Maria Padilha é uma entidade conhecida como aquela que bebe, que fuma, que fala palavrão,…
Maria Padilha na Quimbanda + O que é Quimbanda?
Maria Padilha é uma das principais entidades da Umbanda e do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, e considerada a Rainha das Pombas Giras.
Maria Padilha é uma pomba gira poderosa, capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis e desmanchar feitiços.
Maria Padilha é a protetora das prostitutas e tem vários nomes, como:
- Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga
- Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas
- Maria Padilha Rainha dos Infernos
- Maria Padilha Rainha das Almas
- Maria Padilha das Portas do Cabaré
- Maria Padilha Rainha das 7 Facas
- Maria Padilha Rainha da Figueira
- Maria Padilha do Cruzeiro das Almas
- Maria Padilha da Encruzilhada
- Maria Padilha do Cemitério
- Maria Padilha da Calunga
- Maria Padilha das Sete Catacumbas
- Maria Padilha da Navalha
- Maria Padilha das Sete Saias
- Etc.
O maior segredo para pedir e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito por ela. É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido na Quimbanda.
Maria Padilha é a pomba gira mais procurada nos terreiros. Maria Padilha, segundo pesquisas históricas, teria nascido no ano de 1334, em Palencia, na Espanha.
Pertencente a uma família castelhana, os Padilla, o nome de Maria Padilha seria eternizado em brasão posteriormente a sua morte.
Através da história da Maria Padilha, é possível perceber que ela não era uma mulher qualquer. Diz-se que, junto de uma árvore, Maria Padilha teria deixado um feitiço de amor feito com um espelho, através do qual o Rei se olhou e, enfeitiçado, se rendeu à paixão da jovem moça.
O caso da pomba-gira Maria Padilha foi realmente um caso de amor. D. Pedro I abandonou sua esposa Dona Blanca para viver sua história com Maria Padilha, sendo perseguido por opositores em seu Reinado.
Depois de mandar sua esposa para a prisão – alguns dizem que por um feitiço armado por Maria Padilha – o Rei assume seu casamento até então clandestino com Maria de Padilla.
Apegada à matéria e ao seu grande amor, Maria Padilha é chefe de falange na linha de Exu, atuando como Exu-Mulher lado a lado de Exus homens.
Poderosa em seus feitiços de amor, dentro de terreiros Maria Padilha comanda os feitiços e consola aqueles que perderam um grande amor.
Com um nome que significa Rainha do Fogo, Maria Padilha já teve várias encarnações na Terra, e a última delas foi em Ilhéus na Bahia.
Maria Padilha é conhecida por sua eficiência e rapidez, e está entre as mais populares das pombas giras. Apresenta-se sob a aparência de uma formosa mulher, de longos cabelos negros, pele morena (ás vezes mais clara e ás vezes mais escura), sua idade e físico variam também de acordo com o tipo de caminho ou passagem desta pomba gira, pois existem passagens jovens e velhas, sendo igualmente atrativas em qualquer de suas passagens, isto ocorre com todos os Exús de quimbanda, não importando a idade que apresentem, pois tem o dom da sedução.
Chegada de Maria Padilha para Realizar Trabalho de Amarração na Quimbanda
Maria Padilha também é conhecida por dama da madrugada, rainha da encruzilhada e senhora da magia e seu nome causa muita repercussão e até alguns episódios de intolerância religiosa nas redes sociais, afinal ela é bonita, é mulher e sagrou-se como a única esposa de Dom Pedro I de Castela, tornando-se a legítima rainha e exercendo seu poder e influência mesmo depois de morta, sendo considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã.
Maria Padilha passou de Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o Brasil, foi assim que ela chegou à Quimbanda.
A Imagem de Maria Padilha na Quimbanda
Na Quimbanda, Maria Padilha é representada por uma mulher de pele clara ou parda, que usa vestido vermelho ou apenas uma saia vermelha.
Ás vezes, é representada com rosa vermelha no cabelo e leque na mão, podendo estar séria ou sorrindo. Também é representada usando vestido preto ou vermelho e preto, portando joias e com uma atitude mais sensual.
O que é a Quimbanda?
A Quimbanda é onde atuam os exus e pombas giras (também chamados de “Povo de Rua”), entidades que fazem uso de forças negativas (isso não significa malignas) e, muitas vezes, estão presentes em lugares onde possam ter quiumbas (obsessores/seres malignos), em portas de templos religiosos de qualquer espécie, cemitérios, encruzilhadas, ruas e estradas.
A Quimbanda ou Kimbanda não é simplesmente mais uma das linhas existentes dentro dos cultos afro-brasileiros, suas influências não são somente Bantu, Nagô e Yorubá, também abrange em larga escala vários aspectos da Religião Indígena, Católica, o Espiritismo moderno, a alquimia, o estudo da natureza fundamental da realidade e Correntes Orientais.
A Umbanda não vive sem a Quimbanda, como a árvore não vive sem a copa ou sem a raiz. Então, com base em estudos e prática na Quimbanda, podemos afirmar que o culto como o conhecemos é o mesmo praticado na maior parte dos Terreiros de Umbanda do Brasil que, para obterem equilíbrio em seus trabalhos, cultuam as Sete Linhas da Umbanda e as Sete Linhas da Quimbanda.
Na verdade, pode-se dizer que a Quimbanda, como a conhecemos atualmente, nasceu juntamente com a Umbanda em 15 de novembro de 1908, pois uma Linha completa o outra, formando esta força que nos dá vida e este reino cheio de luz.
A Quimbanda está organizada hierarquicamente em sete grandes reinos, as Sete Linhas da Quimbanda, sendo que, na Quimbanda, também é Oxalá quem manda, o Sr. Omolu é o Rei, coroado por Oxalá, e este delega os poderes aos Exus Chefes de Falange.
Maria Padilha está incluída no Reino da Lira, onde é conhecida como Rainha do Candomblé (ou Rainha das Marias) e é assistente de Omulu.
Maria Padilha é uma entidade do meio, um espírito entre o bem e o mal, nem das trevas nem de luz, um espírito feminino formador de falanges cultuadas na linha de exus tanto da umbanda quanto da quimbanda.
Reconhecida por estas duas religiões como senhora de todos os tempos e caminhos e manifestando-se de forma expressiva.
Na prática, não há quimbanda sem umbanda nem quimbadeiro sem umbandista, pois são duas faces de uma mesma concepção religiosa.
Porém, o culto à Maria Padilha faz parte do lado mais escondido dessas religiões, pois além dela sincretizar-se com as criaturas infernais da religião católica, as motivações básicas que levam ao seu culto pertencem a dimensões do indivíduo muito encobertas pelos padrões de moralidade da sociedade ocidental-cristã.
Mas, mesmo assim, Maria Padilha não deixa de ser uma das mais populares pombas giras, famosa por sua história em várias partes do mundo, não somente em terreiros brasileiros.