Maria Padilha é uma entidade conhecida como aquela que bebe, que fuma, que fala palavrão,…
Maria Padilha Matou o Marido?
Maria Padilha é bonita, é mulher e sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta.
Maria Padilha, talvez a mais popular pomba gira, é considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.
Maria Padilha, na sua história, foi a amante do rei de Castela e, depois de morta, seu nome e seus feitos viajaram de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil.
Mas, de fato, não se sabe se Maria Padilha é o espírito da amante do rei de Castela que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé, e pouco importa saber.
O fato de acharem que Maria Padilha matou o marido, provavelmente vem de um de seus pontos cantados, que diz:
Essa mulher é um perigo
Chora no dendê
Essa mulher matou marido
Chora no dendê!
Maria Padilha é a feiticeira das pombas giras e é a pomba gira mais procurada nos terreiros. A história da Maria Padilha, segundo pesquisas históricas, conta que ela nasceu como Maria de Padilla, no ano de 1334, em Palencia, na Espanha.
Pertencente a uma família castelhana, os Padilla, o nome de Maria Padilha seria eternizado em brasão posteriormente a sua morte.
Através da história da Maria Padilha é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer. Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.
A história da Maria Padilha foi realmente uma história de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.
Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.
A força da falange de Maria Padilha é inegável. Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.
Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor.
O coração dessa pomba gira é enorme. Seu encarne no planeta Terra ocorreu em 15 de setembro de 1334 e seu desencarne ocorreu em Sevilha, em julho de 1361, aos 27 anos.
Ela não matou o marido, mas outras Marias Padilhas, entidades femininas que são falangeiras de Maria Padilha, podem sim ter matado seus maridos quando encarnadas.
As pombas giras das religiões afro-brasileiras foram mulheres apaixonadas por homens, muitas vezes, comprometidos, e também, muitas delas, se casaram com homens passionais, e nada impede que, várias delas, tenham matado seus maridos.
Maria Padilha foi uma mulher muito cortejada e invejada e o seu maior crime, talvez, foi ser muito influente e conquistadora.
No entanto, outras pombas giras de sua falange foram sim assassinas, e não só de seus maridos.