está pro que der e vier
    Não mexa com a Padilha, brincadeira ela não é
    Transforma espinho em rosas se fores merecedor
    Na barra da sua saia ninguém nunca encostou
    Labareda de fogo queima, é o aviso que ela dá
    Quem quer caminhos floridos, com ela não vai brincar.

    Ponto Cantado 25:

    Maria Padilha
    Estou cantando em seu louvor,
    Na barra da sua saia
    Corre água e nasce flor.

    Ponto Cantado 26:

    Umbanda, sua rainha chegou
    Umbanda, mais uma estrela brilhou (bis)
    O salve, salve a Pomba Gira
    Que veio da encruzilhada
    Para alegrar nossa gira
    O salve seu ponteiro de aço
    Salve a sua tesoura que
    Corta todo embaraço.

    Ponto Cantado 27:

    Quem viu o sol se esconder
    Quem viu a lua brilhar
    Quem viu o espinho da rosa
    Também vai ver Maria Padilha chegar (bis)
    Os seus olhos são verdes
    Sua cor é mulata
    Seus cabelos são negros
    E a sandália é de prata
    Numa mão tem perfume
    Na outra tem a flor
    Para Umbanda querida
    Maria Padilha traz paz e amor.

    Ponto Cantado 28:

    Quem mora lá em cima do coqueiro
    Deu meia-noite lá na encruzilhada
    É a Maria Padilha
    Ela é a rainha da madrugada
    Ô gira o exu e a sua faca brilha
    Vem girando
    Vem girando
    É o exu Maria Padilha

    Ponto Cantado 29:

    Exu Maria Padilha
    Trabalha na encruzilhada
    Toma conta, presta conta
    Ao romper da madrugada

    Pomba gira, minha comadre
    Me proteja noite e dia
    É por isso que eu zombo
    Das suas feitiçarias

    Exu Maria Padilha
    Trabalha na encruzilhada
    Toma conta, presta conta
    Ao romper da madrugada

    Pomba gira, minha comadre
    Me proteja noite e dia
    É por isso que eu zombo
    Das suas feitiçarias

    Ponto Cantado 30:

    Que linda rosa, mas que bela mulher

    É uma grande Pombo Gira, toda coberta de axé

    Eu peço a ti que me proteja ao longo dessa caminhada

    Abre nossos caminhos e nos dê sua proteção, Pombogira iluminada

    Laroyê, mas ela vem com sua coroa e perfumada

    Salve Maria Padilha, rainha das 7 encruzilhadas

    Ponto Cantado 31:

    E lá no céu eu avistei a lua cheia clarear

    E no terreiro dando as suas gargalhadas

    Maria Padilha, a Mojubá

    É a dona dos meus caminhos

    Ela está sempre comigo e nela eu posso confiar

    Ponto Cantado 32:

    Que lugar distante, numa rua tão deserta

    Tinha um cemitério antigo e uma catatumba aberta

    Dentro da cova tinha pano de caixão, tinha osso de defunto cravejado coração

    7 novelos de linha, tinha cadeado velho, tinha sangue de galinha

    E dentro da cova tinha um vulto ajoelhado

    Era Maria Padilha trabalhando pro diabo

    E vem serrar madeira, Maria Padilha

    Ponto Cantado 33:

    E abre a roda, oi deixa a Maria Padilha dançar

    Mas ela tem dois amores ao seu lado

    Um é seu marido outro é seu namorado

    Mas cuidado moço, eu vou te falar qual é

    É mulher de Tranca Rua e amante de Seu Zé

    Mas ela é linda, ela é linda demais

    Maria Padilha é mulher de Satanás

    Não mexa com ela, ela não mexe com ninguém

    Ela é ponta de agulha, quando mexe, mexe bem

    Ponto Cantado 34:

    Oh Padilha Padilha

    Tô lhe chamando (bis)

    Padilha tem mau costume

    Ela bate com pé e sai andando

    Ponto Cantado 35:

    Na família de pombo gira
    Só não entra quem não quer
    Na família de pombo gira
    Só não entra quem não quer
    É Maria Padilha, é Maria Mulambo
    É Maria Farrapo, é Maria Mulher
    É Maria Padilha, é Maria Mulambo
    É Maria Farrapo, é Maria Mulher

    Ponto Cantado 36:

    Maria Padilha, soberana da estrada,
    Rainha da encruzilhada, e também do candomblé,
    Suprema é uma mulher de negro,
    Alegria do terreiro, seu feitiço tem axé,
    Mas ela é, ela é, ela é, ela é,
    A Rainha da Encruza, a mulher de Lúcifer.

    Ponto Cantado 37:

    Vocês tão vendo aquela bruxa parada

    Aquela bruxa sentada

    Aquela bruxa em pé

    Mas ela é maria Padilha

    Rainha da feitiçaria

    Ponto Cantado 38:

    São dois amores, são duas paixões

    Todas essas duas moram no meu coração

    Sem Maria Padilha, eu não sei viver

    Mas sem Dona Figueira, acho até que vou morrer

    A História de Maria Padilha na Umbanda

    No vídeo à seguir, você poderá conferir a história de Maria Padilha contada por Kélida Marques, psicanalista e espiritualista.

    Ela é dona de um dos principais canais de espiritualidade do YouTube, com mais de 1 milhão de inscritos. O vídeo abaixo é da participação de Kélida Marques no INTELIGÊNCIA LTDA.

    Muitas são as versões de histórias contadas sobre a vida de Maria Padilha, a pomba gira mais conhecida das religiões afro-brasileiras, mas podemos afirmar que a história acima, contada por Kélida Marques, seja a que mais se aproxima da real história de vida de Maria Padilha pelo contato direto que esta médium possui com a entidade.

    Mas há histórias mais conhecidas do que esta apresentada por Kélida Marque e que podem ser encontradas nos romances espanhóis.

    E todas essas histórias de desamor e matrimônio que uniram uma rainha, um rei e sua amante, contadas por inúmeras pessoas apenas reforçaram o poder de Maria Padilha.

    Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, a causa de sua morte foi por peste negra e foi sepultada nos jardins de seu castelo.

    Posteriormente à sua morte, e mais que por castigo de Jesus e por mando do Rei das Encruzilhadas, permanece na Terra e confins, comandando a sua quadrilha de mulheres e exus para todos os tipos de trabalhos.

    Maria Padilha, a mando do Rei das Encruzilhadas, foi convocada para comandar a sua falange de Pombas Giras e Exus, permanecendo como Rainha da Espanha, mas agora como Pomba Gira no Brasil, sendo encontrada na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.

    Maria Padilha passou assim de esposa-amante do rei a “padroeira” das feiticeiras, um espírito poderoso, mau e infernal, suscitando paixão e devoção.

    Maria Padilha, rainha castelhana que com o tempo se transformou na mais venerada “deusa” do amor no Brasil e também, por ter protagonizado uma história de amor desaprovada em sua época, em uma diva que se tornou a personagem, durante os séculos posteriores, de romances, peças de teatro, lendas e óperas.

    A visão de uma mulher fatal e cruel que arrasta a Pedro, sempre hipnotizado por Maria Padilha, também deixou sua marca nas histórias, lendas e letras das baladas populares.

    Maria Padilha pode te ajudar se você entregar à ela o que ela gosta, pois ela é uma das principais entidades da esquerda na Umbanda e no Candomblé, uma Exu Mulher, uma pomba gira de grande força e de muita procura pelos consulentes.

    É muito procurada nos terreiros de Umbanda para as questões amorosas, para amores mal resolvidos, além de ajudar com amores correspondidos, mas que estão complicados, onde questões de bem e de mal são irrelevantes, como podemos notar no trecho de um ponto cantado:

    Ela é Maria Padilha
    De sandalinha de pau
    Ela trabalha para o bem
    Mas também trabalha para o mal

    Sempre se diz que quem é amigo de Maria Padilha alcança todos os seus favores, mas quem é seu inimigo corre sério risco.

    Em decorrência, é muito frequente, entre os adeptos, atitudes de medo e respeito para com Maria Padilha, mesmo quando dela não se pretende qualquer favor, como podemos perceber neste ponto cantado:

    Quem não me respeitar
    Oi, logo se afunda
    Eu sou Maria Padilha
    Dos sete cruzeiros da calunga
    Quem não gosta de Maria Padilha
    Tem, tem que se arrebentar
    Ela é bonita, ela é formosa
    Oh! bela, vem trabalhar.

    A Maria Padilha, cultuada nos candomblés e umbandas, é uma personagem muito popular no Brasil. Na umbanda formada nos anos 30, à partir do encontro de tradições religiosas afro-brasileiras com o espiritismo kardecista francês, Maria Padilha faz parte do panteão de entidades que trabalham na “esquerda”, isto é, que podem ser invocadas para “trabalhar para o mal”, em contraste com aquelas entidades da “direita”, que só seriam invocadas em nome do “bem”.

    Por influência kardecista na umbanda, Maria Padilha é o espírito de uma mulher (e não o orixá) que em vida teria sido uma prostituta ou cortesã, mulher de baixos princípios morais, capaz de dominar os homens por suas proezas sexuais, amante do luxo, do dinheiro e de toda sorte de prazeres.

    Embora conserve do candomblé a veneração dos orixás, a umbanda, religião que desenvolveu e sistematizou o culto à Maria Padilha como entidade dotada de identidade própria, é uma religião centrada no culto dos caboclos e pretos velhos, além de outras entidades.

    A umbanda, entretanto, dispõe de vasta bibliografia também sobre Maria Padilha que, como praticamente todas as entidades que baixam nos terreiros de umbanda, sempre vem para trabalhar, isto é, ajudar através da magia a quem precisa de ajuda e vai em busca dela.

    A umbanda praticamente eliminou o sacrifício ritual, por isso Maria Padilha tem sua “dieta” limitada aos seguintes alimentos: farofa de farinha de mandioca com azeite de dendê e pimenta, que é o padê, comida predileta de Exu; farofa de farinha de mandioca com mel; aguardente, vinho branco ou champanhe (cidra, uma espécie de champanhe barata feita de maçã); carne crua com azeite de dendê e pimenta; farofa com carne-seca desfiada e pimenta; coração de boi assado na brasa, com sal e pimenta.

    Na umbanda, a oferenda de alimento preferencialmente vai para um lugar fora do terreiro (encruzilhada, praia etc.), mas no candomblé as comidas são depositadas ao “pé de Maria Padilha”, isto é, junto às suas representações materiais compostas de boneca de ferro (geralmente com chifres e rabo, como o diabo), tridentes arredondados de ferro, lanças de ferro e correntes (elementos presentes também nos pontos riscados), representações que permanecem guardadas, longe dos olhos dos não iniciados, nas dependências reservadas para o culto de exu.

    Nos terreiros de umbanda e nos candomblés que cultuam as formas umbandizadas de exu, a concepção mais generalizada de Maria Padilha é de que se trata de uma entidade muito parecida com os seres humanos.

    Nem é de se estranhar que tenha sido a umbanda que melhor desenvolveu essa entidade, pois foi a umbanda, como movimento de constituição de uma religião referida aos orixás e aos pactos de troca homem-divindade e ao mesmo tempo preocupada em absorver a moralidade cristã, que separou o bem do mal, sendo portanto, obrigada a criar panteões separados para dar conta de cada um.

    Características de Maria Padilha na Umbanda

    Maria Padilha é a consorte de Exu, que é o mensageiro dos Orixás no Candomblé, considerada a pomba gira dos 7 reinos.

    Dessa forma, isso significa que ela é uma entidade espiritual com diversas características peculiares, como charme, encantos e a fama de feiticeira.

    Algumas características e preferências de quem tem a entidade são: sensualidade natural, preferência por cores como o vermelho e o preto, entre outras.

    Dependendo do tipo de Maria Padilha que se manifesta, pode ter características particulares, embora em geral existam algumas características comuns.

    Algumas representações de Maria Padilha mostram essas características como um ser promíscuo e falante.

    Maria Padilha das Almas na Umbanda

    Maria Padilha das Almas é uma das principais entidades da umbanda e do candomblé, repleta de amor, oferece ajuda para concretizar relacionamentos para pessoas que sofrem de paixões não recíprocas.

    É integra e firme quando assume um papel importante, não fugindo das responsabilidades; possui características como persistência, força e coerência, ao mesmo tempo em que é suave e meiga.

    Dentre as características de Maria Padilha das Almas, podemos destacar que ela é pura beleza, emana muito charme, passa confiança à todos os que procuram por ela.

    Maria Padilha das Almas é conhecida, também, por ajudar, em momentos de necessidade, as mulheres que precisam de alguém que possa colaborar com problemas sexuais ou férteis.

    Essa entidade recebe seus trabalhos, despachos ou oferendas tanto no Cruzeiro do cemitério, quanto nas encruzilhadas — isto só caberá a Maria Padilha das Almas decidir.

    Maria Padilha das Almas tem um caráter marcante, bem mais forte e autoritária que as outras entidades que trabalham regularmente com ela.

    Maria Padilha das Almas se veste de vermelho, preto e branco, gosta de joias, é associada à caveiras, rosas, tridentes e crucifixos e, em suas imagens, é sempre representada com uma mão na cintura e a outra segurando a barra da saia ou vestido.

    Pontos Cantados de Maria Padilha das Almas

    Ponto 01:

    Este ponto cantado é da Aldeia dos Caboclos e fez parte do álbum 6° Festival de Curimba. É um ponto de autoria de Wilson Zarpa e com interpretação de Eduardo Silveira e Wilson Zarpa através do grupo Curimba Nostalgia da Umbanda.

    Letra do Ponto:

    Avistei uma linda mulher de vestido negro,
    Cheirosa e charmosa
    Me tirou a tristeza do peito, falou filho de umbanda,
    por favor, não chora
    Ela disse que iria levar as infelicidades que eu tenho na vida
    Mas quando perguntei o seu nome sorrindo ela disse,
    Padilha

    Padilha, Maria Padilha das almas
    Padilha, Maria Padilha das Almas
    Tenho pena daqueles que pensam que essa Pombo Gira
    Pratica a maldade
    Faça a ela também seu pedido, mas faca com fé
    Nunca por vaidade
    Me rendi aos encantos da moça, confesso que estou enfeitiçado
    E por isso que eu peco a Padilha todos os dias para
    Estar ao meu lado

    Agradeço a essa Pombo Gira por toda bondade que ela me deu
    Pois sem mesmo fazer um pedido, a sua ajuda me ofereceu
    E é por isso que trago no peito a essa moca toda gratidão
    E você por ter certeza que ela faz morada no meu coração

    Ponto 02:

    Este ponto cantado foi composto por Monique Moura e Leandro Pedroso do canal Umbanda Verso e Prosa e, no vídeo abaixo, você vai escutá-lo na voz de Juliana D Passos e com Ogã Ninho de Iansã (Nilton Dias) no atabaque.

    Letra do Ponto:

    Laroiê, Dona Maria Padilha das Almas!

    É noite, rosa perfuma a madrugada

    Cabelo ao vento, enluarada

    Lá no cruzeiro sua essência floresceu

    Divina dona, da luz que nunca se apaga

    Guardiã das santas almas, mensageira de Oyá!

    Mas ela é

    Ela é a moça formosa

    Lição de vida, dona dos caminhos meus

    Minha rainha, laroyê minha senhora

    Salve Maria Padilha

    Força da mente, corpo e alma

    Minha rainha, laroyê minha senhora

    Salve Maria Padilha

    Força da mente, corpo e alma

    Poderosa pombo gira, sol do meu amanhecer

    Saravá Maria Padilha

    É ganga, é ganga, é laroyê

    Poderosa pombo gira, vem nos ventos de Oyá

    Guardiã da minha vida

    É ganga, é ganga, é mojubá!!

    Oh, Poderosa pombo gira, sol do meu amanhecer

    Saravá Maria Padilha

    É ganga, é ganga, é laroyê

    Poderosa pombo gira, vem nos ventos de Oyá

    Guardiã da minha vida

    É ganga, é ganga, é mojubá!!

    Beijo e aquele axè!

    Ponto 03:

    Esse ponto de Maria Padilha das Almas vem direto do canal Pontos de Umbanda.

    Letra do Ponto:

    Abre essa cova
    Quero ver tremer
    Abre essa cova quero ver balancear
    Maria Padilha das almas
    O cemitério é o seu lugar
    É na Calunga que a Padilha mora
    É na Calunga que a Padilha vai girar

    XV Festa em Homenagem à Maria Padilha das Almas Realizada em 31.07.2015

    História de Maria Padilha das Almas

    Conheça história de Maria Padilha das Almas que, em vida, teve sua encarnação marcada na entrega de um grande amor não correspondido.

    Assista o vídeo abaixo para entender tudo o que passou e em espirito superou todos os dessabores que vivera em sua ultima reencarnação

    Atenção: Psicografia recebida pela Médium Drika através de sua entidade Maria Padilha das Almas.

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha e Tranca Rua: Quem são, Festa, História, Ponto Cantado, Características, Funções e Incorporação

    Maria Padilha e Tranca Rua: Quem são, Festa, História, Ponto Cantado, Características, Funções e Incorporação

    Maria Padilha e Tranca Rua são entidades bonitas representadas por um homem e uma mulher brancos, de cabelos escuros e roupas clássicas e requintadas, sendo associados também à tridentes, cetros, crânios, cruzes, joias e à riqueza.

    Maria Padilha é uma entidade feminina que, tradicionalmente, usa vestidos longos e pretos com detalhes dourados; e Tranca Rua é uma entidade masculina que, tradicionalmente, usa cartola e capa preta; ambos sempre muito chiques e sedutores.

    Festa de Maria Padilha e Exú Tranca Ruas

    No vídeo abaixo, você pode conferir uma festa de Maria Padilha e Tranca Rua realizada em 19.09.2009. Neste vídeo, você poderá conferir a incorporação de ambas as entidades e como elas se comportam no médium.

    Uma Pequena História de Tranca Rua das Almas, Maria Padilha das Almas e Pomba Gira Menina

    Existem muitas lendas envolvendo exus e pombas giras, principalmente se tratando de Exú Tranca Rua, de Maria Padilha e de Pomba Gira Menina.

    Tem lendas em que Tranca Rua se chamava Geraldo, outras onde ele se chamava Hélio, e por aí vai… Aqui fica o conto de um casal de Exús, Senhor Tranca Rua das Almas e Senhora Maria Padilha das Almas, em suas últimas reencarnações aqui na Terra.

    Essa história foi contada pelo próprio Tranca Rua!

    Em meados do século XVI, em uma pequena cidadela da região da Galícia, Espanha, em uma cidadezinha chamada Salvaterra, residia, em uma mansão, um senhor alto, distinto, de finos tratos, médico e religioso, cristão católico assumido, que se chamava Don Ramón.

    Era um senhor muito popular na pequena cidade e conhecido em toda a região por ser um médico muito dedicado, e especialista em diversas ramificações da medicina.

    Era uma espécie de “faz tudo”. Atendia seus pacientes em seu consultório, dentro de sua mansão. Sua religiosidade, com o tempo, veio a lhe falar mais alto e Ramón entrou para Igreja Católica, chegando ao posto de seminarista a padre sacerdotal, mas, mesmo sendo sacerdote e padre, Ramón nunca deixava de exercer a medicina, chegando a atender doentes gratuitamente e a fazer muitas curas, por caridade.

    No entanto, uma senhora distinta, de origem cigana, feiticeira e magista, também prostituta, chamada Teresa, mas popularmente conhecida como Maria Padilha, chegava em Salvaterra, vinda de Portugal.

    Habitava em uma bela casa e atendia seus clientes em sua morada, oferecendo serviços de magia e, também, de mulher, porém Teresa do Rosário, ou melhor, Maria Padilha, nutria um forte arrependimento por causa da vida que a mesma levava…

    Maria procurava o consolo para suas dores indo na Igreja, quando ela estava vazia, para rezar o terço e se confessar.

    Ramón começou a se sentir atraído pela bela moça que, escondida, rezava nos arredores da Igreja. Um dia, o arcebispo da cidade a viu rezando e se sentiu ultrajado por causa da fama de Padilha, e o mesmo a expulsou da Igreja a gritos, lhe ofendendo de vagabunda, de vadia, de mulher da vida, de bruxa, de excomungada…

    Neste momento, Ramón presencia o ato e toma satisfações com o arcebispo. Fortemente indignado com a atitude do bispo, Ramón decide abandonar a batina, abandonar o clero, abandonar a Igreja, e sai correndo a procura de Maria Padilha.

    Os dois, então, começam a manter uma amizade muito forte… e Ramón se apaixona fortemente por Padilha.

    Revoltado com a posição da Igreja e dos padres, que condenavam e perseguiam Teresa, Ramón começa a nutrir ódio e repulsa pela Igreja Católica e pelo Cristianismo.

    Ramón queria, porque queria chamar a atenção de Padilha… por paixão a ela, ele começa a estudar a fundo sobre magia, feitiçaria, bruxaria e ocultismo.

    Autodidata, ele mesmo se inicia no que ele passou a chamar de sua própria Ordem de Alta Magia! Ramón, através de seus experimentos ocultistas e espirituais, com o tempo, começa a desenvolver-se com exímios dons de cura, de desobsessão, de exorcismos, e também de invocações e evocações de anjos caídos, fazendo a se tornar, com o tempo, em mestre luciferiano.

    A paixão por Padilha o cegava, ele queria que Maria fosse apenas sua mulher… mas, ela era mulher de vários homens…

    Um dia, Padilha ficou muito doente e foi buscar ajuda ao mestre Don Ramón. Ele a mantém em tratamento, em sua mansão e, com isso, os dois ficam muito íntimos.

    Ele pede para ela ser sua esposa e companheira e, Maria Teresa do Rosário Padilha se sentindo só, debilitada e sem rumo, aceita o pedido!

    Os dois se casam, finalmente, e fazem um elo um com o outro de fidelidade. Com anos de casamento, Padilha dá a luz a filha única dos dois, a qual ambos a batizam de Alice.

    Ramón era encantado com sua filhinha, e a chamava de “Menina de seus olhos”… Ramón, muito conservador, educava e disciplinava sua menina com muita rigidez.

    A menina crescia e se tornava, a cada dia que passava, mais formosa, mais bela e encantadora. Maria Padilha era o contrário de Ramón, fazia os caprichos de sua menina, e a aconselhava a ser livre e solta.

    Quando a menina Alice completou 15 anos, conheceu um rapaz que a cortejou e a pediu em namoro. Só que esse rapaz, que tinha prestado juramento à Ramón e à Teresa de bem cuidar da menina, a levou para passear em um cemitério, de madrugada, e a estuprou e depois a assassinou.

    Ramón e Maria Padilha procuraram por sua filha por longos dias, até descobrirem seu cadáver nú, dentro do cemitério.

    Com muito ódio e sede de justiça, os dois juram vingança ao rapaz que cometera a desgraça com a menina Alice!

    Os dois encontram o rapaz, e o levam para o mesmo cemitério, onde o esquartejam vivo, e o entregam para Lúcifer!

    Com o decorrer do tempo, com ódio da Igreja Católica e do Cristianismo, e com dor no coração pela perca de sua filha, Don Ramón e Maria Teresa do Rosário Padilha se tornam anticristos, e começam a praticar rituais de extremo satanismo, oferecendo auxílio a muitas pessoas com magia negra, feitiços para demanda, amarrações, para riqueza e prosperidade, para saúde e libertação espiritual…

    Mas, Padilha acabou rompendo com o elo de fidelidade com seu esposo Don Ramón e, em segredo, o traía com vários homens… até Ramón descobrir.

    Quando Ramón descobriu os adultérios de sua amada, a assassinou com sete punhais e guardou o seu cadáver no quarto deles, dentro da mansão.

    Ramón, por dias, contemplava o cadáver de sua amada e lamentava a morte de sua filha… então, ele vende sua alma ao diabo para ter Maria de volta em seus braços.

    Maria, então, recobra seus sentidos e os dois convivem juntos por sete semanas, até o momento em que Maria definitivamente vem a falecer.

    Ramón a enterra no jardim de sua mansão e faz para ela uma sepultura com um lindo cruzeiro e com um tapete de rosas vermelhas.

    A tristeza, o tédio, o lamento, tomam conta de Don Ramón… e a Igreja Católica, liderada pelo mesmo arcebispo que vilipendiou sua amada Padilha, começa uma perseguição e uma inquisição contra Ramón.

    Ramón não podia sair de sua mansão, que era ultrajado, apedrejado, e cuspido pelos cristãos católicos fanáticos.

    Até que ele se rebela contra essa situação e decide enfrentar seus perseguidores. No meio de uma procissão, em dia 28 de agosto, Ramón ataca o arcebispo e os cristãos católicos a facadas e é contido pela procissão.

    Os cristãos golpeiam Ramón a chutes e pontapés, e o matam com pedradas, no meio de uma grande rua. Muito sangue rolou das veias de Don Ramón nos ladrilhos da rua, na qual foi morto pelos cristãos.

    Era dia de procissão de São Bartolomeu. Os cristãos, não contentes com a morte de Ramón, ateiam fogo em sua mansão, acabando com todas as memórias da família Ramón, Padilha e Alice!

    Hoje, Don Ramón trabalha no plano espiritual na roupagem do Exú Tranca Rua das Almas, sua companheira Maria Teresa do Rosário Padilha trabalha na roupagem de Maria Padilha das Almas, e sua filha Alice trabalha na roupagem de Pomba Gira Menina!

    Bem, essa é uma das histórias de Seu Tranca Rua, mas existem outras histórias, outras lendas a respeito dele, de Padilha e de Menina.

    O certo é que a cidade de Salvaterra existe na Espanha e no dia 28 de agosto é comemorado o dia de San Ramón de Salvaterra, um santo que ficou popular entre os moradores da região, que até hoje, quando invocado, atende seus pedidos.

    E, curiosamente, dia 28 de agosto, nos terreiros de Umbanda e de Quimbanda aqui no Brasil, costumam, neste dia, fazer mesa e homenagear ao Exú Tranca Rua das Almas, assim como para São Cipriano.

    Agosto, que popularmente é conhecido como o mês do desgosto, na verdade é um mês carregado de axé, embora sempre um pouco pesado.

    Dia 16 de Agosto é dia de São Roque e de Obaluaê; dia 24 de Agosto é dia de São Bartolomeu e de Oxumaré; e dia 28 de Agosto é dia de San Ramón de Salvaterra na Espanha e, aqui no Brasil, é dia de Tranca Rua e até mesmo de São Cipriano.

    Poema de Maria Padilha e Tranca Rua

    Em uma noite serena,

    vi duas luzes passar,

    senti uma proteção plena,

    como uma energia a me abençoar.

    De um lado um homem poderoso, de outro uma linda mulher a gargalhar,

    ele forte mas generoso,

    e ela encantadora em seu dançar.

    Senhor Tranca Ruas e Dona Maria Padilha,

    vieram aqui me estender as mãos,

    e assim nunca cairei nas armadilhas,

    desses obsessores que se disfarçam de irmãos.

    A luz desse Exú e dessa Pombo Gira,

    brilham junto com nosso Pai Oxalá,

    retirem do meu caminho a inveja e a mentira,

    iluminando e protegendo sempre nosso Gongá.

    Quem são Maria Padilha e Tranca Rua na Umbanda

    Quando falamos em Umbanda e Gira de Exus, logo vem em nossas mentes duas entidades extremamente conhecidas, duas forças da esquerda, dois caridosos mensageiros de Deus, duas divindades de luz máxima, e essas divindades são o Exu Tranca Ruas e a Pomba Gira Maria Padilha.

    Maria Padilha e Tranca Ruas são chefes de falange e, sendo assim, diversos Exus e Pombas Giras que trabalham nessas falanges, chefiadas por eles, levam o mesmo nome do chefe geral da falange, ou seja, poderemos encontrar diversos Exus com o nome de Tranca Ruas, assim como diversas Pombas Giras com nome de Maria Padilha, sendo diferenciados apenas pela linha, irradiação ou função de atuação.

    Para esclarecer isso, vamos imaginar que estamos em um terreiro e, nesse terreiro, se encontram dois médiuns desenvolvidos mediunicamente, estando os dois preparados para trabalho de incorporação.

    Agora, imaginemos que estamos em uma Gira de Exu e os dois médiuns estão incorporados com uma entidade de luz cujo nome é Tranca Ruas.

    Nesse exemplo, vamos prestar atenção em detalhes, como o ponto riscado deles, ou mesmo poderemos pedir que falem o nome e a função de atuação.

    Nesse caso, observaremos que um poderá dizer, por exemplo, Tranca Ruas das Almas e, o outro, Tranca Ruas da Encruzilhada.

    E aí, certamente já entendemos a diferença, pois um atua com as forças das Almas e o outro com as forças da Encruza.

    E da mesma maneira acontece com a Pomba Gira Maria Padilha, onde concluímos que não há nada de errado em ter duas ou mais médiuns trabalhando com essa divindade em um mesmo terreiro, na mesma hora.

    No entanto, da mesma forma como tudo pode funcionar muito bem e ser muito organizado, como acabamos de exemplificar, também é possível, e não só possível como muito fácil, encontrarmos em terreiros sem nenhum entendimento sobre a religião Umbanda, zeladores e filhos de santo se dizendo estar incorporados com Senhor Tranca Ruas e a Pomba Gira Maria Padilha, dando consulta a pessoas muito mais desavisadas ainda, falando sobre magias inexistentes, amarrações, oferendas sem nexo, despachos enormes sem sentido e, muito pior que tudo isso, usando bebidas alcoólicas sem nenhuma necessidade, fumando grandes quantidades de cigarros, cigarrilhas, charutos, enfim, tudo em um grau de extremo, que não conduz com a realidade da entidade.

    Maria Padilha e Tranca Rua, sendo chefes de falange, coordenam uma legião de exus e pombas giras, que trabalham em prol da caridade, resgatando espíritos perdidos ou reencaminhando espíritos que foram levados para serem escravizados nas trevas.

    No entanto, vemos em terreiros, centros, casas de Umbanda, médiuns mistificando, inventando trabalhos em encruzas, cemitérios, despachos enormes, oferendas exorbitantes, sem o menor sentido, sem a menor noção e sem o menor nexo, fazendo com que essas oferendas só sirvam para energizar Kiumbas, Eguns e Zombeteiros, e se utilizando do nome das entidades Tranca Ruas e Maria Padilha, assim como é feito com tantas outras entidades de luz.

    Devemos respeitar extremamente todas as entidades de luz, e isso não se faz diferente com a bela Maria Padilha nem com o mestre Tranca Ruas, que são entidades maravilhosas, de muita luz e de muita força, mas só fazem o bem.

    Vem Seu Tranca Rua e Maria Padilha

    No vídeo abaixo, você poderá conferir um ponto cantado da Umbanda intitulado Festa do Exu Tiriri. Esse ponto cantado, dedicado principalmente ao Exu Tiriri, também é dedicado aos exus, de uma forma geral, e à toda falange do Exu Tiriri, que inclui Seu Tranca Rua e Maria Padilha.

    É uma cantiga perfeita, bonita, completa que saúda os exus e as pombas giras, sendo considerado um dos melhores pontos cantados.

    Confira, à seguir:

    Letra do Ponto:

    É meia noite em ponto e o galo cantou
    É meia noite em ponto e o galo cantou
    Cantou pra anunciar que Tiriri chegou
    Cantou pra anunciar que Tiriri chegou

    Ele vem da Calunga de capa e cartola
    E tridente na mão
    Esse Exú de fé é quem nos traz Axé e nos dá proteção
    Ele é Exú Odara e vem nos ajudar
    Com seu punhal ele fura, ele corta demanda
    Ele salva, ele cura
    Exú Amojubá

    Laroiê
    Laroiê Exú, Exú Amojubá
    Eu perguntei a ele o que é Exú
    Ele vem me falar

    Laroiê
    Laroiê Exú, Exú Amojubá
    Eu perguntei a ele o que é Exú
    Ele vem me falar

    Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação
    É cumpridor da Lei, Exú é esperto, Exú é guardião
    Exú é trabalho, é alegria veloz, Exú é viver
    É a magia, É o encanto,
    É o fogo, é o sangue na veia vibrando
    Exú é prazer

    Laroiê
    Alaruê Exú, Exú Amojubá
    Traz sua falange Exú Tiriri para trabalhar
    Laroiê Exú
    Laroiê Exú, Exú Amojubá
    Traz sua falange Exú Tiriri para trabalhar

    Vem seu Tranca-Ruas, Maria Padilha e Exú Marabô
    Sete Encruzilhadas, seu Zé Pilintra aqui chegou
    Maria Mulambo, Maria Farrapo e Dona Figueira
    Dona Sete Saias, Pombogira menina e Rosa Vermelha
    Sete Catacumbas, Exú Caveira firmam ponto aqui
    E o Exú Capa Preta anunciou a festa é do Exú Tiriri

    Quem são Maria Padilha e Tranca Rua: Características, Funções e Incorporação

    Maria Padilha e Tranca Rua são entidades que fazem muito na vida das pessoas. São entidades com características e histórias distintas, mas muito cultuados, principalmente através de imagens.

    Maria Padilha e Tranca Rua são entidades que auxiliam em armadilhas, desobsessões e são entidades iluminadas, que banem o mal, a inveja e a mentira e concedem proteção.

    Maria Padilha e Tranca Rua são extremamente respeitados em terreiros, centros, casas e templos de Umbanda, não só pelo carinho que muitos consulentes tem por eles, mas também por tudo que eles representam para a religião umbandista.

    Maria Padilha e Tranca Rua são considerados donos de giras, chegam gargalhando, mostrando sua presença e possuem assentamentos em terreiros.

    Maria Padilha, incorporada em médiuns, sensualiza ao andar e tem uma figura de cortesã, pois anda com elegância.

    Suas roupas são sempre vermelha e preta, utilizando também colares, pulseiras e véu na cabeça. Tranca Rua, em uma incorporação, se movimenta bruscamente, e uma gargalhada rouca erradia indicando a sua presença.

    Em terreiros, sempre há um dia em homenagem ao “Seu Exu Tranca Rua”. Ele é dono de gira, como dito anteriormente, e corre giras à mando de Ogum.

    Tranca Rua grita e gargalha alto, indicando sua presença e sua força. Ele sempre vem na frente de Maria Padilha.

    As vestes do Tranca Rua são um tecido de cor preto reluzente e um chapéu preto. Há um ponto de Tranca Rua que diz assim:

    Ele é filho do sol
    Ele é neto da lua (2x)
    Quem cometeu as suas faltas
    Peça perdão a Tranca Rua (2x)

    Os pontos de Tranca Rua sempre se referem a sua força, à punição dos seus inimigos, e à abertura de caminhos.

    Ele costuma sair repentinamente de seus médiuns. Muitas lendas e histórias são contadas sobre essas entidades, que são consideradas das ruas e estão presentes em muitos templos e tendas.

    Maria Padilha, talvez a mais popular das pombas giras, é considerada o espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Caso você queira saber mais sobre Maria Padilha, a escritora Marlyse Meyer publicou, em 1993, seu interessante livro Maria Padilha e toda a sua quadrilha, contando a história de uma amante de Pedro I (1334-1369), rei de Castela, a qual se chamava Maria Padilha.

    Seguindo uma pista da historiadora Laura Mello e Souza (1986), Meyer vasculha o Romancero General de romances castellanos anteriores al siglo XVIII, depois documentos da Inquisição, construindo a trajetória de aventuras e feitiçaria de uma tal dona Maria Padilha e toda a sua quadrilha, de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife, e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.

    Para Maria Padilha, questões de bem e de mal são irrelevantes, como podemos verificar nesse trecho de um de seus pontos cantados:

    Ela é Maria Padilha
    De sandalhinha de pau
    Ela trabalha para o bem
    Mas também trabalha para o mal.

    É muito frequente, entre os adeptos, atitudes de medo e respeito para com Maria Padilha, mesmo quando dela não se pretende qualquer favor, como podemos comprovar com o seguinte trecho de ponto cantado:

    Quem não me respeitar
    Oi, logo se afunda
    Eu sou Maria Padilha
    Dos sete cruzeiros da calunga
    Quem não gosta de Maria Padilha
    Tem, tem que se arrebentar
    Ela é bonita, ela é formosa
    Oh! bela, vem trabalhar

    Assim o é também com o Exu Tranca Rua, que pode gerar todo tipo de obstáculos na vida de uma pessoa, porém, ainda assim, não deixa de ser amigo e protetor.

    Maria Padilha e Tranca Rua são considerados um casal de guardiões e, muitas vezes, cultuados e adorados juntos.

    Eles estão presentes, pincipalmente, na umbanda e na quimbanda. Maria Padilha é considerada uma dama da madrugada, rainha da encruzilhada, senhora da magia, pomba gira de mistérios ocultos e Tranca Rua também é muito empoderado.

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha do Cruzeiro das Almas: Quem é, História, Ponto Cantado, Características e Mensagem

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas: Quem é, História, Ponto Cantado, Características e Mensagem

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas é uma entidade feminina representada por uma mulher branca de porte rico que usa vestido preto e dourado ou branco, chapéu, jóias e carrega consigo um tridente.

    Sua imagem também é associada à rosas, crânios, cruzes e, claro, ao cemitério.

    Ela é elegante, parece uma viúva. Algumas de suas imagens à representam apenas com uma saia vermelha e com os bustos de fora, tornando-a bem sensual.

    Ponto Cantado de Maria Padilha do Cruzeiro das Almas

    As Características de Maria Padilha do Cruzeiro das Almas

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas é uma pomba gira cheia de características.

    Ela recebe seus trabalhos, despachos ou oferendas tanto no cruzeiro do cemitério, quanto nas encruzilhadas e está muito presente na Umbanda.

    Aliás, Maria Padilha do Cruzeiro das Almas é uma entidade muito apreciada e poderosa dentro da Umbanda.

    Rodeada de histórias, ela governa, com o Exu do Cruzeiro das Almas, todos os cruzeiros centrais do campo santo, onde são enviados todas as entidades que querem fazer parte do reino dos Exus e esperam a seleção e suas distintas colocações.

    Para fazer parte deste povo maravilhoso, não basta querer, tem que merecer e ser capaz de assumir e cumprir todas as missões especificadas pelo astral médio e superior.

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas é uma pomba-gira muito exigente e muito fria no seu modo de agir, pois está mais acostumada a lidar com espíritos mais perversos.

    Por isto, quando chega no mundo, vem para brindar, e dançar… não gosta de muitas brincadeiras.

    Faz a sua gira e já procura um lugar para sentar! Quando simpatiza com alguém, esta pessoa já tem sua proteção de graça, mas quando não gosta, faz questão de ignorar, mostrando que dela nada irão ter.

    Adora usar poucas roupas e insinuantes, mas quase sempre está enrolada em uma capa de veludo preto e bordô.

    Tem verdadeiro fascínio por perfumes e rosas vermelhas e brancas. Nas suas oferendas não podem faltar cigarrilhas e champanhes doces e caras.

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas gosta de trabalhar para a sedução, pois é uma pomba gira muito sedutora.

    Costuma se apresentar com cabelos loiros, quase brancos, seus trajes são curtos e negros, e trabalha para a guerra e amarração de casais que se amam, mas nunca peça à ela para separar um casal, pois ela se aborrecerá profundamente com quem for lhe pedir este intento.

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas é da linha de Omolu-Obaluaê e Iansã.

    A História de Maria Padilha do Cruzeiro das Almas

    A história de Maria Padilha do Cruzeiro das Almas se confunde com a história da Rainha das Sete Encruzilhadas, porém são duas entidades diferentes e, assim, com histórias diferentes.

    Talvez a confusão surja, porque ambas são conhecidas na Umbanda, Candomblé e Quimbanda, sendo até consideradas duas das principais entidades dessas religiões.

    São entidades amorosas que oferecem ajuda para concretizar relacionamentos, mas cada uma tendo a sua função específica.

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas ajuda a unir casais e amarrar amores.

    Pra quem gosta muito da entidade e está sempre rezando pra ela, pode adquirir uma imagem em sua homenagem, como agradecimento, etc.

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas trabalha para a Rainha das Sete Encruzilhadas, elas pertencem a mesma falange, mas suas funções se diferenciam no mundo astral.

    Conta a lenda que o Senhor das Encruzilhadas, quando chegou no mundo astral, pegou Maria Padilha do Cruzeiro das Almas como companheira e ela lhe mostrou todo o astral inferior.

    Nestas andanças ao limbo, ele encontra sua antiga mulher, que era sua rainha na vida terrena, a qual nunca esqueceu, então passou a cuidar dela.

    Quando o Exu Mor nomeou o Senhor das Encruzilhadas em Rei das Sete Encruzilhadas, ele ordenou que Maria Padilha do Cruzeiro das Almas tomasse conta do astral inferior, lhe dando o título de Rainha do Cruzeiro… e foi viver com sua antiga mulher no médio astral… onde a titulou como Rainha das Sete Encruzilhadas, dando a ela todos os poderes que a ele foi dado pelo o Exu Mor.

    A Rainha do Cruzeiro, ou seja, Maria Padilha do Cruzeiro das Almas, se sentido abandonada pelo Exu Rei, resolveu formar seu próprio reinado e nomeou o Exu do Cruzeiro das Almas como seu fiel escudeiro e namorado.

    Os dois juntos governam os reinos dos cruzeiros das almas, mas também recebem suas oferendas em encruzilhadas.

    É falso quando dizem que as duas rainhas é uma só ou que ambas se odeiam…

    São rainhas de reinos distintos que quando na terra muito se respeitam.

    Quem é Maria Padilha do Cruzeiro das Almas

    Confira, no vídeo abaixo, postado pelo canal Casa da Padilha, quem é Maria Padilha do Cruzeiro das Almas, o que ela faz e qual a diferença entre Maria Padilha do Cruzeiro das Almas e Maria Padilha das Almas.

    Mensagem de Maria Padilha do Cruzeiro das Almas

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas é uma linda mulher, uma rosa perfeita, uma rainha absoluta, uma mãe zelosa, uma conquistadora invencível, uma feiticeira sábia.

    Á seguir, deixamos uma mensagem psicografada de Maria Padilha do Cruzeiro das Almas.

    Recomendo ler esta mensagem se você tem o costume de rezar e fazer simpatias ou se está com esta intenção para atingir algum objetivo.

    A mensagem abaixo vai fazer você refletir se você está escolhendo certo e fazendo certo as coisas.

    Venho em terra para auxiliar os que aqui estão e clamam por minha ajuda.

    Muitos de vocês que aqui se encontram encarnados ainda não sabem diferenciar uma guardiã pomba gira de um quiumba, que apenas usa nossos nomes para conseguir algo de filhos que não estão em vigília.

    Nossa missão é encaminhar, mostrar o caminho, ensinar a vocês a conquistar, a se amarem, a se seduzirem, a olharem pra dentro de seus interiores e cultivar a verdadeira força dos exus.

    Séculos de histórias seguem nossa caminhada, histórias de erros, sofrimentos, mortes…

    Todos nós, após desencarnarmos, sofremos e padecemos como qualquer outro ser, vagamos por muitos e muitos anos na escuridão de nossos erros e, após refletirmos, chegamos a conclusão que precisaríamos de assumir responsabilidades diante das leis divinas para evoluirmos, e aqui estamos nós cumprindo essa missão que a nós foi concedida.

    No entanto, muitos se enganam, se embebedam em nosso nome, fazem suas trapaças se passando por nós, enquanto que nós, conhecedores do íntimo do ser humano, sabemos o desfecho dessa triste caminhada.

    Que vocês fiquem alertas de que exus guardiões não fazem parte de seus desejos explícitos de mentiras e desenganos, trabalhamos incansavelmente encaminhando espíritos desregrados em todos os sentidos, antes de brincarem com nossos nomes, tenham a consciência por quem estão sendo influenciados.

    Querem dinheiro? Na terra de vocês existe trabalho, então peça ajuda a nós para caminhos abertos, mas não envergonhem os que trabalham sério conosco.

    Querem homens? Aprendam nossos ensinamentos de amar a si mesmas em primeiro lugar, mas não venham pedir para que eu desmanche uma união para que seu ego seja exaltado.

    Somos de lei e seguimos o que na terra de vocês é desrespeitado.

    Querem proteção? Aprenda que você precisa estar totalmente dentro da exatidão de princípios, pois você pode mentir para todos e para si, mas para nós, você nunca esconderá a verdade.

    Muitos falam de nós, dizem o que não sabem, reproduzem mentiras descabidas e assinam por nós, estamos de olho em vocês que procuram de subterfúgios para refletir o que são no momento, pois todo erro pode ter um fim se vocês se propuserem a seguir os ensinamentos de guardiões que trabalham seriamente.

    Sou Maria Padilha do Cruzeiro das Almas, antes de brincar com meu nome, reflita bem!

    Para minhas filhas, deixo os ensinamentos de se amarem em primeiro lugar.

    Antes de qualquer decisão, pense que cada escolha malfeita é fruto de sua precipitação, mas mesmo assim, estarei sempre disposta a te ensinar, pois sou sua guardiã e essa é minha missão.

    Falarei sempre o que você precisa ouvir para seu aprendizado, mas você tem o livre arbítrio de querer praticar.

    —–*—–

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas

    (Mensagem recebida pela médium Sharmayla Amar)

    Conclusão

    Maria Padilha do Cruzeiro das Almas muda e influencia vidas. Se você quer saber quem é Maria Padilha do Cruzeiro das Almas, escute os seus pontos cantados, pois estes revelam quem ela é e, caso queira um amor ou afastar uma rival, ore à ela, pois ela é forte e poderosa.

    Livros de Maria Padilha em PDF:

  • Quem foi Maria Padilha: A Verdadeira História de Maria Padilha

    Quem foi Maria Padilha: A Verdadeira História de Maria Padilha

    A verdadeira história de Maria Padilha conta que ela encarnou como Maria de Padilla, uma mulher sedutora e feiticeira, que conquistou o coração do rei D. Pedro I para sempre, morrendo eternizada como Rainha.

    Segundo pesquisas históricas, Maria Padilha teria nascido no ano de 1334, em Palencia, na Espanha, e foi uma mulher bonita que passou de amante a rainha e influenciou o rei Dom Pedro I de Castela (1334-1369) nas mais importantes decisões, além de determinar o modo como governaria e auxiliar na negociação de seu casamento com Branca de Bourbon, visando uma aliança com a França.

    Foi graças à Maria de Padilla, em 1353, que Dom Pedro I de Castela, o jovem rei de 19 anos, escolheu governar como um autocrata apoiado no povo, casando-se com Branca de Bourbon como forma de fortalecer os laços políticos, criando uma aliança entre Castela e França.

    Ela foi apresentada ao Rei por João Afonso de Alburquerque e se tornou dama de companhia da mãe de D. Pedro, Dona Maria I.

    Desde que Pedro e Maria se conheceram, eles se tornaram inseparáveis. Com o tempo, Maria de Padilla tornou-se amante do rei e passou a influenciá-lo nas mais importantes decisões do castelo.

    Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.

    Sedutora, cheia de encantos e feiticeira, Maria de Padilla não perdeu a grande oportunidade de viver esse amor e tornar-se uma importante Rainha.

    Também conhecida como Maria de Padilla, a amante do rei de Castela teve com ele quatro filhos. Ela morava no Alcázar de Sevilha com seus filhos e, embora Pedro tivesse se casado duas vezes por conveniência e tivesse filhos com várias outras mulheres, Maria era seu verdadeiro amor.

    Dona Maria Padilla e Dom Pedro I de Castela se casaram secretamente e o casamento foi o fato que mais marcou a história da Maria Padilha.

    O que mostra que o caso da pomba gira Maria Padilha foi realmente um caso de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.

    Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.

    Em 1361, a peste bubônica assolou o reino e, para desespero de Dom Pedro I de Castela, fez de Maria de Padilla uma de suas vítimas, morrendo com apenas 24 anos.

    Pertencente a uma família castelhana, os Padilla, o nome de Maria Padilha foi eternizado em brasão posteriormente a sua morte.

    Dizem que o rei nunca se conformou com essa morte prematura tendo, um ano depois, declarado diante de todos os nobres da corte de Sevilha que sua única e verdadeira esposa era Maria de Padilla.

    Foi assim que Maria Padilha sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.

    Maria Padilha está enterrada na Capela dos Reis, cuja visitação é proibida. Hoje, através da história de Maria Padilha, é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer.

    Os pontos cantados de Maria Padilha lembram sua história e, atualmente, Maria Padilha, talvez a mais popular pombagira, é considerada o espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Muitas obras foram lançadas contando a sua história, pois Maria Padilha acabou se tornando a musa de autores, desde a protagonista de óperas a ser uma semideusa a invocar nos feitiços do amor, sendo um símbolo de beleza e até luxúria, alcançando a sua fama e adoração tão longe de Sevilha quanto Brasil.

    Um exemplo é a obra de Marlyse Meyer, que publicou em 1993 o livro Maria Padilha e Toda sua Quadrilha, contando a história da amante do rei de Castela.

    Seguindo uma pista da historiadora Laura Mello e Souza (1986), Meyer vasculha o Romancero General de romances castellanos anteriores ao siglo XVIII, depois documentos da Inquisição, construindo a trajetória de aventuras e feitiçaria de uma tal Dona Maria Padilha e toda a sua quadrilha, de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.

    É notável que uma figura histórica como Maria Padilha se torne uma figura tão popular entre o público em geral, mas, de fato, não se sabe se Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé.

    A única certeza que se tem na história da Maria Padilha é que ela é considerada a feiticeira das pomba-giras.

    No começo, Maria Padilha era apenas um nome nas fórmulas mágicas das feiticeiras da Europa. Maria Padilha já foi conjurada, por mulheres de toda a Península Ibérica, para interceder em demandas de amor e sedução.

    Foi no imaginário e nos conjuros destas mulheres degredadas que Maria Padilha aportou no Brasil. Maria Padilha veio com as bruxas e os adivinhos condenados ao degredo pela Inquisição.

    Assim como já era em Portugal, a poderosa Maria Padilha logo se tornou um dos nomes mais chamados nas rezas e feitiçarias brasileiras.

    E, se a memória de Maria Padilha está apagada ou reduzida a amante assassina na própria cidade onde viveu, no Brasil sua memória está bem viva.

    Agora, Maria Padilha é a pomba-gira mais procurada nos terreiros. E a força da falange de Maria Padilha é inegável.

    Maria Padilha se estabeleceu como entidade da Linha de Esquerda. Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.

    Então, dependendo da linhagem e de outras características, Maria Padilha escolhe seu parceiro para realizar determinados trabalhos juntos.

    Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros, Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor, age nas causas relacionadas ao amor, relacionamento e sexo.

    Maria Padilha também é conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada e senhora da magia, pertencente ao sincretismo das religiões afro-brasileiros umbanda e quimbanda.

    A fama de Maria Padilha sobre o resto das pombas giras cresceu tanto que se tornou uma denominação coletiva, dando origem a “várias Marias Padilha”: da figueira, da estrada, do porto, da praia, e um longo etc.

    Entre as diversas sub-falanges estão:

    • Maria Padilha do Cruzeiro das Almas – Linha de Omolu-Obaluaê/Iansã
    • Maria Padilha da Encruzilhada – Linha de Ogum
    • Maria Padilha do Cemitério – Linha de Omolu-Obaluaê
    • Maria Padilha da Calunga – Linha de Oxum/Iemanjá
    • Maria Padilha das Sete Catacumbas / Sete Tumbas – Linha de Omolu-Obaluaê
    • Maria Padilha da Navalha – Linha de Oxum
    • Maria Padilha das Sete Saias – Linha de Oxum

    Maria Padilha passou assim de esposa-amante do rei à “padroeira” das feiticeiras, um espírito poderoso, mau e infernal, suscitando paixão e devoção.

    A maior representante das pombas giras, Maria Padilha, é vista como uma senhora de uma feminilidade demoníaca, vulgar e sexualmente indomável.

    Maria Padilha está presente nos autos inquisitoriais como amante carnal do diabo. Assim, a chegada de Maria Padilha também inaugura em terras brasileiras a noção que demoniza a mulher ousada, livre e transgressora.

    Maria Padilha é chefe de terreiro e sua figura articula uma dualidade que forja em nós tanto a celebração da liberdade erótica como também o seu estereótipo.

    O que anuncia a manifestação, o que abre a porta para a chegada de Maria Padilha, é a boca: uma sonora gargalhada.

    Maria Padilha vem fazer justiça. Maria Padilha abriu a porteira para uma falange de Moças (outro nome que Elas gostam): Rosa Vermelha, Rosa Caveira, Maria Navalha, Sete Saias, Maria Molambo, Maria Quitéria… e muitas mais.

    Ela é Maria Padilha, rainha da magia. Maria Padilha, rainha de todas as giras. Maria Padilha, rainha castelhana que com o tempo se transformou na mais venerada “deusa” do amor no Brasil.

    A História de Maria Padilha Contada por Kélida Marques

    Kélida Marques é psicanalista e espiritualista. Ela é dona de um dos principais canais de espiritualidade do YouTube, com mais de 1 milhão de inscritos.

    Kélida Marques participou do podcast Inteligência LTDA e lá contou a história da pomba gira Maria Padilha.

    Confira no vídeo abaixo.

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha do Cemitério: História, Ponto Cantado e Roupa

    Maria Padilha do Cemitério: História, Ponto Cantado e Roupa

    Maria Padilha do Cemitério é uma entidade feminina representada por uma mulher branca vestida de preto e dourado, com semblante tranquilo e carregando um crucifixo ou caixão.

    Suas imagens também podem conter lápides e jóias e suas roupas também podem ser vermelhas e pretas.

    História de Maria Padilha do Cemitério

    Confira, á seguir, a história de Maria Padilha do Cemitério, contada por ela mesma.

    Nasci em uma cidade pequena, em uma família católica, mas o meu destino estava traçado desde o meu nascimento.

    Para minha família, eu era uma estranha, pois, desde muito cedo, eu via e

    conversava com os mortos. Minha família me julgava e me escondia dentro de casa para que ninguém descobrisse a verdade.

    Os espíritos eram a minha única companhia, e fui crescendo naquela prisão e descobrindo outros dons…

    Um certo dia, um espírito me chamou do lado de fora e, mesmo com medo, eu fui.

    Ele me levou ao cemitério que ficava próximo da minha casa, um cemitério muito antigo, onde minha bisavó estava enterrada, ela era feiticeira.

    Me sentei no túmulo dela e comecei a chorar, não sabia porque minha família me maltratava tanto.

    Logo ela apareceu e se sentou ao meu lado, me disse que eu era herdeira de todos os seus dons e me deu vários conselhos.

    Daquele dia em diante, sempre que eu podia, eu fugia daquela casa e ia para o cemitério.

    Os espíritos de lá e minha vó me fizeram guardiã dos seus segredos, aprendi feitiços, simpatias, bruxarias e magias.

    Eu tinha sede de saber, aprendia tudo o que podia e até o que não podia.

    Desenterrei do túmulo de minha vó um livro muito antigo com magias poderosas e levei para casa.

    Minha família, ao reconhecer o livro, me indagou porque estava fazendo aquilo, me humilharam, disseram que eu era um demônio e me jogaram na rua.

    Em uma casa abandonada, próxima ao cemitério, eu fiz a minha moradia.

    Os espíritos me auxiliavam em tudo e, por um tempo, fui feliz naquele casarão abandonado!

    Durante as madrugadas, eu me dirigia até o cemitério para praticar as magias das quais eu já dominava.

    Até que, um dia, minha vó apareceu e disse que meu tempo estava terminando.

    Eu pude ver, na minha frente, como seria a minha partida.

    O tempo foi passando e eu sabia que estava próximo, até que um dia, um padre novo que havia chegado na cidade bateu na porta do casarão.

    Eu já sabia que ele iria para a cidade para me matar, pois ninguém daquele lugar teria coragem.

    Abri a porta e ele ficou paralisado com a minha beleza.

    Em seus pensamentos, passaram cenas impuras e eu logo cortei aquele delírio dele perguntando como um padre poderia ter pensamentos tão impuros com uma jovem como eu.

    Os olhos do padre fervilharam de ódio, ele começou a gritar que eu era uma bruxa maldita.

    Eu ria da situação, pois enquanto me amarravam, todos tinham pensamentos impuros.

    E eu lia todos… Antes de chegar à praça, eu perguntei ao padre se podia lhe fazer um pedido e ele prontamente me atendeu, pois no fundo ele estava encantado.

    Eu pedi pra não ser queimada. Chegamos na praça e as pessoas já paravam pra olhar.

    A minha sina se cumpria e eu não estava nem um pouco preocupada, pois sabia que a morte não era o fim.

    Fui degolada em praça pública, de longe estavam as pessoas olhando aquela cena e dizendo: “Tão jovem, tão linda, que triste fim!“, enquanto outros jogavam pedras e falavam palavrões.

    Em pouco tempo, o céu escureceu e a chuva caiu, então o padre atendeu meu último pedido: que os pedaços do meu corpo fossem enterrados no cemitério, ao lado de minha amada vó.

    E assim se cumpriu a minha sina e eu voltei para o meu lugar.

    Sou Maria Padilha do Cemitério, caso precise, é só me chamar.

    Á seguir, você pode assistir a narração de @davihmoreira, do canal Sereio, para a história de Maria Padilha das Almas:

    Ponto Cantado de Maria Padilha do Cemitério

    Maria Padilha do Cemitério tem um ponto cantado de Umbanda curtinho, mas que traz um mistério sobre ela.

    Confira a letra à seguir:

    A sua catacumba tem mistério
    Mas ela é a Maria Padilha do Cemitério
    Se ela é loira de olhos azuis
    Maria Padilha
    Filha do seu Omolú

    Roupa de Maria Padilha do Cemitério

    A roupa de Maria Padilha do Cemitério é, na maioria das vezes, preta e composta por vestido ou blusa e saia, possuindo detalhes dourados e rosas vermelhas.

    Também é possível encontrar roupas de Maria Padilha do Cemitério nas cores preta e vermelha, acompanhada de chapéu nas mesmas cores.

  • Maria Padilha da Calunga: Quem é, Características, Gostos, Oferendas, Seus Protegidos e Médiuns, sua História e Pontos Cantados

    Maria Padilha da Calunga é uma entidade representada pela imagem de uma mulher bonita, vaidosa, feminina e que chama a atenção.

    Sua representação, muitas vezes, é na imagem de uma mulher branca, de cabelos escuros, que porta joias e veste saias vermelhas, deixando o busto à mostra.

    Ás vezes, é acompanhada de um crânio e está sempre com as mãos na cintura. Seus trabalhos giram muito em torno da sexualidade e é procurada também para problemas de saúde, abertura de caminhos e vícios.

    É considerada uma pomba-gira maravilhosa da Umbanda, admirada por muitos devotos. Seus trabalhos são sempre garantidos.

    Se ela aceita uma solicitação nossa ou promete algo, podemos estar certos que nossas solicitações serão alcançadas imediatamente e suas promessas cumpridas.

    As Características e Gostos de Maria Padilha da Calunga

    Tem uma voz suave, sua dança é muito delicada e é muito feminina. Ao contrário de Maria Padilha das Almas, critica severamente qualidades masculinas nas mulheres.

    Adora festas e danças. Quando incorporada em um médium, apresenta-se sempre sensual e fina. Está sempre acompanhada por Exu da Calunga para dar mais força ao trabalho.

    Suas roupas são nas cores preta e vermelha, preta e branca ou toda preta. Suas flores preferidas são rosas e gosta de bebidas finas e perfumes doces.

    Aliás, a maioria das Padilhas são entidades finas, que gostam de boas bebidas e bons cigarros; portam-se como damas, não como mulheres da vida, são diretas e educadas nas consultas, e assim é Maria Padilha da Calunga, uma entidade muito poderosa e muito prestigiada por mulheres e homens que perderam seus amores por algum motivo.

    As Oferendas à Maria Padilha da Calunga

    Trabalha sobre a irradiação de Omolú. Sua casa está na Calunga Grande, bem como indica o seu nome, assim é bom fazer as suas oferendas no Cruzeiro da Calunga ou no mar.

    Também as aceita em encruzilhadas em formato de “T” ou de “X”, de preferência próxima à um cemitério – dependerá do trabalho a ser realizado e de acordo com a vontade desta lebara.

    Suas oferendas são inúmeras, sempre acompanhadas de champanhe de boa qualidade, bons vinhos, martini, campari, bebidas fortes como o gim, Bourbon e, em isolados casos, a pinga.

    À ela são oferecidos cigarrilhas e cigarros de boa qualidade, rosas vermelhas (nunca em botões), sempre em número ímpar, cravos, palmas vermelhas, mel, licor de anis (uma de suas bebidas favoritas), espelhos, enfeites, joias, batons, perfumes, enfim todo aparato que toda mulher gosta e preza.

    Os sacrifícios a serem oferecidos (nas religiões que os fazem) são galinha vermelha, cabra preta, pata preta e pomba preta.

    Trabalha em diferentes áreas, mas suas especialidades são os negócios e o amor. Também é capaz de auxiliar na saúde, afastar indesejáveis e desmanchar feitiços.

    Seus símbolos são o pássaro, o tridente, a lua, o sol, a chave e o coração. Suas velas podem ser pretas e vermelhas, todas vermelhas e, em certos casos, pretas e brancas ou, ainda, todas brancas – dependerá do tipo de trabalho; a entidade dirá qual cor deverá ser utilizada.

    Os Protegidos e Médiuns de Maria Padilha da Calunga

    Quem é protegido por esta pomba gira maravilhosa sempre tem muitos pretendentes e boa sorte nos negócios.

    As mulheres que trabalham com esta entidade têm uma personalidade muito forte e são, geralmente, extremamente sensuais e atraentes; amam como ninguém, mas se forem traídas, facilmente odeiam seus parceiros amorosos.

    Quem foi Maria Padilha da Calunga?

    Maria Padilha da Calunga foi uma moça que, durante algum tempo, viveu no mundo terreno, passou por inúmeros sofrimentos, perdeu os pais muito cedo e foi criada na rua.

    Foi mulher da vida, viciada no álcool, praticou inúmeros abortos e suicidou-se. Esta entidade, quando chegou no mundo espiritual, pertencia ao limbo, onde sofreu ainda mais com as dores de suas faltas aqui na Terra.

    Através do Exu da Calunga, que ela conheceu em um momento de desespero, tornou-se sua assistente direta e conheceu a Umbanda, onde foi Coroada como a Mulher da Calunga, onde hoje é conhecida como Maria Padilha da Calunga, uma entidade de fé e conhecedora dos mistérios das sombras.

    Ponto Cantado de Maria Padilha da Calunga

    O ponto cantado de Maria Padilha da Calunga remete à uma moça bonita que carrega uma rosa e não tem medo de dizer quem é e o que faz.

    Nos revela que seu orixá regente é Omulú e que se precisar dela, é só chamar. Confira a letra do ponto cantado logo abaixo:

    “Eu estava caminhando perto da calunga
    Quando de longe eu avistei uma moça tão bonita
    Que de longe me acenava com uma linda rosa
    Quando perguntei seu nome?
    Olhem só o que ela me disse:
    Não se preocupe moço, pois meu nome eu vou dizer:
    Eu trabalho na calunga, sou mulher de sete exus,
    Se você ainda não sabe, eu pertenço a Omulú
    Quando precisares de mim, me chame em todo lugar
    MARIA PADILHA DA CALUNGA aqui em qualquer lugar
    Se você quiser me conhecer, eu estou a sua espera.”

    Ponto Cantado de Maria Padilha da Calunga

    Curiosidade: Maria Padilha da Calunga é da linha de Oxum/Iemanjá.

    Livro Recomendado:

  • Maria Padilha da Estrada: Oração, História, Quem é ela e o quê ela Gosta

    Maria Padilha da Estrada: Oração, História, Quem é ela e o quê ela Gosta

    Maria Padilha da Estrada é uma entidade feminina representada em imagens e esculturas por uma mulher morena ou branca de vestido, ás vezes longo, ás vezes curto, nas cores preto, vermelho, amarelo e dourado, portando também jóias e rosas e, na maioria das vezes, com a mão na cintura.

    Em algumas imagens e esculturas é representada com os seios de fora e usando saia, mas sempre com a mesma postura, a mesma classe.

    Maria Padilha da Estrada é uma entidade da Umbanda. Cheia de contos e de amor, ela tem seu próprio ponto.

    Oração à Maria Padilha da Estrada para Trazer a Pessoa Amada de Volta

    Maria Padilha da Estrada é uma poderosa pomba gira da falange de Oxum que, apenas em troca de divulgar o nome dela, pode fazer com que a pessoa que você deseja lhe procure e tenha um amor incontrolável por você.

    Se você o(a) está desprezando, mas quer que ele(a) volte para você, e tem fé que será atendido(a), recorra à Maria Padilha da Estrada através dessa oração:

    Minha poderosa, linda e jovem Maria Padilha da Estrada, gira tua saia poderosa e traga (nome da pessoa amada) para mim.

    Vá, minha poderosa pomba gira, vá agora ao encontro de (nome da pessoa amada) e sopre meu nome, (seu nome), em seu ouvido.

    Vá, minha pomba gira da falange de Oxum, rainha do ouro, da beleza e da sedução, e traz (nome da pessoa amada) pra mim.

    Prometo divulgar diariamente seu nome e seus poderes.

    Faça com que, nesse exato momento, ele(a) pense em mim e não tenha sossego enquanto não me telefonar, enquanto não olhar nos meus olhos, enquanto não sentir novamente o gosto de minha boca e do meu beijo.

    (Nome da pessoa amada) não terá paz e não conseguirá se concentrar no trabalho enquanto não me procurar.

    Traga, Maria Padilha da Estrada, esse(a) homem(mulher) pra mim, me dê essa alegria!

    Faça com que (nome da pessoa amada) tenha agora um amor incontrolável por mim, que me deseje, que não sossegue enquanto não me ver.

    Que ele(a) sinta meu desprezo por ele(a) e venha atrás de mim.

    Faça, Maria Padilha da Estrada, que eu tenha forças para não procurá-lo(a) até que ele(a) me procure, e que ele(a) fique encucado(a) com minha demora em procurá-lo(a).

    Traga, pomba gira, (nome da pessoa amada) para mim, espalhe exu, espalhe pomba gira, gira tua saia e vai de encontro ao(à) meu(minha) homem(mulher), e traga ele(a) pra mim!

    Que assim seja feito, assim está sendo feito!

    Sei que serei atendida(o) hoje e divulgarei teu nome como oferenda à esse pedido.

    Espalhe axé, espalhe Maria Padilha da Estrada, poderosa e formosa.

    Gratidão à Maria Padilha da Estrada!

    História de Maria Padilha da Estrada

    A busca pelo amor verdadeiro e a prosperidade foram coisas que mais permearam a vida de Maria Padilha da Estrada, mas também o abuso psicológico e a sede de vingança.

    Por muito tempo, ela se manteve na surdina para acabar com duas vidas ao mesmo tempo.

    Foi cínica, mentiu, mas como a corda sempre arrebenta no lado mais fraco, foi ela quem acabou morta.

    Á seguir, você pode conferir a história de Maria Padilha da Estrada, contada por ela mesma.

    Sempre estive à procura de um amor verdadeiro, que preenchesse realmente o vazio no meu coração, pois com a morte de minha mãe, a vida já não fazia mais sentido.

    Vivia em um palácio muito próspero, andava sempre bem vestida e com milhares de joias.

    Passei boa parte de minha vida ao lado de um amor infiel, que ficava comigo só pra me usar e se satisfazer.

    O filho do rei, que iria ser o possível sucessor, fazia de tudo para me tirar do sério e ser mandada pra longe dali, mas sempre agia com cautela e serenidade.

    Olhava cada passo do rei e do príncipe, cada suspiro e cada palavra.

    Eu preparava duas sepulturas. Aquela vida me desgastava por dentro e tudo o que eu queria era acabar com a vida dos dois.

    Durante muito tempo, envenenava a comida dos dois e, de pouquinho em pouquinho, via os dois definharem.

    Em uma dessas, fui pega pelo príncipe na copa do palácio e ele, sem pensar duas vezes, foi falar com o pai.

    Eu, o mais rápido possível, peguei a lâmina sobre a mesa e cravei no seu peito sem dó nem piedade. Matei!

    Matei o príncipe. Na mesma hora gritei.

    Gritei tão alto que todos escutaram e foram ver.

    Estava eu, de joelhos no chão, com o pescoço cortado para disfarçar a tragédia que cometi.

    O rei se lamentou, perguntou o que tinha acontecido e eu fiz a cena completa, disse que um ladrão entrou no palácio com uma lâmina, cortou meu pescoço e matou o príncipe.

    O rei acreditou, enterrou seu próprio filho mesmo nunca encontrando o ladrão.

    A verdade sempre aparece e em uma dessas ela apareceu.

    Descobriram quem tinha tirado a vida do príncipe.

    Eu estava dormindo e me acordaram aos sustos.

    Era meu fim, me levaram pra bem longe, era um lugar sujo e fedorento.

    Me acorrentaram, me prenderam feito cachorro.

    Sem água. Sem comida. Sem vida. Sem nada.

    Minha fé se mantinha a cada minuto naquela lama, mas a sede e a fome me consumiam.

    Eu não matei por matar. Matei porquê o amava.

    Matei porquê ele me traia. Matei porquê ele era a única pessoa que sentia algo.

    Eu matei. Matei o sucessor. Matei o meu amor.

    Fui acorrentada, abusada, ofendida e morta.

    Pra quem não me conhece, permite me apresentar:

    Me chamo Maria Padilha da Estrada.

    Aqui e em qualquer outro lugar.

    E, no vídeo abaixo, você pode conferir a mesma história contada acima narrada por @davihmoreira do canal Sereio.

    Quem é Maria Padilha da Estrada?

    Maria Padilha da Estrada é uma pomba gira que trabalha na estrada. Ela é brincalhona e suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas.

    Porém, é bom lembrar que, como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e, sendo assim, estas brincadeiras devem partir SEMPRE do guia, e nunca do consulente.

    Maria Padilha da Estrada é a guia que mais dá consultas em uma gira de exu, se movimenta muito e também fala bastante, chegando a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo.

    Suas oferendas nunca devem ser feitas nas encruzilhadas, apenas nas estradas. Seus símbolos são o tridente, o pássaro, a Lua, o Sol, a chave e o coração.

    As cores de suas velas serão de acordo com o trabalho a ser realizado, podendo ser pretas e vermelhas, todas vermelhas e, em certos casos, pretas e brancas ou, ainda, todas brancas.

    Algumas (pois se trata de uma falange de vários espíritos) se apresentam como ciganas, outras gostam de usar um chapéu igual ao que os malandros usam.

    Moça bonita e formosa que, quando “chega” no terreiro, gosta de beber, fumar e, principalmente, conversar com quem a agrada.

    Odeia injustiça. Domina os caminhos, as estradas por quais todos passam. Mulher de respeito, forte e determinada.

    Adora trabalhar para o amor. Em alguns sites, há a informação que, não sabe-se se é regra, esta senhora trabalha junto da lebara Padilhinha do Inferno.

    Quando estão em terra, bebem, conversam e resolvem os problemas juntas.

    Mesmo depois de terem desencarnado, mantiveram a amizade.

    O que Maria Padilha da Estrada Gosta?

    Maria Padilha da Estrada gosta de champanhe, licor de anis, martini e mel.

    Contudo, por trabalhar muito próxima da malandragem, pode preferir cerveja ou cachaça.

    Para os seus ebós (no candomblé), ela gosta de pata preta, pomba preta e cabra preta, levando fubá de milho e azeite de dendê.

    Como toda pomba gira, Maria Padilha da Estrada gosta de beber, de fumar (cigarros e cigarrilhas), de se vestir bem e, principalmente, conversar com quem a agrada.

    Está sempre com a mão na cintura, por vezes segurando a barra da saia ou jogando-a por cima da perna.

    Suas cores predominantes são o vermelho e o preto, apesar de gostar de se vestir de vermelho e dourado.

    É representada com saias rodadas, blusas rendadas, colares, flores e muitos enfeites.

    De acordo com a crença, as suas oferendas preferidas são o champanhe, o vinho, a pinga, o espelho, as joias e bijuterias e batons.

    Ela também gosta de perfumes e cosméticos, além de rosas vermelhas (nunca botões) em número ímpar, cravos e palmas vermelhas.

    Algumas pombas giras que vem como Maria Padilha da Estrada se apresentam como ciganas, outras gostam de usar um chapéu igual ao que os malandros usam.

    Maria Padilha da Estrada gosta, acima de tudo, de trabalhar para o amor verdadeiro, e costuma dar muito brilho para quem a ela se dirigir.

    Ajuda bastante para desenrolar negócios e gosta de limpar caminhos, além de ajudar bastante em descarregos.

    E pra quem não sabe, ela também gosta de ler a mão.

  • Maria Padilha na Umbanda e nos Terreiros + História, Identidade e Imagem de Maria Padilha

    Maria Padilha na Umbanda e nos Terreiros + História, Identidade e Imagem de Maria Padilha

    Maria Padilha é uma entidade bonita e feminina que, em vida, sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.

    Seus pontos cantados costumam contar ou relembrar sua história e seu nome remete à uma das mais populares pombas giras, considerada o espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida também teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Há livros que contam sua história como amante do Rei de Castela e, inclusive, historiadores vasculham romances e documentos à fim de construir a trajetória de Maria Padilha, que parte desde lugares desconhecidos ou que não existem mais à cidades europeias e africanas, até chegar aos terreiros brasileiros.

    Não existem provas de que Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé, mas isso é algo que pouco importa, principalmente aos seguidores dessas religiões.

    Maria Padilha nos Terreiros

    Muitos terreiros de candomblé incluíram o culto às pombas giras, como Maria Padilha, por força de adeptos convertidos da umbanda, mas na Bahia, onde a umbanda não tem muita expressão, as “Padilhas” também estão presentes.

    A entidade afro-brasileira Maria Padilha também é conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada e senhora da magia e, alguns dizem não se tratar de uma entidade somente, mas sim de uma falange ou agrupamento de pombas giras, que também são chamadas de inzilas, pertencente ao sincretismo das religiões afro-brasileiras umbanda e da quimbanda.

    E ainda existem as sub-falanges, que são diversas, mas dentre as mais populares podemos encontrar:

    • Maria Padilha do Cruzeiro das Almas – Linha de Omolu-Obaluaê/Iansã
    • Maria Padilha da Encruzilhada – Linha de Ogum
    • Maria Padilha do Cemitério – Linha de Omolu-Obaluaê
    • Maria Padilha da Calunga – Linha de Oxum/Iemanjá
    • Maria Padilha das Sete Catacumbas / Sete Tumbas – Linha de Omolu-Obaluaê
    • Maria Padilha da Navalha – Linha de Oxum
    • Maria Padilha das Sete Saias – Linha de Oxum

    A História de Maria Padilha

    Maria Padilha é considerada a feiticeira das pombas giras e é a pomba gira mais procurada nos terreiros. Assim, vale a pena conhecer melhor a história de Maria Padilha.

    Maria Padilha pertenceu a uma família castelhana, os Padilla, e seu nome foi eternizado em brasão posteriormente a sua morte.

    Através da história da Maria Padilha, é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer. Com fama de feiticeira, muitas fontes afirmam que ela teria se utilizado de fortes feitiços para conquistar o coração de D. Pedro I.

    Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.

    A história de Maria Padilha foi circundada por esse caso de amor que acompanha a sua história até como pomba gira. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.

    Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.

    A força da falange de Maria Padilha está ligada ao seu apego à matéria e ao seu grande amor. Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.

    Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros, onde é rainha, Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor.

    Quando perguntada pelo seu nome, quase sempre se denota como Rainha Maria Padilha, e adora festejar. Mas, em outras ocasiões, pode dar seu nome completo: Maria Padilha de Castela.

    Quem é Maria Padilha?

    Para alguns, Maria Padilha é apenas uma figura pertencente ao imaginário e conjuros de mulheres degredadas. Para outros, Maria Padilha é uma entidade da Linha de Esquerda, com a qual nem toda casa de Umbanda trabalha/va (ou pelo menos não reconhecia), pois a Umbanda é fruto do cruzamento entre Kardecismo e Catolicismo Popular, onde há uma separação entre bem e mal em reprodução da moralidade vigente no começo do século XX, época da criação da Umbanda, e cuja entidade foi considerada do mal.

    Maria Padilha e toda a Linha de Esquerda, onde seus companheiros principais são os Exús e Seu Zé Pelintra, também trabalham na Quimbanda, tida frequentemente como magia negativa.

    Maria Padilha é a maior representante das pombas giras e, muitas vezes, é vista como uma senhora de uma feminilidade demoníaca, vulgar e sexualmente indomável.

    Isso quer dizer que, além de ser chefe de terreiro, sua figura articula uma dualidade que forja em nós tanto a celebração da liberdade erótica como também o estereótipo que a considera vulgar, depravada e perigosa, digna de castigos da violência física, moral e social, como se fosse uma diaba.

    O espelho é uma das ferramentas de magia de Maria Padilha e o que anuncia a sua manifestação, o que abre a porta para a sua chegada, é uma sonora e particular gargalhada.

    Maria Padilha vem gargalhando e gingando, pra todo mundo ver sua liberdade, e ela vem fazer justiça… Maria Padilha abriu a porteira para uma falange de Moças (alcunha que as pombas giras gostam de ser chamadas): Rosa Vermelha, Rosa Caveira, Maria Navalha, Sete Saias, Maria Molambo, Maria Quitéria… e muitas mais.

    Maria Padilha, Rainha de Castela, era versada em magia e está enterrada na Capela dos Reis, cuja visitação é proibida, e sua memória está apagada, ou ao menos reduzida a amante assassina, na própria cidade onde viveu.

    Mas a conexão com esta entidade é muito conhecida nas Macumbas, Umbandas e Quimbandas. Prova disso é sua manifestação constante no Nordeste e principalmente no Rio de Janeiro, nas chamadas Macumbas Cariocas, onde fez amplo reinado como mestra e doutora em assuntos do amor mundano e do feminino.

    E vem mostrando muitas faces, pois é senhora de limiares e guarda mistérios de todas as vibrações – os reinos do Amor, da Justiça, da Lei, da Geração, da Evolução e da Fé, segundo uma das codificações da Umbanda.

    Curiosidade:

    Viviane Araújo como Maria Padilha
    Viviane Araújo como Maria Padilha

    Em 2016, durante o ensaio técnico da Acadêmicos do Salgueiro, entre os preparativos Carnaval, a atriz Viviane Araújo, rainha de bateria da escola de samba, se vestiu como Maria Padilha, causando muita repercussão e alguns episódios de intolerância religiosa nas redes sociais.

    A Imagem de Maria Padilha na Umbanda e no Candomblé

    A pomba gira Maria Padilha tem uma imagem muito semelhante tanto na Umbanda quanto no Candomblé. Em ambas as religiões, Maria Padilha é representada por uma mulher branca, de cabelos escuros, de porte altivo e poderoso.

    Aparece maquiada, com vestidos longos nas cores preto e vermelho e, muitas vezes, com coroa de rainha e tridente. Em algumas imagens, ela carrega inclusive uma capa nas mesmas cores de seu vestido.

    No entanto, ela também pode ser representada seminua, mas ainda assim demonstrando altivez e elegância. Caveiras também podem ser vistas em imagens que representam Maria Padilha, assim como representações em pele morena.

    Pomba Gira Maria Padilha, Farrapo, Mulambo e Cigana – Filhos de Maria 1° Festival Tambores de Angola

    Confira no vídeo à seguir as performances das pombas giras Maria Padilha, Maria Farrapo, Maria Mulambo e Cigana no Filhos de Maria 1º Festivel Tambores de Angola.

  • Santa Sara de Kali e sua História

    Santa Sara de Kali e sua História

    Santa Sara Kali é a padroeira dos roma, mais conhecidos como ciganos. Uma famosa imagem de Santa Sara fica na cripta da igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos.

    Fontes variam se sua canonização consta de 1712, ou se ela se trata de uma santa regional. O fato é que, independentemente de canonização ou cultos específicos, as pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela.

    Assim, Santa Sara ficou conhecida como a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados. O seu nome, tal como o de Sara, no Antigo Testamento, pode ser um nome hebraico que indica uma mulher de alta sociedade, que, algumas vezes, é traduzido como “princesa” e, outras, “senhora”.

    A história mais famosa de Santa Sara de Kali a identifica como a serva de uma das três mulheres de nome Maria que estavam presentes à crucificação de Jesus.

    Diz-se que ela seria serva e parteira auxiliar de Maria, e que Jesus, por esta tê-lo trazido ao mundo, teria uma alta estima por ela.

    No entanto, outra versão da história de Santa Sara de Kali conta que ela era serva de Maria Madalena. Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina, irmã de Maria, mãe de Jesus; Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João; Maria Madalena; Marta; Lázaro e Maxíminio.

    Eles teriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que, se chegassem a salvo em algum lugar, ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço.

    Eles, depois disso, chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem que foram amparados por um grupo de ciganos.

    O epíteto Kali, no nome de Santa Sara de Kali, significa “negra”, da língua indiana sânscrito, porque ela tinha a pele escura.

    Um marco importante, não só na história de Santa Sara de Kali, mas também na história dos ciganos, foi a instituição do Dia Nacional do Cigano, comemorado em 24 de maio, em homenagem à sua padroeira Santa Sara Kali, em 2006.

    Os ciganos se identificam como cristãos, no entanto, não são obrigados a seguirem uma religião, suas práticas religiosas estão condicionadas ao culto à Santa Sara Kali.

    Santa Sara, além de ser a padroeira do povo cigano, também é a santa das mulheres que querem engravidar, do bom parto e dos exilados.

    A História de Santa Sara Kali Pelo Canal Histórias Secretas

    No vídeo abaixo, Patrícia conta a historia que foi contada à ela no Sul da França por pesquisadores e por ciganas queridas que ela conheceu.

    Os clãs ciganos tem versões diferentes da historia e, no vídeo abaixo, Patrícia conta a versão da Igreja e as versões que foram contadas à ela.

    A Verdade Sobre Sarah la Kali

    Existem muitas lendas, mas aqui, a Embaixada Cigana do Brasil apresenta parte da história sobre o culto a Sara la Kali (que também é conhecida como Santa Sara Kali).

    A pesquisa, realizada por Nicolas Ramanush, foi feita sobre documentos dos Arquivos de Camargue, e relatos de pessoas da comunidade Manush de Arles.

    Confira no vídeo abaixo:

    A História de Santa Sara de Kali Pelo Templo Espiritual Maria Santíssima

    Todos os anos, o Templo Espiritual Maria Santíssima realiza uma homenagem a Santa Sara Kali. Um momento de agradecer as graças recebidas por ela e pelos Irmãos Ciganos Espirituais.

    O Templo Espiritual Maria Santíssima também tem a sua versão da história de Santa Sara de Kali e, provavelmente, é a versão mais correta e confiável, mostrando porque dela ser uma figura tão importante para os ciganos.

    Confira, abaixo, na íntegra:

    (…)

    Desde sua infância, Sara tinha muitas intuições e passava por situações nas quais utilizava sua sensibilidade.

    Ela conheceu as palavras do Cristo por meio das palestras de João e nunca parou de estudá-las, pois, acalentavam seu coração e ainda muito jovem tornou-se seguidora dele.

    Sara tinha a pele mais escura do que as dos outros e acreditavam que ela fosse uma escrava. Kali significa negra, ou seja, Sara Kali significa “Sara, a Negra”.

    Quando iniciou-se a perseguição aos cristãos, saiu para levar a mensagem do Cristo e ali, presas, acuadas foram colocadas em um barco.

    E os homens que assim o fizeram disseram que elas haviam fugido da região da Galileia; mas, na verdade elas foram açoitadas, aprisionadas, humilhadas, colocadas em um pequeno barco para desaparecer.

    Pois se eles as matassem encontrariam seus vestígios, encontrariam seus corpos. Sara, junto com Maria Salomé, Maria Jacobina, Maria Madalena e outros seguidores do Cristo, foi jogada ao mar, para que morresse de sede e de fome.

    Como ela conhecia as palavras do Cristo e as seguia, começou, juntamente com as Marias a orar com muito fervor.

    Em meio aos louvores, Sara fez a promessa de usar um lenço em homenagem ao Cristo caso fossem salvos. E naquele momento colocou o lenço em sua cabeça, pois ela não esperou chegar ao porto seguro.

    Assim, Sara Kali, sem duvidar, colocou o manto e naquele momento os ventos começaram a soprar em águas mansas e esse barco foi levado suavemente, como se estivessem sobre as nuvens, sem tempestades, sem ondas violentas.

    A fé ia abrindo os caminhos e não havia trevas naquele mar. E eles conseguiram desembarcar em uma terra chamada Petit Rhône, hoje conhecida como Saint Marie De La Mer, que significa “Santas Marias do Mar”, em homenagem a este acontecimento.

    Lá, cada um seguiu seu caminho, e Sara seguiu sua jornada. Primeiro em uma pequena gruta, onde acolhia viajantes e ciganos.

    Assim, identificou-se com a maneira livre e amorosa deste povo e viveu em função de ajudá-los e foi também acolhida por eles.

    Sua história, seus relatos nunca foram escritos, pois os ciganos não as escrevem, apenas passam-nas de pais para filhos, de geração para geração.

    Sara Kali nunca mais tirou seu véu. Uma vida de penitências, de fé e de exemplo. Ali começava a jornada de fé e de ensinar o que o Cristo havia lhes ensinado.

    Ali as Marias, cada uma buscando um caminho, porque Miguel Arcanjo havia dito individualmente à cada uma por onde deveriam seguir.

    (…)

    A História de Santa Sara de Kali Segundo a Tradição Católica

    Santa Sara Kali é a escolhida pelos ciganos para dedicarem toda a sua devoção, por acreditarem que ela foi uma cigana e escrava que enfrentou muitos desafios na vida.

    A tradição católica aponta Santa Sara Kali como a criada de uma das três Marias que seguiram com Jesus até Gólgota, local onde foi crucificado.

    E, justamente por ter acompanhado Jesus em sua dolorosa caminhada rumo à crucificação, Santa Sara Kali é tida como a padroeira dos desprotegidos.

    Conta a história cristã que Santa Sara Kali enfrentou preconceito e humilhação, mas em nenhum momento perdeu a sua fé em Jesus Cristo, muito menos abandonou os preceitos da Palavra de Deus.

    Santa Sara Kali é considerada a padroeira das mulheres grávidas e daquelas que desejam engravidar, por ter sido a responsável pelo auxílio a Maria, no momento do nascimento do menino Jesus.

    Segundo os relatos, Santa Sara Kali teve que enfrentar muitas provocações e humilhações antes de se encontrar com as três Marias que a ampararam.

    Santa Sara Kali se dedicou a evangelização e passou a usar um lenço sobre a cabeça, um gesto que simbolizava a sua decisão de se manter pura pelo resto da vida, entregando o seu coração somente a Jesus Cristo.

    E, justamente por este gesto é que é muito comum Santa Sara Kali receber lenços em sua imagem, principalmente após uma graça alcançada por algum devoto.

    Santa Sara Kali na Umbanda

    Na umbanda, Santa Sara Kali é vista como a Princesa da Beleza Negra. Ela é sincretizada com a Orixá Egunitá, que também é conhecida como Oro Iná.

    A figura associada a Santa Sara Kali na umbanda é a de uma divindade africana, com muita força, um exemplo de liberdade e que aplica a justiça divina.

    Orações à Santa Sara de Kali

    Geralmente, as preces direcionadas à Santa Sara Kali estão relacionadas para interceder em prol das mulheres grávidas e em prol daquelas mulheres que desejam engravidar e não conseguem, mas também existem diversas orações que servem para pedir riqueza e prosperidade.

    Clicando aqui, você poderá encontrar várias orações à Santa Sara.

  • Santa Justina e sua História

    Santa Justina e sua História

    Existem duas Santas Justinas: a Santa Justina e Prodoscimus de Pádua e a Santa Justina de Antioquia, que converteu Cipriano ao cristianismo.

    Neste artigo, vou falar da Santa Justina de Antióquia, cuja história se entrelaça na de Cipriano, pois se não fosse a perversidade de Cipriano em alistar um demônio para manchar as virtudes de Justina, talvez nem a teríamos conhecido.

    Justina se tornou cristã após ouvir um padre ler o evangelho e foi isso o que a salvou das tentações do demônio enviado por Cipriano, pois perante todas as tentativas do demônio de desvirtuá-la, ela fazia o Sinal da Cruz, um poderoso fechamento de corpo e símbolo de Jesus Cristo.

    Na imagem abaixo, podemos ver retratada a paixão de Justina de Antióquia:

    A Paixão de Justina e Cipriano de Antióquia
    A Paixão de Justina e Cipriano de Antióquia

    A imagem acima mostra Justina e Cipriano na cuba de ebulição que o conde Eutolmius ordenou para eles.

    Cipriano usa uma mitra bastante inadequada. À direita, o homem barbudo de manto e chapéu é, provavelmente, o conde.

    O homem de verde atacado por chamas na extrema direita é o sacerdote pagão Atanásio, que pensou poder mostrar o poder dos deuses entrando no próprio tanque, mas assim que ele se aproximou do fogo, ele saltou e o destruiu.

    O homem de chapéu vermelho, conversando com Eutolmius, deve ser seu primo Terentius.

    Vendo que nem espancamentos nem fogo poderiam convencer os dois cristãos a negar Jesus Cristo, ele aconselhou o Conde a enviá-los à César para um julgamento.

    Existem poucos retratos de Justina. Um deles é esse abaixo de origem ortodoxa oriental:

    Santos Cipriano e Justina de Antióquia
    Santos Cipriano e Justina de Antióquia

    A cruz em sua mão refere-se aos episódios em que ela fez o sinal da cruz como uma defesa contra os insultos dos demônios.

    Neste retrato, Justina é combinada com Cipriano, que é representado como um homem velho em vestimentas episcopais.

    O dia de Santa Justina de Antióquia é celebrado em 26 de setembro, juntamente com São Cipriano.

    O fato mais marcante sobre Justina realmente foi a sua fé inabalável em Jesus Cristo e como foi torturada por isso pelo feiticeiro Cipriano que tentou levá-la à loucura com suas artes mágicas.

    Na imagem abaixo, você pode ver uma representação de Cipriano de Antioquia tramando com o demônio contra Justina, antes de sua conversão à fé cristã, em iluminura de um manuscrito do século XIV:

    Cipriano de Antioquia tramando com o demônio contra Justina
    Cipriano de Antioquia tramando com o demônio contra Justina

    Justina converteu-se ao cristianismo, dedicando sua vida às orações, consagrando e preservando sua virgindade.

    Em determinado momento, um jovem rico chamado Áglede, que vivia apenas para desfrutar dos prazeres carnais, ficou obcecado por ela.

    À assediava na rua, tentou arrastá-la para sua casa para estuprá-la e, por fim, tentou pedir a mão dela em casamento.

    Porém, Justina não aceitou casar-se. E, foi por causa da fascinação e obsessão desse jovem que Cipriano investiu a tentação demoníaca sobre Justina.

    Um dos métodos de ataque utilizado por Cipriano foi um pó que despertaria luxúria em Justina, mas também ofereceu sacrifícios aos demônios e empregou diversas obras malignas.

    Graças à Deus, esses homens não obtiveram o resultado desejado com suas perversidades e a forma como Justina se defendeu, utilizando orações à Deus e o sinal da cruz, é um grande exemplo para as mulheres de como agir em casos de assédio.

    Justina foi tão boa como serva fiel de Jesus Cristo que, além de conseguir converter um dos mais malditos feiticeiros da região na época, que é Cipriano, ainda produziu várias obras cristãs com ele.

    Ela ficou à frente de um grupo de muitas virgens, o que certamente as salvou uma vida pecaminosa, e Cipriano enviava muitas cartas aos mártires fortalecendo-os no combate.

    Essas obras cristãs foram grandiosas o suficiente para chegar aos ouvidos do imperado Diocleciano, o responsável por persegui-los e torturá-los.

    Justina foi chicoteada e Cipriano açoitado com pentes de ferro, mas não cederam. Irritado com a resistência, Diocleciano ainda lançou Cipriano e Justina numa caldeira fervente de banha e cera, como você pode ver na primeira imagem desse artigo.

    Mas Diocleciano conseguiu a morte de Justina e Cipriano apenas decapitando-os, o que os transformou em mártires.

    Obs.: O nome de Justina vem de justitia, que significa “justiça”.

    Se não fosse a pregação do diácono, que entrou no coração de Justina e rapidamente começou a dar frutos, desenraizando os espinhos da incredulidade, e se a própria Justina não quisesse ser melhor e mais completamente instruída na fé deste diácono, toda a sua história teria sido diferente.

    Ela não teria mostrado-nos como a oração e o Sinal da Cruz são fortes contra demônios, luxúrias e assediadores e nem teria tirado Cipriano da vida maligna que tinha.

    Tanto Justina quanto seu pai Edesius e sua mãe Cledonia receberam o santo batismo de um bispo local e a comunhão dos santos mistérios.

    Quanto à Justina, ela lutou bravamente na manutenção dos mandamentos de Deus, amando a Cristo Esposo, ela serviu-o com fervorosas orações, na virgindade e castidade, jejum e grande abstinência.

    Nenhum homem conseguiu corrompê-la, tampouco um demônio. Então, façamos como Justina e ofereçamos orações ao Senhor todas as noites e também apossando do Sinal da Cruz para fechar nossos corpos para qualquer que seja o assédio.

    Ao ser derrotado por sua oração, o demônio fugiu dela com vergonha e, novamente, veio uma calma no corpo de Justina e no seu coração.

    Os efeitos do feitiço de Cipriano foram extintos, a batalha cessou, o sangue a ferver foi acalmado.

    Justina glorificou a Deus e cantou uma canção de vitória. Mas um segundo demônio foi enviado por Cipriano para atentar Justina, sendo banido vergonhosamente novamente por ela, pois, desta vez, ela havia domesticado as paixões da sua carne com abstinência e jejum (comia apenas pão e água).

    Justina diz que a recompensa para aqueles que vivem em castidade é grande e além das palavras, e que é muito estranho que as pessoas não nos dizem a respeito disso.

    E, realmente, não há tesouro tão grande como a pureza angelical. Um fato impressionante das tentativas do demônio em desvirtuar Justina foi quando, desejando consolar Cipriano, tentou ainda um outro compromisso: ele assumiu a forma de Justina e foi a Aglaias com a esperança de que, depois de ter levado a Justina “real”, o jovem poderia satisfazer seu desejo e, portanto, não seria a fraqueza dos demônios revelada, nem seria Cipriano confundido.

    E eis que, quando o demônio foi até Aglaias sob a forma de Justina, o jovem pulou de alegria indescritível, correu para a donzela falsa, abraçou-a e começou a beijá-la, dizendo:

    “Como é bom que você veio para mim, justa Justina!

    Mas mal o jovem pronunciou a palavra “Justina” que o demônio desapareceu imediatamente, sendo incapaz de suportar até mesmo o nome de Justina!

    O jovem ficou com muito medo e, correndo para Cipriano, disse-lhe o que tinha acontecido.

    Então, Cipriano, por sua magia, deu-lhe a forma de um pássaro e, depois de lhe permitir voar no ar, mandou-o para a casa de Justina, aconselhando-o a voar em seu quarto pela janela.

    Sendo carregado por um demónio no ar, Aglaias voou sobre o telhado. Nesse momento, Justina passou a olhar através da janela de seu quarto.

    Vendo-a, o demônio deixou Aglaias e fugiu. Ao mesmo tempo, a aparência de pássaro de Aglaias também desapareceu e o jovem caiu.

    Ele agarrou a borda do telhado com as mãos e segurou-a, pendurando-se ali, e se ele não tivesse sido descido até o chão com a oração de Justina, o irreverente teria caído e morrido.

    Assim, não tendo conseguido nada, o jovem retornou à Cipriano e contou-lhe a sua desgraça.

    Vendo-se envergonhado, Cipriano ficou muito triste e pensou em ir à Justina, confiando no poder da sua magia.

    Ele se transformou em um pássaro, mas não conseguiu ultrapassar a porta da casa de Justina antes de sua falsa aparência desaparecer e voltou com tristeza.

    Após isso, Cipriano começou a se vingar, e com a sua magia, trouxe desgraças diversas sobre a casa de Justina e nas casas de todos os seus parentes, vizinhos e amigos, assim como uma vez o diabo fez com o Jó justo (Jó 1: 15-19, 02:07).

    Ele matou os animais, ele derrubou os seus escravos com pragas e, dessa forma, ele trouxe a dor extrema.

    Finalmente, ele abateu com a doença a própria Justina, de modo que ela se deitou na cama e sua mãe chorou sobre ela.

    Justina, porém, consolou a mãe com as palavras do Profeta David:

    “Eu não morrerei, mas viverei, e vou contar as obras do Senhor” (Salmo 117:17).


    Não só a Justina e seus parentes, mas também a toda a cidade, por permissão de Deus, Cipriano trouxe infelicidade, como resultado de sua fúria indomável e sua grande vergonha.

    Pragas apareceram nos animais e várias doenças entre os homens, e a propagação do boato, através da ação dos demônios, que o grande feiticeiro Cipriano ia punir a cidade por conta da oposição de Justina para com ele.

    Em seguida, os maís honráveis cidadãos foram até Justina cheios de raiva e tentaram persuadi-la a não irritar Cipriano por mais tempo, e se tornar a esposa de Aglaias, a fim de escapar de ainda mais desgraças para toda a cidade por causa dela.

    Mas ela acalmou-os dizendo que em breve todas as desgraças que tinham sido trazidas com a ajuda dos demônios de Cipriano cessariam.

    E assim aconteceu. Quando Justina orou fervorosamente à Deus, imediatamente todos os ataques demoníacos sumiram, todos foram curados das pragas e se recuperaram de suas doenças.

    Quando essa mudança ocorreu, o povo de Cristo o glorificou e zombaram de Cipriano feiticeiro e de sua astúcia, e ele de vergonha não podia mostrar-se entre os homens e evitou reunir-se mesmo com amigos.

    Este fato impressionante não só mostra como os demônios são mentirosos e vigaristas como a sociedade, desde aquele tempo, é capaz de culpar as mulheres pelas atrocidades e barbáries dos homens.

    Mas, mais importante que isso, foi o trabalho de Justina como diaconisa, onde tratava do serviço do templo e cuidava dos pobres, obteve um convento e ainda se tornou abadessa de uma comunidade de mulheres religiosas.

    E ela fez tudo isso mesmo sendo acusada por muitos de ser hostil, de estar perturbando as pessoas, enganando-as e conduzindo-as aos seus passos ao mesmo tempo que pediam a sua morte.

    Ela foi presa e foi espancada na boca e nos olhos. Quando foi levada, juntamente com Cipriano, para o local da execução, Cipriano pediu um pouco de tempo para a oração, para que Justina pudesse ser executada primeiro, ele temia que Justina se assustasse com a visão de sua morte.

    Um prepotente de memória seletiva. Teria ele esquecido os demônios que fizera Justina enfrentar por tantas vezes e que enfrentou com digníssima coragem?

    Além de suas artimanhas vingativas lançadas sobre ela, sua família, seus amigos, vizinhos e toda a cidade, tendo ela enfrentado não somente a doença que ele lhe causou, mas também toda a população que queria obrigá-la a casar para não sofrerem por causa de sua malevolência?

    Acredito que, neste momento, Cipriano apenas quis esconder seu medo da morte tentando ser cavalheiro com Justina, pois sabia muito bem dos seus débitos com Deus.

    Ela, por sua vez, curvou a cabeça alegremente sob a espada que a decapitaria e partiu para seu Esposo, Cristo.

    Quem enterrou o corpo de Justina, juntamente com o corpo de Cipriano, foi uma certa mulher virtuosa e santa, cujo nome era Rufina, uma parente de Cláudio César.