Categoria: Maria Padilha

  • Maria Padilha e Maria Navalha: Incorporadas, Pontos Cantados, Falanges, Características e Imagem

    Maria Padilha e Maria Navalha: Incorporadas, Pontos Cantados, Falanges, Características e Imagem

    Enquanto Maria Farrapo trabalha com a falange Maria Mulambo, a pomba gira Maria Navalha está intimamente ligada à falange Maria Padilha, que foi onde esses espíritos, encontraram oportunidade organizada de trabalho como pombas giras.

    Quem carrega Maria Padilha sabe que inimigo nenhum fica no caminho. Ela arrasta, destrói e desgasta. Maria Padilha tem um jeito sútil e meigo de falar, mais uma força gigantesca para defender os seus.

    Maria Padilha é a consorte de Exu, que é o mensageiro dos Orixás no Candomblé. Maria Padilha, talvez a mais popular pomba gira, é considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Maria Navalha foi brasileira legítima e carioca do bairro da Gamboa, zona portuária da cidade maravilhosa.

    Ela se chama Maria Navalha, porque, na verdade Maria “Navalha” era a princípio um apelido, ou codinome se preferir, pois em dado momento de sua vida ela escapou de uma situação extrema e, após esse momento, passou a andar sempre com uma navalha com ela.

    Maria Navalha se manifesta de forma mais livre e passional, usando trajes mais coloridos e alegres que os tradicionais vermelho e preto das guardiãs.

    A vida é um jogo e só se aprende a jogar quando não se tem medo de arriscar! Quando mais rodadas na mesa, mais malandro, mais esperto, mais inteligente você fica. Cada rodada um trunfo diferente! Cada fase da vida, um desafio novo pra enfrentar!Maria Navalha

    Maria Navalha é o nome adotado por muitos espíritos de apresentação feminina que trabalha de forma independente.

    Esses espíritos trabalham como pombas giras, principalmente com a falange de Maria Padilha ou na linha dos Malandros.

    Maria Padilha e Maria Navalha Incorporadas

    5 Pontos Cantados de Maria Navalha

    Maria Navalha Incorporada

    Não se deve confundir MARIA NAVALHA com MARIA PADILHA DA NAVALHA ou MARIA PADILHA DAS SETE NAVALHAS.

    A Navalha é o braço “esquerdo” de Maria Padilha, sempre cooperando de modo próprio com os trabalhos de Padilha. Não existem rivalidades entre Maria Padilha e Maria Navalha, como alguns sugerem.

    A Maria Navalha que trabalha como pomba gira pode apresentar as complementações usuais como: da Encruzilhada, do Cemitério, da Praia, do Cabaré, da Calunga, etc.

    A Maria Navalha Malandra, que é a que trabalha na falange dos Malandros, costuma ter denominações complementares típicas dos mesmos, como: do Morro, da Ladeira, da Lapa, do Forró, do Samba, da Madrugada, da Esquina, do Asfalto, da Boemia, Pé de Valsa, e outros.

    Outra característica na denominação é a complementação regional: Maria Navalha de Pernambuco, de Minas, Baiana, do Norte, etc..

    Pomba Gira ou Malandra, fato é que Maria Navalha, Maria Navalhada ou Maria das Sete Navalhas, conhece os efêmeros prazeres e as profundas dores do submundo das criações humanas.

    Malandra Maria Navalha e Suas Falanges:

    • Maria Rosa Navalha
    • Maria Navalha do Cabaré
    • Maria Navalha da Lapa
    • Maria Navalha da Calunga
    • Maria Navalha das Almas
    • Maria Navalha da Estrada
    • Maria Navalha do Cais

    Quem é Maria Navalha?

    Maria Navalha é dita como uma das mais complexas entidades dentro das pombas giras. Os velhos Tatas do Rio de Janeiro de antanho, grandes conhecedores da Magia Africana, gostavam de contar a pitoresca história de Dona Maria Navalha.

    Dona Maria Navalha ouviu muito os conselhos dos Exus, despachou nas escuras encruzilhadas do porto, fabricou talismãs e usou figas.

    Dona Maria Navalha entrou para a história e virou mito. Um dos pontos cantados de Maria Navalha canta:

    “Mulher de malandro tem nome

    E se conhece pela saia

    Vara curta e onça brava

    Ela é Maria Navalha!”

    Muitos a tem como guardiã em suas diversas faces (Mestra, Baiana e, principalmente, Malandra), Maria Navalha usa de vários arquétipos para exercer seu trabalho nos terreiros.

    A Maria Navalha que se apresentava como pomba gira muito antigamente, é bem diferente da Malandra que conhecemos hoje, ela era extremamente séria, muito rara, e mais raro ainda era seu trabalho ser desenvolvido.

    Características da Pomba Gira Maria Navalha

    Indumentária: Uma grande característica, elas usam chapéu. Gostam de vermelho, preto e dourado. Utilizam jóias, principalmente na cor dourada ou ouro velho. Apreciam saias, não existe uma proibição quanto a usarem calças, porém elas são mais femininas que qualquer outra face de Maria, são as que gostam de saias, maquiagens, os trejeitos de pombas giras. Podem usar bengalas e apreciam perfumes.

    Fumo: Cigarros (cigarrilhas) de todos os tipos, principalmente de filtro longo. Gostam de cigarros de palha, cigarros de filtro vermelho ou cigarros com sabor. Raramente fumam charuto.

    Bebidas: Gostam de champanhe, licores, como licor de anis, cachaças e cervejas. Apreciam taças.

    Comidas: Gostam de padê com bastante dendê, pimentas, carnes, não tendo muita preferência por flores, mas gostam de rosas vermelhas, rosas brancas, cravos vermelhos e brancos, e de flor de chuvisco.

    Armas: As principais armas são punhais, mas podem eventualmente utilizar navalhas (navaletes).

    Oráculos: Nem sempre utilizam oráculos, essa é uma das diferenças entre elas e as Malandras, também não é obrigatório terem dados ou baralhos em seus fundamentos.

    Curiosidades: Você pode ter uma pomba gira Maria Navalha e uma Malandra Maria Preta, ou uma pomba gira Maria Mulambo e uma Malandra do Cais, você não terá uma Malandra Maria Navalha e uma pomba gira Maria Navalha, mesmo que de falanges diferentes, pelo simples fato que você precisa trabalhar com uma dessas energias e equilibrar, você vai aprender com uma falangeira de Navalha de alguma face, mas terá outras mulheres para aprender (Padilhas, Mulambos, Meninas, Figueiras, etc).

    Imagem de Maria Padilha e Maria Navalha

    Maria Padilha é representada pela imagem de uma mulher que veste pouca roupa e usa preto e/ou vermelho, sendo associada à caveiras, rosas, leques, cruzes, luvas, chapéus, punhais…

    Também pode ser representada por uma dama requintada que usa vestido longo e pode ser comparada à uma mulher da alta sociedade ou cigana.

    Maria Navalha é representada por uma mulher que usa chapéu, blusas e calças nas cores preta, vermelha e branca, podendo carregar consigo uma bengala, joias, punhal, navalha…

    Ela também pode ser representada com chapéu e vestido, demonstrando a beleza e sensualidade da mulher boêmia, que sabe sobreviver e encarar o perigo sozinha.

    É associada à rosas vermelhas e carteados.

    Ela é mulher, ela é bonita e formosa

    mas não se engane, ela é muito perigosa.

    (Ponto de Maria Navalha)

    Maria Navalha disse cuidado pra não errar

    ela jurou, jurou, tornou jurar

    Que mata sem tirar sangue, engole sem mastigar.

    (Ponto de Maria Navalha)

    Ela é malandra não precisa trabalhar

    Maria Navalha bota tudo em seu lugar.

    (Ponto de Maria Navalha)

    Maria Padilha Navalha

    Maria Padilha Navalha não existe. O que existe é a entidade Maria Padilha da Navalha e a entidade Maria Navalha, que não devem ser confundidas, pois são espíritos diferentes, mas que trabalham em união.

    Algumas vertentes da Umbanda não reconhecem Maria Navalha como Pomba Gira, apenas como Malandra.

    Ponto Cantado de Maria Navalha – Não Mexa com Ela

    Este ponto cantado de Maria Navalha, intitulado Não Mexa com Ela, foi escrito por Henrique de Oxóssi e postado pelo canal Cantando pra Umbanda.

    Letra do Ponto Cantado:

    Não mexa com ela
    Que ela nunca anda só

    Carrega sete navalhas
    E em Malandro ela dá nó
    Seu nome é a Maria Navalha
    Guardiã da lei maior

    Anda dia, anda noite
    Na luz, na escuridão
    Quebra feitiço e demanda
    E desfaz amarração

    Coroada por Ogum
    Amparada por Xangô
    Com a força de Yansã
    No terreiro ela chegou

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  • Maria Padilha é Malandra?

    Maria Padilha é Malandra?

    Maria Padilha do Cabaré é uma mulher bonita, jovem, sedutora, elegante, feminina, faceira, astuta, audaciosa, mas também tem vidência.

    De acordo conta uma lenda, Maria Padilha Rainha do Cabaré foi espanhola e rainha, dona de castelo, e adorava bacalhau, queijos e vinhos.

    Outra história diz que, quando encarnada, ela foi dona de um cabaré espanhol muito luxuoso e famoso, responsável por torna-la uma mulher marcante na sociedade da época.

    Amou apenas uma vez e, por ter sofrido por esse amor, nunca mais amou ninguém. Foi uma mulher bem sucedida e se tornou muito rica.

    Ela tinha um dom que lhe acompanhava desde menina: o dom das cartas – o misterioso futuro no qual ela o adivinhava; este dom veio de seus antepassados espanhóis.

    O sofrimento por esse amor foi o que a fez suicidar-se: ela amava um de seus empregados, que era garçom em seu bordel, mas ele era apaixonado por uma das meninas que trabalhavam lá.

    Um dia, os dois amantes fugiram; Maria Padilha Rainha do Cabaré sofreu muito e, não aguentando a solidão, matou-se ao se atirar de um penhasco.

    Foi assim que ela foi parar no Umbral. Maria Padilha Rainha do Cabaré é a grande dama da malandragem, tanto que em suas festas os Malandros são presença marcante.

    Rainha do Cabaré também é um dos títulos dado à falange de Maria Padilha. Outros títulos são Rainha da Lira, Rainha do Candomblé, Rainha da Malandragem, Rainha dos Infernos, Rainha das Marias, Rainha das Facas, Mulher de Lucífer, Rainha dos Ciganos etc.

    Ela tem 7 amores – seus maridos são o exu Rei das Sete Liras, exu Lúcifer, Zé Pilintra, Zé Malandro, Zé do Catimbó e outros da falange da malandragem.

    Quem carrega Maria Padilha sabe que inimigo nenhum fica no caminho. Ela arrasta, destrói e desgasta. Maria Padilha tem um jeito sútil e meigo de falar, mais uma força gigantesca para defender os seus.

    Maria Padilha é a consorte de Exu, que é o mensageiro dos Orixás no Candomblé. Maria Padilha, talvez a mais popular pomba gira, é considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Muitas vezes, ela é representada pela imagem de uma mulher seminua que usa vermelho e carrega consigo flores, muita beleza e sensualidade.

    Ás vezes, é representada com vestido longo, coroa e cetro para lembrar seu posto de rainha. Pombas giras, como Maria Padilha, dividem espaço com os malandros e malandras e são igualmente estranhados pela sociedade preconceituosa que ainda mantém a ideia de que essas entidades representam pessoas imorais e espíritos demoníacos.

    Maria Padilha do Cabaré é a Maria Padilha que mais se aproxima de uma malandra. Maria Padilha do Cabaré é uma pomba gira de “briga”, energizada por Obá e Iansã, e por isso atua de maneira energética em combates espirituais.

    Executa seus serviços perto e dentro de prostíbulos, bares, boates e casas de tolerância e, por isso, gosta de receber suas oferendas próximo à esses lugares.

    Auxilia na manutenção financeira, na facerice e na beleza interior para realçar o exterior e dizem que, sendo suas devotas, as prostitutas adquirem respeito de seus clientes, estão sempre belas e tem bons ganhos financeiros.

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  • Maria Padilha Matou o Marido?

    Maria Padilha Matou o Marido?

    Maria Padilha é bonita, é mulher e sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.

    Maria Padilha, talvez a mais popular pomba gira, é considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Maria Padilha, na sua história, foi a amante do rei de Castela e, depois de morta, seu nome e seus feitos viajaram de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.

    Mas, de fato, não se sabe se Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé, e pouco importa saber.

    O fato de acharem que Maria Padilha matou o marido, provavelmente vem de um de seus pontos cantados, que diz:

    Essa mulher é um perigo

    Chora no dendê

    Essa mulher matou marido

    Chora no dendê!

    @ekedjijoicetysang15

    Essa mulher é um perigo chora no dendê essa mulher matou marido chora no dendê! #laroye #mariapadilha #esumulher💃🏽🍷🍾🏺🔱❤️

    ♬ som original – Joice Aguiar
    @ekedjijoicetysang15

    Maria Padilha chora no dendê. Essa mulher é um perigo chora no dendê essa mulher matou marido chora no dendê! #laroye #esumulher💃🏽🍷🍾🏺🔱❤️

    ♬ som original – Joice Aguiar

    Maria Padilha é a feiticeira das pombas giras e é a pomba gira mais procurada nos terreiros. A história da Maria Padilha, segundo pesquisas históricas, conta que ela nasceu como Maria de Padilla, no ano de 1334, em Palencia, na Espanha.

    Pertencente a uma família castelhana, os Padilla, o nome de Maria Padilha seria eternizado em brasão posteriormente a sua morte.

    Através da história da Maria Padilha é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer. Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.

    A história da Maria Padilha foi realmente uma história de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.

    Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.

    A força da falange de Maria Padilha é inegável. Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.

    Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor.

    O coração dessa pomba gira é enorme. Seu encarne no planeta Terra ocorreu em 15 de setembro de 1334 e seu desencarne ocorreu em Sevilha, em julho de 1361, aos 27 anos.

    Ela não matou o marido, mas outras Marias Padilhas, entidades femininas que são falangeiras de Maria Padilha, podem sim ter matado seus maridos quando encarnadas.

    As pombas giras das religiões afro-brasileiras foram mulheres apaixonadas por homens, muitas vezes, comprometidos, e também, muitas delas, se casaram com homens passionais, e nada impede que, várias delas, tenham matado seus maridos.

    Maria Padilha foi uma mulher muito cortejada e invejada e o seu maior crime, talvez, foi ser muito influente e conquistadora.

    No entanto, outras pombas giras de sua falange foram sim assassinas, e não só de seus maridos.

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  • Maria Padilha na Quimbanda + O que é Quimbanda?

    Maria Padilha na Quimbanda + O que é Quimbanda?

    Maria Padilha é uma das principais entidades da Umbanda e do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, e considerada a Rainha das Pombas Giras.

    Maria Padilha é uma pomba gira poderosa, capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis e desmanchar feitiços.

    Maria Padilha é a protetora das prostitutas e tem vários nomes, como:

    • Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga
    • Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas
    • Maria Padilha Rainha dos Infernos
    • Maria Padilha Rainha das Almas
    • Maria Padilha das Portas do Cabaré
    • Maria Padilha Rainha das 7 Facas
    • Maria Padilha Rainha da Figueira
    • Maria Padilha do Cruzeiro das Almas
    • Maria Padilha da Encruzilhada
    • Maria Padilha do Cemitério
    • Maria Padilha da Calunga
    • Maria Padilha das Sete Catacumbas
    • Maria Padilha da Navalha
    • Maria Padilha das Sete Saias
    • Etc.

    O maior segredo para pedir e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito por ela. É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido na Quimbanda.

    Maria Padilha é a pomba gira mais procurada nos terreiros. Maria Padilha, segundo pesquisas históricas, teria nascido no ano de 1334, em Palencia, na Espanha.

    Pertencente a uma família castelhana, os Padilla, o nome de Maria Padilha seria eternizado em brasão posteriormente a sua morte.

    Através da história da Maria Padilha, é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer. Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.

    O caso da pomba-gira Maria Padilha foi realmente um caso de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.

    Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.

    Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.

    Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor.

    Com um nome que significa Rainha do Fogo, Maria Padilha já teve várias encarnações na Terra, e a última delas foi em Ilhéus na Bahia.

    Maria Padilha é conhecida por sua eficiência e rapidez, e está entre as mais populares das pombas giras. Apresenta-se sob a aparência de uma formosa mulher, de longos cabelos negros, pele morena (ás vezes mais clara e ás vezes mais escura), sua idade e físico variam também de acordo com o tipo de caminho ou passagem desta pomba gira, pois existem passagens jovens e velhas, sendo igualmente atrativas em qualquer de suas passagens, isto ocorre com todos os Exús de quimbanda, não importando a idade que apresentem, pois tem o dom da sedução.

    Chegada de Maria Padilha para Realizar Trabalho de Amarração na Quimbanda

    Maria Padilha também é conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada e senhora da magia e seu nome causa muita repercussão e até alguns episódios de intolerância religiosa nas redes sociais, afinal ela é bonita, é mulher e sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta, sendo considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.

    Maria Padilha passou de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil, foi assim que ela chegou à Quimbanda.

    A Imagem de Maria Padilha na Quimbanda

    Na Quimbanda, Maria Padilha é representada por uma mulher de pele clara ou parda, que usa vestido vermelho ou apenas uma saia vermelha.

    Ás vezes, é representada com rosa vermelha no cabelo e leque na mão, podendo estar séria ou sorrindo. Também é representada usando vestido preto ou vermelho e preto, portando joias e com uma atitude mais sensual.

    O que é a Quimbanda?

    A Quimbanda é onde atuam os exus e pombas giras (também chamados de “Povo de Rua”), entidades que fazem uso de forças negativas (isso não significa malignas) e, muitas vezes, estão presentes em lugares onde possam ter quiumbas (obsessores/seres malignos), em portas de templos religiosos de qualquer espécie, cemitérios, encruzilhadas, ruas e estradas.

    A Quimbanda ou Kimbanda não é simplesmente mais uma das linhas existentes dentro dos cultos afro-brasileiros, suas influências não são somente Bantu, Nagô e Yorubá, também abrange em larga escala vários aspectos da Religião Indígena, Católica, o Espiritismo moderno, a alquimia, o estudo da natureza fundamental da realidade e Correntes Orientais.

    A Umbanda não vive sem a Quimbanda, como a árvore não vive sem a copa ou sem a raiz. Então, com base em estudos e prática na Quimbanda, podemos afirmar que o culto como o conhecemos é o mesmo praticado na maior parte dos Terreiros de Umbanda do Brasil que, para obterem equilíbrio em seus trabalhos, cultuam as Sete Linhas da Umbanda e as Sete Linhas da Quimbanda.

    Na verdade, pode-se dizer que a Quimbanda, como a conhecemos atualmente, nasceu juntamente com a Umbanda em 15 de novembro de 1908, pois uma Linha completa o outra, formando esta força que nos dá vida e este reino cheio de luz.

    A Quimbanda está organizada hierarquicamente em sete grandes reinos, as Sete Linhas da Quimbanda, sendo que, na Quimbanda, também é Oxalá quem manda, o Sr. Omolu é o Rei, coroado por Oxalá, e este delega os poderes aos Exus Chefes de Falange.

    Maria Padilha está incluída no Reino da Lira, onde é conhecida como Rainha do Candomblé (ou Rainha das Marias) e é assistente de Omulu.

    Maria Padilha é uma entidade do meio, um espírito entre o bem e o mal, nem das trevas nem de luz, um espírito feminino formador de falanges cultuadas na linha de exus tanto da umbanda quanto da quimbanda.

    Reconhecida por estas duas religiões como senhora de todos os tempos e caminhos e manifestando-se de forma expressiva.

    Na prática, não há quimbanda sem umbanda nem quimbadeiro sem umbandista, pois são duas faces de uma mesma concepção religiosa.

    Porém, o culto à Maria Padilha faz parte do lado mais escondido dessas religiões, pois além dela sincretizar-se com as criaturas infernais da religião católica, as motivações básicas que levam ao seu culto pertencem a dimensões do indivíduo muito encobertas pelos padrões de moralidade da sociedade ocidental-cristã.

    Mas, mesmo assim, Maria Padilha não deixa de ser uma das mais populares pombas giras, famosa por sua história em várias partes do mundo, não somente em terreiros brasileiros.

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