Maria Padilha 7 Saias: Histórias, Quem é e Ponto Cantado

Maria Padilha 7 Saias: Histórias, Quem é e Ponto Cantado

Maria Padilha 7 Saias é uma entidade representada por uma mulher com características ciganas, usa vestido longo vermelho e preto, carrega consigo uma rosa, tem porte de dançarina e é a única Maria Padilha a ser representada, às vezes, com os cabelos presos.

O leque, a adaga, a lua, o tridente e o número 7 são seus símbolos.

A História de Maria Padilha Sete Saias

Maria Padilha Sete Saias teve sua vinda ao mundo marcada por muito sofrimento. Já na sua infância se dá o início de sua aflição, pois, ao nascer, sua mãe falece por complicações durante o parto.

Desde então, sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava.

Maria Padilha Sete Saias cresce e, com o passar dos anos, crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai, sendo mais uma serviçal do que uma filha.

Com seu pai, Maria Padilha Sete Saias morava em uma choupana afastada, no lugarejo onde habitavam e, por esse motivo, não vê felicidade em seu futuro.

Acaba, então, a moça Maria Padilha Sete Saias se relacionando com homens casados e ricos do povoado, vendo aí sua única satisfação.

Mas a vida não lhe sorri pelos seus envolvimentos e pelo enredo de traições em que se envolve, e as esposas traídas desejam o seu mal a ponto de desejarem apedreja-la.

Segundo conta a lenda, o motivo pelo qual seu nome é Maria Padilha Sete Saias é porque a moça tinha sete amantes.

Assim, para cada amante, ela usava respectivamente uma saia. Estes amantes, enciumados entre si, decidem trancá-la em um casebre afastado como modo de puni-la pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos, sendo então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu cárcere.

Com muito sufoco e força de vontade de viver, Maria Padilha Sete Saias derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira e, rastejando pela fraqueza, encontrou uma estrada próxima, onde passava uma caravana de ciganos que a acolheram e cuidaram dela.

Assim, Maria Padilha Sete Saias tornou-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos, o qual tornou-se um homem muito rico, recebendo o título de barão e, provavelmente, ela de baronesa.

Por vingança, Maria Padilha Sete Saias queria voltar ao lugar que queriam apedrejá-la. O marido, apaixonado e fiel, fez a vontade da esposa comprando o melhor e mais importante casarão daquele povoado e mandando convite a todos para um rico e abundante baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos.

No dia do baile, Sete Saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido e todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa.

Ela chamou a todos ao centro do salão, ainda com a máscara, e todos os convidados já estavam totalmente bêbados, quando ela retirou a máscara revelando-se a todos.

Os inimigos, indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela.

No soar de palmas, entraram empregados ao salão, carregando enormes barris de óleo. Os convidados, achando que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Maria Padilha Sete Saias e seu marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim de todos os seus inimigos.

Maria Padilha Sete Saias, com sua rica charrete, parou em frente ao casarão para ver seus inimigos se incendiando e suas últimas palavras aos seus inimigos foram: “livrarei vocês dos seus pecados com o fogo!”

Beijando o seu esposo e seguindo a sua viagem. Ela viveu até os 78 anos.

História esta contada pela sua maior parceria, Maria Padilha.

Maria Padilha Sete Saias na Umbanda

Maria Padilha Sete Saias é uma pomba gira muito conhecida e requisitada nos terreiros de umbanda, trabalha muito no lado financeiro e amoroso, ela pode atuar nas 7 linhas da umbanda.

Não existe apenas uma Maria Padilha Sete Saias. Podemos encontrar Maria Padilha Sete Saias do Cemitério, filha de Iansã que trabalha com um Exu de Cemitério, como Exu João Caveira, por exemplo.

Ou ainda uma filha de Ogum, que poderá trabalhar com Maria Padilha Sete Saias das Encruzilhadas, que vai trabalhar com um Exu de Ogum, que pode ser Exu Tranca Ruas das Almas.

Maria Padilha Sete Saias faz parte da tradição, do mito e das lendas desta terra tão intimamente ligada ao mar e diz-se que suas sete saias representam as sete virtudes; os sete dias da semana; as sete cores do arco-íris; as sete ondas do mar, entre outras atribuições bíblicas, míticas e mágicas que envolvem o número sete.

Maria Padilha Sete Saias é perspicaz, audaciosa e espontânea, ela é ela, mesmo que isso desagrade às conversões.

Seu olhar é firme e tem uma energia que transborda alegria e amor, um contato que todos deveriam fazer, pelo menos uma vez na vida.

Quem é Maria Padilha Sete Saias?

Maria Padilha Sete Saias é uma entidade mística, que com suas 7 saias, seu colar com 7 voltas, trabalha no mundo espiritual, quando convidada para esse fim.

Pode ser sua grande aliada nas questões que envolvem o amor, dinheiro, trabalho e saúde. Muito confundida com a Cigana 7 Saias, Maria Padilha Sete Saias pertence a falange de Maria Padilha e de Sete Encruzilhas.

Maria Padilha Sete Saias é uma mulher que não gosta de brincadeira, aceita brincadeira na hora certa, mas quando está trabalhando é muito séria, transmitindo muita segurança.

Faz suas mandingas com seus colares, que são vários, de preferência que dão sete voltas, gosta de muitas pulseiras, de beber champanhe e de sua cigarrilha.

Maria Padilha Sete Saias não manda recado! O que tem que ser dito é dito na hora, não deixa pra depois. Se quer saber a verdade, pergunte à Maria Padilha Sete Saias, caso contrário não diga nada, pois poderá ouvir o que não quer ou o que não deseja.

Com ela, não existe meio termo, ou é ou não é! O que ela faz e promete ela cumpre, mas se vacilar ela dá o troco, nunca leve na brincadeira o que ela diz e cuidado com o que pede.

Ela é uma Pomba Gira que alegra os terreiros, fumando, cantando, dançando e trabalhando pelos seus. Para os filhos, que ela trata com absoluto respeito, amor e carinho, Maria Padilha Sete Saias é Mãe, acreditem!

É a mais doce das mães carnais que qualquer filho poderia ter, se comparada a uma. Conselheira, terapeuta, psicóloga, amiga e mãe.

Estas descrições talvez consigam permear o todo chamado Maria Padilha Sete Saias. Os hábitos co­muns de uma Pomba Gira em terra são ultrapassados por ela.

O que se sente quando ela está no plano terreno é paz! Uma segurança incomensurável, uma doçura debochada como à de uma menina mulher.

Segunda História de Maria Padilha Sete Saias

Jalusa Correia era uma bela mulher, morena de bastos cabelos negros, tinha ainda magníficos olhos verdes que a todos encantava.

Aos dezessete anos, se casou e teve dois filhos, que foram por algum tempo a razão de sua existência. Quando estava prestes a completar seu vigésimo terceiro aniversário, uma tragédia abateu-se sobre ela, seu marido e filhos faleceram em um pavoroso acidente de trem e da noite para o dia tornou-se uma pessoa imensamente triste e solitária.

Por muitos anos, carregou o peso na consciência por não estar com eles nesse momento. Culpava-se intimamente, porque nesse fatídico dia tivera uma indisposição séria e não quisera acompanhá-los na pequena viagem que mensalmente faziam à cidade vizinha.

O remorso a torturava como se com isso conseguisse diminuir o tamanho de sua dor. Dez anos se passaram até que Jalusa voltasse a sorrir, apesar do coração em frangalhos.

Foi nesse período que Jorge apareceu em sua vida. O jovem viúvo logo se tomou de amores pela solitária e encantadora mulher.

Conhecendo o trauma vivido por ela, teve a certeza de haver encontrado a mãe que sua filha precisava. A pequena Lourdes ficara órfã muito cedo e com apenas seis anos não conseguia esquecer a morte de sua genitora, tornando-se uma criança frágil e assustadiça.

Não demorou muito para que se casassem. No inicio, Jalusa foi exemplar, como mãe e esposa, de repente, sem entender o motivo, começou a odiar a pequena menina.

Lourdes a irritava, cada palavra dita por ela entrava em seus ouvidos como uma ofensa. A menina apanhava por qualquer coisa, eram palmatórias, surras de cipós e puxões de cabelo que a deixavam inteiramente dolorida.

Com medo de dizer ao pai o que ocorria em sua ausência, Lourdes foi ficando a cada dia mais amarga e triste.

Seus únicos momentos de alegria eram os passeios que fazia com o pai. Sempre que Jorge perguntava o que estava acontecendo, ela mentia dizendo sentir saudades da mãe.

O ódio de Jalusa pela criança só aumentava, cada vez que a menina chegava perto dela, a lembrança de seus próprios filhos a atormentava:

– Como pode uma criatura indecente dessas estar aqui, viva ao meu lado, e meus filhos lindos, mortos?

Era sempre nesses momentos que a menina era mais agredida. Um dia, Jorge resolveu fazer uma surpresa e retornar mais cedo a casa.

Ao entrar devagar para não ser notado, ouviu os gritos: Sai vagabunda! – acompanhado do som de um tapa.

Abriu a porta justamente no instante em que sua filha era atirada contra um canto da parede. Num átimo, percebeu tudo que estivera ocorrendo em sua ausência.

Correu até a mulher e a esbofeteou com rancor, exigindo que saísse de sua casa imediatamente. Desse dia em diante, Jalusa passou a morar nas ruas, mendigando e xingando todas as crianças que lhe passassem por perto.

Às vezes, chorava muito, mas logo se erguia e gargalhava alto. Em uma noite de intenso frio, seu espírito foi arrancado do corpo e levado para zonas sombrias onde, por muitos anos, procurou respostas para as mazelas passadas em vida.

Depois de ter contato com suas vidas pregressas, percebeu os erros que cometia a cada encarnação onde sempre era a causadora de grandes males causados a crianças e suplicou ajuda para o ressarcimento de suas culpas.

Hoje, na vestimenta fluídica de Maria Padilha Sete Saias, procura sempre uma maneira de atender aos que a procuram com simpatia e carinho.

Quem a conhece em terra, sabe de sua predileção por jovens mães e o respeito que nutre por todas as crianças, adotando qualquer um como seu filho e sempre irá defende-lo e punir quem o maltratar.

Enfim, Maria Padilha Sete Saias está em um caminho de uma grandiosa evolução.

Ponto Cantado de Maria Padilha Sete Saias

No vídeo abaixo, você verá um vídeo lançado pelo Canal Macumbaria, onde Juliana D Passos interpreta um ponto cantado de Maria Padilha Sete Saias, composto por Mãe Marluci.

A letra retrata uma das lendas mais tradicionais em torno da energia da falange de Maria Padilha Sete Saias.

É a estória de uma jovem que padece do desgosto em não poder viver seu grande amor, pela contrariedade da família.

É comum que as amigas espirituais que se apresentam sob essa denominação tenham roupagem cigana e gostem muito de acessórios e adornos.

Elas nos trazem força para a abertura de caminhos e luz para resolver situações difíceis.

Letra do Ponto Cantado:

Laroiê dona Sete Saias!

Sete foram os caminhos, que ela um dia percorreu
Foi cigana apaixonada, e por amor ela morreu

Não faz segredo, de sua vida e sua jornada
Era uma bela menina, até que se apaixonou
Mas os costumes do seu povo não deixava
E sua mãe amaldiçoava aquele verdadeiro amor.

Perdeu sua vida por desgosto e tristeza
Hoje trabalha na Umbanda, alivia sua dor
É mulher forte, na calunga ou na praia
Ela é dona Sete Saias mensageira do amor

Sete foram os caminhos, que ela um dia percorreu
Foi cigana apaixonada, e por amor ela morreu

Não faz segredo, de sua vida e sua jornada
Era uma bela menina, até que se apaixonou
Mas os costumes do seu povo não deixava
E sua mãe amaldiçoava aquele verdadeiro amor.

Perdeu sua vida por desgosto e tristeza
Hoje trabalha na Umbanda, alivia sua dor
É mulher forte, na calunga ou na praia
Ela é dona Sete Saias mensageira do amor

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