Categoria: Histórias

  • A História das 13 Almas Benditas, Sabidas e Entendidas

    A História das 13 Almas Benditas, Sabidas e Entendidas

    Basicamente, a história das 13 Almas Benditas, Sabidas e Entendidas se baseia na concepção dada a uma lenda do livro de São Cipriano.

    Em tradução, o mito conta a história de que, quando Deus deu as chaves do Paraíso à São Pedro, ele afirmou que a cada sete anos, 13 espíritos mortos em catástrofes apareceriam.

    Porém, estas almas não foram boas para irem ao Céu, nem tanto más para irem ao Inferno. E, por falta de pecados, não podem ficar no purgatório, pois não tem sobre o que se arrependerem.

    Como resultado, estas almas são destinadas a vagar pela Terra, ajudando as pessoas vivas a resolverem problemas.

    A referência mais atual às 13 Almas Benditas é com relação a um acidente ocorrido no Brasil. Todos, ou pelo menos a maioria das pessoas, já devem ter ouvido falar do terrível incêndio do Edifício Joelma (hoje chamado de Edifício Praça da Bandeira, localizado ao lado do Terminal Bandeira), que ocorreu em 1 de fevereiro de 1974.

    Um curto-circuito em um ar condicionado do 12º andar provocou o incêndio que tomou conta de 20 dos 25 andares, totalizando assim 179 mortos e 300 feridos.

    Muitas das 756 pessoas que se encontravam no local se salvaram, mas algumas acabaram por subir até o último andar e se jogavam em imenso desespero.

    Foram mobilizados caminhões de bombeiros de toda a capital, assim como algumas cidades próximas. Hoje, diversos mistérios rondam o Joelma.

    Vozes nos corredores, elevadores que sobem até o último andar sozinhos, calor intenso e gritos. Mas um dos casos mais interessantes e até mesmo mais conhecidos é o caso das 13 Almas Benditas.

    Trata-se do corpo de 13 pessoas que foram encontrados em um dos elevadores. Após diversos testes, não foi possível a identificação dos cadáveres, devido ao temível estado em que se encontravam.

    Hoje, as 13 vítimas estão enterradas lado a lado no cemitério São Pedro. Muitas pessoas atribuem milagres à essas almas, que somente Deus sabe seus nomes.

    A Igreja Católica, oficialmente, não aceita o caso das 13 Almas Benditas e não reconhece-as como milagreiras, apesar de o local ser palco de peregrinação e orações, que muitos dizem, terem sido alcançados.

    Oração Poderosa às 13 Almas

    Muitas pessoas são devotas às 13 almas e acreditam que essa oração opera verdadeiros milagres. Com a oração abaixo, você pode pedir a intercessão das 13 almas.

    “Oh! Minhas 13 Almas Benditas, sabidas e entendidas, a vós peço, pelo amor de Deus, atendei o meu pedido.

    Minhas 13 Almas Benditas, sabidas e entendidas, a vós peço, pelo sangue que Jesus derramou, atendei o meu pedido.

    Pelas gotas de suor que Jesus derramou do seu Sagrado Corpo, atendei o meu pedido. Meu Senhor Jesus Cristo, que a vossa proteção me cubra, vossos braços me guardem no vosso coração e me proteja com os vossos olhos.

    Oh! Deus de Bondade, vós sois meu advogado na vida e na morte; peço-vos que atendei os meus pedidos, livrai-me dos males e dai-me sorte na vida.

    Segui meus inimigos; que olhos do mal não me vejam; cortai as forças dos meus inimigos. Minhas 13 Almas Benditas, sabidas e entendidas, se me fizerem alcançar esta graça (dizer a graça), ficarei devoto de vós e mandarei imprimir um milheiro desta oração, mandando também rezar uma missa”.

    Durante 13 dias faça a oração das 13 almas benditas. No final, reze uma Ave Maria e um Pai Nosso e dê um nó numa fita branca.

    Repita por 13 dias este ritual às almas benditas. No 14º dia, vá a uma igreja e reze mais uma Ave Maria e um Pai Nosso, e vá desamarrando os nós.

    No final disto, enrole a fita em nós na vela branca e deixe em um altar de qualquer Santo de sua preferência.

    Agradeça às 13 almas dizendo:

    eu sei que vocês não vão me falhar, e vou a minha graça alcançar.

    A Origem da Oração às 13 Almas Benditas

    Muitas pessoas acham que a origem da oração poderosa às 13 almas vem da catástrofe ocorrida no Edifício Joelma, em 1974.

    No livro de São Cipriano, não fica claro se as 13 almas foram vitimadas em uma mesma catástrofe ou em catástrofes diferentes.

    As 13 pessoas mortas dentro de um elevador em um incêndio ocorrido no Edifício Joelma, em São Paulo, na década de 70 tornaram-se mártires.

    Até hoje, no cemitério em que as 13 pessoas foram enterradas, é possível encontrar placas de agradecimento e flores em suas lápides.

    Não existe nada que comprove que as 13 almas sejam desse desastre, mas muitas pessoas acreditam que sim.

  • A História de Cipriano e da Princesa Clotilde

    A História de Cipriano e da Princesa Clotilde

    A história abaixo conta um episódio da vida de Cipriano antes de sua conversão. Acredito que foi o primeiro contato de Cipriano com Deus, mas não o suficiente para que ele se convertesse ainda, o que levou-o a fracassar, mais tarde, também com Justina.

    A história foi retirada do livro São Cipriano – O Legítimo Capa Preta.

    A História de Cipriano e da Princesa Clotilde

    No dia 14 de março do ano 299, Cipriano estava conversando com Satanás, e disse:

    — Ó amigo Satanás, qual é a ceia que me dás hoje, em recompensa da minha fidelidade?

    Respondeu Satanás:

    — Vou dar-te uma ceia, ou antes, um prazer de que ficarás muito contente.

    Cipriano ficou muito satisfeito com a promessa do demônio e retrucou:

    — Meu amigo e meu senhor, a quem amo e sirvo há dez anos, com muita fidelidade e imenso prazer, de tal modo que me parece que só estou satisfeito quando estou junto de ti. . .

    — Já que me amas e me és fiel, hei também de amar-te da mesma maneira. Mete a tua fava na boca e acompanha-me.

    Satanás e Cipriano logo desapareceram. Oito minutos depois estavam sobre o palácio do rei de um país distante.

    Esse rei tinha uma filha de nome Clotilde. Satanás abriu um buraco, no lado direito do quarto da princesa Clotilde, depois, voltando-se para Cipriano, disse-lhe:

    — Vês aquela bonita princesa?

    Respondeu Cipriano:

    — Creio que não há moça tão formosa que se lhe possa comparar.

    Falou Satanás:

    — Pois já vês, Cipriano, meu servo, que eu sou teu amigo e que te amo de todo o coração.

    Ouvindo estas palavras, Cipriano postou-se aos pés do diabo, dizendo:

    — Meu amigo e senhor, a quem amo de todo coração, corpo, alma e vida, se vós podeis fazer com que eu goze aquela donzela, juro-vos amar-vos ainda mais do que até agora.

    E Satanás:

    — Deixo-a ao teu alcance. Convence-a com as tuas astúcias e artes, pois eu estou aqui pronto para tudo quanto quiseres.

    Depois disso, Cipriano tratou de fazer uma feitiçaria para que a princesa o seguisse ou mandasse chamá-lo.

    Mas nem Cipriano nem todos os seus feitiços puderam convencer a princesa. Desesperado, um dia entrou no palácio, foi ao gabinete do rei, mas não o encontrou.

    Irritado, ficou pensando meia hora no que haveria de fazer. De repente, o rei entrou pela porta do gabinete e bradou em alta voz:

    — Acudam-me! Acudam-me!

    Cipriano mete a mão no bolso direito para tirar a fava e botá-la na boca, e fugir, mas não a encontrou.

    Meteu a mão no bolso esquerdo e tirou um canudinho de prata, onde se escondia um diabinho. Cipriano disse:

    — Quero já quatro castelos em volta de mim.

    — Executarei suas ordens, num momento, responde o diabinho.

    No mesmo instante, chegaram cavalaria e escoltas de soldados, porém nada fizeram. O combate foi tão forte que o castelo ficou inteiramente destruído.

    O rei ajoelhou-se aos pés de Cipriano e lhe suplicou que o perdoasse pelo amor daquele a quem Cipriano mais quisesse.

    — Saberás que sou um mago e além de ser mago pratico arte diabólica. Tu vês que este palácio está destruído.

    Que me das tu, se eu fizer com que o palácio se levante tal como era antes, e isto, imediatamente?

    Depois proferiu as seguintes palavras:

    — Eu mando já, pelo poder da magia negra que tudo faz, que este palácio seja levantado e fique no seu próprio natural e para golão traga matão, vais de pauto a chião a molidão, pexela ispera regra retragarão, onite protual fines!

    Abracadabra!

    Quando Cipriano acabou de dizer estas palavras, o palácio ficou tal qual era. O rei, que viu Cipriano fazer tantas maravilhas, cada vez mais assustado, lançou-se pela segunda vez a seus pés e disse-lhe:

    Peço-te, rogo-te, senhor, que me perdoe, se achas que te ofendi nalguma coisa.

    Cipriano retorna:

    — Levanta-te. Estás perdoado, mas com a condição de que hás de me dar a princesa Clotilde, que é tua filha.

    Ouvindo estas palavras, o rei tremeu e ficou imóvel, sem poder dar uma única palavra. Cipriano outra vez bradou:

    — Já te disse. Queres dar-me a tua filha Clotilde? Do contrário, tudo será outra vez reduzido a nada.

    O rei nada respondeu. Voltou a gritar Cipriano:

    — Então, que digo eu?

    O rei continuou silencioso. Irado, Cipriano deu um forte grito:

    — Por toda a força da minha arte mágica, negra e branca, mando que já todo este reino fique encantado, reduzido a penedos, o rei e a rainha sejam duas pedras de mármore!

    Em cinco minutos, foi executada a sua ordem! Só não pôde encontrar Clotilde por causa de uma oração que ela rezava todos os dias.

    Assim que viu tudo encantado, menos Clotilde, Cipriano ficou irado contra Satanás e bradou em alta voz:

    — Satanás! Satanás! Aparece-me, meu Satanás!

    — Aqui estou às tuas ordens, amigo Cipriano, disse o espírito das trevas.

    — Quero que me digas a razão por que eu não posso satisfazer os meus apetites com esta linda princesa.

    A princesa, que ouviu estas palavras, disse em voz baixa:

    — Se tu és o demônio, peço, em nome do Senhor, para que só digas a verdade. Obrigado por invencível força divina.

    Satanás disse a Cipriano:

    — Meu amigo, saberás que há um Deus poderoso, que cobre o céu e a terra e tem poder sobre tudo. Se ele quiser, tu e eu não nos moveremos daqui, porque ele é poderoso.

    A princesa invocou o seu santo nome e eu não pude deixar de confessar a verdade além de que a princesa reza uma oração todos os dias, que a livra de tudo quanto é tentação minha ou dos meus queridos filhos.

    Ouvindo isto, Cipriano prostrou-se por terra e disse:

    “Senhor dos altos céus, quem sois vós, que eu não conheço? E tu, Satanás, espírito maligno, demônio maldito, tu foste a minha perdição!

    Maldita seja a hora em que fui concebido; maldito seja o ventre que me concebeu; malditos sejam o pai e a mãe de quem sou descendente; maldita seja a hora em que nasci; maldito seja o leite que mamei; maldito seja quem tal criação me deu; malditos sejam quantos passos tenho dado nesta vida!

    Meu Deus, meu Deus, fazei já abrir as portas do inferno para tragarem este maldito homem; Desapareça para sempre!

    Jesus, Jesus, Jesus, se ainda tenho salvação, respondei-me dos altos céus!”

    Cipriano ouviu uma voz que lhe dizia:

    — Filho, continua com esta vida que tens, que eu te avisarei, com um ano de antecipação da tua morte, para cuidares da tua salvação.

    Cipriano beijou a terra e agradeceu a Deus os benefícios que lhe fazia. Porém, foi engano de Cipriano, porque aquela voz que ele ouviu foi do próprio demônio, que para enganá-lo subiu aos astros para dar a impressão de que era Deus que respondia aos seus rogos.

    Cipriano, tal corno um inocente, acreditou na voz que ouvia. Muito ingênuo devia ser para não se aperceber de que aquela voz não podia ser a de Deus.

    Porém Jesus Cristo, bondoso e justo, não deixou de perdoar a Cipriano os pecados cometidos pela ambição desmedida, que a ilusão pelo poder de Satanás lhe havia causado.

    Cipriano retirou-se do palácio e quando já ia distante, ouviu uma voz que lhe dizia:

    — Cipriano, Cipriano, vale-me nesta aflição pelo amor do grande Deus.

    Cipriano tremeu e caiu por terra. A boa princesa Clotilde chegou junto e lhe disse:

    — Eu mando, em nome de Deus! Levanta-te!

    Cipriano levantou-se de repente e fitou os olhos na linda princesa, dizendo-lhe:

    — Que pretendes?

    A princesa respondeu:

    — Invoco o santo nome de Jesus, para que tu, homem, não te movas daqui sem que vás restituir a vida de meu pai e de minha mãe e desencantar tudo àquilo quanto tens encantado neste reino por uma arte oculta, maligna e poderosa.

    — Eu — disse Cipriano — tudo isto te faço, porém peço-te que me digas qual é a oração que dizes todos os dias, por causa da qual eu nunca pude levar adiante os meus desejos, mesmo usando de todos os meus feitiços e encantos.

    Responde a princesa:

    — A oração é muito simples, te ensinarei de muito boa vontade. Escuta:

    “Eu me entrego à Jesus e à Santíssima Cruz, ao Santíssimo Sacramento, às três relíquias que tem dentro, às três missas do Natal, que não me aconteça nenhum mal.

    Maria Santíssima seja sempre comigo, o anjo da minha guarda me guarde e me livre das astúcias de Satanás.”

    Cipriano foi em seguida ao local do palácio, desencantou tudo quanto tinha encantado e disse para a princesa:

    — Pede sempre por mim nas tuas orações.

    A princesa assim fez e obteve de Nosso Senhor Jesus Cristo o perdão para os pecados de Cipriano, que não levou senão mais de um ano naquela vida enganosa.

  • São Cipriano – Biografia (O Cristão de Antióquia)

    São Cipriano – Biografia (O Cristão de Antióquia)

    São Cipriano é venerado pela Igreja Ortodoxa e Católica como cristão de Antioquia, que sofreu o martírio em Nicomédia, em 26 de setembro de 304.

    São Cipriano era filho de pais pagãos muito ricos e, desde a infância, Cipriano foi induzido aos estudos da feitiçaria e das ciências ocultas, como a alquimia, astrologia, adivinhação e as diversas modalidades de magia.

    Após muito tempo viajando pelo Egito, Grécia e outros países, aperfeiçoando seus conhecimentos, aos trinta anos de idade, Cipriano chegou à Babilônia a fim de conhecer a cultura ocultista dos Caldeus.

    Certa vez, um rapaz chamado Áglede recorreu a Cipriano para que o feiticeiro aplicasse seu poder de modo que uma donzela, de nome Justina, abandonasse a fé e se entregasse ao matrimônio.

    Cipriano, então, investiu a tentação demoníaca sobre Justina. No entanto, a ineficácia dos feitiços fez com que Cipriano se desiludisse profundamente perante sua fé pagã e se voltasse contra o demônio.

    Justina rebatia os feitiços de Cipriano com orações e com o sinal da cruz. Sabendo disso, Cipriano converteu-se ao cristianismo e passou a viver uma vida cristã juntamente com Justina.

    As notícias da conversão e das obras cristãs de Cipriano e Justina chegaram até o imperador romano Diocleciano, que se encontrava na Nicomédia, e era contra os cristãos, o que o fez persegui-los até capturá-los.

    Justina foi chicoteada e Cipriano açoitado com pentes de ferro, mas não cederam. Irritado com a resistência, Diocleciano ainda lançou Cipriano e Justina numa caldeira fervente de banha e cera.

    O feiticeiro Atanásio, que havia sido discípulo de Cipriano, julgou que as torturas não surtiam efeito devido a algum sortilégio lançado por seu ex-mestre.

    Na tentativa de desafiar Cipriano e elevar a própria moral, Atanásio invocou os demônios e atirou-se na caldeira, o que levou-o a morte instantânea.

    Após este fato, o imperador Diocleciano, finalmente, ordenou a morte de Justina e Cipriano, arrancando-lhes a cabeça.

    O Livro de São Cipriano

    Atualmente, são publicados diversos grimórios atribuídos a São Cipriano de Antióquia, que teriam sido escritos antes de sua conversão ao cristianismo, sendo denominados genericamente como “Livros de São Cipriano”, contendo orações e rituais de magia negra e tratando de outras práticas relativas ao ocultismo.

    Embora o livro se coloque como escrito por São Cipriano, o livro real apareceu séculos após sua morte e não poderia ter sido escrito por ele; na verdade, a primeira edição conhecida saiu em 1846, sendo, portanto, um livro pseudepigráfico.

    Mas, segundo a lenda, o famoso Livro de São Cipriano foi redigido antes de sua conversão, e o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro.

    Também é dito que, na verdade, São Cipriano teria escrito três livros: o Capa Preta, o Capa Branca e o Capa de Aço, sendo que os três se completariam e ainda exigiriam do dono a solução de códigos ou enigmas.

    E ainda há quem diga que só existem as versões Capa Preta e Capa de Aço, sendo que a segunda não teria sido escrita por Cipriano, mas por discípulos dele.

    Os rituais e conhecimentos aprendidos com a famosa Bruxa de Évora, quem ensinou a magia negra a Cipriano, também estão contidos neste livro.

    Curiosidades Sobre São Cipriano

    • A lenda de Cipriano, tido como autor do livro, também conhecido como Cipriano de Antioquia, confunde-se com Cipriano de Cartago, santificado pela Igreja Católica.
    • Cipriano, o feiticeiro, é celebrado no dia 3 de outubro. 
    • Após a morte de Évora, Cipriano apoderou-se dos manuscritos da jovem bruxa e da comida da despensa dela, com os quais pode invocar a presença do diabo.
    • São Cipriano, de codinome “Feiticeiro”, é considerado o padroeiro das bruxas e das ciências ocultas.
    • Aos 7 anos, Cipriano já era um jovem mago, sabia invocar trovões, ventos, formar tempestades no mar e na terra.
  • São Cipriano – Vida e Obra (Tire suas Dúvidas)

    São Cipriano – Vida e Obra (Tire suas Dúvidas)

    Se você tem dúvidas sobre São Cipriano, conhecer a vida e obra dele o ajudará a tirar essas dúvidas e formar sua opinião sobre o homem que ele foi e o santo que ele se tornou.

    Há um abismo histórico e religioso na vida desse homem que, além de feiticeiro, casou-se com uma cristã, converteu-se ao Catolicismo e tornou-se um mártir da Igreja Católica.

    Cipriano e Justina produziram suas obras cristãs pregando o catolicismo em Nicomédia, mesmo sendo proibido, e foi por isso que ambos foram perseguidos, presos e torturados até a morte.

    Assim que Cipriano foi feito Bispo, ele promoveu a jovem Justa ao cargo de diaconisa; trocou seu nome pelo de Justina e a fez Superiora de uma comunidade monástica.

    O resto da vida de Cipriano foi dedicada a combater as heresias.

    Quem foi Cipriano?

    Cipriano foi um homem que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das ciências ocultas, mas se arrependeu de sua vida de feiticeiro e se tornou temente a Jesus Cristo.

    O famoso Livro de São Cipriano foi redigido antes de sua conversão, mas o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro e alguns fatores colocam em dúvida a fidelidade das versões recentes, se comparadas às mais antigas.

    Enquanto feiticeiro, Cipriano fazia uso de um pó que despertava a luxúria nas mulheres, oferecia sacrifícios e empregava diversas obras malignas, mas suas obras cristãs foram muito maiores que as suas obras malignas.

    Inclusive, em certa época de sua vida, obteve algum estilo e ensinamentos da famosa Bruxa de Évora, com a qual aprendeu magia negra.

    O livro Capa Preta é dividido em dez partes e considerada a única das obras que contém a Oração da Cabra Preta Milagrosa.

    São Cipriano, o Bispo de Cartago, e São Cipriano, o Feiticeiro

    Muitas fontes afirmam que São Cipriano, o Bispo de Cartago, e São Cipriano, o Feiticeiro, se tratam da mesma figura histórica, sendo que por motivos de ocultação da vida pecaminosa de São Cipriano antes da sua conversão, se procurou criar a ideia de que o São Cipriano santificado era uma figura totalmente distinta do São Cipriano o bruxo, assim retirando de São Cipriano o Bispo e o Santo, a pesada macula de todos os seus anteriores pecados.

    São Cipriano, o Feiticeiro, viveu uma vida de bruxarias e riquezas, sendo que dizem certas lendas que São Cipriano foi dono de um fabuloso tesouro, onde se encontravam tanto os seus manuscritos secretos sobre assuntos místicos e bruxaria, como uma fortuna financeira incalculável, adquirida através do exercício das suas artes esotéricas.

    Já São Cipriano, o Bispo de Cartago, viveu uma vida de castidade e virtude, vindo a ser ordenado sacerdote, e mais tarde alcançado a posição de Bispo de Cartagena.

    A Verdadeira Vida e Obra de São Cipriano

    Todo percurso de São Cipriano, o Feiticeiro, é um verdadeiro hino á vida humana no maior esplendor da sua existência, assim como toda a vida de São Cipriano é uma vida inteiramente dedicada ás obras do espirito e ao mistério da paixão pelos caminhos do espirito, e, por isso, olhai:

    Do Diabo a Deus, dos anjos aos demônios, da feitiçaria a fé crista, da magia negra a magia branca, em tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu.

    Controverso e polêmico, em São Cipriano está a própria noção de evolução espiritual através da profunda vivência das mais diversas realidades espirituais (do mais profano excesso á mais sacrificada ascese), encontrando corpo na vida e obra deste feiticeiro e mártir.

    Por causa de um pacto com o demônio, São Cipriano ter-se-ia entregue a uma vida de luxúria e pecado, por forma a satisfazer o demônio, entregando belas mulheres á perdição e perversão das seduções carnais.

    Deve-se olhar a São Cipriano no seu todo, ou seja, deve-se olhar para todo o homem e para toda a vida do santo, pois da mesma forma que não é possível partir um homem ao meio, então também não é possível conhecer ao santo dividindo-o em dois.

    E, por isso, como se poderá alguma vez compreender a mensagem e o ensinamento do santo, se não se olhar a toda a sua vida, e a toda a sua vivencia?

    E, por isso, toda a vida do santo deve ser olhada, pois o santo nem negou as coisas do espírito, nem negou as coisas da santidade; E o santo não negou nem as coisas místicas, nem negou as coisas de Deus; E, antes porém, o santo tudo isso viveu, e tudo isso vivenciou, para deixar ao mundo um legado e uma mensagem de fé, e essa mensagem foi tal conforme já nas escrituras é anunciado, onde assim está escrito:

    O SENHOR DOS ESPÍRITOS (…) se manifestou

    2 Macabeus 3,24

    Pois então:

    Deus é Senhor dos espíritos, e Deus é Senhor de todos os espíritos, e Deus é Senhor de todas as coisas do mundo do espírito, e por isso no mundo do espírito nada dará fruto se Deus não quiser, e com Deus tudo dará fruto.

    Se não fosse toda a vida do santo, tanto antes como após a sua conversão, então jamais tamanha chave lhe teria sido dada, para que lhe permitisse verdadeiramente vislumbrar as leis do mundo do espírito, e assim deixar um legado de sabedoria inigualável.

    E, por isso, assim se pode entender a mensagem de São Cipriano:

    Deus é espírito, e Deus é o Senhor dos espíritos, e por isso todas as coisas do espírito são de Deus, e todas as coisas do mundo do espírito são as coisas do reino de Deus; E, por isso, todas as coisas do espírito são boas se vividas em Deus, e todas as coisas do espírito dão fruto se vividas com Deus, e porém sem Deus não há prodígios possíveis, e fora de Deus não há maravilhas.

    Pois, então, todas as coisas do mundo do espírito são boas e nenhuma é desprezível, se elas foram vividas em Deus, e se praticadas com Deus.

    Em assuntos de males que afetam as vidas do sofredor e lhe trazem apenas contratempos, padecimentos e tribulações, assim está revelado na obra de São Cipriano:

    Os verdadeiros e eficazes remédios são os de que usa a igreja, e estes são: o sinal da cruz; a invocação dos santíssimos nomes de Jesus e Maria; os exorcismos; os jejuns; as orações; as esconjurações; as relíquias de santos; a bênção das casas; aspersões de água benta.

    Pois assim se conhecem os verdadeiros remédios, que no altar de São Cipriano são usados para ajudar todo aquele que vê a sua vida destruída pelo mal e o maligno que brota dos maus corações.