Categoria: Santa Justina

  • Santa Justina e sua História

    Santa Justina e sua História

    Existem duas Santas Justinas: a Santa Justina e Prodoscimus de Pádua e a Santa Justina de Antioquia, que converteu Cipriano ao cristianismo.

    Neste artigo, vou falar da Santa Justina de Antióquia, cuja história se entrelaça na de Cipriano, pois se não fosse a perversidade de Cipriano em alistar um demônio para manchar as virtudes de Justina, talvez nem a teríamos conhecido.

    Justina se tornou cristã após ouvir um padre ler o evangelho e foi isso o que a salvou das tentações do demônio enviado por Cipriano, pois perante todas as tentativas do demônio de desvirtuá-la, ela fazia o Sinal da Cruz, um poderoso fechamento de corpo e símbolo de Jesus Cristo.

    Na imagem abaixo, podemos ver retratada a paixão de Justina de Antióquia:

    A Paixão de Justina e Cipriano de Antióquia
    A Paixão de Justina e Cipriano de Antióquia

    A imagem acima mostra Justina e Cipriano na cuba de ebulição que o conde Eutolmius ordenou para eles.

    Cipriano usa uma mitra bastante inadequada. À direita, o homem barbudo de manto e chapéu é, provavelmente, o conde.

    O homem de verde atacado por chamas na extrema direita é o sacerdote pagão Atanásio, que pensou poder mostrar o poder dos deuses entrando no próprio tanque, mas assim que ele se aproximou do fogo, ele saltou e o destruiu.

    O homem de chapéu vermelho, conversando com Eutolmius, deve ser seu primo Terentius.

    Vendo que nem espancamentos nem fogo poderiam convencer os dois cristãos a negar Jesus Cristo, ele aconselhou o Conde a enviá-los à César para um julgamento.

    Existem poucos retratos de Justina. Um deles é esse abaixo de origem ortodoxa oriental:

    Santos Cipriano e Justina de Antióquia
    Santos Cipriano e Justina de Antióquia

    A cruz em sua mão refere-se aos episódios em que ela fez o sinal da cruz como uma defesa contra os insultos dos demônios.

    Neste retrato, Justina é combinada com Cipriano, que é representado como um homem velho em vestimentas episcopais.

    O dia de Santa Justina de Antióquia é celebrado em 26 de setembro, juntamente com São Cipriano.

    O fato mais marcante sobre Justina realmente foi a sua fé inabalável em Jesus Cristo e como foi torturada por isso pelo feiticeiro Cipriano que tentou levá-la à loucura com suas artes mágicas.

    Na imagem abaixo, você pode ver uma representação de Cipriano de Antioquia tramando com o demônio contra Justina, antes de sua conversão à fé cristã, em iluminura de um manuscrito do século XIV:

    Cipriano de Antioquia tramando com o demônio contra Justina
    Cipriano de Antioquia tramando com o demônio contra Justina

    Justina converteu-se ao cristianismo, dedicando sua vida às orações, consagrando e preservando sua virgindade.

    Em determinado momento, um jovem rico chamado Áglede, que vivia apenas para desfrutar dos prazeres carnais, ficou obcecado por ela.

    À assediava na rua, tentou arrastá-la para sua casa para estuprá-la e, por fim, tentou pedir a mão dela em casamento.

    Porém, Justina não aceitou casar-se. E, foi por causa da fascinação e obsessão desse jovem que Cipriano investiu a tentação demoníaca sobre Justina.

    Um dos métodos de ataque utilizado por Cipriano foi um pó que despertaria luxúria em Justina, mas também ofereceu sacrifícios aos demônios e empregou diversas obras malignas.

    Graças à Deus, esses homens não obtiveram o resultado desejado com suas perversidades e a forma como Justina se defendeu, utilizando orações à Deus e o sinal da cruz, é um grande exemplo para as mulheres de como agir em casos de assédio.

    Justina foi tão boa como serva fiel de Jesus Cristo que, além de conseguir converter um dos mais malditos feiticeiros da região na época, que é Cipriano, ainda produziu várias obras cristãs com ele.

    Ela ficou à frente de um grupo de muitas virgens, o que certamente as salvou uma vida pecaminosa, e Cipriano enviava muitas cartas aos mártires fortalecendo-os no combate.

    Essas obras cristãs foram grandiosas o suficiente para chegar aos ouvidos do imperado Diocleciano, o responsável por persegui-los e torturá-los.

    Justina foi chicoteada e Cipriano açoitado com pentes de ferro, mas não cederam. Irritado com a resistência, Diocleciano ainda lançou Cipriano e Justina numa caldeira fervente de banha e cera, como você pode ver na primeira imagem desse artigo.

    Mas Diocleciano conseguiu a morte de Justina e Cipriano apenas decapitando-os, o que os transformou em mártires.

    Obs.: O nome de Justina vem de justitia, que significa “justiça”.

    Se não fosse a pregação do diácono, que entrou no coração de Justina e rapidamente começou a dar frutos, desenraizando os espinhos da incredulidade, e se a própria Justina não quisesse ser melhor e mais completamente instruída na fé deste diácono, toda a sua história teria sido diferente.

    Ela não teria mostrado-nos como a oração e o Sinal da Cruz são fortes contra demônios, luxúrias e assediadores e nem teria tirado Cipriano da vida maligna que tinha.

    Tanto Justina quanto seu pai Edesius e sua mãe Cledonia receberam o santo batismo de um bispo local e a comunhão dos santos mistérios.

    Quanto à Justina, ela lutou bravamente na manutenção dos mandamentos de Deus, amando a Cristo Esposo, ela serviu-o com fervorosas orações, na virgindade e castidade, jejum e grande abstinência.

    Nenhum homem conseguiu corrompê-la, tampouco um demônio. Então, façamos como Justina e ofereçamos orações ao Senhor todas as noites e também apossando do Sinal da Cruz para fechar nossos corpos para qualquer que seja o assédio.

    Ao ser derrotado por sua oração, o demônio fugiu dela com vergonha e, novamente, veio uma calma no corpo de Justina e no seu coração.

    Os efeitos do feitiço de Cipriano foram extintos, a batalha cessou, o sangue a ferver foi acalmado.

    Justina glorificou a Deus e cantou uma canção de vitória. Mas um segundo demônio foi enviado por Cipriano para atentar Justina, sendo banido vergonhosamente novamente por ela, pois, desta vez, ela havia domesticado as paixões da sua carne com abstinência e jejum (comia apenas pão e água).

    Justina diz que a recompensa para aqueles que vivem em castidade é grande e além das palavras, e que é muito estranho que as pessoas não nos dizem a respeito disso.

    E, realmente, não há tesouro tão grande como a pureza angelical. Um fato impressionante das tentativas do demônio em desvirtuar Justina foi quando, desejando consolar Cipriano, tentou ainda um outro compromisso: ele assumiu a forma de Justina e foi a Aglaias com a esperança de que, depois de ter levado a Justina “real”, o jovem poderia satisfazer seu desejo e, portanto, não seria a fraqueza dos demônios revelada, nem seria Cipriano confundido.

    E eis que, quando o demônio foi até Aglaias sob a forma de Justina, o jovem pulou de alegria indescritível, correu para a donzela falsa, abraçou-a e começou a beijá-la, dizendo:

    “Como é bom que você veio para mim, justa Justina!

    Mas mal o jovem pronunciou a palavra “Justina” que o demônio desapareceu imediatamente, sendo incapaz de suportar até mesmo o nome de Justina!

    O jovem ficou com muito medo e, correndo para Cipriano, disse-lhe o que tinha acontecido.

    Então, Cipriano, por sua magia, deu-lhe a forma de um pássaro e, depois de lhe permitir voar no ar, mandou-o para a casa de Justina, aconselhando-o a voar em seu quarto pela janela.

    Sendo carregado por um demónio no ar, Aglaias voou sobre o telhado. Nesse momento, Justina passou a olhar através da janela de seu quarto.

    Vendo-a, o demônio deixou Aglaias e fugiu. Ao mesmo tempo, a aparência de pássaro de Aglaias também desapareceu e o jovem caiu.

    Ele agarrou a borda do telhado com as mãos e segurou-a, pendurando-se ali, e se ele não tivesse sido descido até o chão com a oração de Justina, o irreverente teria caído e morrido.

    Assim, não tendo conseguido nada, o jovem retornou à Cipriano e contou-lhe a sua desgraça.

    Vendo-se envergonhado, Cipriano ficou muito triste e pensou em ir à Justina, confiando no poder da sua magia.

    Ele se transformou em um pássaro, mas não conseguiu ultrapassar a porta da casa de Justina antes de sua falsa aparência desaparecer e voltou com tristeza.

    Após isso, Cipriano começou a se vingar, e com a sua magia, trouxe desgraças diversas sobre a casa de Justina e nas casas de todos os seus parentes, vizinhos e amigos, assim como uma vez o diabo fez com o Jó justo (Jó 1: 15-19, 02:07).

    Ele matou os animais, ele derrubou os seus escravos com pragas e, dessa forma, ele trouxe a dor extrema.

    Finalmente, ele abateu com a doença a própria Justina, de modo que ela se deitou na cama e sua mãe chorou sobre ela.

    Justina, porém, consolou a mãe com as palavras do Profeta David:

    “Eu não morrerei, mas viverei, e vou contar as obras do Senhor” (Salmo 117:17).


    Não só a Justina e seus parentes, mas também a toda a cidade, por permissão de Deus, Cipriano trouxe infelicidade, como resultado de sua fúria indomável e sua grande vergonha.

    Pragas apareceram nos animais e várias doenças entre os homens, e a propagação do boato, através da ação dos demônios, que o grande feiticeiro Cipriano ia punir a cidade por conta da oposição de Justina para com ele.

    Em seguida, os maís honráveis cidadãos foram até Justina cheios de raiva e tentaram persuadi-la a não irritar Cipriano por mais tempo, e se tornar a esposa de Aglaias, a fim de escapar de ainda mais desgraças para toda a cidade por causa dela.

    Mas ela acalmou-os dizendo que em breve todas as desgraças que tinham sido trazidas com a ajuda dos demônios de Cipriano cessariam.

    E assim aconteceu. Quando Justina orou fervorosamente à Deus, imediatamente todos os ataques demoníacos sumiram, todos foram curados das pragas e se recuperaram de suas doenças.

    Quando essa mudança ocorreu, o povo de Cristo o glorificou e zombaram de Cipriano feiticeiro e de sua astúcia, e ele de vergonha não podia mostrar-se entre os homens e evitou reunir-se mesmo com amigos.

    Este fato impressionante não só mostra como os demônios são mentirosos e vigaristas como a sociedade, desde aquele tempo, é capaz de culpar as mulheres pelas atrocidades e barbáries dos homens.

    Mas, mais importante que isso, foi o trabalho de Justina como diaconisa, onde tratava do serviço do templo e cuidava dos pobres, obteve um convento e ainda se tornou abadessa de uma comunidade de mulheres religiosas.

    E ela fez tudo isso mesmo sendo acusada por muitos de ser hostil, de estar perturbando as pessoas, enganando-as e conduzindo-as aos seus passos ao mesmo tempo que pediam a sua morte.

    Ela foi presa e foi espancada na boca e nos olhos. Quando foi levada, juntamente com Cipriano, para o local da execução, Cipriano pediu um pouco de tempo para a oração, para que Justina pudesse ser executada primeiro, ele temia que Justina se assustasse com a visão de sua morte.

    Um prepotente de memória seletiva. Teria ele esquecido os demônios que fizera Justina enfrentar por tantas vezes e que enfrentou com digníssima coragem?

    Além de suas artimanhas vingativas lançadas sobre ela, sua família, seus amigos, vizinhos e toda a cidade, tendo ela enfrentado não somente a doença que ele lhe causou, mas também toda a população que queria obrigá-la a casar para não sofrerem por causa de sua malevolência?

    Acredito que, neste momento, Cipriano apenas quis esconder seu medo da morte tentando ser cavalheiro com Justina, pois sabia muito bem dos seus débitos com Deus.

    Ela, por sua vez, curvou a cabeça alegremente sob a espada que a decapitaria e partiu para seu Esposo, Cristo.

    Quem enterrou o corpo de Justina, juntamente com o corpo de Cipriano, foi uma certa mulher virtuosa e santa, cujo nome era Rufina, uma parente de Cláudio César.

  • Oração de Santa Justina Contra Inimigos e Desejos da Carne (Luxúria)

    Oração de Santa Justina Contra Inimigos e Desejos da Carne (Luxúria)

    Justina foi uma mulher frequentemente atacada por homens que desejavam estuprá-la, no entanto ela era sábia e recorria à Deus através da oração.

    Jesus Cristo é quem socorria sua alma e não permitia que os homens abestados lhe violentassem.

    Mas ela não orava pouco. Justina orava muito, até seus desejos despertos por magia negra cessarem e o próprio diabo assumiu sua fraqueza perante sua arma: o sinal da cruz.

    Abaixo, você pode conferir a história de como Justina superou os pensamentos perversos causados por Aglaias e como, através do sinal da cruz e da oração, escapou de todas as armadilhas dos seus adversários.

    Justina Venceu os Desejos da Carne

    Justina estava acostumada a oferecer oração ao Senhor todas as noites; e quando, na terceira hora da noite, levantou-se para orar à Deus, sentiu repentinamente em seu corpo um vento forte, uma tempestade maligna de desejos carnais, a queima das chamas da geena.

    Ela ficou assolada por esse ataque e tempestade interior por um longo tempo: o jovem Aglaias veio à sua mente, e pensamentos perversos surgiram nela.

    Ela sentiu o sangue ferver nela como uma chaleira, e a donzela ficou maravilhada e envergonhada por considerar o que sempre considerara vil.

    A sábia Justina percebeu que fora o diabo quem provocara essa luta dentro dela, e, imediatamente, ela pegou a arma do sinal da cruz.

    Apressou-se à Deus em fervorosa oração e clamou à Cristo, seu noivo, do fundo de seu coração, dizendo:

    “Ó Senhor Jesus Cristo, meu Deus, eis que meus inimigos se levantaram contra mim e prepararam uma armadilha para os meus pés!

    Minha alma é abatida, mas lembrei-me do Teu nome durante a noite e fico feliz.

    Ao redor, fugi para ti, esperando que o meu adversário não se regozijasse sobre mim, pois sabes, ó Senhor meu Deus, que sou tua serva, porque guardei a pureza do meu corpo e Confiei a minha alma; portanto, preserva o teu cordeiro, ó bom pastor.

    Não permita que a besta que procura me devorar consuma-me e me conceda a prevalecer sobre os maus desejos da minha carne”.

    Tendo orado assim por um longo tempo, a santa virgem colocou o inimigo em vergonha.

    Superado por sua oração, ele fugiu dela em humilhação, e a calma voltou ao corpo e coração de Justina.

    A chama do desejo foi extinta, o conflito dentro dela cessou, seu sangue fervente se acalmou e ela cantou um hino de vitória, dando glória a Deus … fazendo com que o diabo assumisse sua fraqueza perante o sinal da cruz, dizendo assim:

    “Não podemos”, disse o diabo, “suportar olhar para o sinal da cruz, mas devemos fugir dela, pois como fogo nos queima e nos afasta”.

    Envergonhe Você Também Seus Inimigos

    Se algum homem também está tentando causar-lhe desejos que você não quer, agora você já sabe que isso pode ser combatido com a fé.

    Faça a oração de Santa Justina acima e vença a luxúria. Recorra à Deus e à Jesus Cristo, orando muito e tendo como referência a história de Justina, que venceu os desejos da carne.

  • Oração à Santa Justina e à São Cipriano Contra uma Doença

    Oração à Santa Justina e à São Cipriano Contra uma Doença

    Santa Justina, aliada à São Cipriano, pode lhe consolar em relação à doença que você está passando e afastar esse mal de você.

    Peça a cura à Santa Justina e à São Cipriano através dessa oração contra uma doença.

    Seja misericordiosa, Santa Justina, como misericordioso é meu senhor Cipriano.

    Rezo diante do altar para ambos, para que, com suas infinitas misericórdias, intercedam por mim.

    Estou de coração na mão, buscando consolo por uma aflição.

    Para uma doença que mantém meu ser no escuro.

    Venho a vocês, santos, para lançarem luz sobre mim e afastarem o mal que me assusta.

    Para que meu corpo se cure como o recém-nascido, como os móveis novos, como a flor que abre suas pétalas ao sol.

    Cura eu peço, venham até mim. Cura completa através da minha fé por vocês, belos santos.

    Quero um corpo saudável, uma mente formidável e um coração livre do mal humano.

    O mal que corrói minha alma para desgastá-la com o passar dos dias.

    Muito obrigado, Santa Justina e São Cipriano.

    Amém!

  • Milagres de São Cipriano e Santa Justina

    Milagres de São Cipriano e Santa Justina

    Antes de sua conversão ao cristianismo, São Cipriano era um feiticeiro pagão que tinha contato direto com demônios.

    Muitas pessoas pagaram a ele para usar sua magia, a fim de conseguir algo que quisessem, e Cipriano usaria sua autoridade entre os espíritos malignos para cumprir esses pedidos ímpios.

    Um desses clientes era um jovem chamado Aglaias, que desejava a virgem Justina, filha de um padre cristão.

    O feiticeiro invocou um espírito maligno com um longo currículo de seduções bem-sucedidas, e esse espírito orgulhoso deu-lhe um pouco de pó para o jovem borrifar na casa de Justina.

    Depois que ele fez isso, a menina casta foi atacada por pensamentos e sentimentos lascivos, mas ela lutou bravamente com oração e dedicação ao Senhor.

    Cipriano viu que todo o poder do diabo era inútil contra uma jovem que tinha fé em Jesus Cristo; ele também se arrependeu e foi batizado, depois se tornando bispo.

    Cipriano e Justina foram martirizados por seu governante pagão. Agora, os cristãos oram a esses santos para protegê-los da sociedade e do satanismo, que sempre se escondia nos cantos escuros da sociedade, mas agora mostra seu rosto repugnante em quase todo lugar que olhamos – televisão, cinema e até desfiles públicos.

    Quando as pessoas querem que seus desejos sejam realizados sem Deus, porque esses desejos são ímpios, elas, às vezes, se voltaram para o diabo através de magos e feiticeiros.

    Aqui estão alguns exemplos de ajuda contra bruxaria e feitiçaria dos Santos Cipriano e Justina na Rússia do século XIX e na Grécia do século XX.

    A devota donzela R. foi submetida à mesma tentação de outrora a santa mártir Justina: ela foi perseguida por um certo homem que, vendo que todos os seus esforços para despertar nela um amor mútuo por ele permaneciam fúteis, virou-se para um feiticeiro e, com a ajuda dele, começou a direcionar feitiços contra ela.

    Sendo avisada disso por meio de uma serva fiel e começando a sentir em si mesma a ação do poder do inimigo, essa donzela não tinha ninguém com quem procurar ajuda, exceto Deus, pois não conhecia ninguém da vida espiritual.

    Uma noite, a serva mencionada acima viu, em um sonho, um monge alto que entrou no quarto de sua dama e a levou para fora em uma roupa monástica.

    Logo depois disso, Élder Anthony de Optina, um padre, visitou essa família, embora ele não os conhecesse antes. Nesta importante visita, foi claramente expressa a providência de Deus para esta família, bem como a atividade manifesta dos demônios …

    Quando ele entrou na casa (como mais tarde escreveu essa donzela):

    “a princípio, encontrei uma multidão de demônios que, com linguagem abusiva, me proibiram de entrar, mas o Senhor os afastou …

    Embora eu não conhecesse a história dos seus últimos dois anos, não foi à toa que a aconselhei a rezar à santa mártir Justina, a virgem, pois sua situação era muito semelhante à dela, como descobri recentemente, e, com toda a minha alma, agradeço à Deus com lágrimas que sua santa alma foi libertada das redes que a pegaram!”

    A criada, quando viu o padre Anthony, reconheceu que era precisamente ele que ela viu no sonho. Élder entendeu que a única salvação para essa donzela era ir a um convento.

    Mas seus parentes não desejavam saber disso, e o padre Anthony não achou possível ou proveitoso convencê-los; e, portanto, ele apenas orou por sua libertação das redes inimigas que a cercavam, e por suas cartas, a fortaleceu em seu tormento do poder invisível dos demônios, que havia sido trazido contra ela pelo feiticeiro …

    Pelas orações do padre Anthony, a mãe de R inesperadamente deu seu consentimento para ela entrar em um convento …

    No entanto, o feiticeiro se gabou de que ele a arrastaria até para fora do convento. E, de fato, a jovem noviça continuou a sentir dentro de si a ação do poder do inimigo, não repousando dia nem noite; e, novamente, encontrou força nas orações e conselhos do padre Anthony.

    A jovem sofredora recebeu a libertação final da tentação do inimigo que a atormentou através das orações do grande hierarca contemporâneo, agora reposto, Metropolitan Philaret de Moscou.

    Uma vez que ele apareceu para ela em um sonho, leu o 60º Salmo, ordenou que ela repetisse após ele todos os versículos e, em seguida, deu a ela o comando de ler este Salmo diariamente.

    Ao acordar, ela sentiu que a tentação que a atormentava por muitos anos se afastara completamente dela.

    Élder Anthony conclui sua carta a essa donzela, que ainda estava sofrendo os efeitos de sua experiência:

    “Tenha muita esperança. Você e eu, mesmo deitados na cama, seremos salvos pelas orações dos santos por nós; pois se a oração de um único santo pode ajudar muito, então quando todos os santos começarem a orar por nós, sem dúvida o Reino do Céu será nosso!”

    (Traduzido por Hieromonk Clement Sederholm, Optina Élder Anthony, Irmandade St. Herman da Alasca, 1973, pp. 100-103, e The Letters of Abbot Anthony, edição Optina, 1869, pp. 381-2.)

    Na Grécia do século XX

    Desde o momento em que, pela graça de Deus, nosso mosteiro foi fundado em 1961, nossos protetores, Santos Cipriano e Justina, realizaram muitos milagres através de sua intercessão, especialmente para aqueles que sofrem influência satânica ou os efeitos da magia negra.

    Alguns anos atrás, depois da liturgia de domingo, enquanto o abade ainda estava no altar tirando suas vestes, um jovem de cerca de 30 anos chegou a uma das portas laterais da iconostase e, em lágrimas, disse:

    “Pai, me salve, ajuda, minha casa está desmoronando. Estou casado há 25 dias, mas eles fizeram algo comigo e eu não consigo me aproximar de minha esposa.

    Vivemos como irmão e irmã, e agora estamos sem controle dos nervos e discussões, que se continuar, nos separaremos.”

    O abade tentou acalmá-lo e aconselhou-o que, quando ele e a esposa tivessem se arrependido de seus pecados, confessassem e, depois de jejuar por três dias, fossem ao mosteiro para que uma Vigília e Divina Liturgia pudessem ser servidas em seus nomes.

    Eles fizeram conforme as instruções, prepararam e vieram; a Vigília era celebrada e orações de exorcismo eram lidas sobre eles, e pela manhã eles foram para casa.

    No domingo seguinte, o jovem voltou ao mosteiro, mas desta vez cheio de alegria, e contou com grande emoção o que havia acontecido.

    “Quando partimos para cá, na quinta-feira de manhã, voltamos para casa e encontramos meu pai muito perturbado.

    Quando perguntei o que estava errado, ele disse: ‘Algo assustador aconteceu ontem à noite.

    Enquanto eu dormia, apareceu diante de mim um velho alto de cabelos grisalhos e barba, que me acordou e disse: “Levante-se, meu filho, e vá até lá (ele me mostrou o local exato) para encontrar o encanto mágico de seu filho”.

    Depois disso, ele desapareceu. Fiquei tão assustado que fiquei na cama esperando que ficasse claro.’”

    (É evidente que o velho alto que apareceu era São Cipriano, que foi, enquanto a Vigília estava sendo celebrada e as orações lidas, para a casa do casal para revelar a seu pai esse negócio demoníaco.)

    O jovem continuou:

    “Perguntei a meu pai onde o velho havia dito para ele cavar. Ele me mostrou e, quarenta centímetros depois, encontrei essas coisas estranhas”.

    Ele deu ao abade um lenço branco com um grande nó, que provou que, quando aberto, continha a poeira de um cadáver e as iniciais do casal.

    Exorcismos foram lidos e o jovem saiu novamente. Dois dias depois, o abade viu uma velha ajoelhada e chorando diante da imagem de São Cipriano e Santa Justina.

    Quando perguntada sobre o que havia acontecido, ela respondeu que era mãe do jovem de Aspopyrgo e, desde o dia em que chegaram ao mosteiro, estavam completamente bem e estavam vivendo em grande felicidade.

    Ela veio agradecer aos santos, cheia de gratidão pelo grande presente que haviam dado.

    (Por Archimandrite [agora Metropolita] Cipriano do Mosteiro de São Cipriano e Justina; tradução publicada pela primeira vez no The Old Calendarist, publicação mensal do St. George Information Service, Londres, Inglaterra, junho de 1975.)

    Da Palavra Ortodoxa , vol. 12, No. 5 (70) (setembro-outubro de 1976), pp. 135-142, 167-176.