Categoria: Povo Cigano

  • Santa Sara, uma Santa Protetora, e não só do Povo Cigano

    Santa Sara, uma Santa Protetora, e não só do Povo Cigano

    Santa Sara Kali é a santa protetora do povo cigano e provedora de sorte, amor, saúde, fartura e vida longa. E também é protetora das mulheres que não conseguem engravidar, dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.

    Santa Sara foi canonizada em 1712 pela igreja católica, mas apenas o povo cigano e os devotos não-ciganos à cultuam.

    A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado. Os devotos buscam a obtenção das graças nos olhos da santa, pois nos olhos dela tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a força do amor da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o sorriso, a magia do toque e a paz.

    E, assim, todos que buscam graças no seu olhar, retornam sempre aos seus pés para agradecer. Dentre os seus protegidos, estão especialmente as mulheres que estão com dificuldades para engravidar.

    No entanto, ela atende todos os tipos de pedidos e todos os que tem verdadeira fé, e não somente as mulheres que querem engravidar.

    Santa Sara Kali tem algumas orações que podem ser feitas em qualquer momento em que se desejar a ajuda dela. A mais famosa é a Oração à Santa Sara Contra Negatividades e Para Obter Proteção, recomendada para todos que precisam de proteção.

    Santa Sara é protetora e não só dos ciganos. Ela ilumina a vida daqueles que a procuram e ajuda os necessitados, provendo paz, esperança e milagres.

    Curiosidade: Uma imagem de Santa Sara fica na cripta da igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos.

  • O Significado das Frutas para o Povo Cigano

    O Significado das Frutas para o Povo Cigano

    As frutas têm a capacidade de absorver as energias negativas e atrair as energias positivas, e possuem grandes significados para o povo cigano, por isso estão sempre presentes nos rituais, simpatias e oferendas ciganas.

    Os ciganos são um povo que come muitas frutas, pois elas fazem parte da cultura e modo de vida ciganos. Elas são muito poderosas e usadas por este povo desde a antiguidade para bençãos e realizações específicas.

    Algumas frutas são utilizadas para meses específicos, outras para fins-de-semana. Existem até frutas que são usadas para o réveillon, promovendo um ano de muita paz e tranquilidade.

    As frutas estão presentes ainda nas festas e rituais ciganos, e também são usadas em chás, banhos e em encantamentos para atrair positividade, sorte, prosperidade, sucesso nos negócios, amor, boa saúde e muito mais.

    Mas, atenção: A cultura destes povos diz que as frutas ciganas nunca podem ser ingeridas até a gula. Quando cometemos a gula com frutas, o efeito benéfico destas sobre a nossa vida é automaticamente anulado.

    Então, seja sempre moderado com as frutas, dando-lhes o espaço certo para agirem sobre nós.

    MAÇÃ: ela aparece em todos os rituais ciganos e é usada como base de perfumes, banhos, óleos e poções. Nas festas de casamento, as mesas com toalhas vermelhas e enfeites dourados também devem ser forradas com essa fruta, pois ela simboliza o amor e a paixão.

    Mais: casamentos sem maçãs significam que o amor não durará para sempre. Também simboliza o amor de uma mulher e a mulher, o sexo feminino, portanto sempre que oferecer maçã, ofereça também a pera.

    A maçã é amplamente utilizada em rituais ciganos e da umbanda, além disso, eleva os sentidos de sensualidade, uma vez que é a fruta do amor de da paixão.

    Deve estar presente no nosso dia a dia para que nossa vida amorosa esteja sempre sintonizada com o universo. Concede ainda conhecimento espiritual, sabedoria e intelecto.

    É calmante e eficaz no tratamento de anemia, brônquios, insuficiência hepática. Elas servem para dar longevidade ao corpo e acalmam o nervoso do estômago.

    Alimentam e não contêm nenhum tipo de restrição. É rica em quercetina, substância que ajuda a evitar a formação dos coágulos sanguíneos capazes de provocar derrames.

    A maçã é recomendada para pessoas com problemas de intestino, obesidade, reumatismo, gota, diabetes, enfermidades da pele e do sistema nervoso.

    A sua casca seca é empregada como chá para purificar o sangue e serve de diurético. Quando aquecida, ajuda a manter a temperatura interna do corpo.

    Uma curiosidade sobre a maçã: quando a cortamos para encantamentos/simpatias, o sentido do corte é de extrema importância para o resultado: horizontal, para prosperidade; vertical, para sentimentos.


    PÊRAS: são as frutas preferidas dos ciganos, junto com as maçãs. Entre os persas, acreditava-se que o seu sabor perdurava até depois da morte.

    Por isso, a pêra também está ligada à imortalidade e à boa saúde, além, é claro, da prosperidade, pelo tom amarelo da fruta que lembra o ouro.

    Representa também o homem, portanto, sempre que oferecer uma pera, ofereça também a maçã. Ela é associada ao útero, ativa a criatividade e também está relacionada à energia sexual.

    Sendo assim ela é capaz de ajudar na gravidez, pois seu formato lembra o corpo de uma mulher. Acalma o bebe e evita cólicas.

    Como contém muitas fibras, a pêra é boa contra a prisão de ventre, inflamação do intestino e da bexiga. Mantém o equilíbrio interno e o vigor do sistema nervoso.


    MELANCIA: muito presente na decoração das festas, significa prosperidade e fartura (pela abundância de sementes) e fertilidade (pela cor vermelha do seu interior).

    Essa fruta possui 90% de líquidos que ajudam no equilíbrio do corpo e fazem muito bem a bexiga, ajudando a combater deficiências ligadas a ela.

    Os caroços da fruta, se batidos no liquidificador com a poupa e tiverem uso contínuo, é um excelente remédio para a próstata.

    A melancia sacia a sede que não passa e ajuda no combate da anemia.


    MORANGO: mais uma fruta vermelha empregada em poções de amor. A cor vermelha e o sabor da fruta dão a energia necessária para conquistar o ser amado e combater a anemia.

    É utilizada também para curar desilusões amorosas e rompimentos, em chás e poções. Chá de morango é uma boa pedida para corações partidos, pois combate a tristeza e reforça as defesas do organismo. 

    Representa o coração e a felicidade e ativa a energia sexual.


    ABACATES: os ciganos não têm dúvida em adaptar frutas de outros países, desde que sejam doces. É o caso do abacate, originário do México.

    Aprenderam a muito que o caroço torrado combate a diarréia e as folhas limpam os rins e a bexiga. É um alimento rico, principalmente em saladas e acompanhados de carnes.

    Combate o colesterol ruim, pois limpa as artérias do corpo. Sua gordura é sadia e lúbrica o intestino. Costumam usá-lo com limão, reforçando a limpeza do fígado.

    Para o uso externo, rala-se o caroço do abacate e coloca-se dentro de um vidro com álcool. Depois de 24 horas, aplica-se o emplasto na garganta, para combater dores e inflamações.


    UVAS: se um cigano lhe der um cacho de uvas rosadas bem doces, saiba que ele quer se aproximar de você e ser seu amigo – ou talvez algo mais do que isso.

    Para eles, uvas e amizade andam sempre junto. Se você está triste e sem amigos, experimente chupar uvas. Como em outras culturas, elas também são sinônimo de prosperidade e amizade verdadeira.

    Os ciganos afirmam, convictos, que o costume de comer doze uvas no réveillon – uma para cada mês – é uma tradição originada entre eles, assim como o hábito de ter frutas secas na mesa de Natal.

    Usa-se muita uva seca nos pratos doces e salgados. A uva faz bem ao sangue, dá longevidade, reforça o corpo e ajuda no combate a infecções e inflamações.

    Tomadas em forma de chá, elas aliviam sintomas de menopausa. Ela ativa os rins e aumenta a urina. Limpa o fígado por excessos alimentares. O vinho tinto entra por aí.

    A uva também é responsável pela vibração do espirito e não é à toa que o vinho é a bebida preferida de Dionísio e Baco, deuses da natureza, da fecundidade, da alegria e do teatro.

    A doçura extrema das uvas é propícia para quem precisa de energia para os afazeres do cotidiano. Confira o simbolismo e o poder de cada tipo de uva:

    • Uva verde: simboliza a saúde.
    • Uva rubi: atrai a prosperidade para a nossa vida.
    • Uva passa ou ameixa: representa o progresso.

    De forma geral, representa o poder da consciência. O seu chá é indicado para fertilidade e costuma ser ingerida pela mulher em rituais.

    Está ainda relacionada ao sêmen masculino.


    FIGO: outro estimulante sexual (aberto, assemelha-se ao órgão genital feminino). Usado também como remédio para combater a depressão, a ansiedade e a falta de memória.

    Está ligado à elevação espiritual, ao amor universal e à transcendência. É eficaz no tratamento de bronquite, escarlatina e problemas de uretra (podendo ser ministrado até para animais).

    Evitam a fadiga mental e contribuem para a transmissão normal dos impulsos nervosos. A água de figos (secos ou frescos), tomada pela manhã, em jejum, e à noite ao deitar, normaliza a função intestinal, além de auxiliar a expulsão de vermes intestinais.

    O figo é recomendado para os que sofrem de doenças do fígado e vesícula biliar. Já os que sofrem de acidez do estômago, artrites ou são obesos, devem evitá-lo.

    O leite do figo é amargo e serve como veneno para os olhos.


    ROMÃ: uma fruta muito antiga. É empregada em chás e essências, como atrativo de dinheiro e felicidade. Em banhos ou talismãs, é garantia de fertilidade.

    Também representa a espiritualidade e é considerada um poderoso hidratante e antioxidante. Sempre foi tida como exótica devido o seu interior.

    A romã não atrai apenas sorte e fartura, prometidas pela simpatia popular a quem chupar seis sementes da fruta todo 6 de janeiro, Dia de Reis.

    A ingestão diária do suco feito com a casca, as sementes e a polpa ajuda a controlar a pressão arterial, reduzir o colesterol ruim (LDL) e prevenir o câncer de mama e de próstata.


    DAMASCO: é a fruta afrodisíaca por excelência, vinda dos países mediterrâneos. A sua cor, o laranja, traz vitalidade, fortalecendo a energia sexual.

    Os ciganos transformam os damascos em óleos aromatizantes, para envolver o casal apaixonado com o seu perfume.

    Possui efeitos muito similares ao da castanha. Geleias com esta fruta são muito poderosas. O damasco é o exótico recheio escolhido por noivos para que seus convidados e familiares sejam seduzidos aos encantos deste momento, tal como nas Mil e Uma Noites, lembrando sabor e prazer.

    A fruta contem poucas calorias, não contem gordura e é altamente nutritiva. 


    AMORAS E FRAMBOESAS: pela cor, significam paixões arrebatadoras. As folhas de framboesa são usadas sobre o corpo da mulher, para proporcionar um bom parto.

    Essas frutinhas também são utilizadas como ingredientes em poções afrodisíacas. A amora é uma das frutas do amor.

    Qualquer paixão pode ser conseguida mediante esta frutinha deliciosa. Um fogo ardente surge apenas quando a ingerimos perto da pessoa amada.

    A ingestão de amoras permite um alívio quase imediato da diarreia. Utilizam-se as folhas, os rebentos e as raízes das amoreiras como tratamento da diarreia e da disenteria e como circulatório periférico.

    O suco ou o chá aumenta a urina e ajuda a combater o inchaço das pernas. A amora é uma das frutas que mais bem fazem ao nosso sistema nervoso, pois melhora o funcionamento do nosso cérebro.

    Comer amoras ajuda na conservação do equilíbrio, da memória e da coordenação motora das pessoas mais idosas.

    O sumo da amora também é particularmente aconselhado a quem sofre de dores de garganta, de rouquidão, de uma inflamação das cordas vocais, das gengivas, de aftas ou de uma amigdalite.

    Neste caso, para que o efeito seja perfeito, o melhor é mesmo tomar o sumo de amora quente com um pouco de mel.

    A framboesa é usada no tratamento de inflamações das gengivas, garganta, prisão de ventre, reumatismo, doenças do fígado, doenças dos rins, hemorroidas e qualquer doença com febre.

    São nutritivas, estabilizantes do calor corpóreo e excelentes fontes de açúcar sadio e natural.


    CEREJA: é uma das frutas fundamentais na decoração das mesas de noivado e casamento, pois significa o amor. Em poções e banhos, tem a função de atrair um parceiro.

    Os ciganos afirmam que as cerejas são diuréticas e calmantes. A cereja faz parte do grupo das frutas do amor, entretanto, o seu poder é mais direcionado para o amor duradouro e divino.

    Em festas de casamento ou quando estamos com o nosso marido, a cereja é muito importante para que a relação nunca esfrie.

    A cereja é depurativa, alcalinizante e remineralizante do sangue. É famosa por sua qualidade de neutralizar os ácidos do organismo.

    O decocto da cereja (amassa-se juntamente com o caroço e cozinha-se), do qual se bebem várias xícaras por dia, elimina as pedras da bexiga e dos rins.

    Por suas propriedades diuréticas, este suco ou azeite é recomendado contra as afecções das vias urinárias e na hidropisia.

    A cereja, especialmente a preta, por ser mais rica em ferro, é muito recomendada contra a anemia. O suco de cereja fresca, que se obtém espremendo certa quantidade desta fruta, é bom refrescante nas afecções febris.

    Como remédio contra os cálculos, aconselha-se comer seis caroços por dia, três de manhã e três á noite. Melhora o funcionamento dos rins.

    Age também beneficamente na gota.


    MELÃO: pode significar prosperidade e um casamento rico pela frente. A fruta veio da Ásia e faz parte da cultura cigana há muito tempo, muitas vezes substituindo a pêra.

    É usada na magia cigana para garantir a união da família. Também simboliza o sol e a energia vital. É símbolo do renascimento, representa força física e deve ser sempre ingerido sozinho.

    Maduro, o melão é bom como calmante, diurético e laxante. Ao comê-lo acompanhado de carnes, ele ajuda na digestão das gorduras.

    É também recomendado nos casos de gota, reumatismo, artrite, obesidade, colite, prisão de ventre, afecções renais, nefrite, cistite e corrimento das mulheres.

    Seu suco regular elimina a fome e combate a insônia.


    AMÊNDOAS: a amêndoa é uma das frutas ciganas mais potentes, pois nos ajuda a conseguir mais dinheiro. No ano-novo, são colocadas na carteira para atrai-lo e, ingeridas ou guardadas na roupa, o seu efeito pode ser observado rapidamente.

    Nos casamentos trazem sorte. Entretanto, são alimentos quentes e ricos em proteína. Garantem aquecimento ao corpo e sustentabilidade de energia.

    Não dão sobrecarga aos rins e ajudam a manter a vitalidade de pensamento. O selênio é aproveitado no organismo de forma pura e as energias são renovadas.


    CASTANHAS: as castanhas são consideradas frutas secas e um poderoso revigorante sexual. Se suas noites sob os lençóis estão fracas e sem muita alegria, experimente comê-las ou deixá-las debaixo do colchão.

    A castanha é muito potente e útil para homens e mulheres. Nos casamentos trazem sorte. Entretanto, são alimentos quentes e ricos em proteína.

    Garantem aquecimento ao corpo e sustentabilidade de energia. Não dão sobre carga aos rins e ajudam a manter a vitalidade de pensamento.

    O selênio é aproveitado no organismo de forma pura e as energias são renovadas.


    LARANJA: Afasta as energias negativas e faz o espírito se sentir aconchegado. É fruta ligada ao lar, ao lugar em que nos sentimos protegidos e abrigados.

    Serve para dar sensação de conforto e serenidade para sua família e para o ambiente. Ativa o raciocínio, é revigorante e eficaz no tratamento de sinusite, laringite, faringite e dores de cabeça.


    MANGA: simboliza a sexualidade e o amor incondicional.


    PÊSSEGO: representa o equilíbrio e é responsável pelo amadurecimento do espírito. Também é ativador de memórias, uma vez que seu perfume característico é capaz de ativar nosso sentido nostálgico.


    BANANA: A banana faz o espírito se sentir mais alegre e amigável. É ótima para ser compartilhada em um grupo maior, uma confraternização.

    Consolida laços de respeito e confiança. Representa o falo e o poder masculino. É usada em simpatias e feitiços de amor pelos homens.

    Auxilia na recuperação de energia masculina. Ativa a firmeza e a energia. É eficaz para tratamento de obesidade, renal e enxaqueca.


    ABACAXI: Cuida da jovialidade do espirito, uma vez que está relacionado com o sol, a realeza e o poder. Sua carga forte de sabores ácidos é a escolha certa para quem está procurando aventuras, ou simplesmente elevar sua autoestima e coragem.

    Energético e refrescante. Ativa a confiança e autoconfiança.


    MAMÃO: Fruta da generosidade. É a fruta perfeita para ser repartida. Ideal para ser compartilhada com algum parente ou pessoa querida que entram em sua casa.

    Representa o útero, desperta a sensibilidade masculina e é regulador do intestino.


    AMEIXA: Representa o seio feminino: amor materno, poder feminino, doador da vida. Expressa as qualidades maternais.

    Pratos em ameixa são oferecidos às parturientes. A semente representa o desapego ao lado material. É eficaz contra o reumatismo e controle de vias respiratórias.


    CAQUI: É um afrodisíaco para homens. A umidade da polpa da fruta está ligada ao suco vaginal. É eficaz no tratamento de hepatite e tuberculose.


    COCO: Atrai paz e saúde (pela cor branca da polpa e verde da casca). É calmante.


    LIMÃO: Pela sua forma circular e a cor verde estão ligados à saúde. É purificador e neutralizador, além de ser eficaz contra todas as doenças.


    MARACUJÁ: Atua no sistema nervoso, traz clareza de raciocínio e trata da insônia.


    FIGO DA ÍNDIA: Muitas vezes chamado de cactus, ele serve para combater a asma e outras afecções da vias respiratórias, come-se assado ao forno.

    O suco aproveita-se para fazer um bom xarope contra a tosse. Pelam-se alguns figos com a faca e garfo, tendo o cuidado de evitar os minúsculos espinhos que revestem a casca e cortam-se em rodelas.

    Depois, colocam-se numa vasilha e cobrem-se com açúcar, deixando repousar durante à noite. Pela manhã, coa-se para afastar as sementes, e toma-se as colheradas durante o dia.

    É laxante e combate vermes. As compotas doces são divinas e já comercializadas no mundo todo.

    Encantamentos com Frutas

    Uma questão a se ter atenção é que sempre que preparamos encantamentos, devemos respeito à Natureza que nos proporcionou esses frutos e aos próprios.

    Então, sempre converse com a fruta, explicando para ela que será parte de uma transformação (transformação do mana – liberação de energia) e deixe clara sua gratidão.

    Outra coisa é em relação com a dispensa das frutas já usadas: sempre as deixe na Natureza, perto de árvores, em rios ou enterre-as.

    Durante a execução de um encantamento, é sempre recomendável que se morda ou coma um pedaço da fruta (ou frutas) usada e também que a passe embaixo da língua, pois lá se encontra um ponto de energia.

    Não podemos esquecer que somos parte do mesmo Organismo e devemos respeitá-lo e preservá-lo. Manter o nosso meio em equilíbrio é um grande trabalho mago!

    Conclusão

    Todo povo nômade se aproveita do que a natureza pode oferecer e de forma sábia. São eles, em essência, que estimulam as pesquisas e estudos químicos para novas medicações, usando recursos naturais e saudáveis.

    Mais uma dica para comermos bem. Povos pobres não têm tanta sorte, entretanto a natureza se preocupa em dar condições de alimento, o homem é que as destrói, alterando os sistemas naturais, interferindo no meio ambiente e destruindo reservas, modificando o rumo natural e saudável das coisas.

    Quando não se tem assistência médica, usa-se o conhecimento popular, muitas vezes desprezado, outras elogiado.

    Se não fossem os povos nômades, dentre eles os ciganos, muitas receitas não seriam usadas, pratos seriam desconhecidos e muito da saúde popular no mundo não teria sido levada de um continente ao outro.

  • Romanês: Dicionário de Palavras do Povo Cigano

    Romanês: Dicionário de Palavras do Povo Cigano

    O Romanês, um idioma muito diferente do português e exclusivo do povo cigano, é um vocabulário que se originou pela mistura de muitos outros, resultado do nomadismo cigano pelo mundo.

    É impossível vinculá-lo a um único dialeto ou etnia de ciganos, mas podemos conhecer algumas palavras e sua tradução.

    Confira:

    Pequeno Dicionário Romanês:

    Acans: olhos

    Ajuker: espera

    Akana: agora

    Aruvinhar: chorar

    Bales: cabelos

    Baque: sorte, fortuna, felicidade

    Bartalo: sorte

    Bato: pai

    Brichindin: chuva

    Cabén: comida

    Cabipe: mentira

    Caco: tio

    Cadéns: dinheiro

    Cali: preto

    Calin: cigana

    Calon: cigano

    Chavoro: menino pequeno

    Chavo: moço

    Chucar: bonito

    Churdar: roubar

    Dai (ou Bata): mãe

    Dilabal: cantar

    Dirachin: noite

    Duvêl: Deus, Nosso Senhor, Cristo

    Estardar: prender

    Gadjó: não cigano

    Gajão: brasileiro, senhor

    Gajin: brasileira, senhora

    Jalar: ir embora

    Kachardin: triste

    Kali riat: noite escura

    Kambulin: amor

    Kriss: polícia

    Lacho shavo: rapaz bom

    Lolo: vermelho

    Lon: sal

    Love: dinheiro

    Marrão: pão

    Mirinhorôn: viúva

    Naçualão: doente

    Nano: tio

    Nazar: flor

    Paguicerdar: pagar

    Panin: água

    Paxivalin: donzela

    Pilen: beber

    Piral: caminhar

    Prama: jóia

    Querdapanin: português

    Quiraz: queijo

    Raty: sangue

    Remedicinar: casar

    Rholhaives: zangado, nervoso

    Ron: homem

    Runin: mulher

    Rupuno: prata

    Sato: relógio

    Shei: rapariga

    Shukar shei: menina bonita

    Suato: conversa

    Sunacai: ouro

    Suvinhar: dormir

    Tcher: casa

    Tiráques: sapatos

    Traio: vida

    Trup: corpo

    Urai: imperador ou rei

    Urdar: vestir

    Vázes: dedos ou mão

    Xacas: ervas

    Xinbire: aguardente

    Xôres: barbas

    Zha:

    Romani: o Idioma dos Rom e dos Sintos

    O romani é uma língua indo-europeia do ramo indo-ariana (ao qual pertencem o Sânscrito, o Pali, e outras línguas indianas modernas, como Hindi, Punjabi, Bengali, Nepali…) e é falada na Europa desde o século XII.

    No entanto, não é língua oficial em nenhum país, exceto no Kosovo, e possui “status oficial de minorias” na Suécia, Finlândia e Romênia.

    Desde o século XVIII os linguistas descobriram uma estreita relação entre o Romani e as línguas da Índia, havendo diversas tentativas de se criar uma língua romani padrão a partir de variantes com as da Romênia, Estados Unidos, Suécia, Eslováquia e de outros locais onde há muitos rom.

    O romani também pode ser considerado como um grupo de dialetos ou mesmo de línguas relacionadas que têm uma origem comum, pois esteve em contato com diferentes línguas: persa, armênia, grega, romena, entre tantas outras.

    O romani é classificado entre as línguas indo-arianas, assim como o hindi ocidental, o bhili, o guzerate, o khandeshi, o rajastani e outras.

    O romani, o punjabi e o pothohari compartilham algumas palavras e características gramaticais. Um estudo de 2003, da revista Nature, sugere que o romani também se relacione com o sinhala do Sri Lanka.

    Ainda se discute se a palavra “Sintos” teria origem comum com o nome da região Sind, do sul do Paquistão e oeste da Índia (Rajastão e Guzerate), no baixo rio Indo, ou se seria uma palavra romani de origem europeia.

    Na sua estrutura gramatical, o romani mantém as características mais antigas das línguas indo-arianas, como marcadores de concordância de pessoa no presente e finais consonantais no caso nominativo.

    Além disso, tem as mesmas inovadoras marcas de concordância de pessoa no passado das línguas kashmiri e shina, o que confirma a teoria de que o romani seria originário da Índia central, tendo migrado pelo Noroeste.

    Os ciganos se espalharam pela Europa por pontos bem distantes entre si, o que levou a comunidades com formas diferentes da língua, resultando nos múltiplos dialetos romani de hoje e que são classificados em quatro grandes grupos:

    • Dialetos balcânicos (sudeste);
    • Dialetos centrais;
    • Dialetos do norte;
    • Dialetos Vlax (leste).

    Atualmente, o romani é falado por minorias em 42 países europeus. A fragmentação territorial e diversidade dialetal fizeram do Romani uma das poucas línguas faladas por todo o mundo: América, China, Austrália, Europa e África.

    Mas também, impediram que o Romani fosse normatizado. Um projeto da Universidade de Manchester vem transcrevendo pela primeira vez as diversas formas do romani, algumas das quais quase extintas.

    Os atuais dialetos romani se diferenciam pelo vocabulário, pelas evoluções de fonemas e pelas diferenças gramaticais acumuladas.

    Também há muitos Rom que não mais falam a língua de origem, falando diversas “linguagens de contato” com idiomas locais, as quais adicionam palavras do romani.

    Uma divisão muito aceita para as diversas formas do romani é aquela que caracteriza dois grupos principais de dialetos: os valáquios (de Vlach) e os não valáquis.

    Os dialetos valáquis são falados por mais da metade dos falantes do romani. A seguir, outros grupos de dialetos foram reconhecidos em função, primeiramente, da localização geográfica e do vocabulário.

    Entre eles, temos:

    • Romani Balcânico, falado em Albânia, Bulgária, Grécia, Kosovo, Macedônia do Norte, Moldávia, Montenegro, Sérvia, Romênia, Turquia, Ucrânia
    • Romani de Gales, falado no País de Gales
    • Romani Kalo-Finlandês, falado na Finlândia
    • Romani Sinte, falado em Áustria, Croácia, República Tcheca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Sérvia, Montenegro, Eslovênia, Suíça
    • Romani dos Cárpatos, falado em República Tcheca, Polônia (sul), Eslováquia, Hungria, Romênia, Ucrânia
    • Romani do Báltico, falado em Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia (norte), Bielorrússia, Ucrânia e Rússia
    • Dialetos romani da Turquia:
      • Thraki, falado na Trácia e em Üsküdar, distrito do lado anatólio do Bósforo (tem palavras vindas da língua grega)
      • Anatólio, com palavras vindas da língua turca e da língua persa.
      • Posha, dos ciganos armênios da Anatólia do Leste, nômades que se fixaram em Van, na Turquia; são chamados pelos curdos de Mytryp (“assentados”).

    Nas últimas décadas, estudiosos trabalharam para categorizar os dialetos romani sob pontos de vista linguísticos com base em evolução histórica e isoglossas.

    Uma significativa parte desses trabalhos foi feita pelo linguista Norbert Boretzky, de Bochum, Alemanha, o pioneiro em listar e tabelar as características estruturais dos dialetos romani conforme as áreas geográficas, em mapas.

    Com isso, elaborou, junto com Birgit Igla, o Atlas dos Dialetos Romani, em 2005, que apresentava informações de isoglossas em mapas.

    Na Universidade de Manchester, foram feitos trabalhos similares pelo linguista e ativista de direitos romani, Yaron Matras, e seus assessores.

    Junto com Viktor Elšík (mais tarde, na Universidade Carlos de Praga), Matras compilou o maior e mais completo banco de dados das diversas formas morfossintáticas do romani.

    É apresentada a teoria de classificação geográfica dos dialetos romani com base da difusão das inovações no espaço geográfico.

    O romani antigo (falado ao tempo do Império Bizantino) se deslocou para a Europa junto com os Rom durante os séculos XIV e XV.

    Línguas Mistas

    Alguns grupos Rom desenvolveram línguas crioulas ou mistas, tais como:

    • Caló (Romani espanhol) ou íbero-romani – Léxico romani e gramática espanhola
    • Romani Norte-Central – Romungro
    • Erromintxela (romani basco) – Léxico romani com sintaxe e morfologia Basca.
    • Lomavren – romani armênio
    • Angloromani
    • Scandoromani (norueguês e sueco – romani) de viajantes;
    • Romno-grego
    • Romno-sérvio
    • Boyash, romani-húngaro
    • Sintos-Manouche-Sintos (romani com gramática alemã)

    Na Sérvia há um romani padronizado na província autônoma da Voivodina, o qual é aí reconhecido como língua de minorias, tendo estações de rádio próprias.

    Na Romênia, país com a maior comunidade Rom identificada, há um sistema único de ensino do romani, o qual unificou os diversos dialetos.

    Essas padronizações de dialetos também vêm sendo feitas para reviver o romani entre grupos que já não mais falam a língua, como no caso da Espanha e Reino Unido.

    Alfabeto

    O romani utiliza o alfabeto latino em sua forma completa de 26 letras, havendo diacríticos como:

    • Trema em A, O, U
    • Breve em C, G, K, L, N, S, Z
    • Agudo em C, R, S, Z
    • Circunflexo em E, I

    No romani lovari o alfabeto latino não apresenta nem Q, nem W e tem as seguintes combinações de letras: Dy, Ly; Kh, Ph, Sh, Th, Zh; dzh

    Romani: a Expressão Mais Evidente da Identidade Cultural Cigana

    Com a vinda dos imigrantes de etnia cigana (romani), ou seja, os Calon, os Rom e os Sinti, veio a língua, os costumes, a música, a dança, entre outros hábitos específicos de cada grupo.

    Por isso, pensar em ações de políticas públicas que promovam as línguas minoritárias é colaborar para a construção de um país plurilíngue e consequentemente valorizar os imigrantes portadores da etnia cigana (romani) que também ajudaram a construir esse país.

    O romani é o único idioma não territorial que, até recentemente, se mantinha ágrafo e era passado exclusivamente de forma oral.

    Quase todos os falantes do romani são bilíngues ou poliglotas e usam o idioma da população do país onde se encontram ou tenham nascido para comunicação social.

    Qual a Denominação Correta: Romanês ou Romani?

    O termo romanês é derivado de um advérbio. Exemplo: quando perguntamos: “Zhanes Romanes?” (“Conheces o Romanês?”) ou “Des duma Romanes?” (“Falas o Romanês?”) ou ainda “Vakeres Romanes?” (“Falas em Romanês?”).

    Já o termo romani é derivado de um adjetivo. Exemplo: quando dizemos “Romani chib” (“Língua roma ou Língua cigana”).

    O romani, que, apesar do nome, não pertence ao grupo das línguas romanas, como o português, francês, italiano, espanhol e romeno, é um idioma muito antigo, que genealogicamente pertence à família indo-germânica.

    O romani deriva, na verdade, do sânscrito. Em Paris e Bucareste, há cadeiras de Romani nas universidades e uma equipe de lingüistas se ocupa, no momento, de estabelecer uma gramática comum e um extenso dicionário do idioma.

    O romani é uma língua em mutação: muito do que já fez parte do idioma desapareceu e precisa ser redescoberto.

    Frases Ciganas Traduzidas

    Nais tuke: Obrigada

    Gestena: Obrigada

    Me Volis Tu: Eu te amo

    Kamav tu: Te amo

    Murri shukar: Minha linda

    Tchumidau thio ilo: Beijo no seu coração

    Morro volá: Meu amor

    O Manusha Khevelan tut!: O povo te faz dançar

    Bartai Sastimos: Boa sorte e boa saúde

    Devlessa Araklam Tume!: É com Deus que te encontro!

    Thie Aves Thiatlô Lom, Manrô Tai Sunkai!: Que você seja abençoado com o sal, com o pão e com o ouro!

    Akana mukav tut le Devlesa: Eu agora deixo-o com Deus

    Ando gav bi zhuklesko jal o pavori bi destesko: Em uma terra sem cães, os fazendeiros andam sem cajados

    Baxt hai sastimos tiri patragi: Boa sorte e boa saúde

    Bi kashtesko merel i yag: Sem madeira, o fogo pode morrer

    Devlesa araklam tume: É com Deus que te encontramos

    Devlesa avilan: Deus quem te trouxe

    Dza devlesa: Deus vá com você

    Droboy tume Romale: Cumprimento tradicional, como um “Olá”

    Feri ando payi sitsholpe te nauyas: É na água que se aprende a nadar

    Love k-o vast, bori k-o grast: Dinheiro na mão, noiva no cavalo

    Mandar tsera tai kater o Del mai but te aven tumenge: Para mim um pouco de dinheiro, para você Deus dê prosperidade

    Me som Alexia: Eu sou Alexia

    O manusha khelevan tut: O povo te faz dançar

    Me Kom Te ou Me kom Tu: Eu te amo

    Ne rakesa tu Romanes?: Você não fala Romani?

    Mishto hom me dikava tute: Estou feliz em vê-lo

    Hai Shala?: Você entende?

    Hery?: Verdade?

    Hay Sheli: Eu entendo, Eu concordo

    Miro Prala: Meu irmão

    Miri Pen: Minha irmã

    Latcho Drom!: Boa viagem!, Bom caminho!

  • Simpatia para o Povo Cigano Trazer Saúde e Prosperidade para os Parentes

    Simpatia para o Povo Cigano Trazer Saúde e Prosperidade para os Parentes

    Esta é uma simpatia direcionada ao povo cigano para atrair saúde e prosperidade para os seus parentes e familiares. É simplíssima de fazer e seus familiares nem vão perceber sua simpatia.

    Coloque na cozinha ou na sala da sua casa, sobre uma mesa ou aparador, uma bandeja com várias frutas bem bonitas. Ao arrumar a bandeja com as frutas, peça ao povo cigano que traga saúde e prosperidade para os seus parentes.

    As frutas podem ser consumidas normalmente pelo pessoal da sua casa. Quando uma fruta perder o aspecto de nova, troque-a por outra.

    Dica: mantenha sempre na sua residência flores frescas, plantas bonitas e animais bem cuidados, pois atraem proteção.

  • Oração ao Povo Cigano

    Oração ao Povo Cigano

    O povo cigano é um povo de sabedoria que já foi muito perseguido, mas nunca perdeu a alegria, pois é um povo forte. Se você quer saudar o povo cigano e evocá-lo para receber luz, superação, libertação, amor, dentre outras coisas boas que só o povo cigano pode oferecer, faça essa oração.

    Povo cigano, povo errante, que vem do Oriente. Salve sua Força! Salve sua Luz! Povo que trilhou verdes penedos, atravessou os cascalhos de rios cantantes, coroados pela luz das fogueiras, iluminados pela claridade do luar, movidos pela antiga e mística magia.

    Cuja sabedoria oculta traz a visão e os números, a arte de ler mãos e almas. Povo encantado, povo marcado……. Tens sob a alegria estes olhos tristes, sob as vestes coloridas o coração dolorido.

    Quantos foram perseguidos e colocados sob grilhões… Pois prender um cigano é decretar-lhes morte. Quanta superação, tanta riqueza de saber da alma humana.

    Ah, povo cigano, com seu riso, seu orgulho e altivez, elucida nossas mentes, abra nossas almas, desimpeça nossos atos, livre-nos de todo o medo, ensina-nos também a dançar, cantar, viver de um amanhecer a outro.

    Dá-nos forças de cumprir nossos desígnios, segue conosco nesta senda de incógnitas, ajude-nos a desvendar estes mistérios, resolver nossas próprias contendas, termos fogo no olhar, vivacidade no sorriso e amor no coração.

    Salve Povo Cigano! Salve Sarah Khali!!!!!!! OPTCHÁ!!!!!!!!

  • O Povo Cigano no Brasil

    O Povo Cigano no Brasil

    Ciganos!… Povo sem pátria, sem credo e sem destino.

    Dos vários preconceitos, estigmas e ódios que circulam na sociedade e constituem o Estado brasileiro, aqueles que atingem o povo cigano sejam, talvez, os mais arraigados e pouco debatidos.

    O povo cigano, constituído por várias etnias, também possui uma longa história de perseguição e violência no território europeu. Além da histórica discriminação por motivos étnicos, o povo cigano também tem sido alvo do preconceito dirigido às pessoas pobres, em situação de rua ou indigência – trata-se da aporobobia, discriminação contra a pobreza e os pobres.

    Estima-se que aqui no Brasil vivam aproximadamente 500 mil pessoas integrantes de povos ciganos distribuídos em pelo menos três etnias: Calon, Roma e Sinti.

    Os calon e os rom compartilham alguns valores em comum e se percebem como um povo distinto em comparação aos gadjés, “não ciganos”, tendo diferentes identidades baseadas no idioma (calé e romanês), nos valores morais, nas crenças espirituais, no parentesco e nos laços de clã.

    Há ações e omissões das autoridades estatais que impedem o acesso do povo cigano a serviços públicos de qualidade, com o devido respeito às especificidades de sua cultura e de seus modos de vida, cujos impactos podem ser qualificados como formas de discriminação múltipla ou até mesmo de racismo institucional.

    De outro lado, deve-se destacar que as discriminações enfrentadas pelos povos ciganos no acesso a políticas públicas no Brasil são objeto do Projeto de Lei do Senado nº 248, de 2015, de autoria do Senador Paulo Paim, cujo texto prevê incentivo à educação básica da população cigana, sem distinção de gênero, criação de espaços para a disseminação da cultura cigana, ensino da história do povo cigano, qualificação das línguas ciganas como bem cultural imaterial, acesso à saúde, à terra, à moradia, ao trabalho e à adoção de programas de ação afirmativa em favor da população cigana.

    Tal iniciativa, se aprovada, pode representar uma importante etapa no processo de superação das exclusões e violações de direitos dos povos ciganos, pois os ciganos no Brasil, infelizmente, possuem uma história de múltiplas discriminações, invisibilidade e ódio.

    Aliás, desde a sua chegada aos territórios da Valáquia e da Moldávia, os ciganos foram sistematicamente escravizados e assim permaneceram durante muitos séculos, até a edição de leis abolicionistas na metade do século XIX.

    No entanto, a situação dos ciganos na atualidade permite afirmar que o preconceito e a discriminação contra os ciganos não é um tema do passado, mas, ao contrário, persiste e ganha novas e múltiplas formas de manifestação.

    São estimados perto de 11 milhões de ciganos e viajantes vivendo na Europa hoje, com um precário padrão de condições de vida, inadequado acesso aos cuidados de saúde, baixa renda, alto desemprego e discriminação no acesso à educação.

    Já no Brasil, dados do IBGE apontam que, em 2014, 337 cidades abrigavam acampamentos ciganos em 21 Estados. E os embates em prol do povo cigano têm sido o pano de fundo para a proliferação de discurso de ódio contra os mesmos nas redes sociais, além de atos de violência explícita, forçando a fuga e o deslocamento forçado de muitas pessoas integrantes destas comunidades.

    Assim sendo, no Brasil, em que pesem as diretivas internacionais, a situação das comunidades ciganas ainda é preocupante. E o Estado brasileiro lhes deve um reconhecimento.

    Quem é o Povo Cigano?

    Os ciganos estão longe de constituir um povo único e homogêneo, e são divididos em várias etnias. A origem do povo cigano no Brasil é marcada por histórias que os classificam como trapaceiros e ladrões, mas temos que considerar que todo povo marginalizado sempre foi acusado destes tipos de crimes, como estelionato e roubo.

    Algumas atitudes mais negativas podiam sim ser percebidas em alguns ciganos, afinal são humanos, mas muito além disso, eram atitudes usadas a fim de se protegerem contra os ataques externos, e não uma característica que nasceu com o povo cigano.

    Ciganos são pessoas nômades que dividem-se em clãs. A história desse povo começou na Europa, mas não demorou para se espalhar pelo mundo.

    A origem e história do povo cigano foi escrita por não-ciganos, já que os ciganos não possuem um idioma escrito, e essa origem ainda é tópico de forte debate entre pesquisadores, historiadores, curiosos, apreciadores da cultura cigana e afins.

    O primeiro documento que atesta a presença dos ciganos na Espanha é de 1423, quando os mesmos pedem permissão para cruzar o território a fim de peregrinar a Santiago de Compostela, no entanto existem referências aos povos ciganos de séculos anteriores a esta data.

    Os ciganos se fixaram pela Europa, especialmente nos Balcãs e, hoje, eles vivem em maior número nos Estados Unidos (1.000.000), Brasil (800.000) e Espanha (710.000).

    No entanto, são em países como Sérvia, Bulgária, Eslovênia e Romênia é que se verifica a maior proporção de ciganos na população. O povo cigano no Brasil chegou com os navegantes portugueses e estabeleceram-se em praticamente todo o território nacional, especialmente na Bahia.

    Segundo os dados do IBGE, em 2010, haviam cerca de 800 mil ciganos no Brasil. Por serem nômades, os ciganos foram incorporando hábitos e costumes das regiões onde estavam e acabaram exercendo ofícios que podiam ser desempenhados em todos os lugares.

    Dentro dos clãs ciganos, as mulheres eram mais restritas à esfera doméstica, porém realizavam trabalhos como costureiras, rendeiras e artistas. Os valores, como a fidelidade à família e ao clã, e os casamentos entre si são características marcantes que podemos observar em todos os ciganos.

    Os ciganos desenvolveram o idioma romani, também chamado romanês, uma língua muito próxima das modernas línguas Indo-européias do norte da Índia e Paquistão, e é proibido aos não-ciganos aprenderem esta linguagem.

    Em relação à religião, os ciganos não possuíam uma no sentido estrito do termo, mas adotavam a religião do território por onde circulavam, por isso encontramos ciganos católicos, ortodoxos, evangélicos, espíritas e muçulmanos.

    Entre os católicos ciganos, aliás, é grande a devoção em torno à Santa Sara de Kali, que teria sido amparada por ciganos, no sul da França. Na religião umbanda, existem as “entidades ciganas” que seriam os espíritos de ciganos já falecidos.

    Como forma de entretenimento, os ciganos dançavam nos seus acampamentos, nas festas, acompanhados de instrumentos musicais, canto e palmas.

    E como já foi dito anteriormente, os ciganos sempre foram alvo de preconceito na Europa e a intolerância em relação ao povo cigano passou para as Américas, tendo surgido também vários estereótipos ciganos.

    Da mesma forma que existem estereótipos para nordestinos, negros, judeus, gordos e qualquer pessoa que não se encaixe em determinado padrão, há uma infinidade de ideias preconcebidas contra os ciganos.

    Uma das mais comuns é que os ciganos roubavam crianças, e há numerosas lendas de bebês que sumiram depois da passagem de um grupo cigano numa cidade.

    Outra acusação muito comum era que os ciganos roubavam e mentiam. Isto é verdade quando um cigano se relaciona com um não-cigano, pois, entre eles, há códigos de honra severos que impedem a desonestidade entre eles.

    A perseguição aos ciganos é histórica. Os ciganos foram perseguidos durante a formação das Monarquias Nacionais na Europa, pois todo aquele que não era católico, foi expulso.

    Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1845), os ciganos foram perseguidos e confinados em campos de concentração nazistas. Calcula-se que 250 mil ciganos tenham sido mortos neste período, especialmente na Croácia, onde a população quase foi exterminada.

    Seus cavalos foram mortos a tiros, seus nomes alterados (daí que não seja invulgar encontrar ciganos com nomes dos Gadjes) e suas mulheres foram esterilizadas.

    Após a Segunda Guerra Mundial, muitos ciganos das áreas rurais da Eslováquia foram forçados pelos governos a trabalhar nas fábricas da Morávia e da Boêmia, as regiões centrais mais industrializadas do território Tcheco.

    O fenômeno tem sido pouco estudado em relação ao Holocausto cigano, porém a história comprova que o grande talento dos ciganos foi conseguir sobreviver à hostilidade dos seus hospedeiros, sempre infinitamente mais poderosos.

    As razões históricas que levaram os ciganos a se espalharem por várias zonas da Europa, devem-se, essencialmente, à sua difícil integração social, porque devido ao tom escuro da sua pele, eram vistos nas terras aonde chegavam pelos Gadjes (não ciganos, em Romanês) como malditos ou enviados do demônio.

    Na Europa, a perseguição aos ciganos foi intensa, principalmente, através da Inquisição. Os ciganos foram proibidos de usar seus trajes típicos, cujas cores berrantes e gosto extravagante fugiam à norma social, de falar a sua língua, de viajar, de exercer os seus ofícios tradicionais ou até mesmo de se casar com pessoas do mesmo grupo étnico.

    Isto fez com que os traços fisionômicos dos ciganos se alterassem e, por isso hoje é comum encontrar ciganos de olhos claros e cabelos louros. Em alguns países, foram mesmo reduzidos à escravidão – na Romênia, os escravos ciganos só foram libertados em meados do séc. XIX.

    No passado, os ciganos eram frequentemente punidos com a deportação. No entanto, e apesar destas chacinas e perseguições, o número de ciganos vem aumentando.

    A maioria dos ciganos que hoje vive nos EUA – as estimativas variam de 750.000 a 1.000.000,00 – veio da Europa Central e Leste Europeu. Além disso, estima-se que hoje existam entre 8 a 12 milhões de ciganos dispersos pela Europa, o que os torna a minoria mais populosa do continente europeu.

    É difícil determinar o número exato, pois há ainda muitos ciganos vivendo na ilegalidade e sem qualquer Registro. Centenas de milhares de ciganos emigraram para o Continente Americano e, ao contrário dos judeus, nunca demonstraram um desejo de ter o seu próprio país.

    Nas palavras de Ronald Lee, escritor cigano nascido no Canadá, “a pátria dos roma é onde estão os meus pés”. Em 1989, com a Revolução de Veludo e o fim do comunismo no país, os ciganos foram os primeiros a perder os seus empregos, até então garantidos por um regime que pregava a igualdade e homogenia social.

    A maioria dos ciganos da Europa Central ainda vive em esquálidos cortiços das grandes cidades.

    Ciganos no Brasil

    Os ciganos no Brasil, conhecidos também como boêmios e quicos (em Minas Gerais e São Paulo), provém, principalmente, dos grupos calé ibérico, ciganos portugueses e ciganos espanhóis, também conhecidos como gitanos.

    O primeiro presidente brasileiro de origem cigana e não necessariamente portuguesa foi Juscelino Kubitschek (1956 – 1961), que era 50% checo cigano por causa de sua mãe.

    Seu governo ficou marcado pela prosperidade econômica, estabilidade política, e pela construção do que viria a ser a nova capital do Brasil nos anos 1960, Brasília.

    Antes de Juscelino, o Brasil teve outro presidente de origem cigana do grupo calé, o Washington Luís (1926 – 1930). Outros ciganos brasileiros famosos são Cecília Meireles, Dedé Santana, Castro Alves e Benedito di Paula.

    Os ciganos no Brasil são muitos e estão por toda parte, embora muitos ainda permaneçam invisíveis e não tenham se tornado famosos como os mencionados anteriormente.

    Os ciganos são cidadãos de plenos direitos que precisam ser respeitados nas suas maneiras de ser e, por isso, em 2006, o Presidente Lula sancionou um Decreto criando o Dia Nacional do Cigano.

    Sabemos que Rom é todo e qualquer cigano e Kalom é um dos clãs que integram o povo cigano e que no Brasil temos 7 clãs que são denominados: Kalderash, Moldowaia, Sibiaia, Roraranê, Kalê, Lovaria e Mathiwia.

    Portugal foi um dos países que deportou muitos ciganos para as suas colônias, como África e Brasil. No Brasil, fala-se muito na escravidão dos negros, mas poucos sabem que os ciganos foram escravizados no Egito e na Romênia, sendo sempre obrigados a fugir do próprio solo em que nasciam, adotarem nomes que não eram os seus e pior, aceitar ou pelo menos fingir, que aceitavam a religião da classe dominante.

    Enquanto os negros amarguravam a vergonha da escravidão a que foram cruelmente submetidos, os ciganos, além da escravidão, choravam a amarga vergonha da expulsão.

    Pois o costume nos países do mundo, passado através de gerações era: “Basta ser cigano para ser culpado ou no mínimo suspeito’’. O Brasil, ao incluir os ciganos brasileiros em suas metas de combate à discriminação, preconceito e na luta da igualdade e justiça social, deu um grande passo que poderá servir de exemplo para o mundo.

    Eles contribuíram para a constituição das riquezas materiais e culturais do Brasil. Além dos ciganos nascidos no Brasil terem todos os direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988 aos cidadãos brasileiros (Gajies), como minoria étnica, aos ciganos também são assegurados outros
    direitos.

    O cigano oriundo de outro país que seja naturalizado brasileiro ou mesmo sendo ele estrangeiro, é amparado pela lei 6.815 de 19/8/1980 (Estatuto dos Estrangeiros).

    Conclusão

    Certamente, nenhum povo sofreu tantas perseguições e discriminações quanto o povo cigano pelo mundo a fora… Apesar de tudo, os ciganos mantiveram suas tradições e cultura, e deixaram para os outros povos, legados de riquezas materiais, culturais e ensinamentos.

    Eles são iguais aos outros povos e etnias, porque são diferentes, e são parte integrante do nosso povo. E, certamente, quando pudermos romper com as barreiras dos preconceitos, poderemos aprender e receber mais desse admirável povo.

    O Poder Público da União, Estado e Município tem uma dívida secular para com o povo cigano e certamente, é tempo de resgatar essa dívida.

    Naturalmente, todo dia é dia da comunidade cigana, mas ter uma data nacional (dia 24 de junho é dia nacional do cigano) é importante para que o Poder Público, a sociedade civil, os ciganos e não ciganos, realizem atividades nas escolas, nos meios de comunicação, no legislativo, no judiciário, nos acampamentos, nas periferias e nos apartamentos, e façam uma reflexão sobre a importância do povo cigano para o Brasil e para o mundo.

    Após passarem por seculares preconceitos, é chegada a hora do povo cigano sair de sua invisibilidade, deixar de ser considerados cidadãos na sombra e um povo sem voz.

    Os Roms são um povo nômade, alegre, sábio e muito místico e, apesar de tantas perseguições e animosidades, permaneceram fiéis ao espírito livre do seu povo.

    O povo cigano sempre foi entregue à sua própria sorte, só sobrevivendo pelo grande sentido de união, solidariedade e amor às suas tradições. O povo cigano é uma nação dentro de outra nação.

    É um povo eminentemente pacífico, nunca lutou pela posse da terra, mas, sim por seu uso temporário, o que sempre lhe foi negado.

  • A Origem do Povo Cigano

    A Origem do Povo Cigano

    Originários do Noroeste da Índia, o povo que hoje é conhecido por cigano ou Rom partiu em êxodo desta região por volta do ano 1000 por razões ainda hoje não totalmente esclarecidas.

    Este povo espalhou-se pela Ásia e Norte da Europa num surto de migração que deu origem à denominação povo Rom. Um outro fluxo de migração passou pelo Egito, daí o nome de gypsy, tsigane, gitano e cigano, e veio a espalhar-se pelo Norte da África, Península Ibérica e Sul da Europa.

    O povo cigano tem uma língua própria manifestada em diferentes dialetos que têm origem na língua hindu e no sânscrito. A sua língua é também uma espécie de código que estabelece a base dos laços sociais e familiares dentro da mesma comunidade ou em comunidades diferentes de ciganos.

    Os ciganos do Sul da Europa, Calés ou Calós em Portugal e Espanha, e Manouches em França, bem como os Rom do Leste da Europa, maioritariamente concentrados, em termos de países, na Roménia, em que constituem cerca de mais de dois milhões e meio de pessoas, partilham todos a mesma herança cultural da Índia, transformada por séculos de itinerância e nomadismo em contacto com povos de todo o mundo.

    Constituindo ao longo da história um grupo marginalizado pelas sociedades com as quais estiveram em contacto pela recusa de abandonar a sua cultura, tradição, língua e costumes e pela sua necessidade visceral de liberdade e independência, os ciganos escolheram durante séculos a vida nômade por ser aquela que lhes permitia sobreviver em plena identidade.

    Para além da discriminação e exclusão social e racismo, os ciganos sofreram formas de escravatura real ou informal, como no caso da Romênia, e foram vítimas de tentativa de genocídio do III Reich nazi que levou ao extermínio de cerca de meio milhão de homens, mulheres e crianças ciganas.

    Uma forma de vida do povo cigano é a arte do circo, da representação, da amestração de animais e a música. Foi sobretudo a música que permitiu a um certo número de grupos de ciganos uma posição muito favorável junto das cortes de reis e czares na Europa e na Rússia.

    Em termos musicais, os ciganos assimilam a cultura musical dos povos com quem estão em contacto e reinterpretam-na de uma forma inteiramente pessoal e cultural, o que chega a ter laivos de verdadeira reinvenção.

    Uma das manifestações mais importantes desta influência mútua de ciganos e gadgés encontra-se no flamengo, arte viva que uniu na sua expressão não só as formas culturais como também os povos.

    A família e a honra são os valores mais queridos deste povo, que observa uma série de regras de forma muito rigorosa. No entanto, a força de muitos dos costumes mais tradicionais do povo cigano tem vindo a enfraquecer, sobretudo nas comunidades suburbanas sujeitas a uma enorme pressão por problemas econômicos e de marginalidade.

    Por outro lado, assiste-se, sobretudo durante a segunda metade do século XX, a criação, na Europa, de instituições organizadas de defesa da cultura e dos direitos do povo cigano, que pugnam pela preservação de muitas das suas tradições, ao mesmo tempo que pretendem um estatuto de cidadania efetiva junto das sociedades em que estão inseridos, com o respeito dos seus direitos mais elementares, entre os quais o respeitante à diferença.

    Hoje em dia, são raras as comunidades totalmente nômades de ciganos, dado que a maior parte se sedentarizou total ou parcialmente.

    A Origem do Povo Cigano Como um Mistério

    Para muitos, ainda hoje, a origem desse povo continua envolta em mistério, pois, nas antigas lendas ciganas, constatamos referências bíblicas que podem nos direcionar a uma origem na Caldéia (região que hoje pertence ao Iraque) e não na Índia.

    Outro ponto significativo é a crença em um único Deus criador, Devel, o que os aproxima da história de povos semitas, ao contrário do que seria esperado de uma origem indiana, com suas várias divindades.

    Porém, alguns especialistas não deixam de acreditar que eles surgiram na Índia, já que o idioma falado pelos ciganos tem muitas semelhanças com várias línguas do subcontinente indiano.

    Além da origem, outro fator que chama a atenção na história do povo cigano é a perseguição sofrida pela Inquisição, o tribunal da Igreja Católica que julgava crimes contra a fé.

    Como conviviam tanto com mouros quanto com cristãos, os ciganos oscilavam do paganismo ao cristianismo, o que bastava para serem acusados de heresia.

    Séculos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães mataram cerca de 400 mil ciganos, vítimas da ideologia nazista que defendia uma raça supostamente pura, a ariana, na Europa.

    Hoje, calcula-se que existam de 2 a 5 milhões de ciganos no mundo, concentrados principalmente na Europa Central, em países como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia.

    Como dito anteriormente, não se sabe se os ciganos surgiram na Índia ou no atual Iraque, mas de um desses dois pontos eles rumaram para o Ocidente, chegando à Europa pela região da Armênia, por volta do século XIV.

    No século XVII, os ciganos já haviam se espalhado por todos os países da Europa e deles seguiram para colônias na América e na África. O documento mais antigo referente à presença dos ciganos no Brasil é de 1574.

    A Origem Indiana e a Língua Romani do Povo Cigano

    Na Europa, o povo cigano, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:

    • Roma (em singular: rom, termo que, traduzido para o português, significa “homem”), presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
    • Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamados manoush;
    • Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
    • Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.

    Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações.

    No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística – o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.

    Em 1782, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, publicou um artigo intitulado “Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos”, no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani.

    Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Os povos ciganos originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre 500 e 1000 d.C.

    Por muito tempo, a falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que os ciganos fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios.

    Estudos genéticos confirmam a Índia como sendo o local de origem dos ciganos. De acordo com um estudo genético, a análise de linhagens uniparentais revela com consistência o Noroeste da Índia como sendo a região de origem dos ciganos.

    Um estudo genético de 2012 também chegou à mesma conclusão, tendo inferido que a origem dos ciganos teria se dado por volta de 1500 anos atrás, sendo que após rápida migração os ciganos teriam alcançado a Europa aproximadamente 900 anos atrás.

    Um estudo genético de 2011, focado no estudo de linhagens maternas (DNA mitocondrial), também verificou a origem indiana dos ciganos, tendo apontado o estado do Punjab como a fonte de origem deles.

    Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais e, mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si.

    Rotas migratórias do povo cigano pela Europa
    Rotas migratórias do povo cigano pela Europa

    Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico.

    Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.

    A migração dos ciganos para o Brasil é antiga: a documentação conhecida indica que sua história no Brasil iniciou em 1574, quando o cigano João Torres, sua mulher e filhos foram degredados para o Brasil.

    Em Minas Gerais, a presença cigana é nitidamente notada a partir de 1718, quando chegam ciganos vindos da Bahia, para onde haviam sido deportados de Portugal.

    No Brasil, estudos demonstraram a existência de ciganos de pelo menos dois grupos: os Calon que migraram para o país desde o século XVI, e os Rom que, de acordo com as indicações, migraram para o Brasil somente a partir de meados do século XIX.

    Os ciganos são também uma linha cultuada e praticada na umbanda brasileira.

    Perseguições ao Povo Cigano, Pobreza, Má Qualidade de Vida e Exclusão Social

    Enquanto ocorriam as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro”.

    Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países. Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha.

    Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), entre 200.000 e 500.000 ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas.

    A palavra “cigano” tem, no dicionário, como um de seus significados, “que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador” e “que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina”.

    Estes termos são expressos para uso da palavra cigano de forma pejorativa, ou seja, de forma depreciativa. Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido.

    Os ciganos representam a maior minoria da Europa, cerca de 11 milhões. Em comunicação apresentada durante o encontro “Ciganos no século XXI”, realizado em Lisboa, em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza, apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas.

    Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontanos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis“, apontou González.

    As Caravanas – Acampamento cigano em Arles, na França, pelo pintor Vincent van Gogh

    É importante assinalar também que os primeiros grupos de ciganos chegados a Europa ocidental fantasiavam acerca de suas origens, atribuindo-se uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de proteção frente a uma população em que eram minoria, em parte como posta em cena de seus espetáculos e atividades.

    A origem do povo rom foi objeto de todo tipo de fantasias. Algumas teorias sugerem que foram originalmente indivíduos pertencentes a uma casta inferior da sociedade indiana recrutados e enviados a lutar ao oeste contra a invasão muçulmana.

    Vários povos similares aos ciganos vivem hoje em dia na Índia, aparentemente originários do estado desértico de Rajastão, e à sua vez, povoações ciganas reconhecidas como tais pelos próprios roma vivem, todavia, no Irã, com o nome de lúrios.

    De acordo com os estudos de Terrence Kaufman (1973), a origem da língua romani, baseado nos dialetos europeus, pode localizar-se na Índia central e posteriormente, podem documentar-se empréstimos linguísticos que foi adquirindo nos territórios por onde migrava, que iriam desde o século II a.C. ao século XIV d.C.: assim tem empréstimos do persa da sua passagem pela Pérsia, mas não da língua árabe, o que demostra que a sua passagem pela Pérsia foi anterior à sua islamização, no ano 900.

    Em nível acadêmico, o descobrimento da origem indiana do romani corresponde ao alemão Johann Rüdiger, catedrático da Universidade de Halle-Wittenberg, que em 1782 publicou um artigo de investigação linguística, no que analisava a fala de uma mulher cigana, Barbara Makelin, e a comparava com a língua recolhida numa gramática alemã do hindustani (o nome pelo que se conhecia antigamente os atuais hindi e urdu).

    No seu artigo, Rüdiger reconhecia a influência nas suas investigações do dicionário de romani de Hartwig Bacmeister, de 1755, a quem já em 1777 comunicara as suas ideias, assim como a sua dívida com seu professor Christian Büttner, que anos antes aventurara a possibilidade duma origem indiana ou acaso afegã dos ciganos.

    Entretanto, foi Rüdiger que estabeleceu, mediante a sua comparação entre a descrição gramatical do hindustani e a fala de Barbara Makelin, que as similitudes entre ambas variedades linguísticas evidenciavam uma origem comum.

    A história do povo cigano é ainda hoje objeto de controvérsia. Certas referências sugerem que as primeiras menções escritas da existência do povo rom são anteriores ao séculos XIV: um texto que relata como Santa Atanásia de Egina repartiu comida em Trácia a uns “estrangeiros chamados atsinagi” (do grego Ατσίνγανος’) durante a escassez do século IX, em plena época bizantina.

    Em 1322, um monge franciscano chamado Simon Simeonis descreve um povo com características similares aos “atsigani” vivendo em Creta, e em 1350, Ludolphus de Sudheim menciona um povo similar, com uma língua única, ao que chama “mandapolos”, uma palavra que segundo se pensa deriva do grego “mantes” (profeta ou adivinho).

    Desde a sua chegada a terras europeias, uma das faces da comunidade cigana que mais chamou a atenção dos demais povos era a sua estranha língua, muito diferente das faladas na Europa.

    Também em 1427, produziu-se uma das chegadas de ciganos melhor documentadas, conservada na obra “Temoignage d’un bourgeois de Paris”. Em 12 de agosto desse ano, chegaram a Paris, onde causaram grande fascinação pelo seu aspecto miserável e estranho, e o povo acudiu em massa para vê-los adivinhar o futuro.

    O incansável povo cigano estava sempre empreendendo uma nova migração. Hoje, temos povoados ciganos que chegam a representar uma porcentagem da população local onde habitam de forma fixa.

    A história do povo cigano foi estudada sempre pelos não ciganos, com frequência através de um cariz fortemente etnocentrista. Porém, não existe uma delimitação clara dentro da própria comunidade (nem fora) acerca de quem é cigano e quem não o é.

    Uma antiga lenda balcânica os faz forjadores (ou ladrões) dos pregos da cruz de Cristo, motivo pelo qual teriam sido condenados a errar pelo mundo, se bem que não há qualquer evidência que situe aos ciganos no Oriente Médio nessa época.

    O que é aceito pela maioria dos investigadores é que os ciganos poderiam ter abandonado a Índia em torno do ano 1000, e atravessado o que agora é o Afeganistão, Irã, Armênia e Turquia.

    No século XII, os ciganos enfrentaram o avanço dos muçulmanos, que tentaram impor sua religião na Índia, e lutaram contra os Sarracenos por muitos séculos, inclusive durante a Idade Média.

    Em 1416, sabe-se da presença de ciganos na Romênia, Boêmia (República Checa) e em Lindau (Alemanha). Em 1471, o rei de Boêmia, Sigismundo II, concedeu-lhes um salvo-conduto e, entre 1418 e 1419, os ciganos já circulavam pela Suíça.

    Primeira chegada dos ciganos às muralhas de Berna, no século XV. Eram descritos como de pele escura, usando roupas e armas sarracenas.

    Como e quando chegaram os ciganos à Península Ibérica é uma questão que está longe de se chegar a um consenso, mas sabe-se que o número de ciganos que entraram ou habitaram na Península no século XV é calculado próximo a 30 mil pessoas e que os ciganos viajavam em grupos variados, de 80 a 150 pessoas, lideradas por um homem, cada grupo autônomo mantinha relações à distância com algum dos outros, existindo talvez relações de parentesco entre eles (algo comum nos nossos dias entre os ciganos ibéricos).

    O século XVI pode ser considerado como a idade de ouro dos ciganos na Europa. Quando teve lugar o descobrimento da América, em 1492, os ciganos já estavam espalhados por toda a Europa, onde apesar de uma boa acolhida inicial começaram a ser perseguidos, marginalizados, expulsos, severamente castigados, escravizados (como na Romênia, onde a escravidão cigana não foi abolida até 1864) ou simplesmente exterminados.

    O desencontro entre os ciganos e os não ciganos perdura desde o século XVI até a atualidade. A partir do final do século XVI, sucederam-se em toda a Europa autorizações, leis e decretos contra o modo de vida dos ciganos.

    A tenacidade dos ciganos, as suas estratégias de ocultamento, de multi-ocupacionalidade (como a chama Teresa San Román), de semi-nomadismo ou itinerância circunscrita, de adaptação às circunstâncias instáveis da legislação, a capacidade para cruzar fronteiras ou para aliar-se em determinadas ocasiões com a população autóctone realizando trabalhos imprescindíveis, é o que fez com que os ciganos de toda Europa resistissem à assimilação e conservassem as suas próprias características culturais mais ou menos intactas até a atualidade.

    Na Baviera, foi elaborado em 1905 um “Livro cigano”, com um censo inicial de 3 mil indivíduos que logo aumentaria com a colaboração de outros estados germânicos.

    O estado da Baviera autorizou o castigo a trabalhos forçados a todo cigano que não pudesse demonstrar ter um trabalho estável, e a República de Weimar estendeu essa medida para toda a Alemanha.

    Os censos de ciganos multiplicaram-se em toda a Europa (França, Inglaterra) e na Suíça, em 1926, começou o costume de sequestrar meninos ciganos para serem educados entre não ciganos, prática que só seria abandonada em 1973.

    O auge do nazismo e os excessos da Segunda Guerra Mundial fartaram-se com a crueldade com os ciganos. Depois de uns momentos de dúvida, nos que se esteve perto de classificar aos ciganos dentro da raça ariana, Himmler, um dos principais líderes do partido Nazi, ordenou a sua internação, e finalmente a sua execução em massa.

    Só em Auschwitz-Birkenau morreram mais de vinte mil ciganos. O genocídio cigano é um fenômeno relativamente desconhecido, no que colaboraram com mais ou menos interesse (igual ao ocorrido no genocídio judeu) às populações autóctones.

    Na Europa central e do leste, sob regimes comunistas, os ciganos sofreram políticas de assimilação e restrições da liberdade cultural. Na antiga Checoslováquia, dezenas de milhares de ciganos da Eslováquia, Hungria e Romênia foram reassentados em regiões fronteiriças da Morávia, e foi proibido o estilo de vida nômade.

    No início da década de 1990, a Alemanha deportou dezenas de milhares de imigrantes à Europa Central e Oriental. Cerca de 60% de uma população de 100 mil cidadãos romenos que foram deportados, de acordo com um tratado de 1992, eram ciganos.

    As estimativas são de 200 a 280 mil ciganos desprezados do leste ao oeste europeu desde 1960 a 1997. Segundo informações do Banco Mundial, na Europa há uma população entre 7 e 9 milhões de ciganos, dos que ao redor de 568 mil (2002) vivem na Romênia, ainda que percentualmente a presença maior do povo cigano é a da República da Macedônia, onde representa 11% da população.

    A maior parte da população cigana da Europa central na zona balcânica vive com menos de 3 euros por dia per capita e 89% dos ciganos búlgaros não podem cursar estudos primários.

    No Brasil, estima-se que existam entre 678 mil (estimativas do governo) e 1 milhão de ciganos. Apesar de todas essas estatísticas, os ciganos estão longe de constituir um povo único e homogêneo, e são divididos em várias etnias.

    Os ciganos chegaram ao Brasil com os navegantes portugueses e estabeleceram-se em praticamente todo o território nacional, especialmente na Bahia.

    Hábitos e Características dos Ciganos

    Por serem nômades, os ciganos foram incorporando hábitos e costumes das regiões onde estavam e acabaram exercendo ofícios que podiam ser desempenhados em todos os lugares.

    Alguns pesquisadores acreditam que a origem do preconceito contra as comunidades ciganas esteja relacionada com as profissões com as quais eles ganhavam a vida.

    Aliás, é o nomadismo o fator apontado como o principal motivo da desconfiança que vários povos alimentaram contra eles. Os valores, como a fidelidade à família e ao clã, e os casamentos entre si são características marcantes que podemos observar em todos os ciganos.

    Além disso, eles não tem uma religião, no sentido estrito do termo. Eles possuem um conjunto de crenças e princípios, mas não existe a figura de um deus (ou de deuses) em concreto, nem hierarquia religiosa.

    Os ciganos adotavam a religião do território por onde circulavam. Desta maneira, encontramos ciganos católicos, ortodoxos, evangélicos, espíritas e muçulmanos.

    Entre os católicos ciganos é grande a devoção em torno à Santa Sara de Kali, que teria sido amparada por ciganos, no sul da França, e ela, por gratidão, permaneceu com aquele povo, ajudando-os com a chegada de novos integrantes ao grupo.

    Na religião umbanda, existem as “entidades ciganas” que seriam os espíritos de ciganos já falecidos. Como forma de entretenimento, os ciganos dançavam nos seus acampamentos, nas festas, acompanhados de instrumentos musicais, canto e palmas.

  • Povo Cigano e Espiritualidade

    Povo Cigano e Espiritualidade

    O povo cigano é um exemplo de força e empatia. Esse povo acredita e cultua o amor incondicional e a proteção da natureza. São considerados filhos de Santa Sara Kali e iluminados por ela.

    A saudação aos ciganos é “Optchá”, que significa “Salve”, e também pode-se dize “Saravá Povo da Rua” para saudá-los. Quando evocados, o povo cigano chega com suas danças, sua alegria, e a fé que contagia a todos que estão por perto.

    Mas, é preciso ressaltar que nem todas as pessoas ciganas virarão guias espirituais, pois a existência e cultura particular desse povo não tem relação alguma com as religiões, principalmente as de origem afro.

    Digo isto, porque os ciganos são muito ligados à Umbanda, onde se apresentam como guias espirituais com comportamento livre, olhares imponentes e com a firmeza de pensamentos necessária para quem compreende o que realmente é essencial na vida.

    Muito próximos dos sentimentos humanos, a Linha dos Ciganos na Umbanda trabalha no centro, ou seja, tanto na direita quanto na esquerda, portanto são seres de luz, que passaram por esse mundo tomando consciência dos instintos humanos, o que os tornam importantes guias e orientadores espirituais, com grande compreensão dos nossos anseios e fraquezas.

    Os ciganos são guias espirituais que trabalharam de maneira respeitosa e que sempre demonstram o caráter fraterno de sua grande tribo. Os ciganos são indivíduos que colocam, acima de tudo, a liberdade, a fé, a alegria e o amor.

    Além disso, muitos desses ciganos passaram por diversas vidas para poderem alcançar um nível mais elevado e poderem contribuir com seus conselhos, se tornando assim entidades ciganas.

    As maiores características dos ciganos são a alegria e a independência, por isso, em uma linha de trabalhos espirituais, eles sempre buscam seu espaço próprio.

    Durante giras com ciganos, não é comum vermos trabalhos de quebra de demandas ou algo mais pesado. Ciganos costumam trabalhar com o lado leve da vida, sendo bastante voltados para o amor e a prosperidade.

    Alguns nomes são bem comuns na linha de ciganos da Umbanda. São diversos os nomes de atribuição aos ciganos na Umbanda, os mais comuns são: Alba, Aurora, Ramirez, Esmeralda, Carmen, Dalila, Dolores, Gonçalo, Jade, Leoni, Jasmim, Ramon, Sara, Vladimir, Juan, Vladimir e Sandro.

    As oferendas aos ciganos costumam ter fitas coloridas, perfumes, fumo, defumadores, imagens ciganas, lenços, moedas, Baralho Cigano, músicas, sucos, chás, vinhos, ponches, água, pulseiras, brincos, sais, colares, leques, xales, cristais, incensos, véus, doces, pães, frutas, mel, velas ,especiarias, plantas e flores.

    O dia dos ciganos também é celebrado, sendo comemorado no dia 24 de maio, mesma data em que se celebra Santa Sara Kali, a santa considerada a padroeira dos ciganos.

    Os ciganos também possuem suas cores respectivas e utilizadas com símbolo e significado, sendo elas:

    • Azul – Purificação, paz e tranquilidade.
    • Verde – Saúde, cura, esperança e força.
    • Amarelo – Estudos, prosperidade financeira e alegria.
    • Vermelho – Força, proteção, trabalho, alegria, paixão e transformação.
    • Rosa – Amor e sentimentos bons.
    • Branco – Paz, purificação e elevação espiritual.
    • Lilás – Intuição, quebra forças negativas e proteção.
    • Laranja – Alegria, comemoração e prosperidade.

    Essas cores também são denominadas como o arco-íris cigano.

    Aos ciganos, é muito comum recitar orações juntamente com suas saudações para que eles venham com sua alegria e intercedam por quem ora, entregando bem-estar, saúde e equilíbrio mental, físico e espiritual.

    Se tornar um conselheiro espiritual dos encarnados é uma decisão particular de cada alma, eles esperam com isso alcançar um outro nível de conhecimento e sabedoria.

    O povo cigano é uma linha espiritual que busca, acima de tudo, através da empatia, conservar a generosidade e a paixão tanto pela vida humana quanto por nossa querida e amada natureza.

    Os ciganos, na espiritualidade, atuam em diversas linhas espiritualistas e, assim como prezam pela liberdade enquanto encarnados, em sua trajetória terrena, na espiritualidade também se manifestam de forma livre, em vários cultos e religiões.

    Os espíritos Ciganos são cultuados e reverenciados em rituais de bruxaria e wicca, para levarem energias tanto de prosperidade, como para rituais de amor, trazendo alegria e harmonia, salientando que os adeptos desta linha pagã não incorporam os espíritos Ciganos, mas creem na força espiritual desta linha e na energia que trazem para nós, encarnados.

    Na Umbanda, Os Ciganos atuam de diversas formas. Existem guias Ciganos que atuam em Terreiros na esfera espiritual, sem incorporação, auxiliando a Corrente já no início das Sessões, energizando os consulentes e médiuns, fazendo limpezas de chacras até que venha em terra a linha de trabalho para dar comunicação. São os Ciganos de Direita.

    Ha linhas Ciganas que atuam em médiuns de incorporação em rituais de cura, tanto auxiliando na cura do corpo físico como na cura do espírito, e também são chamados de Ciganos de direita, ou Linha do Oriente.

    Há também na Umbanda os Ciganos da linha intermediária, atuando em médiuns de incorporação ou não, que atuam nos mais diversos trabalhos, para prosperidade, abertura de caminhos, eliminação de obstáculos e enegias que atrapalham a vida material e espiritual, no equilíbrio mental, harmonização de famílias e casais.

    E há os Ciganos que atuam na linha de Esquerda, junto dos Exus e Pomba-giras. São os Exus Ciganos e Pomba-giras Ciganas. Os Ciganos da Esquerda atuam com a função de polícia do Astral, defendendo e apicando a Lei Divina.

    Estas Entidades atuam tanto em médiuns de incorporação como auxiliando as linhas de esquerda na esfera espiritual, visando a proteção e o combate de demandas, desmanchando trabalhos de maldade, fazendo descarregos, atuando com eficácia em planos espirituais inferiores, desmanchando trabalhos maléficos, e encaminhando espíritos obsessores e atrasados.

    Em todas as linhas e nos mais diversos cultos, Os Ciganos na espiritualidade trazem a alegria, a dança, o respeito a família e a característica individual de sua cultura, de culto a natureza, de conhecimento místico, e utilizam em seus trabalhos o punhal, as pedras, flores, frutas, pães, velas, bebidas, espelhos, fitas, moedas, grãos, incensos, entre outros.

    A tarefa de falar a respeito desse povo sem fronteiras requer grande responsabilidade. Os ciganos possuem uma história de vida alegre e festeira, mas eles também foram, e ainda são, vítimas de preconceitos injustos e sem fundamentos.

    Cheios de tradições e costumes, como encarnados, eles vivem espalhadas por todo o mundo, em sociedades próprias, mas jamais podem ser considerados simplesmente um povo nômade de pouca credibilidade.

    Ao contrário do que muitos pensam, os ciganos, apesar de viverem em acampamentos, que são verdadeiras cidades, e de formarem sociedades próprias, independentes do resto do mundo, não são simples andarilhos.

    Os ciganos possuem uma origem milenar e o modo de vida deles, espalhados por todas as partes do mundo, são de adaptações, muitas vezes, a alguns costumes e religiões de cada região, bem como a alguns dos grandes momentos difíceis pelos quais passaram ao longo de sua história.

    O que existe entre os ciganos é muita união e sabedoria, e o que muitos não sabem é que no povo cigano existem muitos elementos da cultura eslava, basca, grega, egípcia, hindu e outras.

    Além disso, mesmo com a liberdade para escolher uma religião, muitos costumes dessas culturas permanecem no povo cigano. Os ciganos, no passado, tiveram forte ligação com os ciclos da terra, e até mesmo com a roda do ano e seus cultos, principalmente na Romênia, onde eles têm algumas vrajitoare (bruxas) de etnia cigana.

    Alguns historiadores dizem que o povo cigano, no passado, influenciou uma parte da prática atual da bruxaria. É possível saber isso através dos livros de Charles G. Leland, que estudou o povo cigano de perto numa época em que certos ritos ainda existiam.

    Os ciganos são um povo diversificado, cujo dialeto se separou em aproximadamente 100 devido as migrações e costumes absorvidos em diversos países, portanto existem famílias que irão realizar certos ritos típicos de uma região e outras famílias que terão costumes completamente diferentes, porém, mesmo com essa diversidade, os ciganos se reconhecem facilmente e sabem quando alguém está “fantasiado” de cigano, propagando costumes que não existem.

    Na Umbanda, um guia cigano pode te atender gratuitamente e, para se conectar com esta egrégora, basta fechar seus olhos e clamar. Não se permita a enganações de pessoas que se aproveitam da boa fé e do vosso amor pelo povo cigano, se certifique de que está numa casa de confiança, que não atribui aos ciganos uma única religião.

    Trabalhe com os guias ciganos compreendendo que cada um possuirá sua magistica, sua história, seus costumes e mistérios diferentes. Permita que sua espiritualidade se manifeste naturalmente, pois, ao permitir que pessoas enganosas te forneçam falsas informações do povo cigano, existe a possibilidade dos ciganos se afastarem e outros espíritos se aproveitarem da sua inocência, afinal você estará trabalhando com elementos que não pertencem a cultura cigana realmente.

    Muitas coisas se reinventaram, algumas famílias ciganas se entregaram ao evangelho e mantém seu culto a Cristo (kristesko, em Romanês) nas Khanguery (igrejas), outros ciganos possuem um culto a Lilith (diferente da bruxaria), temos ciganos ortodoxos, testemunhas de jeová, ateus, pagãos… enfim, livres para escolher uma religião.

    A influência da Virgem Maria é muito forte na cultura cigana na maioria dos países, até mais do que Santa Sara Kali, pois, ao redor do mundo, não são todos os ciganos que a conhecem.

    Ao mesmo tempo em que ciganos fazem ritos para o desapego da alma, também honram os ancestrais, suas histórias e valores. Infelizmente, muitas pessoas insistem em propagar mentiras usando roupas de guias ciganos de umbanda, se passando por ciganos e inventando uma tradição, cobrando horrores, não entendendo que aquela roupa pertence ao guia e a sua tradição quando encarnado e que usar a roupa não irá mudar sua etnia, e sim fazer com que o farsante seja motivo de piada entre os ciganos, além de desrespeitar a cultura da qual seu guia pertence.

    Um cigano de nátsia jamais venderia a própria cultura por pura proteção dos costumes e, ao mesmo tempo, jamais faria um curso para se tornar cigano, pois ser cigano é etnia, se nasce cigano e não se torna cigano.

    Tome muito cuidado com batismos para virar cigano ou com rituais onde são atribuídos “dons” ciganos ou até mesmo cursos de “magia cigana”, os ciganos não usam este termo, pois eles não tem um sistema específico de magia criado por eles, são várias vitzas e várias famílias, cada uma com seus costumes e tradições, eles chamam apenas de magia.

    O Baralho Cigano e a Clareza no Jogo de Cartas

    Tenham atenção ao escolher um curso de “baralho cigano” vendendo algum método específico de acampamento, afinal, por que uma cigana venderia os próprios segredos prejudicando seu próprio acampamento?

    Afinal, aquele método não seria mais tão procurado pois seria facilmente acessado por não ciganos não é mesmo? O Baralho Cigano que conhecemos não foi criado por ciganos, mas seu uso se popularizou através da Umbanda, e chama-se Petit Lenormand.

    Tradicionalmente, a leitura de cartas era feita apenas por mulheres, homens ciganos não abriam as cartas, pois seu trabalho tradicional era outro, dependendo de sua vitza.

    Alguns homens ciganos costumavam desenhar as lâminas dos baralhos para suas esposas baseados na semiótica e na vivência de acampamento que os mesmos tinham, portanto um baralho de um acampamento nunca sairia igual ao outro, e, na época de acampamento, uma carta contendo o desenho de uma casa não faria muito sentido para a semiótica de uma cigana de acampamento.

    Não é de costume do povo cigano adotar nomes de guias ciganos de Umbanda ou mudar o nome para ficar “mais cigano”, tome cuidado com iniciações em oráculos ciganos que prometem te tornar um cigano dando a você um “nome iniciático cigano”.

    A menos que você tenha um guia cigano te dando clareza de jogo, então não haverá problema em divulgar o seu trabalho com o nome do SEU GUIA, DESDE QUE você dê o crédito AO GUIA, sem tomar para si o nome ou as roupas dele, afinal ler cartas ou trabalhar com guias ciganos não irá te tornar cigano de fato, mas te torna médium dessa incrível linha de trabalho.

    Você não precisa ser cigano para ser um bom oraculista ou cartomante, você só precisa de treino, estudo e prática, e, com isso, sua própria espiritualidade pode te ajudar.

    Caso queira ler cartas trabalhando com o ancoramento de ciganos espirituais, se certifique de estar escolhendo um bom professor, que trabalhe com os guias ciganos de forma respeitosa, sem promessas mirabolantes que mudariam sua etnia e que te conte com exatidão a história do oráculo utilizado.

    Vale a pena lembrar também que, quando falamos de histórias de ciganos, logo lembramos de repetidas histórias de guias espirituais ciganos que percorrem sites esotéricos.

    Muitas delas, infelizmente, não condizem com as tradições das vitzas rhomá e podem vir a retardar o desenvolvimento mediúnico de quem estiver desenvolvendo com um guia cigano, pois o trabalho espiritual com essa linha é feito de dentro para fora, portanto permita que o guia conte sua própria história, afinal um guia nunca terá a mesma história que o outro, mesmo que possua o mesmo nome, não significa que seja o mesmo.

    Assim é como é a espiritualidade cigana… O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alcançado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual, juntamente com outros grupos de Espíritos, também de longa data de reencarnações repetidas na Terra e de grande contribuição, caridade e aprendizado no plano imaterial.

    A argumentação de que espíritos de ciganos não deveriam falar por meio de não-ciganos, ou por médiuns não-ciganos, ou que deveriam fazê-lo no idioma próprio de seu povo, é totalmente errada e está em desarranjo total com os ensinamentos da espiritualidade e sua doutrina evangélica.

    No ritual com o povo cigano, dentro da Umbanda, trabalham e incorporam as entidades da corrente cigana e do oriente, na vibração da direita. Para o povo cigano, se possível, deve ser mantido um altar separado do altar geral.

    Esse altar deve manter a imagem do(a) cigano(a) de devoção, trabalho ou incorporação; o incenso apropriado; uma taça com água e outra com vinho; uma pedra da cor de preferência do(a) cigano(a) em um suporte de metal, se possível, cobre ou alumínio.

    Trabalhando com o Povo Cigano

    1) Aproximação:

    O espírito não é assentado, como os orixás e os exus, ele não pode ser obrigado a fazer nada, pois é um conselheiro, um guia superior. Ele se aproxima da pessoa e incorpora espontaneamente, ou dá intuições sem incorporar.

    2) Oferendas:

    As oferendas para os espíritos ciganos incluem frutas, flores, pão, bebidas (vinho ou água), adornos (coloridos e brilhantes), velas e defumadores. Os espíritos ciganos nunca recebem sacrifício de animais.

    O melhor dia para entregar oferendas para os espíritos ciganos é o domingo, ao meio-dia, seu local preferido é junto a uma árvore na mata ou em um jardim.

    3) Trabalho:

    O trabalho básico dos espíritos ciganos é a adivinhação. A técnica mais comum é a cartomancia, mas podem ser usadas a bola de cristal, a leitura de mãos e outras técnicas menos comuns (geralmente, próprias de um determinado espírito).

    A partir do que seja visto na adivinhação, o espírito cigano pode realizar feitiços para corrigir o problema encontrado.

    4) Cores:

    Os espíritos ciganos gostam de cores vivas e brilhantes. No ritual com espíritos ciganos, nunca é usada a cor preta: nem em roupas, nem em velas, fitas ou outro material qualquer.

    5) Altar:

    Quem trabalha com um espírito cigano, é devoto de um deles ou deseja sua proteção, pode armar em casa um pequeno espaço devocional: sobre um móvel, ou mesmo sobre uma prateleira, é colocada uma boneca cigana, imagem ou mesmo um quadro com a(o) cigana(o) de sua devoção que deve ser consagrado(a) através de um ritual especial.

    A pessoa coloca junto à imagem suas oferendas (velas, água, cristais, pote da prosperidade etc…) e, quando quer fazer um pedido ou feitiço, coloca aí o material do encantamento, antes de despachá-lo.

    Os ciganos costumam ter, nesse altar, as imagens dos santos de sua devoção, entre os quais é obrigatória Santa Sara Kali.

    Quando se fala da Linha de Trabalho dos Ciganos, em geral, ocorre um frenesi. De alguma forma, o modo de ser e viver do cigano quando encarnado, mexe com o mental das pessoas, as remete aos arquétipos de imagens livres, altaneiras, seguras e auto-suficientes.

    Porém, os ciganos são dedicados à família, a valorizam como pedra fundamental e toda razão de ser do Povo Cigano. Na espiritualidade, os ciganos cada vez mais abrem fronteiras e suas fileiras têm aumentado, onde se prestam voluntariamente a trabalhar na Linha do Oriente, em especial na cura, mas também como orientadores diretos, quando a vida dos encarnados está muito embaralhada.

    Os ciganos também são misteriosos no astral e os que se tornaram espíritos de luz tem grande conhecimento da Alta Magia e desmanche de todo tipo de trabalho, que é diferenciado do modo de atuar dos pretos velhos e caboclos da Umbanda, embora eles se aproximem para agir com a mesma finalidade de limpeza do ambiente, neutralização de toda e qualquer má intenção e enviar os espíritos ignorantes a seus lugares convenientes.

    Se os ciganos que nos acompanham na espiritualidade resolveram despertar-nos para sua existência, se fizerem visíveis à nossa alma, algo mágico ocorrerá, como mágicos eles são.

    De alguma forma passaremos a ser também ciganos de coração, pois o coração é a morada da alma e da emoção, e não sai da memória se um dia fomos, de fato, ciganos.

    Os Espíritos Ciganos agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e têm um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges.

    Ao contrário do que se pensa, os ciganos reinam em suas correntes, preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando à serviço do mal e trazendo uma contribuição inesgotável aos encarnados.

    Trabalham, preferencialmente, na Vibração de Direita, e aqueles que trabalham na Vibração da Esquerda não são os mesmos Espíritos de ex-Ciganos que se mantêm na Direita, ostentando a condição de Guardiões e Guardiãs.

    O que existem são os Exus Ciganos e as Moças Ciganas, que são verdadeiros guardiões a serviço da Lei nas trevas. Pombas-Gira Ciganas e Exus Ciganos trabalham e incorporam na vibração de esquerda, em rituais com os Guardiões de Esquerda.

    Encontramos no Plano Positivo falanges diversas chefiadas por Ciganos diversos, em planos de atuação diversos. Dentre os mais conhecidos, podemos citar os Ciganos Pablo, Wladimir, Ramires, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tanto outros, e, da mesma forma, as Ciganas, como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaria, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Liarin, Sarita e muitas outras também.

    A vinculação vibratória e de Axé dos Espíritos Ciganos tem relação estreita com as cores utilizadas no culto e também com os incensos. Os Espíritos Ciganos gostam muito de festas, e todas devem conter bastante fruta, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo-se encher uma jarra de vinho tinto com um pouco de mel.

    As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas e medalhas são sempre instrumentos magisticos de trabalho dos ciganos em geral.

    Os ciganos trabalham com seus encantamentos e magias e o fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e dos seus olhos.

    É muito comum usar-se em trabalhos ciganos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua.

    As Consagrações Ciganas devem ter sempre comidas nos ritual próprio, isto é, no Ritual Cigano. As oferendas e os feitiços relacionados aos espíritos ciganos misturam o estilo da magia europeia com alguns elementos da magia de origem africana.

    Alguns Espíritos Ciganos

    As pessoas que trabalham com espíritos ciganos sabem descrever em detalhes as características de muitos deles. A lista a seguir é um resumo de informações encontradas em livros, se alguém encontrar alguma diferença entre esses dados e sua experiência pessoal, leve em conta que essas variações podem ocorrer quando se trata da manifestação de entidades do mundo espiritual.

    Note também que esta lista nem de longe esgota o total de espíritos ciganos, conhecidos por seus devotos.

    CARMENCITA: cabelos e olhos pretos; Cor: coral; Perfume: patchuli; Objetos: moedas, lua; Poder de magia: amor, união.

    ESMERALDA: cabelos louros, olhos verdes; Cor: verde-claro; Perfume: sândalo; Objetos: tiara com moedas, pedras verdes, signo-salomão; Poder de magia: dinheiro.

    IAGO: jovem, moreno; Cor: violeta; Perfume: violeta; Objetos: moedas, cristal lilás; Poder de magia: Cura.

    MADALENA: cabelos e olhos pretos; Cor: multicor, predominando cor-de-rosa; Perfume: alfazema; Objetos: moedas presas na roupa, pulseira com talismã; Poder de magia: amor, união.

    PABLO: cabelos e olhos pretos; Cor: vermelho; Perfume: Floral; Objetos: cordão com moeda, chapéu preto; Poder de magia: negócios.

    PALOMA: cabelos e olhos pretos; Cor: multicor, predominando amarelo; Perfume: verbena; Objetos: punhal, cristal vermelho; Poder de magia: proteção.

    RAMUR: cabelos e olhos pretos; Cor: vermelho; Perfume: floral; Objetos: ferradura, ferro; Poder de magia: proteção, segurança.

    SALAMANDRA: ruiva; Cor: vermelho; Perfume: flores do campo; Objeto: fogueira; Poder de magia: limpeza, cortar feitiço.

    SANDRO: cabelos e olhos pretos; Cor: verde; Perfume: benjoin; Objeto: punhal, moedas; Poder de magia: prosperidade.

    SULAMITA: cabelos e olhos pretos; Cor: azul e amarelo; Perfume: Verbena; Objetos: cristal, folhas de árvores frutíferas; Poder de magia: união, proteção.

    WLADIMIR: usa cavanhaque, jovem; Cor: azul-claro; Perfume: âmbar; Objetos: lenço no cabelo, argola na orelha, cordão com signo-salomão e sol; Poder de magia: união.

    ZAÍRA: cabelos e olhos pretos, casada; Cor: azul-claro; Perfume: Acácia; Objetos: jóias prateadas; Poder de magia: amor.

    Povo Cigano na Umbanda

    O Povo Cigano passou a conquistar níveis na espiritualidade dando abertura para o seu grupo trabalhar como linha de Umbanda há pouco mais de duas décadas.

    Eles vem para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo, que está presente no caráter nômade de determinados povos.

    Aquele povo que tinha uma relação com a natureza, que é uma religião natural e que conhecemos como paganismo, na Umbanda foi convertido em um grupo ou falange de espíritos que trabalham em prol da caridade, humildade e fraternidade.

    Toda a forma de entender a vida, faz do atendimento com o Povo Cigano um bálsamo pra alma. O povo cigano traz a manifestação do livre arbítrio para dentro do terreiro.

    Antigamente, não se tinha gira de Ciganos, mas sim Ciganos incorporados em giras de esquerda, de boiadeiro, de baianos e etc. No entanto, graças a seriedade dos seus trabalhos, a simpatia que conquistaram junto aos frequentadores, aos seus profundos conhecimentos magísticos e orientações sábias, os Ciganos ganharam linha própria, na qual se apresentam seus clãs do astral, com sua hierarquia.

    A linha dos Ciganos traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver e não corresponde à um grau evolutivo, e sim à uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano) que se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.

    Existem ciganos de diversas etnias e esse conceito a linha também traz muito forte em sua manifestação. A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas e etc, são o maior símbolo dessa fusão de credos.

    Os ciganos na umbanda são figuras que se tornam mais importantes a cada dia, representam uma imagem fundamental e possuem seriedade diante do povo umbandista.

    No surgimento da Umbanda, os ciganos não pertenciam e não eram citados em nenhum momento, eles não faziam parte da constituição, mas hoje, o que vemos sobre ciganos na Umbanda é completamente diferente de antigamente, eles são referências por representarem importantes falanges nas giras umbandistas.

    Algumas características dos ciganos são determinantes em sua manifestação na umbanda, eles possuem um espírito livre e desapegado. Muitas vezes, a linha de cigano é confundida com a linha do oriente e por isso, é importante ressaltar que são linhas diferentes e que cada uma possui uma forma de manifestar-se.

    Suas falanges representam suas características e por isso, é comum ver em linhas de ciganos:

    • Espíritos que foram atraídos por afinidade com a magia cigana.
    • Possuem alguns elementos em suas vestes e alguns objetos como: baralho cigano, adagas, cristais, pedras, lenços entre outros.
    • São extremamente desapegados e não possuem vínculos.
    • Trabalham com diferentes orixás.
    • Veneram sua santa, a Santa Sara Kali.

    Dois orixás que sustentam os trabalhos dos ciganos na Umbanda são Ogum e Iansã, que são orixás do ar e do fogo e que se relacionam com o que os ciganos acreditam e trabalham.

    Os ciganos não possuem preconceitos com nacionalidades, eles são abertos ao conhecimento mutuo de diversas culturas, são expressamente livres em assuntos sociais, o que é muito positivo.

    Uma denominação poética aos ciganos é que são chamados de “filhos do vento”, por conta de sua mobilidade constante, a partir desse perfil que os ciganos na Umbanda são identificados.

    Os ciganos na Umbanda são guias espirituais e entendem e aceitam os rituais umbandistas como uma maneira de contribuir com a evolução, com a sabedoria, crescimento, motivação e alegria através dos cantos e danças.

  • Povo Cigano do Oriente

    Povo Cigano do Oriente

    Alguns ciganos fazem parte do povo do oriente e, apesar de não serem conhecidos do público mais voltado para o esoterismo de feição europeia, eles são queridos e venerados pelo povo da umbanda.

    Entre os encantados brasileiros, talvez os mais instigantes sejam os espíritos ciganos. São exus ciganos e pombagiras ciganas versados em magia. Essa filiação tem sua lógica: afinal, a pátria dos ciganos é o mundo inteiro, sua casa é a estrada, e eles também são chamados de Povo da Rua, assim como os exus e as pombagiras.

    A ligação do povo cigano com o oriente também tem lógica: dizem que os ciganos tiveram sua origem na Índia e, em sua vida nômade, percorreram diversos países orientais, de onde trouxeram sabedoria e magia.

    Ao longo do século XX, formou-se uma devoção aos espíritos ciganos independente de vínculos religiosos específicos. Entre estes, um espírito muito importante, mas pouco conhecido, é o Cigano do Oriente.

    Ainda hoje, a origem do povo cigano continua envolta em mistério, e com o povo cigano do oriente não é diferente. Um ponto significativo do povo cigano, tanto do oriente quanto de outras regiões, é a crença em um único Deus criador, Devel, o que os aproxima da história de povos semitas.

    Alguns especialistas acreditam que eles surgiram na Índia, já que o idioma falado pelos ciganos tem muitas semelhanças com várias línguas do subcontinente indiano, e a história deles é marcada por sofrimentos e provações.

    Os ciganos foram perseguidos pela Inquisição, o tribunal da Igreja Católica que julgava crimes contra a fé. Como conviviam tanto com mouros quanto com cristãos, os ciganos oscilavam do paganismo ao cristianismo, o que bastava para serem acusados de heresia.

    Séculos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães mataram cerca de 400 mil ciganos, vítimas da ideologia nazista que defendia uma raça supostamente pura, a ariana, na Europa.

    Hoje, calcula-se que existam de 2 a 5 milhões de ciganos no mundo, concentrados principalmente na Europa Central, em países como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia.

    Os ciganos só chegaram à Europa no século XIV. Não se sabe se realmente os ciganos surgiram na Índia ou no atual Iraque, mas de um desses dois pontos eles rumaram para o Ocidente, chegando à Europa pela região da Armênia, por volta do século XIV.

    No século XVII, os ciganos já haviam se espalhado por todos os países da Europa e deles seguiram para colônias na América e na África. O documento mais antigo referente à presença dos ciganos no Brasil é de 1574.

    Caso eles possuam mesmo raízes no Oriente Médio, é provável que tenham surgido alguns milênios antes de Cristo. Mas, qualquer que seja o ponto de partida, sabe-se que eles se deslocaram do Oriente para o Ocidente até chegarem à Europa no fim do século XIV.

    O povo cigano passa seus conhecimentos de pais para filho, de boca a boca, e compartilha muito pouco dos seus segredos místicos com outras etnias.

    Isso acontece porque os ciganos eram preparados desde muito novos para trabalhar com a magia, e tinham medo de que seus conhecimentos caíssem em mãos erradas e pudessem ser utilizados para magia negra – como infelizmente acontece hoje em dia.

    Existiu um grupo de Ciganos do Oriente que evoluiu e atingiu um nível espiritual muito elevado e assim passou a ajudar a humanidade através do plano espiritual.

    A linha dos ciganos do Oriente trabalha principalmente em processos de curas emocionais e físicas. A linha do Oriente na Umbanda abriga muito mais do que apenas os ciganos, há entidades árabes, chinesas, japonesas, egípcias, gaulesas e muitas mais.

    Uma bem conhecida é a Cigana do Oriente, que é muito misteriosa. Alguns dizem que a Cigana do Oriente foi uma jovem e bela cigana que cuidava das pessoas, especialmente dos mais velhos.

    Outros afirmam que a Cigana do Oriente era uma senhora que sofreu muito por amor e por isso passou a trabalhar pelos amantes, unindo casais amorosos.

    A realidade é que não há uma única Cigana do Oriente, pois, ao contrário do que se pensa, não foi uma cigana só. Como dito anteriormente, existiu um grupo de Ciganos do Oriente que evoluiu e atingiu um nível espiritual muito elevado e assim passou a ajudar a humanidade através do plano espiritual, sendo a Cigana do Oriente um arquétipo de várias ciganas que tiveram uma encarnação de provas, porém de muita dedicação ao próximo.

    Quando um médium sugerir a você que faça uma oferenda à Cigana do Oriente, lembre-se que não se trata de uma entidade única, mas sim uma série de entidades personificadas sob o nome de Cigana do Oriente.

    Os segredos da Linha do Oriente são muitos, pois essas entidades são adeptas do ocultismo. As entidades da Linha do Oriente não atuam apenas nos terreiros de Umbanda e Candomblé, em todos os centros em que são aceitos e bem recebidos eles atuam.

    O que acontece é que raramente os médiuns responsáveis por fazer a comunicação entre o plano espiritual e físico têm conhecimento da própria habilidade para conversar com as entidades do Oriente.

    Por isso, é mais comum que as entidades ciganas do Oriente conversem com lideranças dos terreiros, de forma discreta, atuando como uma ajuda na tomada de decisões, como aconselhadoras através da sua previsão do futuro.

    A História do Povo Cigano

    A história do povo cigano é, ainda hoje, objeto de controvérsia. O termo em português “cigano” (assim como o espanhol “gitano“, e em inglês “gypsy“) é uma corruptela de egípcio, aplicado a esse povo pela crença errônea de que seriam provenientes do Egito.

    A origem do povo cigano foi objeto de todo tipo de fantasias. Porém, estudos genéticos corroboram a evidência linguística que situa a origem do povo cigano no subcontinente indiano.

    Desde a sua chegada a terras europeias, uma das faces da comunidade cigana que mais chamou a atenção dos demais povos era a sua estranha língua, muito diferente das faladas na Europa.

    Em 12 de agosto de 1427, chegaram à Paris, onde causaram grande fascinação pelo seu aspecto miserável e estranho, e o povo acudiu em massa para vê-los adivinhar o futuro.

    É importante assinalar também que os primeiros grupos de ciganos chegados a Europa ocidental fantasiavam acerca de suas origens, atribuindo-se uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de proteção frente a uma população em que eram minoria, em parte como posta em cena de seus espetáculos e atividades.

    Segundo informações do Banco Mundial, na Europa há uma população entre 7 e 9 milhões de ciganos, dos que ao redor de 568 mil (2002) vivem na Romênia, ainda que percentualmente a presença maior do povo cigano é a da República da Macedônia, onde representa 11% da população.

    A história do povo cigano foi estudada sempre pelos chamados “não ciganos“, com frequência através de um cariz fortemente etnocentrista, mas não existe uma delimitação clara dentro da própria comunidade (nem fora) acerca de quem é cigano e quem não o é.

    No século XVIII, o estudo da língua romani, própria dos ciganos, confirmou que se tratava de uma língua indo-ariana, muito similar ao panjabi e ao hindi ocidental.

    É provável que os ciganos originaram-se de uma casta inferior do noroeste da Índia, que, por causas desconhecidas, foi obrigada a abandonar o país no primeiro milênio d.C.

    Uma antiga lenda balcânica os faz forjadores (ou ladrões) dos pregos da cruz de Cristo, motivo pelo qual teriam sido condenados a errar pelo mundo, se bem que não há qualquer evidência que situe os ciganos no Oriente Médio nessa época.

    O que é aceito pela maioria dos investigadores é que os ciganos poderiam ter abandonado a Índia em torno do ano 1000, e atravessado o que agora é o Afeganistão, Irã, Armênia e Turquia.

    Vários povos similares aos ciganos vivem hoje na Índia, aparentemente originários do estado desértico de Rajastão, e à sua vez, povoações ciganas reconhecidas como tais pelos próprios roma vivem, todavia, no Irã, com o nome de lúrios.

    No século XII, os ciganos enfrentaram o avanço dos muçulmanos, que tentaram impor sua religião na Índia, e lutaram contra os Sarracenos por muitos séculos, inclusive durante a Idade Média.

    Partindo de que os ciganos abandonaram o Subcontinente Indiano, e dali passariam pelo Irã, supõe-se que, mais tarde, tomariam duas rotas: a primeira, desde a Armênia até o Império Bizantino (o que explicaria a presença de vocabulário greco-bizantino na língua dos ciganos) e, a segunda, através da Síria e Oriente Médio e o Mediterrâneo (da que ficariam vestígios de vocabulário árabe).

    Em sua estadia nos Balcãs, a língua cigana absorveu o vocabulário germânico, mas a ausência desse resto linguístico nos ciganos espanhóis faz pensar que a migração dividiu-se em duas, antes desse assentamento centro-europeu.

    Em 1416, sabe-se da presença de ciganos na Romênia, Boêmia (República Checa) e em Lindau (Alemanha). Em 1471, o rei de Boêmia, Sigismundo II, concedeu-lhes um salvo-conduto e, entre 1418 e 1419, os ciganos já circulavam pela Suíça.

    Também em 1427, produziu-se uma das chegadas de ciganos melhor documentadas, conservada na obra “Temoignage d’un bourgeois de Paris“. Como e quando chegaram os ciganos à Península Ibérica é uma questão que está longe de se chegar a um consenso.

    O número de ciganos que entraram ou habitaram na Península no século XV é calculado próximo a 30 mil pessoas. Os ciganos viajavam em grupos variados, de 80 a 150 pessoas, lideradas por um homem.

    Cada grupo autônomo mantinha relações à distância com algum dos outros, existindo talvez relações de parentesco entre eles (algo comum nos nossos dias entre os ciganos ibéricos).

    A separação entre cada grupo era variada e, em algumas ocasiões, uns seguiam aos outros a curta distância e pelas mesmas rotas. A estratégia de sobrevivência mais comum era a de apresentar-se como peregrinos cristãos para buscar a proteção de um nobre.

    A forma de vida era nômade, e se dedicavam à adivinhação e ao espetáculo. O século XVI pode ser considerado como a idade de ouro dos ciganos na Europa.

    Quando teve lugar o descobrimento da América, em 1492, os ciganos já estavam espalhados por toda a Europa, onde apesar de uma boa acolhida inicial começaram a ser perseguidos, marginalizados, expulsos, severamente castigados, escravizados (como na Romênia, onde a escravidão cigana não foi abolida até 1864) ou simplesmente exterminados.

    O desencontro entre os ciganos e os não ciganos perduraria desde o século XVI até a atualidade. A partir do final do século XVI, sucederam-se em toda a Europa autorizações, leis e decretos contra o modo de vida dos ciganos.

    A tenacidade dos ciganos, as suas estratégias de ocultamento, de multi-ocupacionalidade (como a chama Teresa San Román), de semi-nomadismo ou itinerância circunscrita, de adaptação às circunstâncias instáveis da legislação, a capacidade para cruzar fronteiras ou para aliar-se em determinadas ocasiões com a população autóctone realizando trabalhos imprescindíveis, faz com que os ciganos de toda Europa resistam à assimilação e conservem as suas próprias características culturais mais ou menos intactos até a atualidade.

    A ida dos ciganos para a América correu paralelo à própria diáspora dos europeus. O incansável povo cigano empreendeu então uma nova migração.

    Sabe-se que Cristóvão Colombo, na sua terceira viagem, em 1498, introduziu os primeiros três ciganos que pisavam o Novo Mundo. É sabido também que a Inglaterra e a Escócia enviaram remessas de ciganos às suas colônias americanas da Virgínia, no século XVII e Luisiana.

    Os ciganos espanhóis só podiam viajar à América com permissão expressa do rei. Filipe I decretou, em 1570, uma proibição de entrada dos ciganos na América, e ordenou o regresso dos já enviados.

    É conhecido o caso de um ferreiro cigano (Jorge Leal) que conseguiu autorização para viajar à Cuba em 1602. Teria que esperar à autorização de 1783 para que os ciganos tivessem permissão de residência em qualquer parte do reino.

    Os ciganos emigraram à América Latina num número que, como sempre, segue sendo um mistério. Também em torno de 1860, registra-se a saída de ciganos britânicos (“romnichels“) e no início do século XX houve uma nova partida em massa de ciganos valáquios.

    A detenção do fluxo migratório no início do século XX não significou uma melhora das condições de vida dos ciganos. Na Baviera, foi elaborado, em 1905, um “Livro cigano“, com um censo inicial de 3 mil indivíduos que logo aumentaria com a colaboração de outros estados germânicos.

    O estado da Baviera autorizou o castigo a trabalhos forçados a todo cigano que não pudesse demonstrar ter um trabalho estável, e a República de Weimar estendeu essa medida para toda a Alemanha.

    Os censos de ciganos multiplicaram-se em toda a Europa (França, Inglaterra) e na Suíça, em 1926, começou o costume de sequestrar meninos ciganos para serem educados entre não ciganos, prática que só seria abandonada em 1973.

    O auge do nazismo e os excessos da Segunda Guerra Mundial fartaram-se com a crueldade com os ciganos. Depois de uns momentos de dúvida, nos que se esteve perto de classificar aos ciganos dentro da raça ariana, Himmler, um dos principais líderes do partido Nazi, ordenou a sua internação e, finalmente, a sua execução em massa.

    Só em Auschwitz-Birkenau morreram mais de vinte mil ciganos. O genocídio cigano é um fenômeno relativamente desconhecido, no que colaboraram com mais ou menos interesse (igual ao ocorrido no genocídio judeu) às populações autóctones.

    Na Europa central e do leste, sob regimes comunistas, os ciganos sofreram políticas de assimilação e restrições da liberdade cultural. Na antiga Checoslováquia, dezenas de milhares de ciganos da Eslováquia, Hungria e Romênia foram reassentados em regiões fronteiriças da Morávia, e foi proibido o estilo de vida nômade.

    As estimativas são de 200 a 280 mil ciganos desprezados do leste ao oeste europeu desde 1960 a 1997. Com a deterioração política da antiga Iugoslávia, 40 mil ciganos chegaram à Itália e outros 30 mil à Áustria.

    No Brasil, estima-se que existam entre 678 mil (estimativas do governo) e 1 milhão de ciganos.

  • Oração de Saudação à Natureza do Povo Cigano

    Oração de Saudação à Natureza do Povo Cigano

    A natureza é forte e tem papel crucial na nossa existência no plano terrestre, por isso, através de orações, o povo cigano costuma saudar e tomar a bênção da natureza.

    Assim, eles atraem a prosperidade e adquirem a força necessária para seguirem em frente, sempre com caminhos abertos, o que significa ter possibilidades, opções, oportunidades e livre arbítrio.

    Faça você também essa oração de saudação à natureza para se fortalecer e encontrar soluções e caminhos para a sua vida.

    Salve o Sol, a natureza, o orvalho da manhã! Salve Deus Todo Poderoso, que me dá a felicidade de tomar a bênção de toda a natureza. Salve o vento, a chuva, as nuvens, as estrelas e a lua!

    Salve as forças das águas, a terra, a areia e o solo fértil! Que belo seja seu remédio, o pão que parto à mesa seja multiplicado. O Universo me abraça e que os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar me deem as forças necessárias pra lutar.

    Meus caminhos sejam abertos, hoje e sempre, com toda a pureza dos elementais, dos anjos mensageiros de Deus e da nossa Rainha Santa Sara Kali.

    Optchá!

  • Povo Cigano na Umbanda

    Povo Cigano na Umbanda

    Os ciganos na Umbanda são uma linha de entidades (espíritos) que trabalham em terreiros, porém foi apenas início da década de 1990 que os ciganos passaram a ser reconhecidos como uma linha de trabalho própria.

    Felizmente, hoje, o culto está mais difundido e conhece-se mais sobre essas entidades, com algumas casas de Umbanda tendo um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.

    Os ciganos, em geral, têm seus rituais específicos e cultuam muito a natureza, os astros e os ancestrais. Os ciganos, dentro da ritualística umbandista, falam a língua “portunhol“; alguns poucos falam o romanês, língua original dos ciganos.

    No livro “O Livro da Esquerda na Umbanda” (p 87), a autora traz uma divisão em seis principais etnias que se manifestam tanto na linha própria dos ciganos como também na linha do Oriente, são elas:

    • Ciganos Árabes: Os ciganos árabes são provenientes do Norte da África, do Egito e de diversos países do Oriente Médio. Há pouca informação e conhecimento sobre alguns ciganos dessa linha, pois os mesmos não querem que seus conhecimentos caiam em mãos de pessoas mal intencionadas.
    • Ciganos Ibéricos: Os ciganos ibéricos, ou Calon, são provenientes da Espanha e de Portugal, conhecidos como gitanos. Os ciganos Calon eram nômades e bons comerciantes de cavalos, joias e outros artefatos brilhantes que pareciam ouro.
    • Família Real Cigana: Esse é um dos grupos ciganos que se tem pouco ou nenhum registro sobre suas histórias, seus costumes e suas práticas, o que os tornam mais misteriosos.
    • Ciganos do Leste Europeu: A origem dos ciganos do Leste Europeu se deu com a língua romani, migrando para outros países da Europa e das Américas, no século XIX. Esses ciganos ainda possuem subgrupos presentes no Brasil, que são os Kalderash, Matchuai, Lovaria, Curara e Rudari, todos devotos de Santa Sara Kali.
    • Ciganos Latinos: Os ciganos latinos são o povo com menor evolução espiritual, mas que tem conhecimento da realidade brasileira e mais liberdade quando à moral e às tradições ciganas.
    • Ciganos Expurgos: Ciganos expurgos, normalmente, são aqueles que não são reconhecidos como ciganos pelo próprio povo ou que foram tardiamente adotados por famílias ciganas ou que se casaram com um cigano, passando a viver com a família dele.

    Nota-se, nos terreiros de Umbanda, uma maior vinda de ciganos ibéricos, latinos e expurgos. Os ciganos, na Umbanda, passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e algumas oferendas.

    Na Umbanda, os ciganos atuam visando o progresso financeiro e resolver causas amorosas, manifestando-se sempre de forma alegre, festiva e cheia de música.

    O povo cigano também tem as suas comemorações ao redor do mundo. Os dias 24 e 25 de maio – dias em que prestam-se homenagens no mundo todo à Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano – foram instituídos como o Dia Nacional dos Ciganos no Brasil.

    Podemos dizer que o Povo Cigano passou a conquistar níveis na espiritualidade, dando abertura para o seu grupo trabalhar como linha de Umbanda, há muito pouco tempo, e eles vêm para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo, que está presente no caráter nômade de determinados povos.

    Aquele povo que tinha uma relação com a natureza, que é uma religião natural e que conhecemos como paganismo, agora foi convertido em uma linha de Umbanda.

    Devido a forma de entender a vida, o Povo Cigano faz do seu atendimento um bálsamo pra alma, e eles trazem a manifestação do uso do livre arbítrio para dentro do terreiro.

    Há alguns anos atrás, não se tinha gira de ciganos, mas sim ciganos incorporados em giras de esquerda, de boiadeiro, de baianos e etc. e foi graças à seriedade dos seus trabalhos, à simpatia que conquistaram junto aos frequentadores dos terreiros, aos seus profundos conhecimentos magisticos e orientações sábias, que os ciganos ganharam uma linha própria, na qual se apresentam com seus clãs do astral e com sua hierarquia.

    A linha dos ciganos, traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver. E é preciso ressaltar que Linha de Ciganos não é Linha do Oriente.

    A Linha de Ciganos não corresponde a um grau evolutivo e sim a uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano) que se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.

    Existem ciganos de diversas etnias e esse conceito a linha cigana traz muito forte em sua manifestação. A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas etc, são o maior símbolo da fusão de credos dos ciganos.

    No atendimento dos ciganos, não é frequente o manejo com trabalhos mais densos, como quebra de demandas, por exemplo. Antes de se fincarem como linha de Umbanda, essas entidades já apontavam em alguns terreiros e, hoje, passam a se manifestar, dentro da Umbanda, de maneira mais ordenada.

    De acordo com essas entidades da Umbanda, se você se encontra numa situação ou num lugar em que não está feliz, você tem que se rebelar e romper com isso, porque você é livre.

    O povo cigano é um exemplo de força e empatia, mas é preciso ressaltar que nem todas as pessoas ciganas virarão guias espirituais ciganos, pois a cultura particular desse povo não tem relação alguma com a religião de origem cultural afro.

    Esse povo acredita e cultua o amor incondicional e a proteção da natureza. Sua saudação é OPTCHÁ – que significa Salve! – ou também “Saravá Povo da Rua”.

    E, quando evocados, o povo cigano chega com suas danças, sua alegria, e a fé que contagia a todos que estão por perto. Os guias ciganos tem um comportamento livre, olhares imponentes e firmeza de pensamentos necessária para quem compreende o que realmente é essencial na vida.

    Muito próximos dos sentimentos humanos, a Linha dos Ciganos, na Umbanda, trabalha tanto na direita quanto na, portanto são seres de luz, mas são seres que passaram por esse mundo tomando consciência de como a corrente do Universo leva os instintos dos homens, o que os tornam importantes guias e orientadores espirituais, com grande compreensão dos nossos anseios e fraquezas.

    Além disso, muitas vezes, esses ciganos passaram por diversas vidas para poderem alcançar um nível mais elevado e poderem contribuir com seus conselhos, se tornando assim, entidades ciganas.

    As características dos ciganos consistem de alegria e independência, por isso, em uma linha de trabalhos espirituais, eles sempre buscam seu espaço próprio.

    São diversos os nomes de atribuição aos ciganos na Umbanda, os mais comuns são: Alba, Aurora, Ramirez, Esmeralda, Carmen, Dalila, Dolores, Gonçalo, Jade, Leoni, Jasmim, Ramon, Sara, Vladimir, Juan e Sandro.

    Alguns materiais usados nas oferendas para os ciganos são fitas coloridas, perfumes, fumo, defumadores, imagens ciganas, lenços, moedas, Baralho Cigano, músicas, sucos, chás, vinhos, ponches, água, pulseiras, brincos, sais, colares, leques, xales, cristais, incensos, véus, doces, pães, frutas, mel, velas, especiarias, plantas e flores.

    As cores utilizadas para os ciganos são, com seus respectivos significados:

    • Azul – Purificação, paz e tranquilidade.
    • Verde – Saúde, cura, esperança e força.
    • Amarelo – Estudos, prosperidade financeira e alegria.
    • Vermelho – Força, proteção, trabalho, alegria, paixão e transformação.
    • Rosa – Amor e sentimentos bons.
    • Branco – Paz, purificação e elevação espiritual.
    • Lilás – Intuição, quebra forças negativas e proteção.
    • Laranja – Alegria, comemoração e prosperidade.

    Essas cores também são denominadas como o arco-íris cigano.

    O povo cigano, hoje, representam trabalhos regulares das Giras de Umbanda, onde agem libertando, amando e transformando a vida através da alegria.

    O povo cigano são espíritos de luz com vibrações mais sutis e positivas, e também grandes orientadores, que sabem lidar com os sentimentos e desejos das pessoas.

    Além disso, esses espíritos podem ser considerados um povo de rua, por estarem sempre pelas estradas. Os ciganos são uma linha da umbanda que trabalham com a prosperidade.

    Nas giras de ciganos, é comum as pessoas doarem qualquer valor monetário para as mandalas, a fim de trazer prosperidade financeira e abrir caminhos.

    Apesar de toda a alegria e festa que fazem, os ciganos trabalham bastante, com seriedade, usando elementos da natureza e outras coisas. Na umbanda, os ciganos são espíritos livres e desapegados, que são atraídos pela afinidade da magia cigana, podendo ser chamados de “filhos do vento”, justamente por estarem sempre em movimento.

    Assim como alguns espíritos são atraídos pelo som dos atabaques, os ciganos também são. Os ciganos têm seus próprios rituais, formas de trabalhar e cultos à natureza e aos astros, visando o progresso e o sucesso financeiro e amoroso.

    Os trabalhos dos ciganos e dos exus são um pouco parecidos e, de acordo com pais de santo, os ciganos são de centro, então, são mais versáteis nos trabalhos, podendo trabalhar com linhas de esquerda e de direita.

    Dentro das giras na umbanda, os ciganos trabalham acompanhados de um “Cigano chefe”, para auxiliar a todos os que precisarem. Dentro das religiões de matriz africana, existem ciganos com nomes comuns e que são mais conhecidos nas giras e festas.

    A cigana Esmeralda trabalha no lado direito da umbanda, com magias através da dança, de banhos e de culinária. O cigano Ramon trabalha pelos chefes de família e ajuda nos negócios familiares, restaurantes, comércios e também com reconciliação de casais.

    A cigana Dalila trabalha nas casas de umbanda com leveza e alegria, chamando o seu amor, Michel, para que trabalhem juntos nas realizações de magias.

    O cigano Wladimir trabalha para que pessoas consigam emprego. Um dos costumes do povo cigano é batizar as crianças com nomes que tenham um significado ou valor para o clã, seja para atrair características dos nomes nas pessoas ou para exaltar as mesmas.

    Esposa do cigano Pablo, a cigana Sara, ou Sarita, usa blusas vermelhas com saias bufantes cheias de estampas de rosas vermelhas e amarelas e joias de ouro.

    Fazendo parte da linha do Oriente, o cigano Ramires é um espírito de um belo rapaz de pele pouco clara e olhos esverdeados. Gonçalo é um cigano que usa um lenço vermelho amarrado do lado esquerdo da cabeça, argolas de ouro nas orelhas e um cordão de ouro com um antigo medalhão do clã de sua família em seu pescoço.

    O povo cigano do astral possui muita empatia e busca conservar a paixão e a generosidade pela humanidade, assim como os ciganos encarnados têm pela natureza.

    Com tanta empatia, amor e dedicação, as entidades de ciganos ajudam os seres humanos a transformarem suas vidas para melhor, conquistarem um emprego, vencerem obstáculos, amarem mais a si mesmos, evitando cair em relações abusivas…

    A linha cigana é uma corrente espiritual da Umbanda que trabalha com prosperidade financeira, amor próprio, independência e situações amorosas, utilizando materiais e elementos da natureza.

    Atualmente, essas entidades trabalham regularmente nas giras de umbanda, possuindo muita força e energia e usando os rituais como uma ferramenta de evolução.

    Eles são devotos de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como a Padroeira do Brasil e, no sincretismo com a Umbanda, como Oxum, a Orixá das águas doces e do ouro.

    Os ciganos são guardiões de muitos segredos do ocultismo e da magia e, apesar de não serem médicos, os ciganos, na Umbanda, são chamados com muita frequência para a realização de curas espirituais.

    Os ciganos são munidos de uma sabedoria plena e fazem seus encantos e magias cheios de mistérios sob regência das mudanças lunares. No entanto, as entidades ciganas na Umbanda são bem diferentes da magia cigana em si mesma, já que a sua atuação na Umbanda se mantém regida pelos orixás da religião.

    As entidades ciganas na Umbanda não atuam em prol do mal, apenas exercem seu papel de dominar incrivelmente a magia e preservar pela liberdade e prática de ações saudáveis, dentro da Lei praticada.

    É também característica das entidades ciganas na Umbanda gostarem de festividades, danças, vinho tinto, pães, mel e tomates, além de muitas flores, fogueiras, velas e incensos.

    Os símbolos de entidades ciganas na Umbanda mais presentes são a taça (expressão de acolhida, poder e união), a ferradura (que representa a sorte, a fortuna e a velocidade), a lua (mãe dos enigmas, do sagrado feminino e das mudanças humanas), a moeda (símbolo da prosperidade e da justiça), o trevo (representante da sorte, da fortuna e da prosperidade), as essências (que trazem equilíbrio, tranquilidade e conforto), as pedras (purificadoras dos ambientes e das pessoas), o ouro (símbolo da beleza, da sorte e do poder), os círculos (remetem ao plano humano entre vida e morte, além do equilíbrio e da reciprocidade), a coruja (o futuro, a consciência e a sabedoria), a estrela de cinco pontas (simboliza a evolução, a proteção e o êxito) e o punhal (simboliza a força, a vitória e a superação).

    Os ciganos na Umbanda são figuras que se tornam mais importantes a cada dia, representam uma imagem fundamental e possuem seriedade diante do povo umbandista.

    No surgimento da Umbanda, os ciganos não pertenciam e não eram citados em nenhum momento, eles não faziam parte da constituição, mas hoje, o que vemos sobre ciganos na Umbanda é completamente diferente de antigamente, eles são referências por representarem importantes falanges nas giras umbandistas.

    Suas falanges representam suas características e, por isso é comum ver em linhas de ciganos:

    • Espíritos que foram atraídos por afinidade com a magia cigana.
    • Possuem alguns elementos em suas vestes e alguns objetos como: baralho cigano, adagas, cristais, pedras, lenços entre outros.
    • São extremamente desapegados e não possuem vínculos.
    • Trabalham com diferentes orixás.
    • Veneram sua santa, a Santa Sara Kali.

    Dois orixás que sustentam os trabalhos dos ciganos na Umbanda são Ogum e Iansã, que são orixás do ar e do fogo e que se relacionam com o que os ciganos acreditam e trabalham.

    Os ciganos não possuem preconceitos com nacionalidades, eles são abertos ao conhecimento mutuo de diversas culturas, são expressamente livres em assuntos sociais, o que é muito positivo.

    ALGUNS PONTOS MARCANTES DOS CIGANOS NA UMBANDA:

    1) São conhecedores dos caminhos, são eles quem direcionam e mostram os diversos caminhos existentes, pois existem há muito tempo e são sempre lembrados por suas trajetórias.

    2) Possuem conhecimento mágico profundo e são facilmente reconhecidos por essa característica.

    3) São curandeiros excelentes, principalmente nos campos amorosos e de saúde.

    Os ciganos entendem e aceitam os rituais umbandistas como uma maneira de contribuir com a evolução, sabedoria, crescimento, motivação e alegria através dos cantos e danças.

    Esses espíritos ciganos gostam muito de festas e comemorações e onde eles estiverem sempre haverão muitas frutas (que não tenham espinhos de qualquer espécie), jarras de vinho tinto com mel ou ponche, pães fatiados, muitas flores para harmonizar o lugar e velas de todas as cores.

    O Povo Cigano tem uma tradição peculiar e suas histórias e lendas carregam mistérios e mística que encantam muitas pessoas.

    Nomes de Algumas Entidades Ciganas e Seus Significados

    • Aurora: este nome quer dizer Deusa da Manhã
    • Bóris: este é o nome que quer dizer guerreiro, batalhador, forte
    • Carmen: este nome significa poesia, poemas, versos
    • Carmecita ou Carmela: significa divino jardim, jardim florido e sagrado
    • Constância: significa pessoa de caráter forte, de personalidade
    • Dalila: este nome significa mulher doce, delicada
    • Esmeralda: mulher preciosa, brilhante
    • Iago: o vitorioso, aquele que vence
    • Igor: significa Príncipe Da Paz
    • Jade: mulher preciosa, valiosa
    • Jasmim: flor delicada
    • Leoni: Leão ou Leoa
    • Manolo: nome poderoso: “Deus Está Conosco”
    • Ramirez: significa guerreiro poderoso, ilustre, reconhecido, famoso
    • Ramon: aquele que é um Protetor Poderoso
    • Ruan ou Juan: nome poderoso: “Deus é Poderoso”
    • Sara: Princesa
    • Samara: aquela que é protegida por Deus
    • Soraya: significa Estrela Da Manhã
    • Tâmara: Fruto Doce, saboroso, adocicado
    • Ramirez: significa guerreiro poderoso, ilustre, reconhecido, famoso
    • Ramon: aquele que é um Protetor Poderoso
    • Zaíra ou Zaira: A visitante florida, de pele brilhante e macia