Etiqueta: Cigano

  • O Arco-Íris (Conto Cigano)

    O Arco-Íris (Conto Cigano)

    O Arco-Íris é um conto cigano sobre tempos remotos em que o povo cigano procurava paz e não mais que salvar seu clã.

    E, no meio dessa história, entra o Deus do Arco-Íris. Confira!

    Em tempos distantes, quando os ciganos eram perseguidos e massacrados por povos bárbaros, viviam desesperados e sem perspectivas, pois não tinham como se defender de tão acirrada perseguição.

    Os ciganos são pacíficos e não guerreiam. No lugar de armas, portam seus violinos. No lugar de guerras, cantam suas canções e alegrias.

    No lugar de destruição, trazem a beleza de suas danças. No lugar de morte, os seus corações pulsam com a alegria de viver e de ser livre. E em lugar da fome, a mesa farta distribuída para todos.

    Difícil para esse povo ter que agredir ou mesmo matar para se defender. Assim, buscavam sempre bater em retirada, procurando a tão almejada paz, sem que para isso tivessem que recorrer a guerra.

    Foi quando uma cigana, vendo o arco íris, pediu com toda a força de sua alma, desejosa de salvar os poucos que restavam de seu clã e o filho que esperava em seu ventre, dizendo:

    – Deus do arco-íris, tu que atravessais os céus ligando à terra de uma extremidade a outra, eu, a cigana, te evoco e te imploro, nos salve e nos mostre a terra da paz.

    E, se jogando ao chão, chorou copiosamente. A cigana, no fundo de sua alma, esperava receber uma resposta quando percebeu que as cores do arco íris começavam a brilhar cada vez mais intensamente, alternando-se com rapidez.

    Era como se fossem as cordas de um instrumento musical. E sons melodiosos começaram. Sua alma então se aquietou, uma imensa paz a invadiu, quando inesperadamente ouviu uma voz dizendo:

    – Cigana, a sina de seu povo será se espalhar pelo mundo todo, povoar as terras mais distantes, representando-me em sua beleza. O céu será seu teto. A terra seu palco e seu lar. Eu ofuscarei a visão dos seus perseguidores para seu povo partir em segurança, mas o filho que você carrega em seu ventre ficará comigo.

    Neste instante, a cigana então segurou seu ventre com as mãos e gritou:

    – Não, não me peça o meu maior tesouro, ó Deus do arco-íris, eu te peço, não tire a vida do meu filho!

    Novamente, então, seguiu dizendo a voz do alto:

    – Cigana, se aquiete, seu filho não perderá a vida. Como um tesouro ele será guardado por mim. Ele fará com que minhas cores ganhem vida em suas vidas. Suas mãos estarão eternamente suprindo todas as suas gerações com moedas de ouro, pois à ele será dado o pote encantado. Em minhas cores, que vocês passarão a usar, estará o encantamento e a magia. Seu filho encantado continuará para sempre animando as cores em suas almas e espíritos. Com o verde, levarão a esperança e a fartura. Com o vermelho, a vida, o entusiasmo e o vigor. Com o amarelo, a realeza e a riqueza. Com o azul, levarão a serenidade e a intuição. Com o laranja, a energia, a vitalidade e a emotividade. Com o violeta, levarão a transmutação e perseverança. Com o rosa, o amor, a beleza, a moralidade e a música.

    E então, como num passe de mágica, a cigana viu seu filho flutuando em direção ao arco íris. Ele ficou envolto por suas cores cintilantes, formando-se em sua cabecinha cachinhos de cabelos dourados, que caíram em forma de moedas de ouro.

    Desde então, os ciganos se dispersaram pelo mundo. Levando o encanto de suas roupas coloridas e a atração pelo ouro.

    Conhecendo em suas almas e no relato de seus antepassados que o colorido de suas roupas na realidade é o colorido de suas vidas que eles tanto amam.

    E que o brilho do ouro é o brilho do tesouro mais valioso, que é o Dom de viver. No final do arco-íris, existe um pote de ouro inesgotável para trazer sorte, dinheiro e felicidade, para perpetuar a união e o amor pela vida e a liberdade que são os maiores tesouros.

    Adaptação de Augusto Pessôa

  • O Barco (Conto Cigano)

    O Barco (Conto Cigano)

    O Barco é um conto cigano sobre uma moça cigana e uma lenda envolvendo feiticeiras e um pouco de gratidão. Confira!

    Certa vez, uma moça cigana observou que todas as pessoas, quando comiam ovos, costumavam quebrar as cascas, e perguntou o motivo deste comportamento e recebeu a seguinte resposta:

    – Você deve quebrar a casca em pedacinhos por temor de que as feiticeiras façam com ela um barco, minha querida. Por sobre os mares distantes de casa, tarde da noite, as bruxas rondam.

    Então – disse a moça: não vejo porque as pobres feiticeiras não possam ter seus barcos como todas as outras pessoas.

    E, dizendo isso, atirou a casca do ovo que comia bem longe, enquanto gritava:

    – Feiticeira, tome seu bote!

    E qual não foi sua surpresa quando viu a casca sendo como que arrebatada pelo vento, indo para bem longe, até tornar-se invisível, enquanto uma voz gritava:

    – Obrigada!

    Algum tempo depois, a cigana estava numa ilha onde permaneceu alguns dias. Quando quis voltar, percebeu que a maré subira, arrastando seu barco para longe.

    A água continuou a subir, subir, até que ficou fora da água apenas uma pontinha da ilha, exatamente onde a moça se encontrava, e ela pensou que iria morrer.

    Nesse mesmo instante, viu que um barquinho branco vinha em sua direção; sentada dentro dele estava uma mulher com olhos de feiticeira; remava com uma vassoura e um gato preto estava sentado em seu ombro.

    – Pule para dentro! – gritou para a cigana, levando-a de volta para terra firme.

    Quando já estava na praia, a mulher disse:

    – Dê três voltas completas para a direita e, cada vez que completar uma delas, olhe para o barco.

    Ela obedeceu, fazendo exatamente o que a mulher mandara e, cada vez que olhava para o barco, ele ficava cada vez menor, até ficar do tamanho de um ovo. Nesse instante, a mulher falou:

    – Esta é a casca que você mandou pra mim. Até mesmo uma feiticeira sabe ser grata.

    Quando terminou de falar, ela desapareceu no ar junto com o gato, a vassoura e tudo mais. E assim termina a história…

    Adaptação de Augusto Pessôa

  • Oração de Louvor ao Cigano

    Oração de Louvor ao Cigano

    Esta oração é um louvor ao cigano espiritual, uma homenagem à sua força e coragem, amor e carinho, e também uma evocação da sua energia.

    Cavaleiro da noite e do dia, homem forte e corajoso, és a força de um grupo cigano, és poder. Com teu violino, encantas a Lua Cheia.

    Com teu sapateado, ajudas a Mãe-Terra a sentir teu lamento cigano e sentes na relva a energia mais profunda da Natureza.

    Ao olhar a fogueira, decifras o que dizem as labaredas, pois é na chama do fogo que são revelados os mistérios do mundo.

    Cigano, és homem forte e seguro do que queres. Cigano, és amor, carinho, ternura e paixão ardente. Cigano, pareces árvore frondosa de tronco grosso, a proteger-nos das falsidades desta vida terrena.

    Ao olhar para o infinito, possa eu sentir a tua energia. Cigano, ao olhar a chuva caindo na relva, possa eu sentir-te lavando-me das impurezas deste mundo; e, ao olhar a chama de uma vela, possa eu sentir-te a dizer-me: “Estou te protegendo”.

  • Oração ao Mentor Espiritual Cigano

    Oração ao Mentor Espiritual Cigano

    Esta oração ao mentor espiritual cigano é indicada para atrai-lo e recorrer ao povo cigano em prol de alguma causa digna, que mereça auxílio.

    Ó Senhor meu Deus! Que estais no céu! Que por vosso amor e bondade deixou vir à terra este mentor espiritual que é Cigano, que nos jardins das rosas foi coroado e vive junto de nós e Santa Sara, humildemente peço permissão, neste momento, para recorrer ao povo cigano.

    Ó cigano, vós que sois amor, bondade, dedicação e amparo à todos que recorrem a ti, nos ensina a perdoar aqueles que nos ofendem e amar sempre nosso semelhante.

    Dai-nos o merecimento de vossa irradiação junto a nós. Que assim seja!