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  • Culinária Cigana: Regras, O que não Pode Faltar e Pratos Tradicionais

    Culinária Cigana: Regras, O que não Pode Faltar e Pratos Tradicionais

    A culinária cigana é um grande desafio! Como o povo cigano é nômade por excelência, em suas andanças pelo mundo, vão incorporando novos sabores aos seus hábitos alimentares.

    Dependendo de onde nascem e onde vivem, sempre adotam receitas típicas para abrilhantar suas festas. Assim sendo, ciganos indianos, russos, húngaros, argentinos, espanhóis, etc… preservam receitas típicas de seus países.

    Também no Brasil existem algumas receitas tradicionais que não faltam em nenhuma festa cigana.

    Regras da Cozinha Cigana

    Quando estão na cozinha, principalmente em reuniões festivas, existem algumas regras a serem seguidas. Para começar, quem trabalha na cozinha são as mulheres; os homens devem estar juntos em outro lugar, trabalhando ou conversando.

    Os assados na brasa são de responsabilidade dos homens. Mulheres menstruadas não podem cozinhar, para que não passem energia aos alimentos e sofram perda energética.

    Se a mulher começa a fazer a comida, ela deve ir até o fim. Essa panela não pode ser mexida por outra mulher para que as energias misturadas não chegue à comida.

    Ao preparar a comida, os ciganos deve fazer com muito amor, cantando e rindo, para que os bons fluidos abençoe a refeição.

    Por causa da energia benéfica, a maioria das colheres de preparo da comida são de madeira. Antes da refeição, eles dão aos seus visitantes chás, biscoitos e mimos em geral.

    Servem chás às senhoras e bebidas fortes aos senhores.

    O que não Pode Faltar na Cozinha Cigana

    Muitas frutas variadas, especialmente as vermelhas, como a framboesa, morango, uva, maçã, ameixas, etc… Figos secos, frutas cristalizadas, e as sementes, como nozes, castanhas de cajú, daneras (pistaches), amendoins e avelãs.

    Entre os doces, no Brasil, são muito apreciados pelos ciganos a geléia de goiaba, o doce de abóbora, e o bolo de coco, entre outros.

    As bebidas mais usadas são o vinho, o champagne, a cerveja, a água, o chá (quente ou gelado), sucos diversos e conhaque.

    São usadas diversas variedades de pães, como o poquatá (tipo de broa), o sírio, o francês, as torradas, as broas e os pães de sementes e raízes.

    Pratos Tradicionais da Cozinha Cigana

    Os pratos mais comuns entre os ciganos que vivem no Brasil, especialmente nos estados do sul, são o medalhão de peru, a canja de bacalhau, a tortilha de frango e os assados na brasa.

    Entre as saladas, são apreciadas a russa e a de grão-de-bico com bacalhau e flores. Entre os pratos típicos de diferentes países, destacam-se a parrilha espanhola, o frango ao curry indiano, os quibes crus e fritos de origem árabe, o puchero uruguaio e a polenta frita italiana.

    As mais diversas receitas ciganas, consideradas mágicas, como a lentilha marrom, a salada de lentilha verde, o molho de legumes com condimentos exóticos, entre outros.

    A Cozinha Cigana

    Na cultura cigana, a comida preparada e os alimentos, mesmo que ainda crus ou em preparo, são muito respeitados, tanto pelas longas viagens que os afastavam de possuir uma plantação, quanto por causa das expulsões de certos locais, é um povo que muito conheceu a fome.

    A cozinha de uma família cigana é um local sagrado, mas nem por isso está aberta a qualquer pessoa. Um homem, por exemplo, não é muito bem vindo neste espaço.

    Um homem pode ficar no comando de uma fogueira, até colher alguns alimentos, mas jamais prepará-los. A cozinha cigana tem algumas regras que até hoje procuram ser cumpridas a risca, quando possível.

    Entre elas está a proibição de se cozinhar quando está menstruada ou grávida, bem como as recém parturientes. Nos dias da menstruação feminina, a cigana não emana boas vibrações, porque tudo que está expelindo do seu corpo são negatividades, que não podem ser lançadas na comida e, durante a gravidez, a manutenção de certos alimentos podem causar ansiedade e muita agitação para o bebê, por isso as ciganas valorizam tanto as amizades, que nestas horas são os socorros mais próximos.

    Durante a feitura da comida, a cigana deve estar sempre alegre e agradecendo por aquele alimento que alimentará sua família e todo o grupo.

    A colher que mexe a comida deve ser girada sempre em sentido horário e, preferencialmente, por colheres de pau.

    Fumar na cozinha é praticamente um pecado, não aceito em nenhum grupo cigano, pois a higiene do corpo e da alma é fundamental no preparo dos alimentos e no momento de servi-los.

    As primeiras pessoas a serem servidas devem ser aquelas que acabaram de dar a luz, então, depois, igualmente, todos podem se servir, sempre agradecendo e bendizendo a comida que vão ingerir.

  • Ofícios Tradicionais Ciganos (Profissões Ciganas)

    Ofícios Tradicionais Ciganos (Profissões Ciganas)

    Os ofícios, ou profissões, mais comuns dos ciganos são atividades tradicionais que se tornaram um modo de vida e um meio de sobreviver importante, sendo divididos em três categorias e com termos próprios ciganos.

    O significado da palavra tradição é utilizado para designar a transmissão de costumes e praticas, pela via oral ou por hábitos de valores, que são passados de geração à geração.

    Por sua vez, a palavra ofício corresponde, no caso dos ciganos, não ao trabalho e/ou profissão apenas, mas, principalmente, quanto ao modo de vida.

    Sim, os ofícios ciganos constituem “o modo de vida” que alguns grupos utilizam e/ou utilizavam para sobreviver. E esses ofícios envolvem os procedimentos e processos racionais e práticos de manufaturar a matéria prima de tal forma que o produto final possa satisfazer as necessidades humanas.

    Os ofícios tradicionais são tão importantes que muitos grupos se autodenominam com o nome da profissão. Um exemplo são os Calderash (caldeireiros).

    Mas os ofícios tradicionais basicamente podem ser divididos em três categorias: artesanato, comércio e entretenimento.

    Assim, podemos relacionar os seguintes ofícios:

    Artesanato

    Calderash: a palavra vem da língua Romena e significa caldeireiro, aquele que faz artesanalmente potes, tachos, panelas e outros utensílios domésticos feitos de alumínio e cobre.

    Kovatsa: a palavra vem da língua Húngara e significa ferreiro, aquele que faz artesanalmente ferraduras, rodas, panelas e outros utensílios domésticos feitos de ferro.

    Aurari: a palavra vem da língua Romena e significa ourives, aquele que faz artesanalmente anéis, alianças e outras joias feitas de ouro, prata e cobre.

    Lingurari: a palavra vem da língua Romena e significa colher, aquele que faz artesanalmente colheres entalhadas da madeira.

    Tsurara: a palavra vem de línguas eslavas e significa peneira, aquele que faz artesanalmente peneiras.

    Sepecides: a palavra vem da língua Romena e significa cesto, aquele que faz artesanalmente cestos de palha, junco e vime.

    Balanara ou Balajara: a palavra vem de línguas eslavas e significa cocho, aquele que faz artesanalmente recipiente de madeira onde se dá alimentos aos animais.

    Bugurdzje: a palavra vem de línguas eslavas e significa broca, aquele que faz artesanalmente brocas de ferro endurecido para madeira.

    Comércio

    Lovara: a palavra vem da língua húngara e significa “cuida de cavalo”, aquele que cria e vende cavalos. Calê, um subgrupo do grande grupo Kalon de ciganos originários da Espanha, Portugal, sul da França, Finlândia e Catalunha, que falam o Calé (Calon – no Brasil e Portugal), um Romani misturado com o espanhol e português, tem como principais profissões músico, dançarino e criadores e adestradores de cavalos. Em termos de documento, foram os primeiros a chegar ao Brasil (1574).

    Entretenimento

    Bashavno ou Bahsmaskro: palavra da língua Romani que significa músico, aquele que se apresenta publicamente cantando ou tocando algum instrumento.

    Lautari: a palavra vem da língua romena e significa violinista, aquele que vive de tocar o violino.

    Ursari: a palavra vem da língua romena e “ursar” significa cigano, mas, neste caso, é o cigano que adestra o urso e realiza apresentações públicas.