Maria Padilha no Candomblé

Maria Padilha no Candomblé

Maria Padilha é bonita, é mulher e sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.

Maria Padilha, talvez a mais popular pomba gira, é considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

Maria Padilha foi a amante do rei de Castela que viajou de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.

Mas, de fato, não se sabe se Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé, e pouco importa saber.

Muitos terreiros de candomblé incluíram o culto à Maria Padilha por força de adeptos convertidos da umbanda.

Maria Padilha, também conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada, senhora da magia, é uma falange/ou agrupamento de pombas giras, ou inzilas, como também são chamadas, pertencente inicialmente ao sincretismo das religiões afro-brasileiros umbanda e quimbanda.

Entre as diversas sub-falanges estão:

  • Maria Padilha do Cruzeiro das Almas – Linha de Omolu-Obaluaê/Iansã
  • Maria Padilha da Encruzilhada – Linha de Ogum
  • Maria Padilha do Cemitério – Linha de Omolu-Obaluaê
  • Maria Padilha da Calunga – Linha de Oxum/Iemanjá
  • Maria Padilha das Sete Catacumbas / Sete Tumbas – Linha de Omolu-Obaluaê
  • Maria Padilha da Navalha – Linha de Oxum
  • Maria Padilha das Sete Saias – Linha de Oxum

Maria Padilha é uma entidade que causa muita repercussão e até alguns episódios de intolerância religiosa, seja nas redes sociais, seja no mundo real.

Mas, ainda assim, Maria Padilha é a pomba gira mais procurada nos terreiros, sendo uma importante figura das religiões de origem africana e representada pela imagem de uma feiticeira, aguçando sempre a curiosidade das pessoas em saber quem é e quem foi Maria Padilha, quais suas características e história.

Maria Padilha, encarnada na Terra como Maria de Padilla, também é chamada de Maria Padilha das 7 Encruzilhadas, Maria Padilha do Cabaré, Maria Padilha da Estrada, Maria Padilha das Almas e Maria Padilha Cigana.

Maria Padilha, de acordo com pesquisas históricas sobre a pomba-gira, teria nascido em 1334, na Espanha, com o nome de Maria de Padilla.

No Plano Espiritual, Maria Padilha possui vários parceiros e, dependendo da linhagem e de outras características, os escolhe para realizar determinados trabalhos juntos.

Nos terreiros espalhados por todo o mundo, Maria Padilha é procurada para realizar feitiços, dar orientação e conselhos sobre amor.

Em relação ao culto à Maria Padilha, ela é conhecida por adorar presentes bonitos e sedutores, como rosas vermelhas e joias, afinal ela é o símbolo da sedução, feitiço e amor.

Maria Padilha age nas causas relacionadas ao amor, relacionamento e sexo, por isso os pedidos à ela estão dentro dessas circunstâncias, o que inclui amarração amorosa e afastamento de rival.

A primeira coisa que você precisa saber sobre Maria Padilha quando pensar em pedir ajuda à ela é que ela não ajuda aqueles que a recorrem com segundas intenções ou com maldade.

Pelo contrário, Maria Padilha ajuda apenas aqueles que procuram por amor com a melhor das intenções. Então, para que seu pedido à Maria Padilha seja atendido, concentre-se primeiramente na intenção, ou seja, avalie se seu pedido é realmente digno das bênçãos de Maria Padilha e recorra à sua intercessão.

Maria Padilha é, de uma maneira geral, uma entidade espiritual da Umbanda ou do Candomblé, que se manifesta através de um médium, portanto é, de fato, uma mensageira entre o mundo dos Orixás e do mundo terreno.

Maria Padilha é a feiticeira das pombas giras, que pertenceu à uma família castelhana enquanto encarnada, os Padilla, e teve o seu nome eternizado em brasão posteriormente a sua morte.

Através da história da Maria Padilha é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer. Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.

O caso da pomba-gira Maria Padilha foi realmente um caso de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.

Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.

Hoje, podemos experimentar a força da falange de Maria Padilha. Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.

Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor.

Maria Padilha é a consorte de Exu, que é o mensageiro dos Orixás no Candomblé. Maria Padilha é a Rainha do Candomblé, também conhecida como Rainha das Marias, e é representada por uma mulher sensual, independente e dominadora, incorporada por um(a) médium, assim como na umbanda.

Rainha do Candomblé não pelo culto africanista aos Orixás, mas por ser essa palavra sinônimo de dança e música ritualística.

Sua característica principal é ser uma Pomba Gira festeira, adora festas com ritualísticas e alegria, daí à ser chamada de Rainha do Candomblé.

Também é conhecida como Rainha do Reino da Lira, uma cidade africana que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda.

Maria Padilha é a pomba gira que mais está presente nas festas, é o nome mais ouvido e também é a que mais conversa e dá atenção aos consulentes em quase todos os terreiros que rendem homenagens à ela.

Maria Padilha é uma das principais entidades da esquerda na Umbanda e no Candomblé, é uma exu mulher e uma pomba gira de grande força e de muita procura pelos consulentes.

Maria Padilha bebe muito. Dentre suas bebidas favoritas, está o uísque. Ela também gosta muito de música alegre.

Sou eterna, vivi várias vidas, e hoje sou uma pombagira de luz, meu nome é Maria Padilha para quem não me conhece. Ajudo a quem me procura, e lasco com a vida de quem me desafia. Não tenho medo de feitiço e nem de reza mal rezada. Quem me dá o de comer também come quem me dá o de beber também bebe. Mas quem nada me oferta, eu também não tenho nada para dar.

(Pombagira Maria Padilha, Agosto de 2017).

Moro no cabaré, lá é meu lugar, moro nas encruzilhadas e em qualquer lugar, quem quiser me ver, me agradar passa em um desses lugares. Juraram de me matar na porta deum cabaré, passa por lá todo dia, não mata porque não quer kkkkkkkkkkkkk

(Pombagira Maria Padilha, Setembro de 2017)

Cultuada nos terreiros de candomblés e umbandas, Maria Padilha é uma das personagens mais populares em todo o Brasil.

Ela é Maria Padilha
De sandalhinha de pau
Ela trabalha para o bem
Mas também trabalha para o mal.

Quem não me respeitar
Oi, logo se afunda
Eu sou Maria Padilha
Dos sete cruzeiros da calunga
Quem não gosta de Maria Padilha
Tem, tem que se arrebentar
Ela é bonita, ela é formosa
Oh! bela, vem trabalhar.

As cantigas dos candomblés e os pontos cantados da umbanda são instrumentos de identidade das entidades, e não é diferente com Maria Padilha, que costuma ter não só muitos pontos cantados como também as cantigas mais famosas e entoadas até por aqueles que não são frequentadores de terreiros ou tão adeptos da religião.

O candomblé tem pouquíssima preocupação em construir um corpo teórico doutrinário e uma organização teológica das suas entidades, e o culto de Maria Padilha segue de perto o culto dos orixás, assentado em mitos e tradições de origem presumidamente africana, não existindo praticamente nada escrito sobre ela.

Seu culto no candomblé se constitui à partir de entrecruzamentos de tradições africanas e europeias. Deve-se presentear Maria Padilha com coisas que ela usa no terreiro, quando incorporada, como tecidos sedosos para suas roupas, nas cores vermelho e preto, perfumes, jóias e bijuterias, champanhe e outras bebidas, cigarro, cigarrilha e piteiras, rosas vermelhas abertas (nunca botões), além das oferendas de obrigação – os animais sacrificiais (sobretudo no candomblé) e os despachos deixados nas encruzilhadas, cemitérios e outros locais, a depender do trabalho que se faz, sempre iluminados por velas vermelhas, pretas e, às vezes, brancas.

Como o candomblé não faz distinção entre o bem e o mal no sentido judaico-cristão, a relação entre o indivíduo encarnado e Maria Padilha (e qualquer outra entidade ou orixá de candomblé) torna-se propiciatório e sacrificial, ou seja, um à mercê do outro.

Nas grandes festas de exu e Maria Padilha, especialmente nos terreiros de candomblé em que há o costume de se oferecer apenas uma grande festa anual para essas entidades, Maria Padilha vem para se divertir, dançar e ser apreciada e homenageada, conforme o padrão do culto aos orixás, os quais jamais dão consultas, conselhos ou receitas de cura durante o transe de possessão.

Quando se recorre à Maria Padilha, busca-se o conforto de três maneiras:

  1. consultando-se com ela durante uma gira ou toque, em que ela está presente pelo transe, em sessões que ocorrem muito tarde da noite, geralmente às sextas-feiras;
  2. em contato com ela em sessão reservada, geralmente à tarde, quando o terreiro oferece consultas privadas;
  3. tendo o pai ou mãe-de-santo como intermediador, que podem usar o jogo de búzios, oráculo dos orixás, o que acontece quando se trata de terreiro mais próximo de práticas do candomblé.

No candomblé, Maria Padilha recebe sacrifício votivo de galinhas pretas e, quando se pretende atingir objetivos mais difíceis, de cabras pretas e novilhas.

Na umbanda, a oferenda de alimento, preferencialmente, vai para um lugar fora do terreiro (encruzilhada, praia etc.), mas, no candomblé, as comidas são depositadas ao “pé de Maria Padilha”, isto é, junto às suas representações materiais compostas de boneca de ferro (geralmente com chifres e rabo, como o diabo), tridentes arredondados de ferro, lanças de ferro e correntes (elementos presentes também nos pontos-riscados), representações que permanecem guardadas, longe dos olhos dos não iniciados, nas dependências reservadas para o culto de exu.

Nos terreiros de umbanda e nos candomblés que cultuam as formas umbandizadas de exu, a concepção mais generalizada de Maria Padilha é de que se trata de uma entidade muito parecida com os seres humanos.

Maria Padilha feiticeira, o seu feitiço não é de brincadeira!

Imagem de Maria Padilha

Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, Maria Padilha costuma ser representada pela imagem de uma mulher branca, rainha, que usa coroa e cetro, e veste-se elegantemente com vestidos longos pretos e vermelhos.

Sempre com postura de autoridade, seriedade, mas também sensualidade.

Poesia da História de Maria Padilha das Almas

Famosa também pelo nome de Cigana do Oriente, Maria Padilha das Almas, é pura beleza, emana muito charme, passa confiança à todos os que procuram por ela.

Maria Padilha das Almas é conhecida, também, por ajudar, em momentos de necessidade, as mulheres que precisam de alguém que possa colaborar com problemas sexuais ou férteis.

Essa entidade recebe seus trabalhos, despachos ou oferendas tanto no Cruzeiro do cemitério, quanto nas encruzilhadas — isto só caberá a Maria Padilha das Almas decidir.

Maria Padilha das Almas é uma das principais entidades da umbanda e do candomblé. Repleta de amor, oferece ajuda para concretizar relacionamentos para pessoas que sofrem de paixões não recíprocas.

Maria Padilha das Almas tem um caráter marcante e é bem mais forte e autoritária do que as outras entidades que trabalham regularmente com ela.

Abaixo, você pode conferir uma poesia que se baseia na sua real história e, ao mesmo tempo, tem a síntese desta nobre entidade, que é a pomba gira Maria Padilha das Almas.

Vou contar uma lenda de uma pobre Maria

Que conheceu o luxo e a agonia

Vou contar a lenda de Maria Padilha

Que escondia a sedução sob a mantilha

Ela viveu no século XIV, cheio de magia

Misticismo e fantasia

Ela nasceu na Espanha valorosa

Formosa e maravilhosa

Ainda criança, Maria Padilha foi abandonada

Por sua mãe, que era uma coitada

Ela era filha de mãe solteira

E virou uma órfã verdadeira

Ela nunca teve uma família inteira

Assim, ela foi criada por uma feiticeira

Ela gostava de dançar o “flamenco” sensual

De uma forma especial

Ela gostava de vestir preto e vermelho

Para treinar a dança no espelho

Na adolescência, ela virou uma cortesã elegante

Conhecendo muita gente importante

Ela foi apresentada à Dom Pedro I de Castela

De uma forma elegante e bela

Pelo primeiro ministro numa festa

Ao som de uma linda orquestra

Assim, os dois dançaram e se apaixonaram

Mas Pedro estava noivo de Branca de Bourbon

Que era frágil e sempre saia do tom

Mas Maria Padilha fez uma bruxaria

Que gerou uma grande agonia

Ela jogou um feitiço no cinto em que Branca

De uma forma ingênua e franca

Presenteou o seu amado

De um jeito calado

Assim, depois do casamento

Sem nenhum sentimento

Aconteceu um tormento

Branca, dois dias depois, foi abandonada

Sem entender absolutamente nada

Depois, os membros bastardos da família real

Sequestraram Pedro de um jeito sensacional

Mas, com a ajuda de Maria Padilha

Pedro escapou de toda aquela matilha

Então, ele decidiu transferir sua corte para Alcazar de Sevilha

Junto com sua amada Maria Padilha

Depois, ele bolou uma vingança sem piedade

E matou seus 9 irmãos traiçoeiros de verdade

Por causa desta vingança de fel

Ele ficou conhecido como Pedro, o cruel

Com Maria Padilha, ele teve 4 crianças

Carregadas de coragem e esperanças

Porém, um dia

Cheio de agonia

A linda Maria

Morreu vítima da peste negra com muita dor

Mas Pedro, chorando com ardor

Nomeou a amada morta como rainha original

De uma forma especial

Porém Pedro, o cruel

Conheceu o próprio fel

Morrendo nas mãos do único irmão bastardo que escapou a sua ira

Mas que conheceu a atrocidade e a mentira

Maria Padilha pode te ajudar te guardando e iluminando seu caminho.

Ponto Cantado de Maria Padilha

“Deu meia-noite
A Lua se escondeu
Lá na encruzilhada
Dando sua gargalhada
Maria Padilha apareceu

Deu meia-noite
A Lua se escondeu
Lá na encruzilhada
Dando sua gargalhada
Maria Padilha apareceu

A laroiê, a laroiê, a laroiê
É mojubá, é mojubá, é mojubá
Ela é odara
Quem tem fé na Maria Padilha
É só pedir que ela vai dar

A laroiê, a laroiê, a laroiê
É mojubá, é mojubá, é mojubá
Ela é odara
Quem tem fé na Maria Padilha
É só pedir que ela vai dar

Laroiê, Exu Mulher!”

Entrada de Maria Padilha

@ekedjijoicetysang15

Entrada de Dona Maria Padilha sábado dia 22/10. Sou eu Maria Padilha senhora de seu Lúcifer. Quem me quiser boa sorte. Quem me quiser mal boa morte. Escolha oque tu quiser. Madrugada ae madrugada aaaaa.💃🏽❤️🖤 Não tem jeito essa cantiga e a mais pedida é amada do Brasil e eu amo cantar. @maesaratyoya só gratidão por tudo quanta emoção quanto Asé foi participar desse ajo sou grata a Deus, aos Orisás a Esú e Pombogira por tudo!!! #laroye #esumulher #donaPadilha #rainha #pombogira #religiao #candomble #ketu #angola #umbanda #ekèjí #respeito #gratidão asé.

♬ som original – Joice Aguiar

Sou eu, Maria Padilha

Senhora de seu Lúcifer

Quem me quiser, boa sorte!

Livro Recomendado:

Visited 1 times, 1 visit(s) today

You may also like